segunda-feira, novembro 12, 2007

Ameaças e intimidações a cidadãos civis australianos - Arsénio Bano : “Não é uma solução”

Jornal Nacional Semanário - 10 de Novembro de 2007

Membro do Parlamento Nacional (PN) pela bancada FRETILIN, Arsénio Paixão Bano afirma que intimidações contra cidadãos civis australianos em Timor-Leste são atitudes injustas porque não são uma solução para resolver problemas.

Arsénio Paixão Bano falou sobre esta questão ao Jornal Nacional Semanário no “Uma-Fukun”, Parlamento Nacional, recentemente. O assunto relaciona-se com declarações dos deslocados do aeroporto de Comoro-Díli, segundo as quais estariam a ser efectuadas intimidações a cidadãos civis australianos em Timor-Leste, devido à intervenção de um membro das Forças Australianas que, ao disparar no acontecimento de “Lafatik”, Comoro, causou o ferimento de um jovem.

«Peço aos amigos deslocados para não tomarem medidas de intimidação contra a intervenção das Forças Internacionais, porque não é uma solução apropriada. Como ex-Ministro do Trabalho e da Reinserção Comunitária (MTRC) e deputado da bancada FRETILIN que representa o povo, lamento bastante a intervenção das Forças Militares australianas no campo de deslocados», afirmou Arsénio, acrescentando que o Estado deve suspender as operações das Forças Internacionais nos centros de deslocados. «Se alguém cometeu algum acto, deve ser feita uma investigação em vez de uma operação militar nos centros de deslocados, porque nos centros de deslocados encontram-se crianças, mulheres, idosos», destacou.

«Peço ao Governo para não autorizar acções das Forças Internacionais nos campos de deslocados. É uma aproximação errada, porque um campo de deslocados não é um lugar de operações militares. Questiono porque é que utilizam munições para atingir os deslocados. Houve alguma ameaça que obrigou as forças militares a utilizarem armas contra crianças inocentes?», questionou.

Segundo ele, a bancada FRETILIN exige a avaliação da presença das FSI e do acordo trilateral. Assim poderemos saber se os membros que atiram indiscriminadamente podem entrar na prisão de Timor. Ou se têm imunidade para circular livremente em Timor-Leste, fazer ameaças e efectuar operações junto da população civil, que não sabe de nada.

«Penso que os australianos não desejam que essa situação aconteça. Então, peço a este Parlamento que avalie e ratifique o acordo trilateral, para que o Governo os possa controlar. Contudo, não sei se este Governo está ou não a controlar as FSI. Ou talvez haja alguns líderes que ordenam essas actuações? Foi já há muito tempo que o Parlamento exigiu ao Governo que trouxesse o acordo para a ratificação mas, na realidade, isso ainda não aconteceu. Então quem é que ordenou e assume a responsabilidade pela intervenção das Forças Internacionais no terreno?», questionou Arsénio Bano.

Salientou de novo que o Parlamento Nacional deverá fazer uma avaliação imediata, ratificar o acordo trilateral e parar as operações militares nos centros de deslocados.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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