terça-feira, outubro 16, 2007

FRETILIN continua preocupada com o Orçamento Geral do Estado, no período transitório

Jornal Nacional Semanário - 13 de Outubro de 2007

O Chefe da bancada FRETILIN, Aniceto Guterres lamenta e revela que apesar do Parlamento Nacional ter aprovado o Orçamento Geral do Estado, da fase transitória, a bancada FRETILIN continua preocupada com o orçamento supra-citado.

O orçamento do período de 1 de Julho a 31 de Dezembro de 2007 é bastante elevado e ultrapassou a capacidade do Governo, para a sua execução em tão curto período.

Aniceto Guterres falou deste assunto aos jornalistas no “Uma Fukun” Parlamento Nacional, após a aprovação do orçamento transitório.

Aniceto Guterres disse que a bancada FRETILIN continua preocupada porque este orçamento não reflecte os programas do Governo.

Na sua declaração política, Aniceto salientou que a bancada FRETILIN continua a defender a validação da sua declaração, em relação aos veteranos e sobre a ilegalidade do Secretariado do Estado da Região Autónoma de Oecusse. É uma enorme preocupação em relação ao fundo para o “Task Force”, para a luta contra a pobreza, no orçamento da Presidência da República. Um fundo sem nenhuma explicação e justificação.

“Ignoramos como vai ser usado este orçamento. Talvez seja distribuido aos pobres. Contudo, isso seria uma forma de combater a pobreza? Ou criará uma dependência onde as pessoas nunca mais conseguirão sair desta mesma pobreza? Ou para realizar uma presidência aberta nos próximos dois meses? Em termos de competência, a luta contra a pobreza pertence ao Governo, através dos seus programas de desenvolvimento. Apesar de, politicamente, o Presidente da República assumir a responsabilidade de se envolver neste assunto, e por não haver justificação, podemos dizer que criará um “saco azul” para gastar o orçamento segundo a sua vontade.
E assim criamos uma precedente negativo, porque o nosso princípio é de transparência”, salientou Aniceto.

O deputado da bancada FRETILIN acrescentou ainda que, todos ficaram tristes quando o Parlamento Nacional aprovou e autorizou o Governo a efectuar um levantamento, do orçamento do fundo petrolífero, no valor de 40 milhões de dólares, sem cumprir os procedimentos desejados, pela Lei do Fundo Petrolífero. Isto está a criar um precedente negativo para Timor-Leste que adopta o princípio fundamental da transparência. Demonstra uma violação à intenção política de reforma ou mudança que o Governo “de facto” tinha prometido várias vezes na campanha.

“Reconhecemos que a situação actual dos deslocados é um problema urgente e importante. Na altura da campanha eleitoral, os partidos com assentos no Parlamento fizeram promessas com a intenção de resolver os problemas dos deslocados a curto prazo como se conseguissem um milagre.

Agora dizem que devemos ser realistas, destinando o orçamento para os deslocados, no valor de 2 milhões de dólares, para a aquisição de tendas, entre outras coisas. Muitos deslocados estão a sofrer debaixo das tendas. Mas com a maioria parlamentar que eles possuem, rejeitam o aumento de orçamento, para resolver os problemas dos deslocados com urgência”, afirma Aniceto Guterres.

O deputado e ex. Presidente da CAVR esclareceu que o Governo diz que não tem capacidade de executar um grande orçamento num curto prazo, mas por outro lado o orçamento de despesas de bens de serviços é bastante elevado. Contudo, não existe qualquer plano para a implementação do orçamento mas diz que terá capacidade para executar o orçamento. Isto demonstra uma falta de honestidade, falta de consciência moral. O Governo perdeu sensibilidade relativamente ao povo que está a sofrer. Não estão a ser sérios porque não estão a dar a devida importância, aos assuntos dos deslocados. Por causa destas preocupações é que a bancada FRETILIN votou contra o Orçamento Geral do Estado.

Aniceto informou ainda que a outra grande preocupação é a execução de orçamento num período tão curto. O orçamento é grande e ultrapassa a capacidade do Governo, mesmo que seja apenas para despesas. A bancada FRETILIN duvida da capacidade do Governo, para executar este orçamento, apesar do Governo “de facto” ter declarado a sua capacidade de execução do orçamento. Referiu ainda que não deseja qualquer corte no orçamento de bens e serviços.

“Esperamos que não haja mais “carry over” como nos tempos do Governo “diabo” da FRETILIN, senão seremos todos diabos. Isto demonstra a incapacidade do Governo “de facto” para governar, como tinha dito o PM Kay Rala Xanana Gusmão, muitas vezes, que “quem roubar 25 cêntimos deverá ser demitido do Governo. Quem não trabalha e quem não souber governar deverá demitir-se”. A bancada FRETILIN aguarda que o Governo “de facto” cumpra as suas promessas, em Janeiro de 2008”, afirmou Aniceto, acrescentando que segundo a bancada FRETILIN este orçamento não vai ser executado, visto que o orçamento e os programas do Governo não correspondem uns aos outros, o que significa que Governo não tem qualquer plano.

“Temos um orçamento sem plano de acção. O que é que temos de fazer? Não existe um orçamento sem plano. Outra das razões prende-se com o facto de ser um grande orçamento, mas sem plano de execução. Não está nada claro. Talvez o objectivo do Governo seja distribuir o orçamento. Qual será o seu impacto no povo? O impacto positivo é aumentar a economia e libertar o povo da pobreza”, argumentou.

Para pagar dívidas

No mesmo local, o deputado da bancada FRETILIN, Francisco Miranda Branco afirmou que o Orçamento Geral do Estado (OGE) da fase transitória é destinado a pagar dívidas e criar um grande Governo.

Segundo ele, o orçamento não possui nunhuma orientação que visa a redução da pobreza.
“Portanto, consideramos que esse orçamento é somente para pagar dívidas. Estabelecer um grande Governo com muitas noções políticas ultrapassando as noções de governação. Deste modo, a nossa posição é clara, não votamos a favor do Orçamento Geral do Estado porque esse orçamento é apenas para pagar dívidas”, salientou.

Segundo Francisco Miranda Branco, o orçamento contém várias rúbricas sem plano de acção ou um projecto claro. Desta forma, é difícil ter uma fiscalização dos deputados, acrescentando que o Orçamento Geral do Estado é apenas para “tapar buracos”.

“Tivemos conhecimento que de repente surgiu uma proposta para a aquisição de quadro geradores, sem ter sido feito um estudo profundo. Não se sabe se os quatro geradores poderão resolver os problemas de electricidade em Díli. É do nosso conhecimento que mais ou menos 70 a 80 por cento dos consumidores não pagam a electricidade. São os grandes empresários que fazem instalações ilegais de electricidade”, concluiu Miranda Branco.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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