quinta-feira, dezembro 20, 2007

Timor-Leste: Parlamento aprova OGE 2008 na generalidade (act.)

Diário Digital / Lusa 19-12-2007 16:19:00

O Orçamento Geral do Estado (OGE) para o ano de 2008 foi hoje aprovado pelo Parlamento Nacional Timorense, com os votos contra da Fretilin e uma divisão de voto na bancada do Partido de Unidade Nacional (PUN).

A Proposta de OGE 2008 foi aprovada com 39 votos a favor, 20 votos contra e 4 abstenções.

A votação do orçamento na especialidade ficou agendada para a próxima sexta-feira, após o feriado religioso de quinta-feira, o Idul Adha, dia do sacrifício para os muçulmanos.

A Fretilin, sem surpresa, votou contra o OGE apresentado na terça- feira ao parlamento pelo primeiro- ministro, Xanana Gusmão.

O maior partido timorense, na oposição, continua a não reconhecer a legitimidade do IV Governo Constitucional, formado pela Aliança para Maioria Parlamentar (AMP) a 08 de Agosto de 2007.

Maior surpresa registou-se na bancada do PUN, partido que elegeu três deputados nesta legislatura e cuja líder, Fernanda Borges, se absteve na votação, enquanto outro deputado do partido votou a favor da Proposta de OGE da AMP.

No OGE defendido por Xanana Gusmão como o do «ano da reforma», o total estimado de receitas (petrolíferas, não petrolíferas, verbas dos parceiros de desenvolvimento e outras receitas não fiscais) é de 1.385 milhões de dólares norte-americanos (962 millhões de euros).

As dotações orçamentais totalizam um montante de 348,1 millhões de dólares (241,8 milhões de euros) e, excluindo os órgãos autónomos, de 333,7 milhões de dólares (231,9 milhões de euros).

Das diferentes dotações, 48 milhões de dólares são para Salários e Vencimentos (33,3 milhões de euros) e 144,2 milhões de dólares para Bens e Serviços (100 milhões de euros), uma fatia do OGE especialmente criticada pela oposição).

A dotação para Capital Menor é de 23,9 milhões de dólares (16,6 milhões de euros) e de 68 milhões de dólares (47,2 milhões de euros) para Capital de Investimento.

O OGE contempla ainda uma dotação de 63,8 milhões de dólares (44,3 milhões de euros) para Pagamentos de Transferências Públicas.

Para 2008, o montante de transferências do Fundo Petrolífero, outro dos pontos recorrentes do debate orçamental, não pode exceder 294 milhões de dólares (204 milhões de euros).

«Demasiada prudência é uma contradição», explicou Xanana Gusmão na abertura do debate, a propósito do Fundo Petrolífero, ao mesmo tempo que elogiou a gestão feita pelos governos anteriores dos recursos do Mar de Timor.

«Não vamos fazer do Fundo do Petróleo uma bandeira política», garantiu o primeiro-ministro, anunciando, porém, que o governo pretende introduzir em 2008 alterações às regras do fundo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Como estamos no Natal aproveito para deixar aqui aos leitores e participantes do blog os meus sinceros votos de uma Santa Festa com muita Alegria e Paz e um Novo Ano com muita Saúde e cheio de Felicidades. E, porque de Timor estamos a falar,aproveito para deixar aqui uma pequena história de Natal...

"A Pérola de Ataúro"

Vivia com a mãe na Ilha de Ataúro ao largo de Timor. O pai e os irmãos tinham morrido durante a ocupação indonésia. De uma numerosa família de dez irmãos, restava apenas ela, a mais nova. Tinha 8 anos, ladinos e perspicazes e chamava-se Esperansa, que na língua tétum significa Esperança, tal como em português. Esperansa, percorria a ilha durante o dia procurando fruta e pescando algum peixe que levava para casa. A mãe, uma mulher vergada pelas agruras da vida, sofria de constantes falhas de memória e vivia num estado de apatia permanente...O dia-a-dia de Esperansa, era um autêntico quebra-cabeças para fazer compreender a sua mãe, as trivialidades diárias tais como ter que comer ou mudar de roupa. Todas as crianças da ilha, passavam os dias em alegre bulício, brincando ou indo à escola. Esperansa vivia apenas preocupada com a situação da mãe e sonhava, poder um dia, levá-la a um médico na ilha de Java. Mas como?, se para isso era preciso muito dinheiro? É certo que vendia algum peixe e fruta...mas as economias eram tão parcas...e ela iria precisar de muitos, muitos anos para juntar o suficiente e levar a mãe até Java numa viagem que seria feita de barco ou de avião. Este assunto preocupava a pequena Esperansa enquanto pescava ou então, sentada à beira-mar, observando os homens a mergulhar em busca de qualquer coisa que ela não sabia bem o que era...mas de que ouvira falar vagamente...pérolas! “ E valem bom dinheiro!” dissera-lhe um vizinho.
Caía a tarde e aproximava-se a noite de Natal. Esperansa vai para casa preparar o jantar com o peixinho que pescara. Ceava mãe e filha, olhando o presépio que a pequenita fizera em palapa e uns corais da praia por ela transformados em Sagrada Família. Há alguns anos que era assim! Depois da ceia, rezava as orações, dava um beijo na mãe e no Menino Jesus e ia para o quarto. Não tinha presentes, mas pedia sempre ao Deus Menino a cura de sua mãe! Por fim, adormecia.
A manhã de Natal na ilha de Ataúro, acordou envolta em espessa neblina. Esperansa arranjou-se e dirigiu-se ao Presépio para fazer as habituais orações da manhã. Abriu a boca de espanto ao reparar que junto do Menino Jesus, estava aquilo que ela confirmou ser uma pérola, muito redondinha, a luzir...

Esperansa, de Timor

Anónimo disse...

Agradeço e retribuo os votos de Feliz Natal e próspero Ano Novo, que mando para todos os colegas do Blog Timor Online.

Obrigado a Fitun Taci por esta linda história de Esperansa.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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