sábado, abril 28, 2007

Lu Olo exige acção sobre os peticionários

Francisco Guterres Lu Olo para Presidente
“Serei Presidente de todos e para todos”

Comunicado de Imprensa
28 de Abril de 2007


“ A democracia e a justiça para todos requerem a verdade e a cura”, disse o candidato presidencial da FRETILIN, Franscisco Guterres Lu’Olo. “Esta deve ser a primeira lição de construir uma paz sustentável numa nação a recuperar de um conflito violento.”

No aniversário da manifestação dos chamados Peticionários em 28 de Abril de 2006, que atirou Timor-Leste para o caos e violência, Lu’Olo apelou a todas as partes para não fazerem política sobre este assunto. Num comício em Aileu, disse aos jornalistas para serem cuidadosos ao examinar o que foi dito pelo PM Horta sobre as compensações para os Peticionários.

Peticionários são o grupo de 591soldados das F-FDTL que foram dispensados do exército em Março de 2006 depois de terem abandonado os quartéis reivindicando serem vitimas de descriminação.

Lu Olo reforçou a importância dos três orgãos do Estado, nomeadamente o Presidente da República, o Parlamento Nacional e o Governo de terem que trabalhar em unidade para encontrarem uma saída justa e definitiva para as preocupações dos peticionários.

“Nós precisamos de tratar a questão dos peticionários responsável e institucionalmente. Há um relatório da Comissão de Notáveis com recomendações. Este relatório foi entregue ao primeiro Ministro Ramos Horta na primeira semana de Fevereiro de 2007. Apesar de eu ter recebido uma cópia do relatório, o Parlamento Nacional ainda está à espera que o Primeiro Ministro Horta faça as suas recomendações. O Parlamento não pode resolver esta questão até que as propostas do primeiro ministro sejam recebidas. Que eu saiba, Horta ainda não distribuiu nem sequer distribuiu ou discutiu o relatório com o Conselho de Ministros, e certamente não fez nenhuma proposta para resolver esta questão. Porque este atraso? O público tem o direito de saber o que a Comissão descobriu”.

A Comissão de Notáveis, presidida pela Ministra Ana Pessoa, foi nomeada pelo então Primeiro Ministro Mari Alkatiri em Abril de 2006. Esta comissão levou a cabo uma profunda investigação sobre as alegações dos peticionários durante vários meses.

“Devemos ser cuidadosos em não causar uma nova ferida para curarmos outra”, advertiu.” Se nós decidirmos compensar os peticionários, qual será o impacto nos outros soldados?”, perguntou. “ Primeiro que tudo, para resolver um problema devemos compreender as suas causas mais profundas. Havia substância nas suas reivindicações?”

E acrescentou: “ Precisamos de ouvir a Comissão para saber a verdade. Há necessidade de se ser transparente em vez de explorar um assunto para ganhos políticos. O nosso dever é prevenir conflitos futuros de forma a sarar as divisões que os conflitos dos ultimos meses criaram.

Lu’Olo, que foi comandate das FALINTIL durante 24 anos, seguiu de perto o caso dos peticionários desde Fevereiro de 2006. “ As F-FDTL são uma instituição chave, instituida sob o artigo 146 da nossa Constituição. Eu continuarei a trabalhar com e a apoiar todos os órgãos de soberania de modo a encontrar uma solução justa e definitiva que assegure que a integridade das F-FDTL seja mantida”.

Para mais informações, contacte:
Harold Moucho (Assessor Político de Lu Olo) (+670) 723 0048 (Dili)
Jose Manuel Fernandes (Representante oficial de Lu Olo para a CNE) (+670) 734 2174 (Dili)


http://www.luolobapresidente.blogspot.com
http://luolo.blogspot.com
http://luolo.blogspot.com
http://www.timortruth.com

O golpe começou há um ano.

Este é um dia de luto.

Is Lu Olo the ‘true diplomat’?

28.04.2007
- from a Dili correspondent

FRETILIN leaders and militants are in high spirits tonight, after Timor-Leste’s televised Presidential debate. Their candidate Lu’Olo clearly out performed his opponent Ramos Horta on each of the five questions asked, on issues ranging from international relations to the current crisis and the priorities for development. The debate has many people wondering why Horta has been able to dominate media reports of the election, especially in Australia.

Lu’Olo was objective, and answered each question with confidence”, one younger supporter told me soon after the debate ended. “Mr Horta was vague, he strayed off the question, and he tried to be offensive. This will not go well with Timorese voters, who expect political candidates to
behave with civility to each other.”

“Lu Olo only went to Fourth Grade at school, and Dr Horta has a Ph D,” said another. "But every time Horta spoke, Lu’Olo had a better comment”.

Characteristically, Lu Olo made only one brief mention of his twenty four years as a guerrilla fighter for independence. Instead, his answers focused on the basic commitments from his election platform. By contrast, Horta spoke at length about himself, about his personal relations with world leaders, his closeness to the Catholic Church, and his status as a founder of FRETILIN itself.

FRETILIN leaders in Dili were surprised by the continued use by Horta of the anti communist propaganda which was used by Indonesia against the independence movement. He called FRETILIN ‘red rooster’ in Tetum, local slang for communist. He also referred to FRETILIN as a Marxist party, though he knows this has not been true for over twenty years. And he personally attacked one of FRETILIN’s younger generation leaders, Secretary of State for Youth and Sport, José Manuel Fernandes, as a “red FRETILIN comrade.” Speaking with supporters after the debate, Lu’olo himself referred to these tactics as “straw”, a local expression for worthless.

Horta spent some time talking of his personal relationship with Australian Prime Minister John Howard. “Horta said he can pick up the phone anytime and ring Howard,” said Filomena De Almeida, from FRETILIN’s Information Unit, who spent many years as a refugee in Australia. “This is a strange thing to use as a qualification to lead an independent country, which prides itself on its non-alignment. What happens if John Howard loses the next election?”

Horta mentioned his close personal relationships with several other leaders, including the Philippines President Aroyo and Indonesia’s President Yudiono. His most blatant attempt at name dropping was when he referred to his friendship with US Democrat leader, Nancy Pelosi,
mentioning her daughter had stayed with him for her holidays a few years ago.

“The irony was that Horta was claiming credit for his diplomatic experience, but Lu Olo was the one who behaved more like a true diplomat”, said FRETILIN Minister Jose Teixeira, who led the oil negotiations with Australia. “Lu Olo was dignified, civil, and respectful, which is how a
Head of State should be.” Lu Olo himself said that Horta misunderstood international relations, if he thought it could be based on personal contacts. And he reminded his opponent that the Indonesian President had said he would happily work with whoever won.

Clear differences emerged between the candidates on the question of the Constitutional separation of powers. Horta steered clear of the subject of his defence of the armed rebels, Reinado and Rai Los, whom he is attempting to recruit to his highly unlikely coalition of supporters. Lu Olo demanded that the President respect the judiciary’s independence and
use the powers he has under the Constitution to resolve the crisis. At one point, Horta referred to the separation of powers, and the separation of Church and state, as ‘modern’ ideas which do not belong in Timor- Leste.

“As a Catholic, I have three leaders”, said Horta, “the Pope and two Bishops. I met the Bishops every week. The Church has five hundred years experience in Timor-Leste.”

“We Timorese have been here since the beginning,” retorted Lu’Olo.

Horta attacked the record of the first government led by FRETILIN’s Mari Alaktiri, but he was careful not to denigrate Alakatiri’s achievement is establishing the petroleum fund, considered a model of international best practice. When Horta tried to argue that the oil funds should be spent more quickly, Lu’Olo reminded him the country had a National Development Plan, and that the law on the petroleum fund, which set the mechanisms for controlling the oil expenditure, was adopted by unanimous vote of all parties in the parliament.

The closing comments were perhaps the clearest indication of the difference between the two men. “Don’t vote for me because I was a founder of FRETILIN,” said Horta. “Choose me because I am a Nobel peace laureate.”

Lu’Olo thanked the people for voting peacefully in the first round, and reminded Horta that he was the only candidate who won votes in every district. “I am a FRETILIN candidate,” he said, “from the party that fought for independence for twenty five years. This is a big heritage. I give honour to those who died and I want to continue to serve their widows and orphans. That’s why I accepted – to defend the people, to defend our country and defend our national sovereignty.”

Horta fala por si. Patético.

Novo CNRT em conversações com oposição para estratégia comum

Díli, 27 Abr (Lusa) - O novo Conselho Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) está em conversações com a oposição timorense para a definição de uma estratégia conjunta para as eleições legislativas de 30 de Junho, disse à agência Lusa o secretário-geral do partido.

"Tem havido alguns contactos para a definição de uma estratégia mas não há ainda nada de concreto definido para o futuro", afirmou Dionísio Babo, secretário-geral do CNRT, à margem de uma conferência de imprensa do candidato presidencial José Ramos Horta.

O responsável salientou que "há abertura total para discutir todas as possibilidades" mas "só após o congresso do próximo fim-de-semana e conforme o que ficar definido na reunião é que se pode definir um projecto".

"O que se pretende, independentemente do caminho, é conseguir os meios para uma mudança de política que permita desenvolvimento do país e a melhoria das condições de vida da população", afirmou ao salientar que perante tais objectivos "há que tentar todas as medidas para alcançar as metas que se pretendem atingir".

O Conselho Nacional da Reconstrução Timorense, que tem Xanana Gusmão como cabeça de cartaz, podendo, inclusive, assumir a condução de um governo, vai reunir entre sábado e segunda-feira em Díli cerca de 800 delegados oriundos dos 13 distritos do país e 200 observadores convidados num congresso que poderá marcar o regresso da união de esforços na condução dos destinos do país.

Ao longo do conclave do CNRT serão eleitos o presidente, vice-presidente, secretário-geral, Conselho Nacional e Comissão de Jurisdição do novo partido que vai enfrentar o seu primeiro acto eleitoral já em Junho, nas eleições para o Parlamento Nacional que irá definir o novo Governo do país.
JCS-Lusa/fim

Ramos Horta denuncia ameaças e intimidações aos eleitores

Díli, 27 Abr (Lusa) - O candidato presidencial José Ramos Horta denunciou hoje em conferência de imprensa "ameaças" e "intimidações" alegadamente praticadas por elementos da Fretilin que pretendem comprar os cartões de eleitor de cidadãos opositores à candidatura do partido.

Sublinhando que tem vindo a receber denúncias concretas de populares, José Ramos Horta apelou a que "todos os que tenham sido contactados ou tenham conhecimento de acções praticadas por grupos" contactem as autoridades, a presidência da República ou o próprio candidato para que os autores sejam identificados.

Ramos Horta disse estar "convencido" que tanto Francisco Guterres "Lu Olo", o candidato da Fretilin e presidente do Parlamento Nacional, como Mari Alkatiri, ex-primeiro-ministro e secretário-geral da Fretilin, "não sabem do assunto".

"Não acredito que sancionem" [o que está a acontecer], afirmou Ramos Horta.

O candidato acrescentou que a actuação destes grupos de artes marciais "radicais da Fretilin", que ameaçam, intimidam e pagam entre cinco a vinte dólares norte-americanos pelo cartão de eleitor para que as pessoas não votem, "é um sinal" de que aprenderam que "não podem confiar no timorense que recebe dinheiro e depois não vota no candidato que eles querem".

"Estes grupos andam com milhares de dólares e assim compram o cartão de eleitor, convencendo as pessoas de que estas não podem votar" disse, ao sublinhar que todo o processo "é triste porque estão a comprar o direito de voto dos que nada têm".

"Exploram a miséria e a pobreza das pessoas", afirmou alertando também que foram alvo de abordagens pelos alegados membros da Fretilin de que "podem votar com outros documentos".
O chefe do Governo, que suspendeu funções para participar na campanha eleitoral da segunda volta das presidenciais timorenses que está a disputar com Francisco Guterres "Lu Olo", reagiu também a uma conferência de imprensa de alguns dos seus ministros descontentes com declarações de Ramos Horta em críticas à sua actuação, sublinhando que apesar de ser primeiro-ministro "o poder está no farol", numa alusão a que as decisões politicas continuam a ser tomadas sempre com o acordo de Mari Alkatiri.

Na conferência de imprensa, Ramos Horta falou também da declaração de rendimentos apresentada pelo seu opositor e lembrou que em 2001, quando a ONU fez uma proposta idêntica aos políticos timorenses, ele foi o único a "apresentar tal declaração por escrito a Sérgio Vieira de Mello".

No entanto, Ramos Horta explicou detalhadamente como conseguiu comprar a sua casa em Díli e uma casa em Sydney onde vive a mãe e alguns familiares, o que fez ao dinheiro do Prémio Nobel da Paz, à medalha "em ouro" que lhe foi atribuída pelo Nobel e quais os rendimentos, "poucos", que ainda consegue obter dos livros que escreveu e das conferências que fez.
JCS-Lusa/fim

Energia: Galp entra na exploração petrolífera em Timor-leste e Moçambique

Lisboa, 26 Abr (Lusa) - A Galp Energia vai entrar na exploração petrolífera em Timor-Leste e Moçambique por via da aquisição de 10 por cento das concessões de direitos de prospecção e produção de petróleo, anunciou hoje a empresa portuguesa em comunicado.

Os contratos, assinados com a empresa italiana ENI, dizem respeito a cinco blocos em Timor-Leste e um em Moçambique.

De acordo com uma nota de imprensa da Galp, estas participações nos blocos em Timor-Leste e em Moçambique estão sujeitas à ratificação dos governos dos dois países.

Os blocos de Timor-Leste atribuem direitos de exploração em cinco áreas diferentes localizadas no mar, que totalizam uma área conjunta de 12.100 quilómetros quadrados.

As concessões atribuídas são de sete anos para a fase de exploração e de 25 anos para a fase de produção.
Em Moçambique, o bloco também se localiza no mar e tem uma área de 17.000 quilómetros quadrados, com o período de exploração a estender-se por oito anos e o de produção por 30 anos.

O consórcio para a exploração em Timor-Leste é constituído pela ENI (90 por cento) e a Galp Energia (10 por cento).

Em Moçambique, o consórcio é constituído pela ENI (80 por cento), a Galp energia (10 por cento) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (10 por cento).

Na exploração "offshore", a empresa portuguesa tem participações em Angola (quatro blocos), Portugal (três) e Brasil (10 blocos).

No que diz respeito à exploração "onshore", a Galp Energia detém uma participação no bloco Cabinda Centro, em Angola, e em 44 blocos no Brasil.
RRA/EL-Lusa/Fim

Sampaio é "profundo humanista e universalista" - José Ramos-Horta

Díli, 27 Abr (Lusa) - O ex-Presidente português Jorge Sampaio é um "profundo humanista e universalista" e a melhor escolha para alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações, disse hoje à agência Lusa o primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta.

"O secretário-geral Ban Ki-Moon não podia ter feito melhor escolha. O dr. Jorge Sampaio é um profundo humanista, universalista, conhecedor das grandes civilizações, culturas e sensibilidades humanas e políticas, poliglota e creio que é a melhor pessoa que podia ter sido escolhida (...) para esse cargo", afirmou o Nobel da Paz e candidato às eleições presidenciais timorenses.

Ramos-Horta acrescentou que "Timor-Leste quer participar activamente" nas acções que forem desenvolvidas por Jorge Sampaio ao mesmo tempo que, em nome pessoal, o candidato à chefia da mais nova Nação do mundo irá procurar ser um "colaborador activo de Jorge Sampaio neste diálogo das civilizações".

Numa nota emitida quinta-feira pelo seu gabinete, Jorge Sampaio dava conta de que iria ser o primeiro alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações, cargo que irá ocupar a convite do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon.

O convite ao ex-chefe de Estado foi feito directamente por Ban Ki-Moon, ficando Jorge Sampaio com um cargo equiparável, no sistema das Nações Unidas, a sub-secretário-geral.

A decisão do secretário-geral da ONU resulta de um relatório redigido por um Grupo de Alto Nível, que em Novembro de 2006 apresentou as suas conclusões sobre a "Aliança das Civilizações".

O relatório preconizava a nomeação de um alto representante das Nações Unidas com o objectivo de dar visibilidade e continuidade ao projecto da Aliança das Civilizações e de superintender a aplicação das recomendações contidas no documento.

A Aliança das Civilizações, uma iniciativa lançada em Agosto de 2005 pelo antigo secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan, conta com o co-patrocínio dos primeiros-ministros de Espanha e da Turquia.

"Justificando-se pelo aumento de tensões no mundo, do extremismo e de conflitos de raiz política, cultural e religiosa, a Aliança das Civilizações pretende ser um contraponto ao propalado choque de civilizações, que ameaçaria a paz e a estabilidade no mundo, e que nomeadamente oporia de forma inexorável as sociedades ocidental e muçulmana", refere o gabinete de Jorge Sampaio.

Sampaio irá ter, entre várias funções, as da promoção de iniciativas políticas para fomentar o diálogo e compreensão entre os povos no respeito pela diversidade das suas culturas, civilizações e religiões, bem como contribuir para o reforço da vontade política colectiva em abordar os problemas e desequilíbrios mundiais de forma concertada.

Está ainda previsto que o secretário-geral das Nações Unidas possa solicitar a colaboração do alto representante para a Aliança das Civilizações em períodos de crise, perante focos de conflitos causados por tensões culturais.

"No âmbito desta missão que lhe é agora confiada, o Dr. Jorge Sampaio reportará directamente ao secretário-geral, trabalhando em estreita colaboração com uma equipa 'ad-hoc' das Nações Unidas, que lhe dará todo o apoio administrativo, logístico e financeiro", refere o gabinete do ex-Presidente.

Segundo a mesma nota, "o alto representante deverá muito em breve debruçar-se sobre um plano de acção, preparado pelo Grupo de Alto Nível, que, depois de ajustado às suas próprias concepções e visão, apresentará ao secretário-geral das Nações Unidas".

Jorge Sampaio acumulará estas funções com as de enviado especial para a Luta contra a Tuberculose até Maio do próximo ano, data do fim deste mandato.

JCS/MSP-Lusa/fim

Lu-Olo Só Conta Com O Apoio De Manuel Tilman - Será Que A Fretilin Tem Força Para Derrotar A “Australianização” De Timor-Leste?

Blog Timor Lorosa’e Nação – 27 de Abril de 2007

O terceiro classificado da primeira volta das eleições presidenciais timorenses, Fernando «Lasama», anunciou hoje em conferência de imprensa que apoia José Ramos-Horta na segunda volta que o primeiro-ministro está a disputar com o presidente do Parlamento Nacional. Ao que parece, o candidato da Fretilin, «Lu Olo» (que só conseguiu o apoio de Manuel Tilman) mete medo a muita gente. Será porque é, tal como foi Mari Alkatiri, «persona non grata» para a Austrália?

Fernando «Lasama» de Araújo e o seu Partido Democrático assinaram com José Ramos-Horta um acordo de apoio, fazendo com que o primeiro-ministro timorense e candidato à sucessão de Xanana Gusmão se torne, pelo menos "matematicamente", o mais sério candidato à chefia da mais nova nação do Mundo.

«Apoiamos porque vimos nele que pode representar e implementar os planos e os programas que prometemos ao povo durante a campanha», justificou Fernando «Lasama», quando questionado sobre as razões que levaram a sua candidatura e o seu partido a definirem um sentido de voto para a segunda volta das presidenciais.

Já Ramos-Horta disse estar muito «sensibilizado e satisfeitíssimo» com apoio do Partido Democrático que considera ser uma força política de «futuro» já que integra a «geração do futuro».

Ramos-Horta não deixou de sublinhar que o apoio do Partido Democrático e de Fernando «Lasama» de Araújo - que obteve 77.459 votos (19,18 por cento) - faz com que a sua candidatura passe "pelo menos aritmeticamente" a deter cerca de 70 por cento dos votos.

Ouvido pelo NL, o jornalista Orlando Castro (que acompanha com regularidade as questões timorenses para o Jornal de Notícias, de Portugal) diz acreditar que Ramos-Horta “venha a ser o vencedor” porque, acrescenta, “tem o apoio não só das altas figuras do Estado – caso de Xanana Gusmão – como também da Austrália para quem é mais fácil, muito mais fácil, negociar o petróleo com Horta do que com Lu Olo».

«Ramos-Horta é um político de hotel de cinco estrelas e não de um país onde o povo não tem comida», salienta Orlando Castro, referindo ainda «que há interesses estratégicos na região que colidem com as perspectivas políticas, económicas e sociais da Fretilin e que, por isso, tudo farão para tirar o tapete a Lu Olo, como o fizeram a Mari Alkatiri».

Se estivesse garantida a transferência de votos dos candidatos que já manifestaram aos seus apoiantes um sentido de voto - Avelino Coelho, Xavier do Amaral, Lúcia Lobato, João Carrascalão e Fernando «Lasama» -, Ramos Horta teria então 274.741 votos depois de ter conquistado sozinho 88.102 votos na primeira volta.

Já Francisco Guterres «Lu Olo», que ficou no primeiro lugar com 112.666 votos, recolhe apenas o apoio directo de Manuel Tilman ou 16.534 votos, o que traduz um total de 129.200 votos.

A segunda volta das presidenciais timorenses estão agendadas para 9 de Maio com a campanha eleitoral a terminar a 6 de Maio depois de ter tido início no domingo, 22 de Abril. Timor-Leste tem 522.933 eleitores inscritos tendo na primeira volta das eleições votado 427.198 pessoas nos 13 distritos do país.

- In “Notícias Lusófonas”

De quem é a culpa?

Blog Público Timor – Quarta-feira, Abril 25, 2007
Ângela Carrascalão

Passou um ano sobre o início das manifestações e dos tumultos que se lhe seguiram.
Por essa altura, apesar de muito descrentes, ninguém poderia prever que a instabilidade se mantivesse por tanto tempo.

No fundo, todos tínhamos esperança – ainda que muito ténue - de que as coisas se resolvessem a bem, acreditando ainda que todos os timorenses tinham voltado definitivamente as costas à violência, tão grande fora o seu sofrimento durante os anos da ocupação indonésia.
Em vez de termos virado costas à violência, preferimos criar novos motivos para nos digladiarmos.

Sobra tempo para a invenção diária de novas armas, de novas formas de luta. Insultamo-nos, ameaçamo-nos, ferimo-nos, matamo-nos.

Vale tudo e tudo serve como arma de arremesso. As palavras e as pedras não são apenas utilizadas por jovens sem eira nem beira, por vândalos, bandidos ou bêbados. Somos todos francos atiradores e todas as oportunidades servem para praticarmos a pontaria!
Perdemos as referências e já nem os heróis da Resistência se salvam!

Todos somos bandidos. Todos somos inimigos. É assim que somos vistos pela outra parte, a que pensa diferente de nós. Por outros timorenses, como nós.

E como o perigo mora em todo o lado e espreita de qualquer esquina, aceitamos a presença das forças estrangeiras de arma em punho, patrulhando, guardando as ruas, garantindo a nossa segurança, guardando-nos do inimigo, outro timorense, que está em toda a parte...

O país está parado. As instituições do Estado quase fecharam. A maior parte dos ministros anda fora. Há outras prioridades. Como a campanha eleitoral. Como o Poder. O povo é que não é prioridade.Mas serve para dar votos. Fazem-se promessas. Distribuem-se uns rebuçados que o povo é pobre e é sensível a rebuçados!

E o povo espera, espera, espera que um dia sejam cumpridas todas as promessas que têm sido feitas desde que em 1974-75 se soube da existência de uma porta mágica para o armazém cheio de ouro do Tata Mai Lau até quando lhe foi prometida uma ponte Díli-Ataúro em 2001 ou, já na época do petróleo, em 2007, do petróleo canalizado, correndo nas nossas casas como corre a água nas torneiras...

Uns dão o arroz que faltou ainda não há muito tempo, outros dão cobertores, outros devolvem o dinheiro aos estudantes...

O país está parado, os campos de refugiados continuam cheios, o desemprego aumentou, os confrontos e os apedrejamentos mantêm-se.

A culpa é dos que não têm capacidade para resolver em dez meses a crise herdada de um governo que governou quatro anos; é dos capitalistas; é dos comunistas; é da oposição; é da FRETILIN; é dos malais; é dos mestiços, dos malai-oan; é dos Lorosae; é dos Loromunu; é dos quemak ou dos firacos; é dos bunak ou dos caladis; é dos partidos políticos; é das FDTL; é da PNTL; é dos que pensam diferente; é da Igreja; é dos tribunais; é dos refugiados; é dos vizinhos... A culpa é de todos os outros que não daquele timorense iluminado, único, que, de dedo em riste, aponta o Mundo à sua volta que teima em não seguir o que o único timorense iluminado ordena!

Galp, ENI sign oil deals for Timor and Mozambique

Reuters/Forbes – Fri Apr 27, 2007 9:56 AM BST

Lisbon - Portuguese oil company Galp (GALP.LS: Quote, Profile , Research) has agreed to buy 10 percent of two oil exploration concessions operated by ENI that include five blocks in Timor and one in Mozambique, Galp said late on Thursday. Timor blocks have exploration rights in five different offshore areas, with a total area of 12,100 square kilometres and a water depth of between 0 and 2000 metres, Galp said.

The concession period in Timor includes seven years for exploration and 25 years for production.

"In Mozambique, the block is also located offshore, with a water depth of up to 2,000 meters and a total area of 17,000 km2," Galp said.

The exploration period is set to be eight years, with the production period reaching 30 years.

Dos Leitores

Comentário na sua mensagem "UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA – Quinta-feira, 26...": "

O Sr Aarons notou que em cinco anos, a votação na Fretilin caíu de três em cada cinco Timorenses para um em quatro."28% é um pouco mais do que um em quatro.

Mas o Sr. Aarons esqueceu-se de referir que a queda de Xanana ainda foi maior: da esmagadora vitória de 2002 passou a 22%. Isto é pouco mais do que um em cada cinco timorenses.

Parece que os inflamados discursos e extensos artigos contra a Fretilin não resultaram. Até Fernando Lasama teve só menos 3% do que RH e para isso não precisou de discursos nem de artigos no jornal.

H. Correia

UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA - Sexta-feira, 27 Abril 2007

(Tradução da Margarida)


Relatos dos Media Nacionais

PD apoia Ramos Horta
O presidente do Partido Democrático (PD), Fernando de Araujo Lasama, disse durante a assinatura de um acordo entre o PD e Horta em 26/4, que o PD nos 13 distritos decidiu apoiar o candidato presidencial José Ramos Horta na segunda volta das eleições presidenciais. Disse que Horta tem capacidade para liderar o país e que é capaz de reconhecer pessoas e partidos políticos diferentes. (DN, TP e STL)

Governo está à espera da carta oficial do PR para parar as operações contra Alfredo
O Vice-Primeiro-Ministro Estanislau Aleixo da Silva disse que o governo não recebeu nenhuma carta oficial do Presidente Gusmão a pedir a paragem da operação contra Alfredo.

“O governo está à espera da carta oficial do presidente da República,” disse Aleixo na Quinta-feira (26/4) no Palácio das Cinzas em Caicoli, Dili, depois de se encontrar com o Presidente Gusmão. (DN)

Horta: “Quero ser o presidente dos pobres”
A campanha da segunda volta do candidato presidencial José Ramos Horta começou na Quarta-feira (25/4) em Manufahi, Aldeia Dotik sub-distrito Alas, onde disse que se for eleito presidente fará da paz e da redução da pobreza uma prioridade. (DN)

UNMIT reabilitará estradas danificadas
O Representante Especial do Secretário-Geral da ONU em Timor-Leste, Atul Khare, afirmou que a UNMIT procurará maneiras para reabilitar as estradas de modo a assegurar a segurança rodoviária e a minimizar acidentes de tráfego. (DN)

Horta pede à ISF para parar as operações contra Alfredo
O Primeiro-Ministro Horta pediu à ISF para parar a operação para capturar o foragido Reinado. Continuando a operação, a ISF estará a desafiar as decisões tomadas pelo presidente e pelo primeiro-ministro. (TP)

PDC pede a mudança do Presidente do Tribunal de Recursos
O Partido Cristão Democrático (PDC) propôs substituir o presidente do Tribunal de Recursos. O PDC disse que o Presidente actual toma decisões desadequadas.

O presidente do PDC mencionou que não foram tomadas decisões em 50 casos que foram apresentados ao Tribunal. (TP)

Alkatiri: Xanana e Ramos Horta devem ser removidos
O Secretário-Geral da Fretilin, Mari Alkatiri, disse que a remoção de Xanana e de Horta resolverá a crise do país.

“Xanana e Ramos Horta não resolverão a crise, pelo contrário aumentarão a crise,” disse Alkatiri no decurso da campanha de Francisco Lu-Olo em Manatuto na Quarta-feira (25/4). (STL)

UNMIT: os partidos políticos não devem envolver crianças na política
O Representante Especial do Secretário-Geral da ONU em Timor-Leste, Atul Khare, apelou a todos os partidos políticos para não envolverem crianças nas actividades políticas.

“Reuni-me com a CNE e o STAE e pedi-lhes para encorajarem todos os partidos políticos e líderes a evitarem envolver crianças nas actividades políticas,” disse Khare numa conferência de imprensa na Quinta-feira (26/4) no QG da UNMIT em Dili. (STL)

Pedido que o STAE e a CNE sejam credíveis
O Presidente da Comissão Conjunta da Monitorização de Eleições (KOMEG), padre Agostinho de Jesus Soares, na Quinta-feira, numa conferência de imprensa no Centro dos Media para as Eleições (EMC) em Caicoli Dili, afirmou que o STAE e a CNE devem ser credíveis e imparciais e devem evitar manipulações durante a segunda volta das eleições presidenciais

KOMEG identificou ainda alguns membros da PNTL envolvidos no processo da contagem nos centros de votação. “Alguns membros da PNTL nalguns distritos não mostraram o seu profissionalismo e independência e alguns foram votar fardados e com armas,” disse o padre Agostinho. (STL, DN e TP)

O caso da PNTL em Viqueque está sob investigação
O chefe da comissão de investigação para o caso de Viqueque, Clementino dos Reis Amaral, disse que o Comité B do Parlamento Nacional vai investigar o envolvimento de membros da PNTL em casos de intimidação da população em Uatolari, Viqueque.

Afirmou que a comissão consiste em oito membros. (STL)

...

Dos Leitores

Comentário na sua mensagem "UNMIT – MEDIA MONITORING - Thursday, 26 April 2007...":

A descrição pelo News Weekly da Fretilin como Marxista não é nenhuma surpresa.Esta revista é a voz do National Civic Council, um movimento reaccionário católico, cujo o presidente, B.A Santamaria, apoiou o regime Suharto e atacou os que apoiavam os direitos dos timorenses, como o James Dunn, como "comunista".

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.