terça-feira, fevereiro 20, 2007

Notícias - traduzidas pela Margarida

UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA – Terça-feira, 20 Fevereiro 2007
Relatos dos Media Nacionais

Monteiro: Governo debate o caso de Alfredo
O Procurador-Geral, Monteiro disse que o governo planeia avançar com o caso de Alfredo debatendo-o esta semana no Palácio Presidencial. O processo de audição será decidido na próxima Quinta-feira. Monteiro disse que será uma reunião do governo de alto nível que tentará arranjar uma solução para o caso.
Recusa comentar sobre qualquer interferência do governo. (STL)

Bispo Basilio: Não podemos negar a violência em Dili
O bispo da Diocese de Baucau Diocese, Basilio do Nascimento disse que os problemas no país estão principalmente centrados em Dili e não nos distritos sublinhando que a segurança deve ter uma contribuição de toda a gente. Noutro artigo no Diario Nacional, foi relatado que o bispo disse aos media a seguir a uma reunião com o Presidente Gusmão que será difícil resolver a crise em Dili e, por isso, sugeriu que todos os responsáveis pelo país ofereçam a melhor opção para ultrapassar o problema. (STL, DN)

Embaixador desiludido com a falta de participação
O Embaixador da Malásia em Timor-Leste, Mohd Azlan Razali sublinhou a desilusão com a falta de participantes na connferência sobre o Acesso de Timor-Leste às Séries de Diálogos da Asean, anotando que mais Timorenses deviam participar em eventos tão importantes. O Embaixador Razali disse que, com base na informação que recebeu do governo de Timor-Leste, membros do Parlamento Nacional, sociedade civil, ONG’s e outras entidades relacionadas com as áreas económicas estavam todas a participar mas na realidade estiveram presentes não muitos representantes das instituições mencionadas. (DN)

Parlamente pede a ministro para resignar depois da fuga
Membros da Comissão A do Parlamento Nacional querem que o Ministro da Justiça resigne depois da fuga de seis presos da Prisão de Becora no Sábado. Alexandre Corte-Real disse que o ministro deve ser responsabilizado visto que é a segunda vez que presos fogem dessa prisão, anotando que a fuga dos presos pode ver uma ameaça para a comunidade. Corte-Real disse que quando Alfredo e outros fugiram da prisão de Becora o Ministro da Justiça culpou as forças internacionais que prestavam a segurança mas que o ministro deve perguntar-se a si próprio o que é que correu mal. O deputado António Ximenes (PDC) argumenta que os presos estão a fugir porque completaram o seu período de detenção temporária e os seus casos já deviam ter sido levados a tribunal e que o Ministro devia resignar com base na falta de capacidade para gerir o seu ministério, tal como devia o Presidente do Tribunal de Recurso, Cláudio Ximenes por causa dos casos pendentes dos presos no tribunal. Culpa ainda o Ministro do Interior pelas fracas medidas de segurança no interior das prisões. Entretanto, o Ministro anunciou o estabelecimento de uma comissão de investigação para analisar a fuga. (STL)

A PNTL ainda inexperiente para conduzir sozinha operações
O Ministro do Interior, Alcino Barris disse que a PNTL não tem ainda experiência para conduzir sozinha operações e por isso continua a trabalhar com a UNPOL. Disse que é preciso tempo para todos os oficiais da PNTL serem reactivados e as estruturas estabelecidas e a PNTL assumir responsabilidades e a UNPOL ter o papel de conselheira. Barris sublinhou que a PNTL não pode ainda conduzir operações devido às condições de equipamento mas, entretanto, alguns dos oficiais da PNTL estão envolvidos em vários departamentos como no do tráfego ou investigação criminal e em breve também irão para áreas vitais como tribunais, estações eléctricas, portos, etc. (DN)

15 partidos políticos concorrem às eleições
Um total de 15 partidos políticos já se registaram no Ministério da Justiça e foram aprovadas pelo Tribunal de Recurso, disse o Ministro da Justiça Domingos Sarmento aos media na Segunda-feira. De acordo com o Ministro, todos os partidos vão concorrer às eleições legislativas de 2007. (STL)

Ramos-Horta: Carência de arroz não é falha do governo
O Primeiro-Ministro Ramos-Horta disse que o problema da carência de arroz no país não é uma falha do governo mas um problema regional. Para ultrapassar o problema, Ramos-Horta disse que o governo planeia importar arroz da China.
Entretanto, o antigo comandante da Falintil da Região IV, Ernesto Fernandes Dudu disse que o governo está a distribuir arroz somente aos membros da Fretilin, ao grupo de artes marciais PSHT e ao Korka. (TP, STL)

Membros de grupo de artes marciais sentenciados
Na Segunda-feira, o tribunal sentenciou 17 membros do grupo de artes marciais PSHT a 10 meses de prisão por terem atacado a esquadra de polícia em Bidau, Akadirihun em Dezembro.

RTTL Títulos das Notícias
Segunda-feira 19-02-2007

Tilman lança campanha pública
O candidato presidencial, Manuel Tilman lançou publicamente a sua campanha no Sábado. Por causa da chuva não participou muita gente no evento.

Danificada propriedade de milho
Os campos de milho da população na área de Tunubibi, têm sido danificados por gafanhotos e caterpillars. De acordo com a população, estão agora à espera de apoio alimentar do governo.

***

A ONU aumentará a resposta de segurança em Dili
UNMIT - 20.02.07

20 Fevereiro, 2007 Dili – O Representante Especial do Secretério-Geral, Sr Atul Khare disse que a polícia da ONU ao lado da polícia de Timor-Leste reforçará os arranjos de segurança através de Dili em resposta ao crescimento da violência na capital.

Aproximadamente às 3.50 am de hoje, oficiais da UNPol estiveram presentes num incidente de luta e fogo posto em Kampung Alor. Os oficiais da unidade de polícia formada responderem em cinco minutos, contudo uma pessoa tinha sido morta antes de chegarem. A brigada de bombeiros esteve também presente mas apesar dos seus melhores esforços não foram capazes de conter o incêndio e arderam seis casas.

Esta manhã, o SRSG Khare visitou a área juntamente com o Ministro do Interior Alcino Barris e falou com os residentes que permanecem no local. Também expressou as condolências à família da vítima e a sua simpatia aos afectados pela violência desta manhã.

O SRSG Khare disse que estava extremamente perturbado com a continuação da violência relacionada com a rivalidade inter-gang em in Dili. “Estou convencido que o povo de Timor-Leste merece melhor e a ONU conjuntamente com as autoridades policiais nacional e as Forças de Segurança Internacional está a trabalhar para isso.”

A UNPol está também a investigar um incidente pelo qual foram roubados 700 sacos de arroz de um armazém do Programa Mundial de Alimentação em Dili. Quando a UNPol chegou ao local, uma grande multidão atacava o armazém apedrejando os oficiais da UNPol, guardas de segurança e empregados do armazém. O armazém danificado tem estado a ser reparado e o Programa Mundial de Alimentação anunciou que não haverá mais distribuição até ser anunciado devido a razões de segurança.

Mais tarde, hoje, e também em Dili, foram presos dois manifestantes por terem organizado uma manifestação não autorizada em frente ao Palácio do Governo. O protesto, organizado por estudantes universitários da UNPAZ por causa do preço e da distribuição do arroz, não respondia aos requisitos legais garantidos sob a Lei de Liberdade de Reunião e Manifestação. A UNMIT permanece comprometida com a liberdade de reunião e manifestação ao mesmo tempo que assegura o respeito por todas as leis aplicáveis de Timor-Leste.

A UNPol está também em alerta por uma manifestação planeada em Dili amanhã por manifestantes do grupo Movimento por Unidade Nacional e Justiça (MUNJ). Acredita-se que 12 veículos saíram de Same para Aileu às 4.20 desta tarde trazendo aproximadamente 500 pessoas com a intenção de seguir para Dili. A juntar a estas, foi relatado à UNPol que cerca de 50 pessoas estão a juntar-se em Bobonaro com a intenção de virem para Dili para protestar.

NOTA:

Dos 12.500 manifestantes esperados hoje do MUNJ, não chegou nem um...

***

Comissão Indonésia-Timor-Leste ouve queixa de homicídio
Radio Austrália – 20/02/2007, 19:28:07

A Comissão da Indonésia e Timor-Leste da Verdade e Amizade ouviu de uma testemunha que diz que viu um soldado Indonésio a matar o seu irmão durante violência no território, há oito anos.

Geoff Thompson relata de Bali, que Florindo de Jesus Brites permaneceu de pé perante a comissão, despiu a camisa e mostrou as cicatrizes de um ataque à catanada.

Diz que sobreviveu a um ataque na casa de Dili de Manuel Carrascalão, mas não o seu irmão.

Florindo até disse o nome do soldado Indonésio que diz que disparou contra o seu irmão, matando-o.

Depois de ter sido levado para o hospital, Florindo afirmou que tinha de cantar o hino nacional Indonésio antes de lhe darem qualquer comida.

Um comissário Indonésio perguntou porque é que isso era um problema, dado que na altura Timor-Leste era parte da Indonésia.

Outras testemunhas detalharam como foi organizada a violência, por cooperação estreita entre os militares, milícias e agentes dos serviços de informações.
A comissão tem a intenção de reconciliar Timor-Leste e a Indonésia sobre a violência que rodeou o voto de 1999 pela Independência.

***


Comissão Indonésia-Timor-Leste ouve queixa de homicídio
Radio Austrália – 20/02/2007, 19:28:07

A Comissão da Indonésia e Timor-Leste da Verdade e Amizade ouviu de uma testemunha que diz que viu um soldado Indonésio a matar o seu irmão durante violência no território, há oito anos.

Geoff Thompson relata de Bali, que Florindo de Jesus Brites permaneceu de pé perante a comissão, despiu a camisa e mostrou as cicatrizes de um ataque à catanada.

Diz que sobreviveu a um ataque na casa de Dili de Manuel Carrascalão, mas não o seu irmão.

Florindo até disse o nome do soldado Indonésio que diz que disparou contra o seu irmão, matando-o.

Depois de ter sido levado para o hospital, Florindo afirmou que tinha de cantar o hino nacional Indonésio antes de lhe darem qualquer comida.

Um comissário Indonésio perguntou porque é que isso era um problema, dado que na altura Timor-Leste era parte da Indonésia.

Outras testemunhas detalharam como foi organizada a violência, por cooperação estreita entre os militares, milícias e agentes dos serviços de informações.
A comissão tem a intenção de reconciliar Timor-Leste e a Indonésia sobre a violência que rodeou o voto de 1999 pela Independência.

***

Chefe de Timor troca vacas por protecção
AAP - Fevereiro 20, 2007
Por Karen Michelmore em Bali

Um chefe de aldeia Timorense pagou com vacas e dinheiro a um comandante das forças militares Indonésias para o proteger durante a turbulência das tropas de 1999, que mataram vários civis numa chuva de balas.
O chefe da aldeia de Atudara, Manuel Ximenes, disse numa audição hoje que viu as tropas Indonésias a disparar contra vários aldeões perto de um funeral de um líder pró-Indonésio no distrito Timorense de Cailaco em 12 de Abril de 1999.

Foi a primeira testemunha no último dia da audição pública da Comissão Timor-Leste-Indonésia para a Verdade e a Amizade.

A comissão está a investigar a violência antes e depois da votação patrocinada pela ONU para a independência. Planeia realizar cinco audições públicas de Fevereiro a Junho, e ouvir 78 pessoas incluindo o General Indonésio Wiranto, o antigo presidente BJ Habibie, o antigo líder da milícia Eurico Guterres e o Presidente Timorense Xanana Gusmão.

Mais de 1500 pessoas foram mortas quando gangs de milícias ligados às forças militares da Indonésia entraram numa fúria de fogos postos e mortes antes e depois da votação de Agosto.

Um relatório da ONU recentemente descobriu que no incidente de 12 de Abril, tropas Indonésias tinham cercado várias centenas de civis em Cailaco para estarem no funeral do líder, que foi morto por rebeldes pró-independência.

O relatório disse que mataram pelo menos sete pessoas num posto das forças militares, que Ximenes disse estava a cerca de 50 m dos que estavam no funeral.

"Um membro da milícia, tinha uma faca e disse (para um civil) 'és um jovem, és ainda capaz de dar informação aos rebeldes'," disse Ximenes. "Disseram ao jovem para correr cerca de 25 m, depois, todas as suas armas, simplesmente encharcaram-no com balas."

Disse que as tropas Indonésias também abriram fogo contra um outro grupo de três pessoas, e disse na audição que regressou ao local no ano seguinte para juntar e enterrar os seus restos.

"Tudo o que pudemos encontrar dessa gente foi o cabelo, os dentes e o esqueleto e levámo-los," disse. "Levámo-los e enterrámos no local do incidente."

Sacudiu as perguntas sobre se os que foram mortos tinham anteriormente dado assistência à pró-independência FALINTIL, dizendo que as pessoas geralmente "guardam isso para si próprias".

***

Alatas testemunha na audição sobre direitos humanos em Timor
The Jakarta Post – Terça-feira, Fevereiro 20, 2007
Rita A. Widiadana e Abdul Khalik, The Jakarta Post, Sanur

O antigo ministro dos estrangeiros Ali Alatas tornou-se o primeiro antigo governante Indonésio a testemunhar perante a Comissão de Verdade e Amizade (CTF) estabelecida pela Indonésia e Timor-Leste.

A sua presença lançou as audições públicas sobre violações de direitos humanos a seguir ao referendo de 1999 que levou Timor-Leste à independência da Indonésia.

Alatas deu o seu testemunho depois de ter jurado. Cerca de 100 pessoas escutavam atentamente no Hotel Sanur Paradise.

A violência relacionada com o referendo causou pelo menos 1,500 mortes, de acordo com um relatório da ONU. Alatas disse que nem o governo nem a comunidade internacional foi capaz de antecipar tal reacção ao referendo.

"Ocorreu o meu pior receio. Nós (o governo Indonésio) bem como os organismos da ONU nunca pensámos que isso pudesse causar uma tão grande destruição," disse Alatas.

"A situação lá estava realmente fora de controlo e o Gen. Wiranto (então Ministro da Defesa), finalmente concordou em autorizar que tropas estrangeiras entrassem em Timor-Leste para manter a segurança e a ordem depois de ter visitado os locais com representantes da ONU," disse Alatas.

O general retirado está agendado para testemunhar em Abril ou Maio.

A comissão começou a ouvir testemunhos depois de ter inspeccionado documentos, no meio duma controvérsia sobre se o foco deverá ser punir os perpetradores ou na "amizade" e amnistia.
Uma Timorense na audiência, Belinha Alves de 19 anos, disse que depois de ter experimentado a luta sangrenta pela independência, tudo o que queria ver agora era a paz e as boas relações com a antiga (potência) governante.

"Para mim, o que mais interessa é um futuro pacífico. Mas precisamos de conhecer a verdade sobre o nosso passado. Acredito que esta comissão nos dará isso. Aceitaremos o seu relatório e avançaremos para um novo começo com a Indonésia."

"Tenho muitos familiares na Indonésia assim não vejo porque é que não podemos ter boas relações como vizinhos," disse Belinha.

A Comissão, estabelecida em 2005, compreende cinco representantes de cada país. Tem um mandato até Agosto de 2007. Modelada sobre órgãos similares constituídos na África do Sul, Chile e Argentina, não tem poderes para processar violadores de direitos humanos. Contudo, pode fazer recomendações a ambos os governos para conceder amnistia a pessoas que confessaram o envolvimento e expressaram remorsos, e para compensar vítimas.

O co-presidente da CTF de Timor-Leste, Dionísio Babo Soares, disse que a maioria das vítimas tinha acordado que a reconciliação não deve ser necessariamente alcançada através de julgamentos internacionais mas que esperam que a CTF se torne parte da solução ao revelar a verdade.

"Esta é a solução mais realista considerando as condições de Timor-Leste e as suas relações políticas e económicas com a Indonésia," disse Soares.

Sobreviventes que partilharam os seus testemunhos na Segunda-feira foram Emilio Barreto, que estava no campo da "pró-independência", e Mateus Carvalho, um antigo membro da milícia "pró-integração".
As sessões continuarão na Terça-feira para ouvir o Embaixador da Indonésia em Portugal Francisco Xavier Lopes da Cruz, Eko Budiharjo do Forum Rector, e mais dois sobreviventes.

***

Timor-Leste, Austrália ratificam acordo do petróleo e do gás
AAP – Terça-Feira, 20 Fevereiro de 2007

O parlamento de Timor-Leste ratificou um acordo com a Austrália que modela os depósitos de petróleo e gás do Mar de Timor que valem biliões de dólares.

Uma troca de cartas entre os governos de Timor-Leste e da Austrália é agora necessária antes de os tratados entrarem em efeito, disse uma porta-voz do Primeiro-Ministro José Ramos Horta.

O parlamento de Timor-Leste aprovou na Terça-feira duas resoluções sobre o campo de gás do Greater Sunrise e o acordo da fronteira do fundo do mar relacionado, com a Austrália, com 48 votos a favor e cinco contra. Houve três abstenções, disse a porta-voz.

É estimado que o campo do Greater Sunrise pode ter um potencial de $US10 biliões ($A13 biliões) para o empobrecido Timor-Leste durante 20 anos.

Em Novembro, Ramos Horta disse que uma vez ratificado, o tratado "permitirá o desenvolvimento do Greater Sunrise, cujos recursos garantirão a independência económica e a prosperidade nacional ".

Sob o acordo – assinado há um ano – a Austrália e Timor-Leste dividirão as royalties do campo 50:50, e atrasarão por 50 anos as negociações para uma fronteira marítima permanente.
Antes, o deputado Timorense Leandro disse que havia um forte debate no parlamento sobre o tratado. No princípio deste mês, o governo Australiano mexeu-se para ratificar rapidamente a ratificação, marcando uma análise do tratado no Senado.

O operador do Greater Sunrise, Woodside Petroleum congelou o projecto de $A6.6 biliões no Greater Sunrise em 2004 quando as negociações entre as duas nações se arrastavam.

***

Postura de Howard sobre Timor-Leste rotulada de demasiado excitada

The Sydney Morning Herald – Terça-feira, Fevereiro 20, 2007
Por: Mark Forbes, Correspondente do Herald em Denpasar

A Austrália estava muito interesseira e “demasiado excitada” com Timor-Leste, disse o antigo ministro dos estrangeiros Indonésio, Ali Alatas, num inquérito que visa curar as feridas deixadas pela consequência sangrenta da independência Timorense.

O Sr Alatas disse à Comissão da Verdade e Amizade que não acusava o Primeiro-Ministro, John Howard, pelo sangue derramado que rodeou a votação pela independência de Timor-Leste em 1999. Contudo, disse que uma carta do Sr Howard para o então presidente Indonésio, B.J. Habibie, provocou a mudança da Indonésia em realizar o referendo.

A carta, que sublinhava o apoio da Austrália para um voto pela independência, não era a "pedra de discordância ", disse ontem o Sr Alatas. "Era antes o espírito de demasiado interesse da Austrália em mandar bruscamente tropas e o maior contingente. Às vezes é uma atitude demasiado excitada."

O Sr Alatas, que agora é um conselheiro de política externa do Presidente Indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, foi a primeira testemunha da comissão. Disse que não teve conhecimento da evidência da cumplicidade das forças militares Indonésias no morticínio de Timorenses feitos por milícias locais.

Contudo, mais tarde, testemunhas fizeram relatos gráficos de membros das forças militares que ordenaram o homicídio de civis Timorenses. Cerca de 1400 pessoas foram mortas antes e depois da votação da independência.

A comissão foi estabelecida pelo Dr Yudhoyono e o seu contraparte Timorense, Xanana Gusmão, na esperança que as suas nações possam ultrapassar os eventos sangrentos. Está a ser concedida a amnistia aos perpetradores se testemunharem com verdade.

A comissão foi formada depois de um relatório da ONU ter pedido acusações por crimes de guerra contra líderes das forças armadas e das milícias. Têm sido amplamente criticados os julgamentos na Indonésia, que só condenaram um líder de milícia.

Espera-se que o Sr Gusmão e o Dr Habibie prestem testemunho perante a comissão. Está também a ser amplamente antecipado o testemunho do antigo chefe das forças militares da Indonésia, General Wiranto.

O objectivo da comissão, que compreende cinco membros da Indonésia e cinco membros de Timor-Leste, é promover a reconciliação e recomendar amnistias e compensação.

Não é claro se pode recomendar a prossecução de testemunhas tidas como não tendo falado a verdade.

Emilio Barreto testemunhou como escapou por pouco à morte durante um massacre de mais de 50 civis que procuraram refúgio numa igreja no exterior da cidade de Liquica em Abril de 1999.
O Sr Barreto disse que viu um oficial Indonésio, um membro da sua família, ordenas à milícia local para disparar contra 2000 pessoas que se abrigavam no complexo. "Ele não estava armada, vestia-se à civil," disse o Sr Barreto.

Antes de lhe terem rachado a cabeça com uma catana, o Sr Barreto disse que viu várias pessoas serem esfaqueadas até à morte.

Antes, a polícia tinha controlado as estradas para o complexo para permitir a passagem de membros da milícia pró-Indonésia, disse o Sr Barreto.

A comissão planeia continuar com as audições públicas até Junho.

Um morto em dia de muita tensão e carregada agenda política

Díli, 20 Fev (Lusa) - Um homem morreu hoje em confrontos de rua em Dilí, Timor-Leste, num dia de muita tensão que juntou o anúncio do candidato presidencial da Fretilin, o debate sobre o tratado de partilha de recursos petrolíferos entre Timor e Austrália e a distribuição de arroz.

A morte ocorreu no início do dia em Campo Baru, Comoro, junto ao aeroporto de Díli, a oeste da capital, onde a violência entre grupos rivais estalou cerca das 4 horas da manhã, com um ataque a uma residência.

A partir dessa hora, os confrontos e incidentes sucederam-se em zonas centrais da cidade, em torno de dois armazéns de arroz e em áreas onde a violência é quotidiana, como Bairro Pité, na periferia sul de Díli.

Uma viatura de uma agência humanitária internacional foi atacada num semáforo da Avenida dos Direitos Humanos, junto ao heliporto, a artéria central da cidade. Não muito longe, na mesma artéria, várias viaturas da UNPol foram apedrejadas por grupos de jovens.

Os locais e protagonistas habituais dos combates de rua foram hoje acrescentados pela tensão em torno da distribuição de arroz e pela carregada agenda política.

Uma multidão juntou-se ao princípio da tarde na área do Ministério da Agricultura, tendo o titular da pasta e o vice-primeiro-ministro, Estanislau da Silva, sido retirados, por precaução, do edifício por um oficial da GNR, juntamente com um dos vice-ministros.

Foi com som de sirenes em fundo e sucessivos alertas de segurança das forças de segurança ou de organizações humanitárias - circulando por sms - que a Fretilin anunciou oficialmente o seu candidato às eleições presidenciais, o presidente do Parlamento, Francisco Guterres "Lu'Olo".

Foi também com a cidade em grande tensão que o Parlamento debateu demoradamente a ratificação do principal tratado de partilha dos recursos petrolíferos entre Timor-Leste e a Austrália.

No mesmo complexo do Parlamento, à porta do Gabinete do primeiro-ministro, houve menos tranquilidade. Uma manifestação de jovens universitários levou, ao fim da manhã, José Ramos-Horta a encerrar o Palácio do Governo e a mandar os funcionários para casa.

"Não aceito trabalhar sob pressão de quem quer que seja", explicou o primeiro-ministro horas depois. "Fechei as portas e vou para casa. E vou fazê-lo mais vezes. Se durar um dia é um dia. Se durar uma semana é uma semana", acrescentou.

PRM Lusa/Fim

Manifestação estudantil leva Ramos-Horta a encerrar Palácio Governo

Díli, 20 Fev (Lusa) O Palácio do Governo em Timor-Leste foi encerrado hoje de manhã por ordem do primeiro-ministro, José Ramos-Horta, devido a uma manifestação de estudantes universitários, num dia "em que houve muita gente na rua", segundo a polícia da ONU.

José Ramos-Horta deu ordens de encerramento dos serviços do Governo que funcionam no complexo administrativo principal, no centro de Díli, onde se localiza também a ala do Ministério dos Negócios Estrangeiros e o edifício do Parlamento.

A decisão foi provocada por uma pequena mas ruidosa manifestação do grupo de estudantes Universidade da Paz à porta do gabinete do primeiro-ministro.

"Não quero manifestação nenhuma em frente ao Palácio", explicou José Ramos-Horta horas depois, no Hotel Timor, à margem do seminário sobre a integração de Timor-Leste na ASEAN e depois do anúncio da candidatura presidencial de Francisco Guterres "Lu'Olo" pela Fretilin.

"Não aceito trabalhar sob pressão de quem quer que seja", acrescentou o primeiro-ministro. "Fechei as portas e vou para casa. E vou fazê-lo mais vezes. Se durar um dia é um dia. Se durar uma semana é uma semana".

O chefe de Governo comentou mesmo que, a repetir-se a situação, encerra o Palácio "por 365 dias se for preciso".

Um assessor de José Ramos-Horta adiantou à Lusa que o encerramento do Palácio "é um sinal de que não é possível ter qualquer complacência por qualquer perturbação da ordem pública", em época de eleições presidenciais.

Durante a madrugada, manhã e tarde, vários confrontos e incidentes estalaram em diferentes zonas da capital, havendo a registar um morto, vários feridos e situações de grande tensão junto a dois armazéns de arroz.

Um dos focos de agitação surgiu junto ao Ministério da Agricultura, de onde o ministro Estanislau da Silva (e vice-primeiro-ministro) e o número dois da pasta, Francisco Benevides, foram discretamente retirados por um oficial da GNR.

José Ramos-Horta sublinhou que "a UNPol foi avisada várias vezes" para não permitir manifestações junto à sede do Governo.

O primeiro-ministro, que chamou ao Palácio um dos responsáveis da missão integrada das Nações Unidas, não gostou que "uma manifestação que não estava autorizada" - por não ter respeitado o prazo mínimo de notificação - pudesse reunir-se à porta do seu gabinete.

"Se querem governar o país, eu entrego as chaves", declarou o primeiro-ministro agastado. "Não gostam, eu resigno".

"A última vez que houve uma manifestação à porta do Governo houve violência e houve mortos", recordou José Ramos-Horta numa referência aos acontecimentos de Abril de 2006.

Ao fim da manhã, quando o gabinete do primeiro-ministro foi encerrado, o Parlamento prosseguia o debate sobre a ratificação e aprovação do principal tratado de partilha dos recursos petrolíferos entre Timor-Leste e a Austrália.

PRM Lusa/Fim

The UN will provide an increased security response in Dili

UNMIT - 20.02.07

20th February, 2007 Dili The Special Representative of the Secretary General, Mr Atul Khare said United Nations police along with the police of Timor Leste will enhance security arrangements across Dili in response to growing violence in the capital.

At approximately 3.50am today UNPol officers attended an incident of fighting and arson in Kampung Alor. The officers of the formed police unit responded within five minutes, however one person had been killed prior to their arrival. The fire brigade also attended but despite their best efforts they were not able to contain the blaze and six houses were burnt.

This morning, SRSG Khare visited the area along with the Minister of the Interior Alcino Barris and spoke with the residents remaining in the locality. He also expressed his condolences to the family of the victim and his sympathy to those affected by this morning’s violence.

SRSG Khare said he was extremely distressed at the continuing violence related to inter-gang rivalry in Dili. “I am convinced that the people of Timor Leste deserve better and the United Nations in conjunction with national policing authorities and the International Security Forces are working to provide that.”

UNPol are also investigating an incident in which 700 bags of rice were stolen from a World Food Program warehouse in Dili. When UNPol arrived at the scene, a large crowd of people attacked the warehouse throwing stones at UNPol officers, security guards and warehouse staff. The damaged warehouse has been repaired and the WFP has announced that no further distribution will take place until further notice and after due security clearance.

Later today, and also in Dili, two protestors were arrested for having organised an unauthorized demonstration in front of the Palacio de Gobierno. The protest, organized by university students from UNPAZ over the price and distribution of rice, failed to meet the legal requirements guaranteed under the Law of Freedom Assembly and Demonstration. UNMIT remains committed to the freedom of assembly and demonstration while upholding respect for all applicable laws of Timor Leste.

UNPol are also on alert for a planned demonstration in Dili tomorrow by protestors from the group Movement for National Unity and Justice (MUNJ). It is believed that 12 vehicles left Same for Aileu at 4.20 this afternoon carrying approximately 500 people with the intention of continuing on to Dili. In addition to those, it has been reported to UNPol that about 50 people are gathering in Bobonaro with the intention of coming to Dili to protest.

NOTA:

Dos 12.500 manifestantes esperados hoje do MUNJ, não chegou nem um...

UNMIT – MEDIA MONITORING - Tuesday, 20 February 2007

National Media Reports

Government Debating Alfredo’s Case: Monteiro
Prosecutor General, Monteiro said the government plans to advance Alfredo’s case by debating it this week in the Presidential Palace. The hearing process will be decided next Thursday. Monteiro said it would be a high level government meeting that would try and find a solution to the case.
He refused to comment on any interference from the government. (STL)

We Cannot Deny Violence In Dili: Bishop Basilio
The Bishop of Baucau Diocese, Basilio do Nascimento said the problems in the country are mainly centered in Dili and not in the districts stressing that security should be a contribution from all the people. In a separate article in Diario Nacional, the Bishop reportedly told the media following a meeting with President Gusmão that it would be difficult to resolve the crisis in Dili and, therefore, he suggest all those responsible for the country offer the best option to overcome the problem. (STL, DN)

Ambassador Disappointed With Lack Of Participation
Malaysian Ambassador to Timor-Leste, Mohd Azlan Razali stressed disappointment on the lack of participants to the conference on Timor-Leste Accession To Asean Dialogue Series, noting that more Timorese should attend such important events. Ambassador Razali said that, based on the information he received from the government of Timor-Leste, members of the National Parliament, civil society, NGOs and other entities related to the economic areas were all participating but in reality not many representatives of the mentioned institutions were present. (DN)

Parliament Ask Minister To Resign Following Escape
Members of Commission A of the National Parliament want the Minister of Justice to resign following the escape of six prisoners from Becora Prison on Saturday. Alexandre Corte-Real said the minister must be responsible as it is the second time prisoners have escaped from that prison, noting that the escape of the prisoners can be a threat to the community. Corte-Real said when Alfredo and other people escaped from Becora prison the Minister of Justice blamed the international forces that were providing security but the minister must ask himself what has gone wrong. MP Antonio Ximenes (PDC) argues that the prisoners are escaping because they have completed their temporary detention and their cases should already be processed in the court and that the Minister should resign based on lack of capacity to manage his ministry, as should the President of the Court of Appeal, Claudio Ximenes for the prisoners’ pending court cases. He also blames the Minister of Interior for weak security measures within the jail. In the meantime, the Minister has announced the establishment of an investigation commission to look into the escape. (STL)

PNTL Still Inexperienced To Carry Operations Alone
Minister of Interior, Alcino Barris said PNTL is still not experienced in holding operations alone hence they continue to work with UNPOL. He said that only with time after all the PNTL officers are reactivated and the structures established, will PNTL take over the responsibilities and UNPOL will be in the role of advisors. Barris stressed that PNTL still cannot hold operations due to the conditions of the equipment but in the meantime some of the PNTL officers are now involved in various department like traffic or criminal investigation and soon they will also be stationed in vital areas like the courts, power stations, ports, etc. (DN)

15 Political Parties Contesting Elections
A total of 15 political parties have now registered in the justice Ministry and approved by the Court of Appeal, Minister of Justice Domingos Sarmento told the media Monday. According to the Minister, all the parties are contesting the 2007 legislative elections. (STL)

Rice Shortage Not Government Failure: Ramos-Horta
Prime Minister Ramos-Horta said the problem of rice shortage in the country is not the government failure but a regional problem. To overcome the problem, Ramos-Horta said the government plans to import rice from China.
In the meantime, Falintil former commander for region IV, Ernesto Fernandes Dudu said the government is distributing rice only to members of Fretilin, the martial arts group PSHT and Korka. (TP, STL)

Members of Martial Arts Group Sentenced
On Monday, the court sentenced 17 members of the martial arts group PSHT to 10 months imprisonment for attacking the police squad in Bidau, Akadirihun in December.

RTTL News Headlines
Monday 19-02-2007

Tilman Launches Public Campaign
Presidential candidate, Manuel Tilman launched his campaign to the public on Saturday. Not many people participated in the event due to the rain.

Corn Property Damaged
The corn fields of the population in the area of Tunubibi, have been damaged by grasshoppers and caterpillars. According to the population, they are now waiting for government food support.

"Lu-Olo" é o candidato presidencial da Fretilin

Díli, 20 Fev (Lusa) À O presidente do Parlamento timorense, Francisco Guterres "Lu'Olo", anunciou hoje a sua candidatura às eleições presidenciais de 9 de Abril pelo partido Fretilin.

"Lu'Olo" é o presidente do partido maioritário timorense e anunciou a candidatura à chefia de Estado ladeado por Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin e ex-primeiro-ministro, sob o slogan "Serei Presidente de todos e para todos".


O primeiro-ministro José Ramos-Horta, instado a comentar a falta de apoio da Fretilin à sua eventual candidatura, recordou apenas que em 2001 o partido maioritário não apoiou Xanana Gusmão, "que veio a ganhar com 84 por cento dos votos".

Na sua declaração de candidatura, "Lu'Olo" sublinhou que "é uma candidatura aberta a todos, ao apoio de todas as franjas da sociedade timorense".

"Vou continuar a ser presidente da Fretilin, mas não é por isso que vou ser um Presidente da Fretilin" se for eleito para a chefia do Estado, declarou "Lu'Olo" à Lusa.

Durante a campanha eleitoral, o presidente do Parlamento vai "naturalmente considerar" a suspensão do seu mandato e das funções que actualmente exerce.

Francisco Guterres nasceu em 1954 em Ossú, distrito de Viqueque (Sul). Quando a Indonésia invadiu Timor-Leste em 1975, "decidiu fugir para o mato, onde viria a juntar-se ao pelotão comandado por Lino Olokassa, no Monte Perdido - Ossú", segundo a nota biográfica oficial do candidato presidencial.

Em Julho de 1976, Francisco Guterres é nomeado vice-secretário da zona costeira Leste, em Matebian. Nas duas décadas seguintes, ocupou diferentes cargos na resistência armada timorense.

Em 1997, "Lu'Olo" assumiu o cargo de secretário da Comissão Directiva da Fretilin, após a morte de Konis Santana. No mesmo ano, foi criado o Conselho Nacional da Resistência Timorense, onde "Lu'Olo" ocupou vários cargos.

Francisco Guterres foi eleito presidente da Fretilin no primeiro congresso do partido, em Julho de 2001, tendo sido reeleito em Maio de 2006.

Foi presidente da Assembleia Constituinte em 2001 e 2002 e, com a restauração da independência, passou a presidir ao Parlamento Nacional.

Ao candidatar-se à chefia do Estado, "Lu'Olo" recordou os companheiros de luta.
"Como candidato da Fretilin, regresso às origens e revejo o passado de sofrimento por que passámos", declarou. "Buscarei sempre inspiração nos nossos heróis, desde Nicolau Lobato a Nino Konis Santana".

"Ao longo dos vinte e quatro anos da ocupação", disse "Lu'Olo" na sede da Fretilin em Díli, "tive sempre o privilégio de estar ao pé do nosso povo, para sentir a sua determinação em vencer".
"Vivi e sofri com eles", acrescentou o presidente do Parlamento. "É também em nome deles que aceito ser candidato da Fretilin".

"Tenho consciência plena que venho de gente humilde, a quem aprendi a servir nos momentos mais difíceis, com a mesma alegria e coragem que eles próprios me transmitiram", explica Franciso Guterres na declaração de quatro páginas que leu em português e em tétum.

"Sou católico convicto", frisou o candidato da Fretilin, prometendo ajudar "o diálogo entre as diferentes escolhas e opções".

"Prometo ser um Presidente em prol da solução dos problemas. Não serei jamais fonte de criação de conflitos", disse ainda "Lu'Olo".

"Nas democracias, é saudável a pluralidade de candidaturas", comentou o presidente da Fretilin.
Até ao momento, há candidaturas presidenciais da jurista Lúcia Lobato, pelo PSD, do deputado Manuel Tilman, do partido Kota, de Francisco Xavier do Amaral, do ASDT, e Avelino Coelho, do PST.

PRM-Lusa/Fim

***

Fretilin anuncia hoje escolha de candidato

Lisboa, 20 Fev (Lusa) - A Fretilin anuncia hoje, em conferência de imprensa em Díli prevista para as 16:00 locais (07:00 em Lisboa), o seu candidato às eleições presidenciais de 09 de Abril próximo em Timor-Leste, estando na corrida três "históricos" do partido.


Um desses "históricos", o actual primeiro-ministro José Ramos-Horta, só dirá se tenciona apresentar-se à sucessão de Xanana Gusmão alguns dias depois de a Fretilin anunciar sobre quem recairá a escolha desta força política.

Além de Ramos-Horta, os outros dois dirigentes da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) dados como prováveis candidatos são Mari Alkatiri, secretário-geral e ex-chefe do governo, e Francisco Guterres "Lu Olo", presidente do partido e do Parlamento.

JSD-Lusa/Fim

Indonesia, ETimor commission hears murder claims

Radio Australia – 20/02/2007, 19:28:07

Indonesia and East Timor's Truth and Friendship Commission has heard from a witness who says he saw an Indonesian soldier kill his brother during violence in the territory, eight years ago.

Geoff Thompson reports from Bali, Florindo de Jesus Brites stood up before the commission, removed his shirt and showed scars from a machete attack.

He says he survived an attack on the Dili house of Manuel Carrascalao, but his brother did not.

Florindo even named the Indonesian soldier he says shot his brother dead.

After being taken to hospital, Florindo claimed he had to sing the Indonesian national anthem before being given any food.

An Indonesian commissioner has queried why this was a problem, because at the time East Timor was part of Indonesia.

Other witnesses have detailed how the violence was organized by close cooperation between the military, militias and intelligence agents.
The commission is intended to reconcile East Timor and Indonesia over the violence which surrounded the 1999 vote for Independence.
.

Timor chief swaps cows for cover

AAP - February 20, 2007
By Karen Michelmore in Bali

AN East Timorese village chief paid an Indonesian military commander with cows and cash to keep him safe during a 1999 rampage by troops, who killed several civilians in a spray of bullets.
Atudara village chief Manuel Ximenes told a hearing today that he saw Indonesian troops shoot several villagers near a funeral for a pro-Indonesian leader in the Timorese district of Cailaco on April 12, 1999.


He was the first witness on the final day of a landmark public hearing by the East Timor-Indonesia Commission on Truth and Friendship.

The commission is investigating the violence before and after the UN-sponsored vote for independence. It plans to hold five public hearings from February through June, and hear from 78 people including Indonesian General Wiranto, former president BJ Habibie, former militia leader Eurico Guterres and East Timorese President Xanana Gusmao.

Up to 1500 people were killed when militia gangs linked to Indonesia's military went on an arson and killing spree before and after the August poll.

A UN report recently found that in the April 12 incident, Indonesian troops had rounded up several hundred civilians in Cailaco to attend the funeral of the leader, who was killed by pro-independence rebels.

The report said they killed at least seven people at a military post, which Ximenes said was about 50m from the mourners.

"A member of the militia, he had a knife and said (to one civilian) 'you are a young man, you are still capable of giving information to the rebels'," Ximenes said. "They asked the young man to run about 25m, then all the weapons, they just sprayed him with bullets."

He said Indonesian troops also opened fire on another group of three people, and told the hearing he returned to the site the following year to collect and bury their remains.

"All we could find from these people were their hair, their teeth and the skull and we took them away," he said. "We took them and we buried them in the place of the incident."

He shrugged off questions about whether those killed had previously provided assistance to the pro-independence FALINTIL, saying people usually "kept it to themselves".
.

Alatas testifies at Timor human rights hearing

The Jakarta Post - Tuesday, February 20, 2007
Rita A. Widiadana and Abdul Khalik, The Jakarta Post, Sanur

Former foreign minister Ali Alatas became the first Indonesian former official Monday to testify before the Commission of Truth and Friendship (CTF) established by Indonesia and Timor Leste.

His appearance launched the public hearings on human rights violations following the 1999 referendum that led to Timor Leste's independence from Indonesia.

Alatas gave his testimony after being sworn in. Some 100 people listened attentively at the Sanur Paradise Hotel.

Violence related to the referendum caused at least 1,500 deaths, according to a UN report. Alatas said neither the government nor the international community was able to anticipate such a reaction to the referendum.

"My worst fear occurred. We (the Indonesian government) as well as the United Nations bodies had never thought that it could cause such huge destruction," Alatas said. .

"The situation there was really out of control and Gen. Wiranto (then Defense Minister), finally agreed to allow foreign troops to enter East Timor to maintain security and order after he visited the sites with UN representatives," Alatas said.

The retired general is scheduled to testify in April or May.

The commission began hearing testimony after inspecting documents, amid controversy over whether the focus would be on punishing the perpetrators or on "friendship" and amnesty.
A Timorese in the audience, 19-year-old Belinha Alves, said after experiencing the bloody struggle for independence, all she wanted to see now was peace and good relations with the former ruler.

"For me, what matters most is a peaceful future. But we need to know the truth about our past. I believe this commission will provide us with this. We will accept its report and move on to a new beginning with Indonesia."

"I have many relatives in Indonesia so I can't see why we can't have good relations as a neighbor," Belinha said.

The Commission, established in 2005, comprises five representatives from each country. It has a mandate until August 2007. Modeled on similar bodies set up in South Africa, Chile and Argentina, it has no powers to prosecute human rights violators. However, it can give recommendations to both governments to grant amnesty to people who have confessed to involvement and expressed remorse, and to compensate victims.

The CTF co-chairman from Timor Leste, Dionisio Babo Soares, said most victims had agreed that reconciliation should not necessarily be achieved through international trials but that they expected the CTF to become part of the solution by uncovering the truth.

"This is the most realistic solution considering Timor Leste's condition and its political and economic relations with Indonesia," Soares said.

Survivors who shared their testimonies on Monday were Emilio Bareto, who was in the "pro-independence" camp, and Mateus Carvalho, a former "pro-integration" militia member.
Sessions will continue on Tuesday to hear Indonesian Ambassador to Portugal Francisco Xavier Lopes da Cruz, Eko Budiharjo of the Rector Forum, and two more survivors.
.

Howard's Stance on East Timor Labelled Gung-Ho

The Sydney Morning Herald - Tuesday, February 20, 2007
by Mark Forbes, Herald Correspondent in Denpasar

Australia was overzealous and "gung-ho" towards East Timor, the former Indonesian foreign minister, Ali Alatas, has said at an inquiry aimed at healing the wounds left by the bloody aftermath of Timorese independence.

Mr Alatas told the Commission of Truth and Friendship that he did not blame the Prime Minister, John Howard, for the bloodshed surrounding East Timor's independence vote in 1999. However, he said that a letter from Mr Howard to the then Indonesian president, B.J. Habibie, provoked Indonesia's about-face in holding the referendum.

The letter, which outlined Australia's support for an independence vote, was not the "bone of contention", Mr Alatas said yesterday. "It was rather the spirit of overzealousness of Australia suddenly sending troops and the largest contingent. Sometimes it's a gung-ho attitude."
Mr Alatas, who is now a foreign policy adviser to the Indonesian President, Susilo Bambang Yudhoyono, was the commission's first witness. He said he was not aware of evidence the Indonesian military was complicit in the slaughter of East Timorese carried out by local militia.
However, witnesses later gave graphic accounts of military members ordering the murder of Timorese civilians. About 1400 people were killed before and after the independence vote.
The commission was established by Dr Yudhoyono and his Timorese counterpart, Xanana Gusmao, in the hope their nations could move on from the bloody events. Amnesty is being granted to perpetrators if they testify truthfully.

The commission was formed after a United Nations report called for war crimes charges against military and militia leaders. Trials in Indonesia, which have convicted only one militia leader, have been widely criticised.

Mr Gusmao and Dr Habibie are expected to give evidence before the commission. The testimony of Indonesia's former military chief, General Wiranto, is also widely anticipated.
The brief of the commission, which comprises five members each from Indonesia and East Timor, is to promote reconciliation and recommend amnesties and compensation.

It is unclear if it may recommend prosecutions of witnesses judged to have been untruthful.

Emilio Bareto testified how he narrowly escaped death during a massacre of more than 50 civilians seeking refuge in a church on the outskirts of the town of Liquica in April 1999.
Mr Bareto said he saw an Indonesian officer, a member of his family, order local militia to fire on about 2000 people sheltering in the compound. "He was not armed, he was in civilian clothes," Mr Bareto said.

Before being slashed across his head with a machete, Mr Bareto said he saw several people stabbed to death.

Police had earlier secured the roads to the compound to allow pro-Indonesian militia members through, Mr Bareto said.

The commission plans to continue public hearings until June.
.

Começou a reconciliação de Timor com a Indonésia

Público – 20.02.2007
Jorge Heitor

Os responsáveis pelas milícias pró-indonésias que actuaram em Timor-Leste depois do referendo de 1999 que se pronunciou a favor da independência poderão ser amnistiados se colaborarem nos inquéritos que ontem começaram a ser realizados, na ilha de Bali, pela comissão verdade e amizade (CVA).

A amnistia para os que cometeram crimes é uma via possível para consolidar a reconciliação entre a indonésia e Timor-Leste, depois de terminar a missão de 10 personalidades escolhidas para investigar os actos de violência registados em 1999 e durante os quais morreram mais de mil pessoas.

O antigo ministro indonésio dos negócios estrangeiros Ali Alatas, que desempenhou o cargo de 1988 a 1999, foi um dos primeiros a serem ouvidos neste processo que vai decorrer durante vários meses e coincidir com as eleições presidenciais e legislativas em Timor-Leste.
Até Junho, a CVA espera ouvir o actual presidente timorense, Xanana Gusmão, o antigo chefe de estado indonésio Baharuddin Habibie, o ex-comandante das forças armadas de Jacarta general Wiranto e o comandante das antigas milícias timorenses pró-indonésias Eurico Guterres, até agora o único que se encontra preso.

o parlamento em Díli recebeu, entretanto, para ser debatido, o tratado assinado com a Austrália de partilha dos recursos de petróleo e de gás natural no mar de Timor, muito em especial no campo de Greater Sunrise.

O Valor do petróleo

10.000 milhões de dólares (7611 milhões de euros) é quanto o campo de Greater Sunrise poderá dar nos próximos 20 anos a Timor-Leste, em petróleo e gás natural.
.

E Timor, Australia ratify oil, gas deal

AAP - Tuesday, 20 February 2007


East Timor's parliament has ratified a deal with Australia that carves up Timor Sea oil and gas deposits worth billions of dollars.

An exchange of letters between the East Timor and Australian governments is now needed before the treaty will come into force, a spokeswoman for Prime Minister Jose Ramos Horta said.

East Timor's parliament on Tuesday passed two resolutions over the Greater Sunrise gas field and the related seabed boundary agreement with Australia, with 48 votes in favour and five against. There were three abstentions, the spokeswoman said.

It is estimated the Greater Sunrise field could deliver a potential $US10 billion ($A13 billion) to impoverished East Timor over 20 years.

In November, Ramos Horta said that once ratified, the treaty would "allow the development of Greater Sunrise, the resources of which will guarantee economic independence and national prosperity".

Under the accord - signed a year ago - Australia and East Timor will split the royalties from the field 50:50, and delay negotiations on a permanent maritime boundary for 50 years.
Earlier Timorese MP Leandro Isaac said there was strong debate over the treaty in parliament. Earlier this month, the Australian government moved to fast-track ratification, tabling an analysis of the treaty in the Senate.

Greater Sunrise operator Woodside Petroleum froze the $A6.6 billion Greater Sunrise project in 2004 as negotiations between the two nations dragged on.
.

Apresentação de Candidatura de Francisco Guterres “Lu Olo”

Fretilin – 20 de Fevereiro de 2007

Em Abril, têm lugar as segundas eleições presidenciais no nosso país.

Timor-Leste encontra-se numa encruzilhada difícil que vai exigir de cada um de nós maior empenho para construir a Unidade Nacional e trazer a Paz e o Desenvolvimento, num Estado de Direito Democrático que estamos determinados a cimentar. Todo o povo de novo é chamado para decidir. No seu veredicto reside a chave para o futuro da República Democrática de Timor-Leste.

É no acto eleitoral onde o povo soberanamente escolherá os seus líderes.

É, assim, tempo de apresentar candidaturas à mais alta magistratura da Nação.

Nas democracias, é saudável a pluralidade de candidaturas e eu quero, desde já saudar os meus compatriotas que as apresentaram.

Ponderei a minha própria candidatura, ouvi compatriotas dos mais diversos quadrantes, tendências políticas e crenças religiosas.

Ao longo dos vinte e quatro anos da ocupação tive sempre o privilégio de estar ao pé do nosso Povo, para sentir a sua força e determinação em vencer. Vivi e sofri com eles. Juntos vimos tombar, um por um, os nossos heróis. Por isso, é também em nome deles que aceito ser candidato da FRETILIN. Tenho a consciência plena, que venho de gente humilde, a quem aprendi a servir nos momentos mais difíceis, com a mesma alegria e coragem que eles próprios me transmitiam. Como candidato da FRETILIN, regresso às origens e revejo o passado de sofrimento por que passamos. Buscarei sempre inspiração nos nossos heróis, desde Nicolau Lobato a Nino Konis Santana.

Sou militante da FRETILIN e devo-lhe muito do que aprendi na minha vida, aprendi a valorizar a pluralidade, o diálogo e a tolerância.

Estou consciente que ao Presidente da República, como órgão unipessoal, estão acometidas competências excepcionais.

Ao Presidente da República compete facilitar o diálogo e estabelecer a ponte entre todas as forças vivas da sociedade para consensualizar os grandes desígnios nacionais e garantir a coesão social.

A Constituição confere-lhe finalmente, um conjunto de poderes de que, em circunstâncias excepcionais, fará uso para garantir a soberania e a Unidade do Estado.
Tendo em conta tudo isto, decidi candidatar-me ao cargo de Presidente da República, como candidato da FRETILIN.

Mas a minha candidatura é uma candidatura aberta a todos, ao apoio de todas as franjas da sociedade timorense.

Sou católico convicto. Mas no domínio da liberdade e convicções religiosas, ajudarei, sempre que necessário, o diálogo entre as diferentes escolhas e opções. Combaterei com todas as minhas forças todo o tipo de extremismo ou fanatismo, vindo donde vier. Com convicção, promoverei o ecumenismo.

Prometo ser um Presidente em prol da solução dos problemas. Não serei jamais fonte da criação de conflitos.

Darei toda a atenção a todas as franjas da sociedade. Trabalharei com todos os Órgãos de soberania, em particular o Governo, bem como com a sociedade civil organizada e a sociedade tradicional para promover a juventude e a mulher, aprofundar o trabalho em prol da igualdade do género, criar condições imediatas para a protecção dos idosos e da população vulnerável, devolver aos veteranos e antigos combatentes a dignidade que merecem reconhecendo e satisfazendo-lhes todos direitos à habitação, aos cuidados de saúde, a um rendimento mensal condigno.

Reforçarei, na relação com outros Órgãos de soberania, a solidariedade e não o conflito institucional.

No domínio das nossas relações com outros países, e tendo em consideração este mundo global, promoverei, em coordenação com os outros Órgãos de soberania, a diplomacia a favor da conquista e promoção de amizade e cooperação mutuamente vantajosas com todos os países do Mundo. Potenciarei todas as mais-valias que Timor-Leste tem para promover a Paz na região e no Mundo. Tomarei iniciativas no sentido de se estabelecerem acordos com os nossos vizinhos, em particular a Indonésia e a Austrália, em áreas de interesse comum, com destaque para a segurança e defesa regional e global.

Como Presidente da República e, exercendo estritamente as competências atribuídas pela Constituição e pelas Leis, em coordenação com os outros Órgãos de soberania e respeitando as competências exclusivas de cada um, contribuirei para o reforço das Instituições multilaterais, regionais e internacionais de que somos membros.

Dedicarei com particular atenção muito do meu tempo à CPLP e ao reforço desta nossa Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

A nossa adesão à ASEAN constituirá uma das minhas prioridades. Darei todo apoio ao Governo para o encontro de uma fórmula para o reforço das nossas relações com os países do Fórum do Pacífico.

A nossa política de uma só China deverá ser defendida como um valor inalienável do nosso Estado Democrático e de Direito. Como Presidente pautarei a minha conduta sempre neste sentido.

Com os nossos vizinhos mais próximos, a Indonésia e Austrália, devemos reforçar cada vez mais as nossas relações de amizade e cooperação e procurar resolver de uma forma amigável todas as nossas diferenças.

Timor-Leste, com a sua situação geopolítica privilegiada, beneficiando da geografia que o liga à Ásia e a Oceânia, e da História e Cultura que o ligam a outros Continentes como a América, a África e a Europa, deverá ser sempre um palco de entendimento entre povos, um entreposto de valores universais e de encontro de culturas.

Como Presidente da República exercerei com determinação a minha magistratura de influência no sentido de tornar esta vocação uma realidade.

Assim, e nesta hora decisiva, apelo aos meus concidadãos, a todos os camaradas de luta, especialmente aos antigos combatentes, aos membros das organizações clandestinas, aos jovens, às buiberes e mauberes, aos intelectuais, aos empresários, às organizações da sociedade civil e instituições centenárias da sociedade tradicional, à Igreja Católica e a todas as confissões religiosas no nosso país a que se empenhem e ajudem a tornar a minha candidatura, numa candidatura verdadeiramente nacional. Jamais confundirei as minhas funções de Presidente da FRETILIN com as do Presidente da República. Sou um filho do povo humilde. Continuarei a curvar-me perante este povo humilde e serei sempre seu servidor.

Apelo a todos para valorizarmos as nossas tradições, a nossa cultura, a nossa identidade. Só assim estaremos em condições de responder aos grandes desafios que se nos colocam.
Serei Presidente de todos e para todos.

Um Presidente para o reforço da Paz e da Estabilidade.

Um Presidente para a Reafirmação da Soberania do Estado e da Autoridade dos seus Órgãos e Instituições.

Um Presidente para contribuir no aumento da capacidade da Justiça e do sistema Judiciário.

Um Presidente para trabalhar no reforço e unidade das instituições de Defesa e de Segurança.

Um Presidente defensor dos direitos e liberdades dos cidadãos e da igualdade do género.

Um Presidente para garantir a segurança a cada cidadão.

Um Presidente para defender boas relações com todos os países do Mundo.

Francisco Guterres "Lu'Olo".
.

Dos leitores

Comentário sobre a sua postagem "Exército indonésio armou milícias - diz ex-comanda...":

A distribuição de armas pelos militares e polícias indonésios ficou demonstrada em frente ao Hotel Timor e em Maliana aos olhos de jornalistas. Vários livros que falam sobre o acontecido em 1999, escritos por jornalistas de diversas nacionalidades, são claros no testemunho dos autores nessas entregas.Mais longe até poderíamos ir pois é fácil falar de outros factos que até hoje têm sido ignorados pela comunidade internacional.

Ninguém fala dos militares que assassinaram o jovem timorense na zona do Audian, antes da ponte, onde uma sequência fotográfica mostra o rapaz a ser executado a tiro pelo bravos indonésios. Também o jornalista Sanders do FTimes foi executado esquartejado em Bécora, sabemos quem foi mas ninguém actua. São apenas dois exemplos e um terceiro das freiras e do jornalista católico em Lautem com testemunhas que viram quem matou.

1999 é uma anedota na condenação aos assassinos indonésios com os seus amigos timorenses - alguns dos quais hoje são ilustres figuras da oposição em Timor-Leste. No entanto, muitos destes senhores estão a fazer o que podem para atacar a soberania promovendo e pagando para que os jovens destruam o património e ceifem vidas.
.

A semana de todas as decisões

Lisboa, 19 Fev (Lusa) - O ambiente político em Timor-Leste ficará mais claro a partir de terça-feira, quando será anunciado o candidato da Fretilin, partido no poder, à sucessão de Xanana Gusmão, nas eleições presidenciais de 09 de Abril.

Dias depois, mas ainda nesta semana, o primeiro-ministro Ramos-Horta vai quebrar o seu "tabu" e anunciar se é ou não candidato às presidenciais.

Três "históricos" da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) são os prováveis candidatos às segundas eleições presidenciais do país, sendo a escolha da Fretilin conhecida terça-feira, numa conferência de imprensa a realizar em Díli.

Trata-se do independente José Ramos-Horta, actual primeiro-ministro e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin e ex-chefe do governo, e Francisco Guterres "Lu Olo", presidente do partido e do Parlamento.

No meio de grande sigilo partidário, onde a "guerra" é aparentemente pacífica, todos eles admitiram poder candidatar-se às presidenciais, situação que se tornou mais complexa depois de um jornal australiano ter escrito que se aguarda uma "grande reviravolta" em Timor-Leste.

Segundo a edição de fim-de-semana do diário australiano The Sydney Morning Herald, Xanana Gusmão, primeiro Presidente eleito de Timor-Leste (desde Abril de 2002), poderá candidatar-se a primeiro-ministro nas eleições legislativas ainda sem data marcada mas após as presidenciais, mas à frente de um novo partido ou coligação.

O diário australiano sustenta que o novo partido poderá vir a usar a sigla que celebrizou a questão timorense durante a ocupação indonésia do antigo território português, o CNRT, o Conselho Nacional da Resistência Timorense, eventualmente com outra designação.

O objectivo, segundo o jornal, é "derrubar a Fretilin do seu pedestal como a força política dominante e acabar com a sua maioria no Parlamento", acrescentando que tudo será feito com base numa troca de cargos "coordenada" com José Ramos-Horta.

Este, segundo aquele diário, até poderia ser o candidato apoiado pela Fretilin à Presidência da República, ou como independente, caso o partido no poder opte por outra personalidade.

Mari Alkatiri, que viu recentemente arquivado um processo judicial que o tinha levado antes, em Junho de 2006, a abandonar o cargo de primeiro-ministro, já manifestou também disponibilidade para se candidatar por uma força política que, segundo o jornal australiano, não é do agrado das autoridades de Camberra.

Por seu lado, Francisco Guterres "Lu-Olo", líder do parlamento timorense, considerou recentemente à Lusa em Lisboa que tanto Ramos-Horta como Alkatiri são bons candidatos da Fretilin, mas não descartou a ideia de ser ele próprio a avançar.

Se na Fretilin as decisões estão ainda por se conhecer, outras forças políticas já avançaram com os nomes para as presidenciais, com o Partido Social Democrata (PSD), de Mário Carrascalão, a escolher Lúcia Lobato, jurista, deputada e professora universitária e ainda uma das fundadoras daquela força política.

Além do PSD, liderado pelo antigo governador de Timor durante a ocupação indonésia (1982/92) e fundador da União Democrática de Timor (UDT), o partido Kota escolheu o seu líder, Manuel Tilmann, e a Associação Social Democrata Timorense (ASDT), optou por Francisco Xavier do Amaral.

Em 1975, Xavier Amaral foi o primeiro chefe de Estado da República Democrática de Timor-Leste, declarada unilateralmente a 28 de Novembro desse ano JSD/EL.

Lusa/Fim
-

Exército indonésio armou milícias - diz ex-comandante das Aitarak

Lisboa, 18 Fev (Lusa) - Um ex-comandante das antigas milícias que operaram em Timor-Leste admitiu hoje que o exército indonésio forneceu armas aos seus homens em 1999, durante a campanha que antecedeu o referendo sobre a independência.

Em declarações feitas na primeira sessão das audiências da Comissão de Verdade e Amizade (KPP), Mateus Carvalho, que admitiu ter tido 1.500 homens sob seu comando, sublinhou que as milícias Aitarak, chefiadas por Eurico Guterres, eram coordenadas à distância pelo exército indonésio.

Na sessão, que decorre em Bali, Indonésia, Mateus Carvalho justificou ter pedido armas ao exército indonésio dado que os seus homens necessitavam de garantir a sua segurança e a das suas famílias.

Por seu turno, o antigo chefe da a diplomacia indonésia Ali Alatas, que também depôs hoje perante a comissão, afirmou que a segurança do referendo em Timor-Leste foi garantida pela polícia e não pelo exército.

Mateus Carvalho reforçou as suas declarações sublinhando que, como antigo soldado do exército indonésio, era-lhe mais fácil obter armas através das Forças Armadas e não da polícia.

A KPP foi criada em Agosto de 2005 para apurar responsabilidades na violência em Timor-Leste nos meses que precederam o referendo sobre a independência e nas semanas que se seguiram ao anúncio da vitória do "sim".

Perante a KPP, Ali Alatas afirmou também que foi uma carta do primeiro-ministro australiano, John Howard, que esteve na origem do referendo de Agosto de 1999.

O antigo chefe da diplomacia indonésia explicou que a missiva de John Howard enfureceu o então Presidente da Indonésia, Bacharuddin Jusuf Habibie, levando-o a decidir pela realização imediata do referendo em Timor-Leste, em vez de uma transição progressiva sob controlo de Jacarta.

A comissão ouviu também hoje um antigo chefe de um grupo de aldeias (suco) que foi comandante da Companhia D da milícia Aitarak ("espinho"), acusado de atacar a residência do Bispo D. Ximenes Belo, a 06 de Setembro de 1999, e uma das vítimas do ataque à igreja de Liquiçá, a 06 de Abril do mesmo ano.

O comandante das milícias disse que em 1999 tinham armas emprestadas por um órgão do Exército indonésio, o CODIM do distrito de Díli.

Terça-feira, a comissão ouvirá o embaixador da Indonésia em Lisboa, Francisco Lopes da Cruz.
O presidente timorense, Xanana Gusmão, e o ex-chefe de Estado indonésio, BJ Habibie, indicaram já que não tencionam comparecer nas audiências.

A KPP espera poder ouvir os testemunhos de cerca de 70 pessoas, incluindo o antigo comandante das Forças Armadas Indonésias (TNI), general Wiranto, e o líder das milícias integracionistas timorenses, Eurico Guterres.

JSD/PRM-Lusa/Fim

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.