terça-feira, janeiro 16, 2007

Admitida candidatura presidencial do bispo resignatário Ximenes Belo

Público
16 de Janeiro de 2007

Em Timor-Leste, alguns sectores católicos admitem a hipótese de uma candidatura presidencial do bispo resignatário de Díli, Carlos Filipe Ximenes Belo (na foto), mas ontem o líder do Grupo Mudança (facção contestatária da Fretilin), Vicente Ximenes Maubosy, avançava outras hipóteses, como o primeiro-ministro, José Ramos-Horta.

O chefe do Governo, que em 1996 partilhou o Nobel da Paz com Ximenes Belo, sugerira recentemente o nome do chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa, Taur Matan Ruak, que aliás já fora também referido na imprensa australiana.

Estando ainda por definir uma data das eleições para a sucessão de Xanana Gusmão, que em princípio deverá recair em Abril, as mais diversas sugestões que têm aparecido na imprensa local incluem ainda o ministro dos Negócios Estrangeiros, José Luís Guterres, e o líder do Partido Social Democrata, Mário Viegas Carrascalão, que governou o território, de 1983 a 1992, em nome da Indonésia.

http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2007&m=01&d=16&uid=&id=116882&sid=12948

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Comentários de uma leitora ao artigo "Arrest closer for E Timor rebel"

Tradução da Margarida:

Porque o artigo abaixo, contem algumas incorrecções/imprecisões, tomo a liberdade de acrescentar alguns comentários entre parêntesis rectos:

The Australian
Mark Dodd
Janeiro 16, 2007

A prisão do amotinado das forças armadas de Timor-Leste Major Alfredo Reinado está mais próxima com a prisão de quatro membros das forças de segurança do país envolvidas na violência política do ano passado.

O Major Reinado enfrenta acusações de homicídio ligadas a um tiroteio em 23 de Maio num subúrbio de Dili onde foram mortas duas pessoas.

Tem estado em fuga desde 30 de Agosto depois de liderar uma fuga em massa da prisão de Becora, uma fuga que justificou com base em ter sido apontado injustamente.

Mas na Sexta-feira, um tribunal prendeu três soldados e um oficial de topo dos serviços de informações em conexão com dois incidentes de violência mortal no ano passado. [Trata-se de prisão preventiva]

A audição à porta fechada no Tribunal do Distrito de Dili envolveu 12 pessoas - 11 soldados das F-FDTL (Forças de Defesa de Timor-Leste), seis das quais tinham sido recomendado que fossem processadas pela Comissão de Inquérito da ONU sobre a desordem sangrenta, e um oficial de topo dos serviços de informações da polícia nacional.

Mais de 100 soldados Timorenses, [Eram exactamente 50] alguns armados, mantiveram-se no exterior do tribunal numa mostra de força de apoio aos seus colegas [Todos os soldados armados permaneceram no exterior das instalações e nunca entraram no Tribunal]. Testemunhas dizem que tropas Australianas, nominalmente responsáveis pela segurança de membros das forças de defesa etnicamente divididas, não intervieram. [Os ditos ‘Australian peacekeepers’ NUNCA estiveram no Tribunal; a força de policia internacional presente era composta por um português – que comandou o grupo – um espanhol, dois malasianos e um polícia de Bangladesh].

Fontes diplomáticas ocidentais em Dili dizem que a acção no tribunal podia ser um prelúdio à prisão de Reinado.

Os processos chegam quando o chefe da polícia de Timor-Leste Paulo Martins, citado na comissão da ONU por "falhanços operacionais ", e os seus dois adjuntos resignaram sem (terem apresentado) razão.

A comissão recomendou ainda que fosse tomada acção criminal contra Reinado, afirmando: "A evidência estabelece que o Major Reinado e os seus homens que incluem o seu grupo são razoavelmente suspeitos de terem cometido crimes contra a vida e contra pessoas durante o confronto armado em Fatu Ahi."

Os processos de Sexta-feira estavam conectados com o massacre de 25 de Maio de oito oficiais da polícia de Timor-Leste, baleados a sangue frio por atacantes das forças armadas enquanto estavam a ser escoltados pela ONU do seu quartel.

Foi o pior incidente de derramamento de sangue durante semanas de distúrbios que levou o país à beira da guerra civil e deixou subúrbios inteiros em ruínas.

Sabe-se que um dos soldados, Mau Kana, um antigo guarda-costas do chefe das forças de defesa Brigadeiro Taur Matan Ruak, foi mantido na prisão pelo seu papel noutro incidente em 28 de Maio envolvendo a morte de civis. [Mau Cana não é ‘former bodyguard’, é membro da escolta de protecção pessoal do Brigadeiro General Taur Matan Ruak; o mandado de detenção emitido pelo juiz Ivo Rosa, contém referência à residência de Mau Cana: a residência do Brigadeiro General Taur Matan Ruak; Mau Cana estava COM o Brigadeiro General Taur Matan Ruak no dia 25 de Maio e não tem qualquer envolvimento na morte dos polícias]

A presença de um grande número de soldados Timorenses no exterior do tribunal levanta preocupações sobre as regras de direcção do julgamento e a capacidade da ONU para fiscalizar uma investigação imparcial. [Quem é que tem esta preocupação? O comportamento dos 50 membros da Força de Defesa foi irrepreensível: não só não causaram qualquer perturbação no funcionamento do Tribunal, pois mantiveram-se silenciosamente no local, como não emitiram qualquer ruído ou som, uma vez lido o despacho do Juiz a decretar a prisão preventiva de três membros da Força de Defesa, mesmo sabendo que um deles estava a ser detido preventivamente não tendo estado presente no local a que se referiam os procedimentos judiciais – 25 de Maio. No local estavam ainda presentes três oficiais da Força, tendo o mais graduado mantido contacto permanente com a força de policia internacional presente e cooperado inteiramente com o sistema judicial. Todas as ordens foram de imediato acatadas e cumpridas, como compete aos membros da Força de Defesa, nomeadamente, a permanência no exterior do edifício de todos os membros armados e o silêncio entre os membros no interior do edifício. Estiveram presentes mais de uma dezena de representantes dos órgãos de comunicação social timorense. Pena é que não estivesse presente qualquer representante dos órgãos de comunicação social estrangeiros, nomeadamente a Lusa e a RTP. Como nota final, não é a ONU que está a realizar o inquérito, mas sim o sistema judicial timorense.].

"Se isto não é pressão política ou intimidação, não sei o que é," disse um analista legal de topo ocidental. [O analista esquece-se de que existe espírito de corpo na Força de Defesa e que a expressão de solidariedade é um valor que prevalece na Força. Trata-se de um direito que, a cumprir em total respeito pela lei e pelas normas prevalecentes no Tribunal, apenas enobrece a Força de Defesa. Não é certamente fácil à Força de Defesa ver os seus membros a serem preventivamente detidos, quando se mantêm em liberdade homens como Reinado, Railós, Susa, etc. Contudo, revelaram ter disciplina e respeito pela lei, que permite a sua permanência no local, nas condições que foram integralmente respeitadas]

Pelo menos foram mortas 37 pessoas e muitas feridas quando a violência irrompeu em Dili no ano passado, desencadeada por rivalidades étnicas que ferviam nas forças de defesa.

A violência levou ao colapso do governo de Alkatiri, e uma força liderada pelos Australianos foi destacada para restaurar a lei e a ordem.
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Dos leitores

Comentário sobre a sua postagem "Australian policewoman pays children to damage vehicle - translation":

There should be an Australian parliamentary inquiry into the role of Australian police overseas.

Their behaviour not only in Timor Leste but also in the Solomons, New Guinea and Fiji has been called into question.

In Timor Leste we Australians are very embarrassed by the attitude and conduct of the AFP.

They swear at people regularly, are culturally insensitive and down right racist. One reason for having a number plate on cars, which the AFP vehicles do not generally, is obviously to avoid identification. I have a friend who likes to wear a Tshirt with the Australian Indigenous flag on it, aqs many Timorese do because they feel a sense of solidarity with people who have been dispossessed of their land, and because the colours of the flag are the same. A AFP car passed very close by when he was riding on his bike and yelled out "burn the fu"#$%g BUNG!", and then sped off. For those of you not accustomed to Aussie racism, that is the derogatory term for aborigines in some parts of Australia.

This says it all doesnt it? No wonder they dont anyone else like the GNR getting all their women and all the glory because they are actually better at the very diffcult policing that takes place in a trasitional nation like Timor Leste.
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JSMP Press Release: Hearing of Evidence in the Trial of the Defandant Rogerio Lobato and the Other Co-accused

JSMP - 11 Januari 2007

On 10 January 2007, the Dili District Court, represented by the same Panel of Judges mentioned in our Press Release dated 10 January 2007 continued the hearing of evidence in the case against the defendant Rogerio Lobato and the other co-accused at the Court of Appeal located in Kaikoli-Dili. The hearing that was scheduled for 9am local time began at 9.15am due to the late arrival of Rogerio Lobato and the other co-accused. The witness Railos and defendant Marcos Piedade arrived at the premises of the Court of Appeal prior to 9am.

This hearing was held over two sessions. The first session took place between 9.15am and 12.23pm and the second session began at 14.15pm and finished at 17.53pm.

The hearing of evidence in the case of Rogerio Lobato and the other co-accused saw the court actors concentrating on the testimony of the witness Railos. JSMP observed that Railos was a witness for the prosecution, and this witness gave testimony on the illegal distribution of weapons to civilians in Timor Leste.

The legal representative of Lobato and the other co-accused claimed that the testimony given by the witness Railos before the court was invalid as it contradicted the statement he made in his written declaration that was sent to the President of the Republic. The prosecution responded by stating that the testimony provided by the witness in court is valid and beneficial as it was made pursuant to evidence presented by the witness during the trial. After the examination of the witness was complete the presiding judge announced that the witness may leave the court room. Before the witness departed, the presiding judge reminded him that he would have to return to the court if and when summoned to do so.

JSMP observed that those witnesses who failed to appear on the 9 January 2007, after having been duly notified by the court, did in fact attend court on 10 January. They appeared at the court in accordance with the schedule previously determined by the court. As there was insufficient time to continue the examination, at the close of the day’s session the panel of judges reminded the witnesses present in the court room to return the following day to provide their testimony as the trial continued.

JSMP applauds those witnesses who appeared at the court with the purpose of participating in the trial. JSMP observed that these witnesses always arrived at court in accordance with the schedule set by the court. Although by the close of the day’s proceedings they had yet to be given an opportunity to testify, they were still ready and willing to return to the court when required.

JSMP applauds the actions of the court actors who have concentrated their efforts in this case.

JSMP believes that by hearing this case, namely one that relates to the illegal distribution of weapons to civilians, the court can alter the perception of the public who have lost their faith in the judicial system of Timor Leste. The community can regain its faith and confidence in the rule of law and justice in Timor Leste. JSMP is optimistic that this trial represents a positive step forward. JSMP hopes that such positive actions can be maintained and developed to alter the perception, confidence and faith of the community towards the applicable law in our beloved country.

FOR FURTHER INFORAMATION PLEASE CONTACT:
Maria de Vasconcelos
Acting Director, JSMP
Telephone: 332 3883
Email: vasconcelosmerry@yahoo.com

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O insólito: Reinado fotografado com lança-rockets

Público – 15 Janeiro 2007

O major timorense Alfredo Reinado, desde Maio do ano passado dado como desertor, e procurado por tentativa de assassínio, foi agora fotografado pelo jornal The Age, de Melbourne, com um lança-rockets do tipo dos roubados ao contingente australiano destacado no país.

Um perito em segurança ontem citado por aquele periódico afirmou ser possível que a arma ligeira (LAW), capaz de derrubar um helicóptero Black Hawk ou abrir um buraco num transporte blindado de pessoal, tenha sido fornecida por fontes criminosas na Austrália.

E logo acrescentou que se o foragido tiver consigo mais do que um lança-rockets poderá ser muito complicado para as tropas australianas destacadas em Timor-Leste tentarem capturá-lo.

Um porta-voz do ministro da Defesa, Brendan Nelson, desmentiu que a Austrália tenha alguma vez permitido que Reinado posasse com semelhante arma. Em Novembro último Reinado, antigo comandante da polícia militar, chegou a participar num seminário que se realizou em Suai e até falou à imprensa, dizendo ser “uma pessoa livre e inocente”.
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Amnistia para as atrocidades que em 1999 se cometeram em Timor-Leste

Público – 16 Janeiro 2007


Jorge Heitor

A Comissão Verdade e Amizade entre Timor-Leste a Indonésia (KKP), de Jacarta, vai recomendar uma amnistia para os responsáveis pelas atrocidades cometidas em território timorense no ano de 1999. Isto no caso de eles reconhecerem a sua participação nos acontecimentos e pedirem desculpa pelo que fizeram, noticiou ontem o jornal The Age, de Melbourne.

Anteriormente, já a agência noticiosa indonésia Antara anunciara que a KKP tenciona convidar sete dezenas de pessoas a pronunciarem-se sobre esse conturbado período, devendo os depoimentos ser feitos entre Fevereiro e Junho deste ano. Quase em simultâneo com a campanha para as presidenciais e as legislativas que Timor-Leste deverá ter durante os próximos meses.

O responsável pela comissão, Benyamin Mangkoedilaga, especificou que alguns dos convites deverão ser dirigidos ao homem que era na altura o Presidente indonésio, Habibie, ao antigo comandante das Forças Armadas general na reserva Wiranto, ao Chefe de Estado de Timor-Leste, Xanana Gusmão, e ao bispo resignatário de Díli, monsenhor Ximenes Belo. Mais de 1.200 pessoas foram então mortas e mais de 250.000 tiveram de ir viver para acampamentos de refugiados na parte ocidental e indonésia de Timor, tendo as Nações Unidas culpado milícias dirigidas pelos militares indonésios de violações, torturas e execuções em massa. A única pessoa que por isso está a cumprir pena, na Indonésia, é o então comandante de milícias Eurico Guterres.

Enquanto se procura esclarecer de uma vez por todos tudo o que aconteceu depois de os timorenses terem optado por se tornarem independentes, o jornal The Australian noticiou ontem que poderá estar próxima a detenção do major rebelde Alfredo Reinado, sob o qual paira acusações de assassínio.

O foragido evadiu-se em 30 de Agosto da prisão de Becora, alegando depois disso que estava inocente e que só se entregaria quando houvesse condições para um julgamento justo. Na sexta-feira da semana passada um tribunal mandou para a cadeia três soldados e um alto quadro da polícia, considerando a imprensa australiana que isto poderá contribuir para resolver a situação do major Reinado e outros aspectos de toda a violência que durante o ano passado se verificou em Timor-Leste.

Por outro lado, nos últimos dias demitiram-se o comandante da polícia timorense, Paulo Martins, e os seus dois adjuntos, sem que até agora tivessem sido dadas explicações para o facto.
Entretanto, em mais uma prova de que, por mais que se faça, nada consegue deter de forma definitiva a violência em Timor-Leste, a polícia das Nações Unidas anunciou ontem o primeiro morto do ano iniciado há 15 dias. E está a investigar as circunstâncias em que se verificou esse caso: um jovem cujo corpo foi encontrado domingo numa estrada do bairro de Comoro, na zona ocidental da capital.
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Comentários de uma leitora ao artigo "Arrest closer for E Timor rebel"

Porque o artigo abaixo, contem algumas incorrecções/imprecisões, tomo a liberdade de acrescentar alguns comentários entre parêntesis rectos:


The Australian - January 16, 2007
Arrest closer for E Timor rebel
Mark Dodd

THE arrest of East Timor army rebel Major Alfredo Reinado has moved a step closer with the jailing of four members of the country's security forces involved in last year's political violence.Major Reinado faces murder charges linked to a May 23 gun battle on Dili's outskirts in which two people were killed.

He has been on the run since August 30 after leading a mass breakout from Becora prison, an escape he justified on the grounds that he was being unfairly singled out.
But on Friday, a court jailed three soldiers and a senior police intelligence officer in connection with two incidents of deadly violence last year. [Trata-se de prisão preventiva]

The closed hearing in Dili District Court involved 12 people - 11 F-FDTL (East Timor defence force) soldiers, six of whom had been recommended for prosecution by a UN Commission of Inquiry into the bloody mayhem, and a senior national police intelligence officer.

More than 100 East Timorese soldiers, [Eram exactamente 50] some armed, stood outside the court in a show of force to support their colleagues [Todos os soldados armados permaneceram no exterior das instalações e nunca entraram no Tribunal]. Witnesses said Australian peacekeepers, nominally responsible for security involving members of the ethnically divided defence force, did not intervene [Os ditos ‘Australian peacekeepers’ NUNCA estiveram no Tribunal; a força de policia internacional presente era composta por um português – que comandou o grupo – um espanhol, dois malasianos e um polícia de Bangladesh].

Western diplomatic sources in Dili said the court action could be a prelude to Reinado's arrest.
The proceedings came as East Timor police chief Paulo Martins, cited by the UN commission for "operational failings", and his two deputies resigned without reason.

The commission also recommended that criminal action be taken against Reinado, claiming: "Evidence establishes that Major Reinado and his men who comprised his group are reasonably suspected of having committed crimes against life and person during the armed confrontation in Fatu Ahi."

Friday's proceedings were in connection with the May 25 massacre of eight unarmed East Timor police officers, gunned down in cold blood by army assailants while under UN escort from their barracks.It was the worst single incident of bloodshed during weeks of mayhem that brought the country to the brink of civil war and left entire suburbs in ruins.

It is understood one of the soldiers, Mau Kana, a former bodyguard to defence chief Brigadier Taur Matan Ruak, was remanded for his role in a separate incident on May 28 involving the killing of civilians. [Mau Cana não é ‘former bodyguard’, é membro da escolta de protecção pessoal do Brigadeiro General Taur Matan Ruak; o mandado de detenção emitido pelo juiz Ivo Rosa, contém referência à residência de Mau Cana: a residência do Brigadeiro General Taur Matan Ruak; Mau Cana estava COM o Brigadeiro General Taur Matan Ruak no dia 25 de Maio e não tem qualquer envolvimento na morte dos polícias]

The presence of a large number of East Timorese soldiers outside the court raises concerns about due process and the UN's ability to oversee an impartial investigation [Quem é que tem esta preocupação? O comportamento dos 50 membros da Força de Defesa foi irrepreensível: não só não causaram qualquer perturbação no funcionamento do Tribunal, pois mantiveram-se silenciosamente no local, como não emitiram qualquer ruído ou som, uma vez lido o despacho do Juiz a decretar a prisão preventiva de três membros da Força de Defesa, mesmo sabendo que um deles estava a ser detido preventivamente não tendo estado presente no local a que se referiam os procedimentos judiciais – 25 de Maio. No local estavam ainda presentes três oficiais da Força, tendo o mais graduado mantido contacto permanente com a força de policia internacional presente e cooperado inteiramente com o sistema judicial. Todas as ordens foram de imediato acatadas e cumpridas, como compete aos membros da Força de Defesa, nomeadamente, a permanência no exterior do edifício de todos os membros armados e o silêncio entre os membros no interior do edifício. Estiveram presentes mais de uma dezena de representantes dos órgãos de comunicação social timorense. Pena é que não estivesse presente qualquer representante dos órgãos de comunicação social estrangeiros, nomeadamente a Lusa e a RTP. Como nota final, não é a ONU que está a realizar o inquérito, mas sim o sistema judicial timorense.].

"If that is not political pressure or intimidation, I do not know what is," a senior Western legal analyst said. [O analista esquece-se de que existe espírito de corpo na Força de Defesa e que a expressão de solidariedade é um valor que prevalece na Força. Trata-se de um direito que, a cumprir em total respeito pela lei e pelas normas prevalecentes no Tribunal, apenas enobrece a Força de Defesa. Não é certamente fácil à Força de Defesa ver os seus membros a serem preventivamente detidos, quando se mantêm em liberdade homens como Reinado, Railós, Susa, etc. Contudo, revelaram ter disciplina e respeito pela lei, que permite a sua permanência no local, nas condições que foram integralmente respeitadas]

At least 37 people were killed and scores injured when violence erupted in Dili last year, triggered by simmering ethnic rivalry in the defence force.

The violence led to the collapse of the Alkatiri government, and an Australian-led peacekeeping force was deployed to restore law and order.
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Amotinado de Timor-Leste mais perto de ser preso

The Australian
Mark Dodd
Janeiro 16, 2007

A prisão do amotinado das forças armadas de Timor-Leste Major Alfredo Reinado está mais próxima com a prisão de quatro membros das forças de segurança do país envolvidas na violência política do ano passado.

O Major Reinado enfrenta acusações de homicídio ligadas a um tiroteio em 23 de Maio num subúrbio de Dili onde foram mortas duas pessoas.

Tem estado em fuga desde 30 de Agosto depois de liderar uma fuga em massa da prisão de Becora, uma fuga que justificou com base em ter sido apontado injustamente.

Mas na Sexta-feira, um tribunal prendeu três soldados e um oficial de topo dos serviços de informações em conexão com dois incidentes de violência mortal no ano passado.

A audição à porta fechada no Tribunal do Distrito de Dili envolveu 12 pessoas - 11 soldados das F-FDTL (Forças de Defesa de Timor-Leste), seis das quais tinham sido recomendado que fossem processadas pela Comissão de Inquérito da ONU sobre a desordem sangrenta, e um oficial de topo dos serviços de informações da polícia nacional.

Mais de 100 soldados Timorenses, alguns armados, mantiveram-se no exterior do tribunal numa mostra de força de apoio aos seus colegas. Testemunhas dizem que tropas Australianas, nominalmente responsáveis pela segurança de membros das forças de defesa etnicamente divididas, não intervieram.

Fontes diplomáticas ocidentais em Dili dizem que a acção no tribunal podia ser um prelúdio à prisão de Reinado.

Os processos chegam quando o chefe da polícia de Timor-Leste Paulo Martins, citado na comissão da ONU por "falhanços operacionais ", e os seus dois adjuntos resignaram sem (terem apresentado) razão.

A comissão recomendou ainda que fosse tomada acção criminal contra Reinado, afirmando: "A evidência estabelece que o Major Reinado e os seus homens que incluem o seu grupo são razoavelmente suspeitos de terem cometido crimes contra a vida e contra pessoas durante o confronto armado em Fatu Ahi."

Os processos de Sexta-feira estavam conectados com o massacre de 25 de Maio de oito oficiais da polícia de Timor-Leste, baleados a sangue frio por atacantes das forças armadas enquanto estavam a ser escoltados pela ONU do seu quartel.

Foi o pior incidente de derramamento de sangue durante semanas de distúrbios que levou o país à beira da guerra civil e deixou subúrbios inteiros em ruínas.

Sabe-se que um dos soldados, Mau Kana, um antigo guarda-costas do chefe das forças de defesa Brigadeiro Taur Matan Ruak, foi mantido na prisão pelo seu papel noutro incidente em 28 de Maio envolvendo a morte de civis.

A presença de um grande número de soldados Timorenses no exterior do tribunal levanta preocupações sobre as regras de direcção do julgamento e a capacidade da ONU para fiscalizar uma investigação imparcial.

"Se isto não é pressão política ou intimidação, não sei o que é," disse um analista legal de topo ocidental.

Pelo menos foram mortas 37 pessoas e muitas feridas quando a violência irrompeu em Dili no ano passado, desencadeada por rivalidades étnicas que ferviam nas forças de defesa.

A violência levou ao colapso do governo de Alkatiri, e uma força liderada pelos Australianos foi destacada para restaurar a lei e a ordem.

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Dos leitores

Margarida deixou um novo comentário sobre a sua postagem "TIMOR-LESTE, AS CRISES E OS PROTAGONISTAS (I)":

Bastam estas duas afirmações de Barbedo de Magalhães:

1- “teve como consequência imediata a desistência da candidatura alternativa de José Luís Guterres”

2- ”Aliás, o normal em qualquer democracia, é que as eleições dentro dos partidos, tal como as eleições para os parlamentos, sejam sempre feitas por voto secreto (…)”

para não dar grande credibilidade a este texto. Porque nunca houve uma candidatura alternativa de José Luís Guterres mas tão somente o ANÚNCIO dessa candidatura e durante quase trinta anos a lei portuguesa dos partidos políticos, nesse aspecto EXACTAMENTE igual à lei timorense não obrigava que as eleições, dentro dos partidos fossem feitas por voto secreto mas conforme a assembleia congressual o decidisse. E com certeza que Barbedo de Magalhães não está a insinuar que o Portugal dos primeiros trinta anos pós-25 de Abril não era uma democracia.

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Notícias - traduzidas pela Margarida

Asean rejeita pedido de GMA para reformas em Myanmar
Manila Standard Today
Por Joyce Pangco Pañares

Segunda-feira, Jan. 15, 2007

CEBU—A Associação das Nações do Sudeste Asiático apareceu dividida uma vez mais sobre a governação dos militares em Myanmar, mas a hospedeira da Cimeira, Presidente Gloria Macapagal Arroyo insistiu que a organização podia perder credibilidade se falhasse na acção sobre a violação dos direitos humanos nesse país.

“Concordámos na necessidade de preservar a credibilidade da Asean como organização regional efectiva ao demonstrar uma capacidade para gerir questões importantes no seio da região. A este respeito, apelámos à libertação dos que estão sob detenção [em Myanmar] e pelo diálogo efectivo com todas as partes envolvidas,” disse a Srª Arroyo.

Mas o apelo da Presidente Arroyo para uma declaração com palavras fortes para a adopção por Burma de um plano patrocinada pela Asean para a democracia e a libertação da líder da oposição e vencedora do Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi não se concretizou.

De acordo com uma fonte do Departamento dos Negócios Estrangeiros, os líderes presentes na 12ª Cimeira da Asean exprimiram aqui opiniões diferentes sobre a questão da continuação dos militares na governação em Myanmar.

“Não podiam de facto chegar a um consenso, assim as palavras da declaração da presidente tiveram que ser cuidadosamente escolhidas para reflectir o sentimento comum de haver uma necessidade de libertar os que estão detidos. Mas quanto ao que fazer em relação a isso, não houve nenhum consenso,” disse a fonte.

A Srª Arroyo usou somente o termo “encorajar”para espicaçar o responsável da junta de Myanmar, Gen. Soe Win, a “fazer mais progresso em direcção à reconciliação nacional.”

Dias antes da Cimeira, os USA tinham sofrido um veto duplo tanto da China como da Rússia depois de ter tentado a aprovação duma resolução da ONU criticando Myanmar perante o Conselho de Segurança da ONU.

China, um membro permanente do conselho, disse que os USA tinham ultrapassado os seus poderes ao tentar resolver os problemas dos direitos humanos de Burma perante o conselho.

“A situação em Myanmar não constitui uma ameaça à paz e segurança regional e internacional. Se o Conselho de Segurança aprovasse uma resolução sobre a questão Myanmar, isso excederia os poderes do conselho conforme estão delineados na Carta das Nações Unidas,” disse o porta-voz do Ministério dos Estrangeiros Chinês Liu Jianchao.

O Primeiro-Ministro da Malásia Abdullah Badawi repetiu a opinião da China numa entrevista separada aqui no Centro Internacional de Convenções de Cebu.

“Myanmar não é uma questão de segurança na região mas tivemos muitas discussões sobre Myanmar,” disse Abdullah. Recusou esclarecer sobre as trocas de opiniões dos 10 chefes de governo quem (é) discutiu a questão dos direitos humanos em Myanmar.

Mas o Presidente da Indonésia Susilo Bambang Yudhoyono, aparentemente embaraçado por o assunto quase ter ido à ONU, disse ao seu parceiro de Myanmar que a junta militar deve fazer a sua parte para restaurar a democracia em vez de se esconder por detrás da política de não-intervenção da Asean.

“Como é que os vamos ajudar se não fizerem progressos?” disse Yudhoyono.

O Primeiro-Ministro José Ramos Horta de Timor-Leste, o país que mais recentemente assinou o Tratado de Amizade da Asean, insistiu que Suu Kyi deve ser libertada imediatamente depois de passar mais de 15 anos em detenção.

“É uma questão de humanidade e de justiça. Aung San Suu Kyi não cometeu qualquer crime contra o seu país ou contra o seu povo. Pelo contrário. Por isso, é bastante injusto e não é inteligente que ela se mantenha na prisão,” disse Horta numa entrevista na televisão.

Washington já impôs restrições ao investimento e comércio com Myanmar, onde a junta no poder é acusada de violações massivas dos direitos humanos, supressão da dissidência política e recusa de implementar reformas democráticas.

O plano que está a ser empurrado pelos líderes da Asean inclui a libertação de Suu Kyi e a realização imediata de eleições onde o seu partido, a Liga Nacional para a Democracia seja autorizado a participar.

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Amnistia sobre Timor-Leste
The Age

Lindsay Murdoch, Jakarta
Janeiro 15, 2007

Uma comissão conjunta Indonésia e Timorense recomendará a amnistia para pessoas responsáveis por atrocidades em Timor-Leste em 1999 se admitirem o seu envolvimento e pedirem desculpa às suas vítimas.

A Comissão da Verdade e da Amizade planeia convidar 70 pessoas, incluindo oficiais militares de topo Indonésios dos dois países, para dizerem o que sabem das atrocidades em audições na Indonésia e Timor-Leste durante os próximos seis meses.

As pessoas que recusarem ou que a comissão considere que não contaram a verdade não serão consideradas entre as que a comissão recomendará para amnistia aos governos de Timor-Leste e Indonésia, disseram membros da comissão.

Mais de 1200 pessoas foram mortas, a maioria das infra-estruturas de Timor-Leste foram destruídas e mais de 250,000 pessoas foram forçadas a refugiarem-se em campos no Oeste de Timor Indonésio depois dos Timorenses terem votado pela independência numa votação supervisionada pela ONU em Agosto de 1999.

A ONU culpou milícias dirigidas pelas forças armadas da Indonésia pelas atrocidades que incluíram violações, torturas e execuções em massa.

O comandante da milícia Eurico Guterres é a única pessoa que cumpre tempo de prisão na Indonésia por envolvimento na violência, apesar dos apelos do antigo secretário-geral da ONU Kofi Annan e de grupos de direitos humanos para que os perpetradores sejam levados à justiça.

Achmad Ali, um membro Indonésio da comissão, disse que para receber uma recomendação de amnistia uma pessoa deve dar a sua total cooperação à comissão, expressar arrependimento e pedir perdão pelas suas acções. "Por exemplo, é impossível recomendarmos amnistia a quem se recusar a via (a uma audição)," disse.

O Professor Ali disse que era importante convidar pessoas a testemunhar tanto da Indonésia como de Timor-Leste para "evitar a impressão que a comissão persegue meramente a Indonésia em vez de procurar a verdade ".

Entre os convidados estarão o antigo Presidente Indonésio B. J. Habibie e o Presidente de Timor-Leste Xanana Gusmão.

O antigo comandante militar da Indonésia Wiranto, que, este mês, formou um partido político em Jacarta, indicou que testemunhará perante a comissão, que foi montada em 2005 e que seguiu o figurino da Comissão da Verdade e Reconciliação da África do Sul no pós-apartheid.

O Professor Ali disse que a comissão Indonésia-Timor-Leste não tinha poderes judiciais e que só podia fazer recomendações aos governos em Dili e Jacarta.

"Não temos condições para garantir que as amnistias sejam aceites pelos chefes de governo," disse.

Mas Benjamin Mangkoedilaga, o co-presidente Indonésio da comissão, disse que as amnistias são parte reconhecida do sistema legal da Indonésia. "A coisa importante é dar confiança aos convidados de que os nossos convites não conduzirão a nenhum julgamento ou à montagem de nenhum tribunal," disse o Sr Mangkoedilaga.

O co-presidente e membro de Timor-Leste Dionisio Soares disse que o objectivo da comissão era "obter todos os factos de gente que sabe o que aconteceu ".

Disse que no caso da África do Sul as amnistias foram aceites pela comunidade mundial porque a sua Comissão de Verdade e Reconciliação foi considerada credível.

Vários dos representantes de Timor-Leste na Comissão Indonésia-Timor-Leste pertencem também à Comissão de Timor-Leste da Verdade e Reconciliação. Esta recomendou num relatório o ano passado que o Conselho de Segurança da ONU organize um tribunal para julgar os responáveis das atrocidades "caso se avalie que falharam outras medidas para dar uma medida de justiça suficiente e a Indonésia persista na obstrução à justiça ".

A comissão de Timor-Leste foi organizada pela ONU em 2001.

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Exercício de encobrimento da AFP
The Australian

Uma acusação de assalto sexual deixou dois Polícias Federais Australianos na defensiva sobre como gerir tais casos, escreve Ean Higgins '

Janeiro 15, 2007

Em Timor-Leste em 2002, a jornalista Lynne Minion fez o primeiro do que ela encara dos três erros ao confiar na Polícia Federal Australiana. Minion, a ensinar jornalistas locais como parte de um projecto da ONU, refugiou-se no complexo da AFP em Dili de violência contra mulheres estrangeiras.

Minion, uma veterana que trabalhou para a ABC, SBS e a rede Nine, não gostou da cena. "O que vi durante o tempo de acesso muito próximo ao contingente da AFP de serviço lá espantou-me," diz Minion. "Bebem em excesso, guiam embriagados, brigam, deixam as suas armas à toa nos clubes de karaoke de Dili, e comportam-se como um bando de doidos."

Mesmo assim, era mais seguro dentro do que no exterior do complexo, ou assim pensava ela. "A impunidade com que se comportavam, contudo, foi elevada a um nível perverso quando (um oficial de topo) desenvolveu interesse por mim e uma noite, com um copos a mais, me chamou ao seu quarto, fechou-me lá dentro e tentou violar-me, horas a fio," alega Minion. "Este evento continua a perseguir-me. Foi devastador. Devastadoras também, têm sido as minhas tentativas para ter justiça."

Cinco anos depois o caso não está ainda totalmente resolvido, na opinião de Minion e do gabinete do Provedor (Ombudsman) da commonwealth, e mesmo do Comissário da AFP Mick Keelty,. Durante esse tempo a AFP e o Provedor (Ombudsman) lançaram entre eles três investigações às alegações de Minion.

De acordo com a última investigação especial do Provedor (Ombudsman), ele devia ter em seu poder a evidência que a AFP usou para derrubar as suas alegações originais de tentativa de violação. O relatório do Provedor (Ombudsman) diz que se é concebível que tenha sido dado a oportunidade a Minion para responder à evidência, a AFP podia rever o caso e chegar possivelmente a uma conclusão diferente. Do ponto de vista da AFP, esta protegeu a força de alegações que mostraram ter sido erradas.

O caso levanta questões mais alargadas de como a AFP lida com queixas contra os seus próprios (membros). Desde que ocupa o posto, Keelty tem recusado usar o tribunal adequado para lidar com casos como este, o Tribunal Disciplinar da AFP. Os seus críticos dos meios jurídicos e o sindicato dos oficiais da AFP afirmam que ele tem, em vez disso, escolhido lidar com a roupa suja da AFP através de investigações internas nas quais agentes da AFP investigam os seus colegas e fabricam relatórios confidenciais.

O tribunal é um tribunal público onde as audições são abertas e podem ser relatadas pelos media. O advogado Jason Parkinson, um antigo detective da polícia que representa, entre outros clientes, oficiais da AFP, diz ao The Australian que Keelty e os seus ajudantes de topo preferem despedir, despromover ou marginalizar oficiais por detrás de portas fechadas.

"Em vez de dar a alguém um julgamento justo, limitam-se a lidar com isso de modo empresarial," diz Parkinson. Diz que a recusa da AFP para ir a tribunal forçou-o a organizar acções civis caras nos Tribunais Federais. Num caso em 2001, onde Keelty respondia, Parkinson ganhou uma decisão da AFP para chamar um oficial, Christopher Eaton, de um documento para a Interpol em France.

A AFP alegou que Eaton, um oficial altamente experiente e condecorado, tinha feito uso impróprio dos sistema interno de email. Parkinson disse que isso era um caso onde "alguns polícias danados concluem que és culpado ".

Numa decisão contra a AFP, o juíz James Allsop concluiu que a AFP tinha negado a Eaton procedimento justo e justiça natural. Não tendo ouvido um caso desde 1999, o Tribunal Disciplinar da AFP está a ser desvalorizado em relação a um novo órgão, a Comissão para a Integridade da Aplicação da Lei. Mas até que ponto Keelty está preparado para usar isso não se sabe. A opinião da AFP é que esta destina-se a lidar com a corrupção, não com outras queixas.

O caso Minion envolve as mesmas questões levantadas no caso Eaton, mas numa perspectiva ao contrário. Um juiz concluiu que a AFP tinha negado a Eaton a justiça natural ao concluir que ele era culpado. Minion diz que lhe foi negada a justiça natural porque a AFP descartou as suas alegações contra um oficial sem lhe dar a oportunidade de responder à evidência.

Perguntado porque é que a AFP não leva os casos a tribunal, a porta-voz da AFP Jane O'Brien diz que uma revisão ordenada pela AFP e conduzida pelo antigo juiz Bill Fisher em 2003 concluiu que o tribunal não estava a ser usado e recomendou alternativas. Disse que se a investigação interna tivesse encontrado um caso possível de resposta ao caso Minion, o teria enviado para um tribunal criminal.

A investigação interna da AFP e a revisão inicial do Provedor (Ombudsman), concluíram que queixa de Minion de tentativa de violação não tinha fundamento. Mas a segunda investigação especial do Provedor (Ombudsman) – que estudou não a tentativa de violação original mas o modo como a AFP a investigou – concluiu que pode ter havido insuficiências de procedimentos da parte da AFP. Ao mesmo tempo que concluiu que os oficiais que investigaram não actuaram inadequada ou não profissionalmente, o relatório recomendou à AFP para introduzir mudanças sistémicas.

Minion regressou ao Provedor (Ombudsman) requerendo a segunda investigação ao processo depois do que reclamou ter sido uma investigação humilhante e parcial da AFP.

"Os investigadores da AFP mostraram eles próprios não serem capazes ou não quererem descobrir a verdade no seio desta investigação," diz Minion. "Ainda mais alarmante é que os investigadores da AFP não conseguir descobrir um crime que ocorreu no interior de um complexo da polícia Australiana. Este tem sido um processo longo, estressante mas estou determinada a continuar a lutar por um resultado justo."

Minion diz que assume que se tivesse contado aos oficiais da AFP no complexo da alegada tentativa de violação, que eles teriam agido. Este foi o seu segundo erro. "Imediatamente depois do que ocorreu, transmiti em cadeia os detalhes daquela noite horrível a oficiais da AFP em serviço em Timor que, apesar das suas obrigações legislativas, não relataram a questão à sua unidade interna de investigações. No total, contei a seis oficiais da polícia e não se seguiu nenhuma investigação."

Foi dois anos mais tarde, depois de Minion ter publicado as memórias do tempo passado em Timor-Leste, “Hello Missus: A Girl's Own Guide to Foreign Affairs”, que a AFP lançou uma investigação. Minion e o livro tiveram uma considerável cobertura pelos media, particularmente no contexto das suas queixas do comportamento grosseiro e da alegada tentativa de violação. Foi quando, acredita Minion, que fez o terceiro erro: concordar em cooperar com a investigação interna da AFP. "O estilo de investigação da AFP tem sido tentar que tudo desapareça. Tentaram desacreditar-me, intimidar-me, mesmo intimidar a minha mãe," diz.

"Apanharam os meus registos telefónicos – e também os da minha mãe - e, bizarramente, recusaram-me o acesso a eles. Continuamente pedem que aponte datas e horas, o que foi difícil, dado o tempo que passou desde essa noite."

A investigação interna da AFP concluiu que as queixas de Minion não têm fundamento, que são largamente baseadas em registos telefónicos. A AFP concluiu que durante as horas que Minion afirma o oficial de topo tentou violá-la, que ela estava a fazer chamadas pelo telemóvel.

Minion disse que queria rever os registos telefónicos para poder ver se, devido aos fusos horários e tirando dados de um dia ou dois, havia uma explicação. Mas a AFP não lhos deu.

Dos seis oficiais a quem Minion diz que passou em cadeia as alegações da tentativa de violação na altura, somente um confirmou a história. Como resultado da investigação da AFP, foi o único oficial a ser disciplinado: por não ter seguido os procedimentos adequados para relatar.

O Provedor (Ombudsman) encarregou um investigador independente para fazer o seu segundo inquérito, escolhendo Chris Hunt, um antigo responsável do Departamento de Justiça do ACT. A investigação de Hunt descartou as alegações mais sérias levantadas por Minion, de que os investigadores da AFP, liderados pelo agente federal Allison Barrett, foram parciais contra ela, que a intimidaram e à sua mãe, e que agentes da AFP se tinham engajado num encobrimento.

Notou que Minion fora questionada durante muito tempo – cerca de cinco horas – e que isto é mais tempo do que os polícias têm autorização para interrogar pessoas detidas. Foi ainda duas vezes superior ao tempo do interrogatório do oficial superior. Contudo, não encontrou qualquer evidência que Minion foi obrigada contra a sua vontade a completar o seu interrogatório ou que os oficiais que a entrevistaram se comportaram de modo inadequado.

Mas Hunt conclui que os investigadores da AFP podiam ter feito mais para preparar Minion para a entrevista e para a encorajar a ter com ela uma pessoa de apoio, e que podiam confortá-la mais quando ficou perturbada ao relatar a alegada tentativa de violação. Havia "provavelmente um pouco mais que podia e devia ter sido feito ", tal como dizer, "Se acha que isto está a ser doloroso, diga-nos", concluiu Hunt. Apesar de âs vezes estar perturbada, disse Hunt, Minion "deu respostas coerentes, úteis e detalhadas ".

Mais importante, Hunt apoiou a queixa de Minion de que não lhe foi dada a oportunidade de rebater a peça de evidência mais importante usada contra ela: os registos do telefone.

"Está claro que as várias inconsistências percebidas entre o relato dos eventos da Srª Minion e a evidência dos CCR (registo de chamadas telefónicas) foram cruciais nas conclusões a que (Barrett) chegou que as alegações de ataque sexual não tinham 'verificação' e 'fundamento,’ diz Hunt no seu relatório.

"Em nenhuma altura foi testada toda a gama de inconsistências percebidas ... com a Srª Minion. Parece-me que seria útil se alguém ...trabalhasse os detalhes das questões das chamadas telefónicas com a Srª Minion."

Hunt diz que pode acontecer que "mesmo se explicado, continue a não haver base para começar procedimentos. Mas isso podia acontecer mais em termos de 'incapaz de verificar' em vez de 'sem verificação'."

O Provedor (Ombudsman) sugere que este princípio do queixoso ser autorizado a responder a evidência adversa seja aplicada a todas as investigações internas da AFP onde for praticável.

Barrett, o co-interrogador dele, o oficial de topo contra quem Minion fez alegações, e o oficial que foi disciplinado por não ter relatado as queixas de Minion, todos declinaram comentar para The Australian.

O porta-voz Federal da Oposição Joe Ludwig diz que a nova comissão é o lugar óbvio para lidar com o caso Minion. Ludwig afirma que o caso demonstra falta de transparência. "O parlamento mexeu-se para montar uma Comissão de Integridade e de Aplicação da Lei com poderes extensos para investigar exactamente este tipo de queixas, e os Trabalhistas apoiam este processo," diz Ludwig.

Apesar das observações de Hunt e do apelo de Ludwig, a AFP não parece estar inclinada a reabrir o caso. O'Brien diz que não há "nada como resultado da última revisão do Procurador (Ombudsman) que justifique mais inquéritos ou acção ".

A seguir ao relatório de Hunt, o Gabinete do Provedor (Ombudsman) sugeriu que a AFP discuta os registos telefónicos com Minion. Uma outra porta-voz da AFP, Rebecca Goddard, diz: "A AFP não tem objecções de responder a um pedido dos documentos, mas precisaremos de fazer investigações para assegurar que não há nenhum impedimento legal."

Goddard não avançou quando é que isto pode acontecer. Disse que a AFP não responderá a mais perguntas do The Australian sobre o caso Minion.

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ESPAÇO PARA MELHORIAS

Extractos de transcrições do interrogatório de Lynne Minion pelo oficial chefe da investigação, agente federal Allison Barrett, e um oficial masculino.

Numa troca (de palavras), o oficial masculino repete sempre a mesma pergunta:

Oficial masculino: "Deu-lhe alguma vez alguma, foi alguma vez violento consigo ou deu-lhe algum sinal de que se podia tornar violento? Além de, obviamente, o incidente no quarto, mas estou a falar de violência no sentifo físico?"

Minion diz que o oficial de topo podia ser instável e tinha problemas com o álcool.

Oficial masculino: "Mas reagiu ele violentamente ou, sabe o que eu quero dizer, reagiu ele alguma vez com violência consigo, contra si ou ...?"

Minion repete a resposta.

Oficial masculino: "Mas em alguma outra...?"

Minion repete a resposta.

Oficial masculino: "Mas foi ele, foi ele foi ele alguma vez violento consigo?"

Minion: "Bem, mantendo-me em baixo e tentar pôr as mãos no meu..."

Oficial masculino: "Bem, esqueça isso. Mas houve alguma sugestão durante o tempo, antes, depois, durante...?"

Noutra troca (de palavras), Barrett pergunta repetidamente que palavras foram ditas alegadamente pelo oficial de topo durante a alegada tentativa de violação que pudessem ter sido interpretadas como benignas.

Barrett: "Diz agora que ele usa as palavras, 'Não podes sair.'De que modo é que ele as disse?"

Minion: "Para mim havia ameaça."

Barrett: "Quero dizer, para compreender a onde quero chegar, pode-se dizer a alguém, 'Repare, não pode sair,' ou dizer, 'Não podes sair'."

Minion: "Penso que foi o último."

Barrett: "Quero dizer, como é que se sentiu?"

Minion: "Senti-me muito intimidada e assustada. Senti fortemente que foi o últimor, que foi, 'Não podes sair'."

Barrett: "Então não foi um pedido?"

Minion: "Não, não foi um pedido ou uma pergunta ou uma sugestão. Não, foi uma ordem."

Minion discute a sua alegação que os oficiais no complexo da AFP em Dili não relataram o que diz terem sido sinais claros de comportamento obsessivo ou impróprio da parte do oficial superior.

Oficial masculino: "No fim de contas, acredita que eles eram leitores de mentes?"

http://www.theaustralian.news.com.au/story/0,20867,21058468-28737,00.html
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Arrest closer for E Timor rebel

The Australian
Mark Dodd
January 16, 2007

THE arrest of East Timor army rebel Major Alfredo Reinado has moved a step closer with the jailing of four members of the country's security forces involved in last year's political violence.
Major Reinado faces murder charges linked to a May 23 gun battle on Dili's outskirts in which two people were killed.


He has been on the run since August 30 after leading a mass breakout from Becora prison, an escape he justified on the grounds that he was being unfairly singled out.

But on Friday, a court jailed three soldiers and a senior police intelligence officer in connection with two incidents of deadly violence last year.

The closed hearing in Dili District Court involved 12 people - 11 F-FDTL (East Timor defence force) soldiers, six of whom had been recommended for prosecution by a UN Commission of Inquiry into the bloody mayhem, and a senior national police intelligence officer.

More than 100 East Timorese soldiers, some armed, stood outside the court in a show of force to support their colleagues. Witnesses said Australian peacekeepers, nominally responsible for security involving members of the ethnically divided defence force, did not intervene.

Western diplomatic sources in Dili said the court action could be a prelude to Reinado's arrest.

The proceedings came as East Timor police chief Paulo Martins, cited by the UN commission for "operational failings", and his two deputies resigned without reason.

The commission also recommended that criminal action be taken against Reinado, claiming: "Evidence establishes that Major Reinado and his men who comprised his group are reasonably suspected of having committed crimes against life and person during the armed confrontation in Fatu Ahi."

Friday's proceedings were in connection with the May 25 massacre of eight unarmed East Timor police officers, gunned down in cold blood by army assailants while under UN escort from their barracks.

It was the worst single incident of bloodshed during weeks of mayhem that brought the country to the brink of civil war and left entire suburbs in ruins.

It is understood one of the soldiers, Mau Kana, a former bodyguard to defence chief Brigadier Taur Matan Ruak, was remanded for his role in a separate incident on May 28 involving the killing of civilians.

The presence of a large number of East Timorese soldiers outside the court raises concerns about due process and the UN's ability to oversee an impartial investigation.

"If that is not political pressure or intimidation, I do not know what is," a senior Western legal analyst said.

At least 37 people were killed and scores injured when violence erupted in Dili last year, triggered by simmering ethnic rivalry in the defence force.

The violence led to the collapse of the Alkatiri government, and an Australian-led peacekeeping force was deployed to restore law and order.

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Violência em Díli causa primeiro morto desde início do ano

Díli, 15 Jan (Lusa) - A polícia das Nações Unidas em Timor-Leste anunciou hoje que está a investigar a morte de um jovem timorense cujo corpo foi encontrado domingo numa estrada do bairro de Comoro, zona ocidental da capital.

O jovem, cuja identidade não foi revelada, morreu durante confrontos entre grupos de artes-marciais rivais e é a primeira vítima de violência em Díli desde o início do ano.

Na sequência de um alerta, a polícia recolheu o corpo no local conhecido por Banana Road, em Comoro, de onde foi transportado ao hospital para ser autopsiado, segundo a comissária da UNPOL Mónica Rodrigues.

Comoro é uma das áreas de confrontos de rua mais frequentes na capital timorense.

A violência entre grupos rivais, que desde Maio marca o quotidiano da capital, tem diminuído nas últimas semanas.

A polícia, no entanto, registou diferentes incidentes em Díli no último fim-de-semana.

Sábado à tarde, cerca de trezentas pessoas envolveram-se em confrontos no bairro de Ailok Laran, no limite sul da capital, obrigando à intervenção da polícia.

O incidente aconteceu na sequência de uma cerimónia de reconciliação entre duas comunidades.
"Começou bem, acabou mal", resumiu a comissária Mónica Rodrigues em declarações à Lusa.

A UNPOL efectuou uma detenção por comportamento violento e posse de arma ofensiva.

Um funcionário estrangeiro de uma organização não-governamental foi atacado em Bidau Santana, tendo recebido tratamento no Hospital Nacional de Díli.

Por último, um veículo policial foi atingido por pedras na madrugada de domingo, junto à embaixada da Austrália.

Fora da capital, onde a situação de segurança se tem mantido estável, a UNPOL anunciou domingo a detenção do quinto suspeito no caso de três mulheres da mesma família mortas no início de Janeiro em Maubara, Liquiçá, 40 quilómetros a oeste de Díli.

O crime está a ser pesquisado por uma equipa de investigação criminal da ONU, não havendo ainda informações disponíveis sobre o móbil do crime.

As autoridades policiais timorenses locais disseram que as três mulheres da mesma família, de 70, 50 e 25 anos, foram mortas e queimadas por populares que as acusaram de ser bruxas.

Uma crise político-militar eclodiu em Timor-Leste em Abril de 2006, provocando a desintegração da Polícia Nacional e divisões no seio das forças armada s.

A intervenção de efectivos militares e policiais enviados pela Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal, a pedido das autoridades timorenses, repôs progressivamente a ordem pública.
A partir de Agosto, com a aprovação da resolução 1704, pelo Conselho de Segurança da ONU, iniciou-se o desdobramento de um contingente policial da ONU.

Dos 1.608 efectivos previstos, já se encontram cerca de 1.250 em Timor-Leste, enquanto os efectivos militares da Austrália e Nova Zelândia, que se mantêm em território timorense ao abrigo de acordos bilaterais, totalizam cerca de 9 00.

Timor-Leste prevê realizar este ano eleições presidenciais e legislativas, não tendo ainda sido anunciada as datas dos dois escrutínios.
PRM-Lusa/Fim

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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