quarta-feira, dezembro 19, 2007

Sobre o OE2008

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Discurso PM no Parlamento Nacional - Apresentação ...":

"154 mil dólares para estabelecer uma Comissão da Função Pública [...] um novo órgão, a Comissão Anti-Corrupção de Timor-Leste [...] um impulso significativo ao Gabinete do Inspector-Geral".

Há dias levantei uma série de interrogações sobre o Orçamento para 2008. No que diz respeito à aquisição de bens e serviços, fiquei mais aliviado por saber que uma parte indeterminada - mas certamente substancial - desse Orçamento vai para pagar salários modestíssimos a profissionais altamente qualificados que hão-de ser colocados nessas 2 comissões e 1 gabinete.

Estes organismos serão sem sombra de dúvida altamente produtivos e justificam plenamente que a sua fonte de financiamento seja o Fundo Petrolífero.

Mas não esqueçamos também "A empresa internacional Deloitte", que não trabalha de graça, mas resta-nos o consolo de que é "de idoneidade inquestionável". Assim ficam justificados os milhares de dólares que serão gastos nos serviços desta empresa.

Justo é o elogio do Fundo Petrolífero, feito por Xanana. Abençoada pesada herança de Alkatiri, que agora serve para financiar não só o Orçamento, mas também o seu défice, já que este Governo não foi praticamente capaz de gerar receitas próprias.

Portanto, por mais coisas bonitas que Xanana tenha para nos contar, até prova em contrário a execução do Orçamento resume-se a gastar o dinheiro do Fundo Petrolífero.

Só que gastar não é forçosamente sinónimo de investir. Construir escolas não garante a criação de futuros postos de trabalho, pois isso implica capital privado de investimento.

À falta de capital timorense, ficamos contudo a saber que "Os investidores são oriundos da Austrália, Coreia e Malásia". Isto quer dizer que os proveitos desses investimentos(?) irão todos para fora do País, e que deles os timorenses só verão salários magros para explorar mão-de-obra barata, pois segundo promessas já feitas, o Governo não vai cobrar-lhes os impostos astronómicos que Alkatiri cobrava às empresas.

Sem comentários:

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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