quarta-feira, maio 09, 2007

A duas horas do fecho das estações de voto relatório actualizado

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR LESTE
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL
SECRETARIADO TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO ELEITORAL (STAE)
Rua de Caicoli, Dili, Tel. 3317445 / 3317446

Comunicado de Imprensa

Dili, 9 de Maio 2007
14:00h

Com o encerramento das estações de voto da Segunda Votação das Eleições Presidenciais marcado para as 16:00h locais, 8 centros de votação reportaram número insuficiente de boletins de voto.

Um desses locais foi Hohorai, no distrito de Manatuto. Como resposta um helicóptero das Nações Unidas deslocou-se de Dili até à capital de Distrito para depois transportar 300 boletins de voto de reserva até ao local. Uma afluência às urnas acima do esperado em Iliomar, no Distrito de Lautem, obrigou também a um reforço de 100 boletins de voto de reserva guardados em Lopallos, a capital de Distrito de Lautem. Em Bobonaro, 150 boletins de voto foram deslocados da capital para o Suco Raifun. Na região Sul do Distrito de Manufahi, 200 boletins de voto extra foram deslocados de Same para o Suco Daisua com outros 100 para o Suco Batano. Na zona Este de Viqueque 100 boletins foram transferidos do centro de votação do Suco Caraubalo para o suco Uma Ki’ík. Na capital Dili também houve número insuficiente de boletins de voto nos centros de votação de Tasitolu e Fatuahi para onde foram transferidos, da reserva distrital, 200 e 100 boletins de voto respectivamente,

Para responder a estas necessidades, o STAE imprimiu uma reserva de 20% de boletins de voto em relação aos 524,073 eleitores recenseados. No total, para a Segunda Votação da Eleição Presidencial, 630,000 boletins foram preparados, organizados em 12,600 pacotes de 50 boletins cada, sendo a reserva guardada em cada uma das 13 capitais de Distrito.

Tal como na Primeira Votação, a 9 de Abril de 2007, os eleitores timorenses podem exercer o dever cívico em qualquer centro de votação espalhado pelo país, o que torna impossível antecipar o número total de eleitores por estação de voto.

A votação termina às 16:00h, no entanto todos os eleitores que estejam na fila a essa hora podem ainda exercer esse direito democrático. Depois começa a contagem em cada uma das estações de voto antes de serem transferidos para a posterior contagem a nível distrital

O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), sob a tutela do Ministério da Administração Estatal, é a entidade responsável pelo planeamento e execução de todos os aspectos técnicos e logísticos relacionados com as eleições em Timor-Leste, com o apoio da Divisão Eleitoral da UNMIT e do Projecto Eleitoral da UNDP com o financiamento de doadores como a União Europeia, Austrália, Irlanda, Japão, Portugal, Estados Unidos da America, Nova Zelândia.

Para mais informação por favor contacte: Julio da Silva: 7250761 julio.dasilva@undp.org

Urnas fecharam às 08h00 de Lisboa

Segunda volta das presidenciais em Timor-Leste decorreu sem incidentes
09.05.2007 - 08h23 Lusa, PÚBLICO

A segunda volta das presidenciais em Timor-Leste decorreu sem incidentes. As urnas fecharam às 16h00 locais (08h00 em Lisboa). Falta agora saber se o substituto de Xanana Gusmão será o primeiro-ministro e candidato independente José Ramos-Horta ou Francisco "Lu Olo" Guterres, apoiado pela Fretilin e presidente do Parlamento.

Estavam mobilizados para esta votação mais de 4000 polícias (tanto nacionais como enviados pelas Nações Unidas) e um milhar de soldados, mas acabou por não se verificar nenhum problema durante a jornada eleitoral.

O Presidente cessante de Timor-Leste, Xanana Gusmão, tinha pedido ontem à noite calma e unidade, horas antes de abrirem as urnas para a segunda volta da escolha do seu sucessor, entre o primeiro-ministro do qual é amigo, José Ramos-Horta, e um presidente do Parlamento que detesta, Francisco Guterres, “Lu-Olo”. “Desejamos que se instale um sentimento de que não haverá mais violência. Que reinem a tolerância, a paz e a estabilidade”, afirmou o chefe do mais jovem e pobre dos estados asiáticos.

Na primeira volta das presidenciais, com um total de oito candidatos, votaram 427.198 pessoas, 81,69 por cento do total dos eleitores. Segundo os resultados oficiais, "Lu Olo" foi o mais votado, ao recolher 112.666 votos (27,89 por cento), contra Ramos-Horta, escolhido por 88.102 eleitores (21,81 por cento).

O chefe dos representantes das Nações Unidas que estão a acompanhar a segunda volta das presidenciais, Steven Wagenseil, considerou ontem, segundo a Reuters, que alguns resultados preliminares desta nova ida às urnas deverão ser conhecidos na sexta-feira à noite, 48 horas depois do fecho das assembleias de voto. E a diplomata timorense Pascoela Barreto, consultada pelo PÚBLICO, em Lisboa, onde há pouco cessou funções de embaixadora, manifestou a opinião de que, sendo agora só duas as listas, não deverá ter de se esperar tantos dias como da primeira volta para se concluir o escrutínio.

Regresso tranquilo às estações de voto na Segunda Volta

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR LESTE
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL
SECRETARIADO TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO ELEITORAL (STAE)

Rua de Caicoli, Dili, Tel. 3317445 / 3317446

Comunicado de Imprensa

Dili, 9 de Maio 2007
11:00h

Às 7:30 da manhã todos os 504 centros de votação reportaram a abertura à hora marcada em todo o território nacional de Timor-Leste, com ordem e tranquilidade.

Os serviços do STAE reportaram, dos 13 Distritos, que muitos dos 524,073 eleitores recenseados já formavam filas de forma organizada e pacífica ainda antes da abertura das estações de voto, para exercerem o dever cívico.

Equipas das Nações Unidas e do Governo Timorense estão, neste momento, a recolher informação por todo o país, especialmente nas zonas mais remotas onde é impossível a comunicação através de rádio ou telemóvel.

Um centro de votação em Dili, a Escola Primária 30 de Agosto, requereu um aumento de efectivos policiais, o que foi imediatamente respondido pela UNPOL e PNTL, sem terem sido registados quaisquer incidentes. Em outros pontos, fiscais de partidos políticos tentaram aceder a centros de votação com credenciaias válidas apenas para a primeira volta. Estes indivíduos foram retirados dos locais pois só quem estiver munido da acreditção para a segunda volta pode ter acesso aos centros de votação.

Durante o dia 8 de Maio e ainda esta manhã, equipas do Governo e Assessores das Nações Unidas trabalharam para garantir que todo o material eleitoral seria entregue com sucesso e a tempo em todos os centros de votação e estaçoões de voto. O abastecimento foi feito de diferentes formas, através de 80 veículos do Governo, 76 cedidos pela pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), mais de 80 pela Missão das Nações Unidas (UNMIT) e 9 pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Com muitas estradas inacessíveis por todo o território de Timor-Leste, 38 centros de votação receberam o material por equipas que se deslocaram a pé e a cavalo, enquanto 54 vôos de helicóptero, levados a cabo pela UNMIT e pela Força de Estabilização Internacional (ISF), garantiram que o material eleitoral fosse entregue em outros 44 centros de votação.

O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), sob a tutela do Ministério da Administração Estatal, é a entidade responsável pelo planeamento e execução de todos os aspectos técnicos e logísticos relacionados com as eleições em Timor-Leste, com o apoio da Divisão Eleitoral da UNMIT e do Projecto Eleitoral da UNDP com o financiamento de doadores como a Austrália, Irlanda, Japão, Portugal e União Europeia.

Para mais informação por favor contacte: Julio da Silva: 7250761 julio.dasilva@undp.org

Menos pessoas a votar

À semelhança de Díli, em Gleno também a afluência às urnas parece menor do que na primeira volta.

Em Lautem e Los Palos as filas estão tão grandes comom na primeira volta.

Presidenciais timorenses: Xanana apela à tolerância, à paz e à estabilidade

A Semana (Cabo Verde) - Quarta-feira, 9 Maio 2007

Jorge Heitor
Mais de 4.000 polícias e um milhar de soldados estrangeiros zelam para que não haja violência na histórica jornada eleitoral.

O Presidente cessante de Timor-Leste, Xanana Gusmão, pediu ontem à noite calma e unidade, horas antes de abrirem as urnas para a segunda volta da escolha do seu sucessor, entre o primeiro-ministro do qual é amigo, José Ramos-Horta, e um presidente do Parlamento que detesta, Francisco Guterres, OLu Olo.

"Desejamos que se instale um sentimento de que não haverá mais violência. Que reinem a tolerância, a paz e a estabilidade", afirmou o chefe do mais jovem e pobre dos estados asiáticos. E para que de facto a jornada decorra dentro de uma relativa normalidade foram mobilizados mais de 4.000 polícias (tanto nacionais como enviados pelas Nações Unidas) e um milhar de soldados, estes últimos maioritariamente da Austrália, autêntica potência regional, com grandes interesses estratégicos no Mar de Timor.

Foi precisamente na imprensa australiana que se soube em primeira mão, na terceira semana de Fevereiro, que estava a começar um processo destinado a abalar por completo os fundamentos da política timorense. Ao aproximar-se o termo do seu mandato, Xanana negociara com Ramos-Horta uma inversão de papéis: procuraria que o primeiro-ministro fosse o seu sucessor no Palácio das Cinzas, do qual se afirmava “farto”, enquanto ele próprio criava um partido para concorrer às legislativas do fim de Junho e tentar retirar à Fretilin o controlo do Parlamento.

O surgimento de tal força, o Conselho Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), com Dionísio Babo como secretário-geral, dominou todo este período de um mês entre a primeira e a segunda volta das presidenciais. Sempre com Xanana e Ramos-Horta a deixarem bem claro, nas suas diversas intervenções, que o objectivo comum é acabar com a preponderância da Fretilin na sociedade, acusando-a de em cinco anos não ter sido capaz de retirar a população da miséria em que quase toda ela vive.

As promessas de Ramos-Horta

O primeiro-ministro procurou ontem dar garantias de que ninguém terá nada a temer da sua eventual passagem à suprema magistratura: "Recordo aos militantes da Fretilin que também eu fui um dos fundadores desse partido. Se ganhar, tomarei conta de todos".

Outro vértice da nova pirâmide do poder que se está a estruturar em Timor-Leste é o líder do Partido Democrático, Fernando "Lasama" de Araújo, que ficou em terceiro lugar na primeira volta das presidenciais e ontem disse à AFP que Ramos-Horta “unirá os timorenses e promoverá os direitos humanos, defendendo a democracia".

Os analistas do que se está a passar naquela antiga colónia portuguesa têm vindo a admitir um lugar de destaque para Araújo num eventual Governo que o CNRT viesse a formar depois das legislativas, se acaso conseguisse congregar mais votos do que a Fretilin, cujo secretário-geral, Mari Alkatiri, foi o ano passado obrigado por Xanana a demitir-se de primeiro-ministro.

O chefe dos representantes das Nações Unidas que estão a acompanhar a segunda volta das presidenciais, Steven Wagenseil, considerou ontem, segundo a Reuters, que alguns resultados preliminares desta nova ida às urnas deverão ser conhecidos na sexta-feira à noite, 48 horas depois do fecho das assembleias de voto. E a diplomata timorense Pascoela Barreto, consultada pelo jornal português "Público", em Lisboa, onde há pouco cessou funções de embaixadora, manifestou a opinião de que, sendo agora só duas listas, não deverá ter de se esperar tantos dias como da primeira volta para se concluir o escrutínio.

Dos Leitores

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Entrevista a Ramos-Horta: "Entrevista a Ramos-Horta: “Se perder, ajudarei o m...":

DIZ O ROTO AO NU

"[Agora] 70 por cento do eleitorado votou contra o candidato da Fretilin"

O autor desta frase, Ramos Horta, esquece-se de acrescentar que 78% desse mesmo eleitorado votou contra ele próprio...

Ramos Horta continua com a sua saga de promessas mirabolantes e propõe a criação de uma "Comissão de Reforma para rever e uniformizar todas as nossas leis, torná-las mais coerentes, etc.". Serão australianos, os membros dessa "Comissão"?

O que vale é que RH não chega a cumprir as suas promessas...

Quanto ao resto, torres de 10 andares (para caírem ao primeiro terramoto?), muitos milhões distribuídos pelo povo (porque não fez isso enquanto 1º Ministro?), uma "limpeza geral à corrupção" e outros efeitos especiais, como de costume.


PROMESSAS, PROMESSAS

Para os mais distraídos (incluindo o próprio), aqui vai uma súmula das opiniões de RH sobre esse terrível Governo de Alkatiri do qual fez parte e do extenso rol de promessas generosas que se "esqueceu" de cumprir durante os seus 10 meses de mandato...


Discurso de posse de Ramos-Horta
10-7-2006

“REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO

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10 July 2006

DISCURSO PROFERIDO PELO DR JOSÉ RAMOS-HORTA NA SUA TOMADA DE POSSE COMO PRIMEIRO MINISTRO DO GOVERNO DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE

[...]
Hoje sou empossado na honrosa função de Chefe de Governo, na sequência da resignação do meu velho amigo e combatente de luta, o Dr. Mari Alkatiri. Servi num Governo por ele dirigido sempre pautado pela prudência e lealdade ao povo que ele realmente ama. O que nós herdamos da UNTAET, em Maio de 2002, era apenas um esboço de um Estado.
[...]
Se nos lembrarmos do que a ONU nos entregou na noite de 19 de Maio de 2002, então poderíamos dizer que o balanço do governo do Dr. Mari Alkatiri registou progressos notáveis em muitas áreas.

Dotou-se o país de um edifício jurídico com leis e regras que não existiam; de uma administração pública cuja existência era precária; a rede escolar aumentou significativamente desde 2002; a cobertura sanitária ultrapassou as expectativas; negociámos e concluímos importantes acordos com os nossos vizinhos; aderimos a mais de 20 Tratados Internacionais entre os quais todos os Convénios sobre Direitos Humanos.
[...]
Estou também obrigado a consultar regularmente e a ouvir, a Comissão Politica Nacional da FRETILIN. Fá-lo-ei sempre com agrado e com respeito. Tenho dois Vice-Primeiros-Ministros nos quais deposito total confiança e que têm muito mais experiência de governação do que eu. Tenho uma equipa governamental dedicada e experiente que tomará posse ainda esta semana. Por isso, acredito, que o peso da governação será mais leve.

Conheço as minhas limitações. Não sou uma pessoa de grandes virtudes.
[...]
De imediato a nossa tarefa será consolidar a segurança em Dili e em todo o Timor-Leste, fazer regressar aos seus lares ou ao que deles resta os milhares de nossos irmãos que durante semanas se refugiaram em vários centros de acolhimento, e dar-lhes o apoio necessário para refazerem as suas vidas.
[...]
A acção governamental nas próximas semanas e meses é que irá restaurar ou não a fé e a esperança
[...]
Vamos simplificar as leis e a burocracia para que elas não sejam um entrave ao desenvolvimento do país. O chamado "procurement" e os concursos ou "tenders" tem que ser mais transparentes e também mais rápidos. Vamos introduzir o conceito de "fast track" para acelerar a execução de projectos.
[...]
Timor-Leste é citado num estudo do Banco Mundial como um dos piores países do mundo para se registar uma companhia. Vamos inverter isto imediatamente. O país não é pobre. Temos dinheiro, das nossas riquezas próprias e da generosidade dos amigos.

Este governo não vai arranjar desculpas para a inércia. Este governo vai tentar servir os melhores interesses dos pobres. Este governo vai ser um governo para os pobres. Este governo vai ser arrojado na luta contra a pobreza. Vamos fazer uso dos dinheiros existentes para dignificar a pessoa humana, dar-lhe esperança, dar-lhe de comer, vestir, e dar-lhe um tecto.

Os pobres e esquecidos das zonas rurais serão a nossa preocupação central e vamos mobilizar os nossos recursos financeiros e humanos para rapidamente dinamizar as actividades económicas nessas regiões através de pequenos projectos de impacto rápido; vamos apoiar mais os agentes do Estado que servem nos Distritos; vamos apoiar os Liurais, Chefes de Sukos, restaurar a dignidade e o poder moral e secular dos Liurais. Dotá-los de meios para servirem o povo.
[...]
Este Governo vai dedicar uma atenção especial à nossa juventude.
[...]
Este Governo vai instituir também um programa de bolsas de estudo para os estudantes que estudam em Timor-Leste que lhes permita, alimentação, vestuário e aquisição de livros, etc.

Temos que cuidar dos nossos veteranos, os grandes heróis da nossa Pátria. Vamos honrá-los muito brevemente com cerimónias solenes e condecorações, apoiá-los na sua merecida reforma e habitação. O Estado timorense irá fazer tudo o que estiver ao seu alcance para minimizar o sofrimento e as dificuldades das viúvas e dos órfãos dos nossos heróis.
[...]
Vamos cuidar do sector de defesa e segurança através de reformas prudentes para dotar o país de forças modernas para servirem o povo e a causa da paz.
[...]
Vamos melhorar e simplificar as leis e regras de procedimento para registo de empresas. Vamos investigar as queixas sobre falta de pagamento de contas por parte do Estado.
[...]
Em conclusao, até a algumas semanas atrás, amigos e admiradores, faziam-me acreditar que eu poderia passar o ocupar o 38o piso do palácio de vidro no East River, em Manhattan. Alguns governos amigos acreditavam na minha elegibilidade. Tenho outra missão aqui. Nunca seria um bom Secretário-geral da ONU se não soubesse ser um bom Timorense e um bom Timorense deve estar no seu País e com o seu povo irmão em momentos de crise.



REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO
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MEDIA RELEASE
01 August 2006 For immediate release

GOVERNMENT PROGRAM DEMONSTRATES COMMITMENT TO THE POOR


Prime Minister Dr José Ramos-Horta yesterday presented the program of the II Constitutional Government to National Parliament, a requirement determined by the Constitution.

The program demonstrates Dr Ramos-Horta's and his Government's commitment to the poor.

"It is time that we dedicate much of our efforts to help the poor who, unfortunately, are the vast majority," Dr Ramos-Horta said.

"Our people have suffered for a long, long time and many, who were poor before the recent crisis, have now lost the little that they had.

"It is time we show some compassion and really start to do some concrete things that will benefit them," he said. In this aspect, the government program foreshadows the:

• construction and/or reconstruction of houses destroyed or damaged during the recent crisis;
• establishment of a food stock;
• provision of assistance to veterans and former combatants;
• development of programs to support unemployed youth;
• continuation of awarding scholarships;
• continuation of the improving of conditions and quality of teaching in schools;
• increase the economic activity in rural areas; and
• better service national and foreign investors.
[…]
my government is going to stimulate the economy by creating employment with projects – such as rural roads, hospitals, schools, electricity, pipedwater, etc - in several areas that will have a medium and short term immediate impact in the lives of the population," He said.

Timor-Leste: Ramos Horta votou em Baucau

Díli, 09 Mai (Lusa) - José Ramos Horta, candidato à Presidência da República de Timor-Leste, votou hoje, na Escola Nobel da Paz, no Distrito de Baucau, comentando depois que nem sequer "os dentes Pepsodent" do seu adversário o conseguiram convencer a votar nele.

Depois de uma hora e vinte minutos a espera da sua vez para votar, Ramos Horta exerceu o direito de voto sob um forte aplauso da população, concentrada numa fila de cerca de quarenta metros.

Mostrou-se sempre muito bem disposto e comunicativo, excepção feita para os jornalistas quando lhe queriam fazer perguntas de microfone em punho.

Depois de votar, cerca das 9:30 locais, Ramos Horta explicou que fora a Baucau e àquela escola, a pedido do chefe do suco (aldeia local). Recordou que ali bem perto visitara o bispo D.Carlos Ximenes Belo, quando ele ainda se encontrava em Timor-Leste.

Ramos Horta deslocou-se ao local de voto acompanhado por um forte cordão de segurança, composto por dez guarda-costas locais. Na viagem entre Dili e Baucau, a segurança foi feita pelo Sub-Agrupamento Bravo da GNR em Timor-Leste, que utiliza duas viaturas blindadas e equipamento de combate.

Antes de votar, Ramos Horta visitou o Museu e Biblioteca Nobel da Paz dedicado a D. Ximenes Belo.

Horta disse desconhecer que tinha sido derrotado nesta secção de voto pelo seu opositor Francisco Guterres "Lu Olo".

Ao votar, "estava completamente relax. Vi as duas fotos, a minha e a do Lu Olo, e achei que deveria votar em mim próprio. Não iria votar no meu irmão Lu Olo com os dentes Pepsodent, todo sorridente... Mesmo assim não me cativou e votei em mim próprio".

Quanto ao resultado, Ramos Horta aguarda-o, "qualquer que ele seja".

"Preocupo-me mais com uma vitória minha porque sei que serão cinco anos de trabalho árduo, do que com uma dita derrota". acrescentou.

"Derrota para mim é um alívio pessoal, embora me comprometa, nos próximos dias e semanas, a ajudar não só o irmão Lu Olo mas também a colaborar com os meus colegas no governo até ao fim do mandato que deverá terminar em meados de Julho", concluiu Ramos Horta.

Jcs/PRM Lusa/Fim

Pelas 10 horas da manhã.

Lu-Olo já votou.

A afluência às urnas hoje de manhã é muito menor do que no dia da primeira volta.

Entrevista a Lu-Olo: “Xanana tem um ódio obsessivo contra a Fretilin”

Publico.pt
Eleições presidenciais em Timor-Leste

01.05.2007 - 22h16 Adelino Gomes

Lu-Olo revela que Horta foi a terceira escolha da Fretilin para a chefia do actual Governo, anuncia que, se for eleito, manterá a presidência da Fretilin e acusa Xanana de encobrir corrupções no seu próprio gabinete.

PÚBLICO: Dos seis candidatos eliminados na 1ª volta, apenas um lhe dá o seu apoio público. Que significado atribui ao apoio generalizado dos outros cinco a Ramos-Horta?

Francisco Guterres “Lu-Olo”: O que nós temos visto é a expressão pública das lideranças dos partidos e dos candidatos desses partidos. Eu respeito e estou confiante de que cada timorense irá votar de acordo com a sua consciência. Eu não acredito que os votos sejam propriedade dos candidatos ou partidos, e por isso não podem ser trocados ou transferidos. Eu estou também confiante que as mensagens que passei ao povo, através do meu compromisso eleitoral, durante a campanha, e durante o debate televisivo, representam as visões da maioria dos Timorenses. Algumas pessoas dão grande importância a esses líderes, em Díli, que apresentam publicamente o seu apoio à Ramos-Horta. Como disse anteriormente, as pessoas no topo podem apoiar uns aos outros mas as pessoas na base podem apoiar de forma diferente. Eles irão votar em quem confiam. Agradeço todo o apoio que tenho recebido por parte do Presidente da KOTA, Dr Manuel Tilman, e pelo Presidente do PPT, Jacob Xavier. Eles têm muito apoio entre a população rural, que é a população de quem tenho falado mais, os Mauberes e Buiberes. Isto irá ajudar-me a atrair o seu apoio para estas eleições.

P: No último comício desta campanha, em Díli, o secretário-geral da Fretilin e ex-primeiro-ministro, Mari Alkatiri, disse que "Ramos Horta é uma pessoa que não tem ideias próprias ", e que "hoje diz uma coisa, amanhã fala outra". E acrescentou: "Se o presidente for Ramos Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão, o país vai, sem dúvida, enveredar por um caminho de desenvolvimento que será insustentável". Têm também acusado o seu adversário de preconizar uma política petrolífera que favorece interesses estrangeiros. Por que razão, sendo assim, foi José Ramos-Horta convidado há menos de um ano para PM? Ou o que ele é hoje revelou-se uma má surpresa para a Fretilin?

R: A nação encontrava-se em crise e uma guerra civil encontrava-se iminente se a FRETILIN não concordasse com a exigência do Presidente Xanana em escolher Ramos-Horta para Primeiro-Ministro. Ele não foi a nossa primeira escolha – Estanislau da Silva foi a nossa primeira escolha e Rui Araújo foi a segunda. Contudo, nós estávamos conscientes de que o Presdiente não iria permitir que qualquer um deles se tornasse PM, embora fosse nosso direito constitucional, sendo o partido com maioria parlamentar, escolher o chefe do governo. Ramos-Horta era então o candidato acordado para tentar sair da confrontação e crise com o Presidente. Ao mesmo tempo, algumas pessoas afirmavam ser a melhor forma de resolver a crise. Podemos ver agora que esse não era o caso. Indicar Ramos-Horta não resolveu nada, o país continua em crise, com muitos problemas por resolver. Tais inclui o problema de segurança, lei e ordem, os peticionários, o caso de Reinado, e os deslocados que não regressam às suas casas devido à falta de segurança.

P: Se a Fretilin ganhar, isso significa que o povo quer ver Timor-Leste controlado por apenas uma família (os uniformes da polícia, as armas das F-FDTL, a construção das estradas, a gasolina, o arroz), disse o actual Presidente, numa entrevista ao Tempo, indonésio. Quer comentar?

R: Eu acredito que o povo irá votar na FRETILIN porque somos um partido que promove a autoridade da lei, respeito pela constituição e desenvolvimento sustentável para o nosso país e para o nosso povo. Os primeiros cinco anos de governação foram difíceis porque a maior parte do dinheiro para o orçamento vinha dos parceiros de desenvolvimento. Eles tiveram grande influência no tipo de investimento que foi feito e as quantias não permitiram que gastássemos em muito, com excepção de algumas prioridades chave tais como saúde e educação. Só para comparar, o nosso primeiro orçamento era de cerca de USD$85,000,000. Contudo, agora o país tem dinheiro devido ao dinheiro do petróleo que está a entrar o Fundo do Petróleo, criado pelo governo da FRETILIN liderado pelo Dr Mari Alkatiri. O nosso orçamento de USD327,000,000 permite que possamos trabalhar em muito mais áreas. Por exemplo, o fundo de desenvolvimento comunitário, que foi recentemente lançado pelo Primeiro Vice-Primeiro Ministro e Ministro da Agricultura, Estanislau da Silva. Neste programa cada Suco irá receber USD$10,000 para projectos comunitários. O dinheiro do petróleo permitiu também a implementação de um programa de alimentação nas escolas primárias, oferecendo às crianças uma refeição quente por dia, oferecer bolsas aos estudantes que precisam, ter disponível fundos para estabelecer bancos de desenvolvimento rural para providenciar créditos para as populações rurais. Temos também feito grandes progressos nas áreas de saúde e agricultura. O país não tem qualquer dívida, o que tem sido elogiado por instituições internacionais multi-laterais, como o Fundo Monetário Internacional. O desenvolvimento da nossa nação tem sido forte e estável, tendo em consideração que enfrentamos muitos desafios durante os últimos cinco anos de construção do país, partindo do zero. O Governo da FRETILIN tem hoje uma experiência de cinco anos, de onde pode aprender para governar melhor o país e continuar a fazer melhoramentos.

Em relação aos comentários do Presidente Xanana no Tempo: não é verdade. O comentário sobre “uma família” é um jogo para a audiência indonésia, que teve “uma família”, ao contrário de nós. A família que os indonésios tiveram é a mesma que Xanana uma vez aplaudiu como sendo boa para o desenvolvimento económico de Timor-Leste, durante o tempo de ocupação indonésia. Todos nós sabemos que o actual Presidente tem um ódio obsessivo pela FRETILIN e que os seus discursos inflamatórios foram uma das principais causas da crise do ano passado. Xanana sabe que existem mecanismos de controle que pode utilizar para investigar corrupções. Temos o Inspector-Geral, o Provedor. Porque nao os usa? Prefere entrar pela mais irresponsável que e difamar. Quem encobre corrupção no seu proprio no seu próprio gabinete como pode acusar outros? Desafio Xanana a pedir uma investigação seria.

P: Quais as três medidas concretas mais importantes que se propõe aplicar se for Presidente da República?

R: Primeiro, como Presidente, irei trabalhar para unificar as forças para esta nação. Isto irá envolver a facilitar a resolução de diferenças, com foco na unidade nacional e na solidariedade institucional. Trabalharei com o Parlamento Nacional e o Governo, e darei meu apoio total ao sistema judicial, para que estas instituições possam resolver a crise. Esta é a única forma para garantir paz e estabilidade para a nação. Este é o meu objectivo principal. Segundo, como Presidente, irei trabalhar para alcançar o consenso através de diálogos frequentes sobre os problemas de importância nacional. Isto incluirá mediar diálogos entre as instituições de estado, sociedade civil e partidos políticos. Darei ênfase especial à juventude e às mulheres para estabelecerem Gabinetes para eles. Usarei também os corpos consultivos estabelecidos para assessorar o Presidente, tais como o Conselho de Estado e o Conselho Superior para Defesa e Segurança. Como Presidente, estarei sempre disponível para o diálogo. Terceiro, ao fazer tudo o que acabei de dizer, poderemos assegurar que o desenvolvimento social e económico da nossa nação continuará sem problemas. Para tal, a minha prioridade será descer às bases para ver e ouvir directamente do povo se o Plano de Desenvolvimento Nacional e o orçamento do governo estão a ser aplicados correctamente.

P: Nem Xanana Gusmão, nem Alkatiri nem Ramos-Horta resolveram a crise de há um ano. Que medidas concretas tomará que eles não tomaram para conseguir alcançar uma solução que restaure a paz entre os timorenses?

R: A crise do ano passado teve início devido a um conflito entre instituições de estado, particularmente entre o governo e a presidência. Eu trabalharei para restabelecer a solidariedade e a cooperação institucionais. O dr. Mari Alkatiri não teve a oportunidade para resolver a crise criada por outros. Os adversários da FRETILIN usaram a crise para retirar Mari Alkatiri da posição de PM. Ramos-Horta e Xanana Gusmão pensavam que ao remover Mari Alkatiri eles poderiam então resolver a crise e elevarem-se aos olhos das pessoas envolvidas no processo. Algumas pessoas eram da opinião de que se Mari Alkatiri deixasse de ser PM, a crise estaria resolvida. Tal não aconteceu porque tanto Ramos-Horta como Xanana Gusmão não foram capazes de resolver a raiz do que causou a crise, que é a lei, ordem e segurança. O conflito entre os órgãos de soberania, e a falta de vontade de Xanana e Ramos-Horta em trabalharem com esses órgãos significou que a lei e a ordem, e a segurança não poderia ser restabelecidas. Por exemplo, o caso de Alfredo Reinado que primeiro dão ordem de captura e depois tentam cancelar a ordem. Veja como eles também não foram capazes de lidar com o problema dos peticionários, até agora. Eu prometo trabalhar para os que problemas sejam resolvidos de forma institucional, de acordo com as leis e a Constituição. Também, é necessário completar uma análise apropriada da crise para que os autores políticos da crise possam ser descobertos. Eu acredito que o relatório das Nações Unidas foi um início, mas teve vários pontos que ainda precisam de mais investigações. Os próprios timorenses devem completar este trabalho. Processos como o Relatório da Comissão de Notáveis, deveriam ser reconhecidos e apresentados publicamente, e debatidos, para que haja uma decisão transparente. A transparência conduzirá à confiança por parte do nosso povo. Pessoas como Reinado e os Peticionários merecem um processo justo, e que as leis sejam aplicadas de forma justa e imparcial, para que eles tenham confiança em relação aos seus direitos.

: O actual presidente queixa-se dos diminutos poderes presidenciais que a Constituição lhe concede. Acha que os actuais poderes bastam, ou defende uma revisão constitucional no sentido de uma maior presidencialização do regime?

R: No dia 20 de Maio de 2002, os 88 membros da Assembleia Constituinte assinaram o documento de aprovação da actual Constituição da República. Isto foi depois de sete meses de discussão, debate e consulta pública, para alcançar um consenso. Uma das áreas de maior discussão e debate foi sobre o equilíbrio de poderes entre o parlamento, o governo, a presidência, o sistema judicial, e o papel de cada um na promoção e protecção da democracia, justiça, unidade nacional, paz e estabilidade no nosso novo país. Eu tenho deixado claro, no meu compromisso eleitoral, que como Presidente tudo farei para trabalhar com os órgãos de soberania para garantir tudo isso. Eu acredito que cada órgão de soberania adere aos poderes concedidos pela constituição e não interfere na esfera de poderes dos outros órgãos de soberania, tais como o governo, o parlamento e o sistema judicial, e assim o bem-estar da nação está protegido. Eu prometo restabelecer os princípios da Democracia e de justiça no nosso país. Eu não acho que a Constituição precisa ser alterada para conceder mais poderes ao Presidente. É importante que cada órgão de soberania saiba reconhecer os seus limites e respeite o papel constitucional de cada um. Eu não quero ter mais poderes como Presidente, mas quero ser um Presidente que sabe as formas e os meios para cooperar e resolver os desafios enfrentados pela nação.

P: Como se relacionará com o Governo e com o Parlamento Nacional, se vencer as eleições mas a Fretilin perder as próximas legislativas para o CNRT, liderado por Xanana Gusmão?

R: Claro que será mais fácil se o Presidente, o Governo e a maioria do Parlamento forem todos do mesmo partido. Mas, como Presidente, eu irei trabalhar com qualquer um que controle o governo e o parlamento, e eu trabalho de forma a promover solidariedade institucional e unidade nacional entre as instituições governamentais. Tenho aprendido, durante o tempo como Presidente do Parlamento, que o diálogo e a gestão de diferenças políticas e outras diferenças são a única forma de avançar. Eu irei aplicar esse método na presidência da república.

P: Se a Fretilin ganhar as legislativas, convidará Mari Alkatiri para formar Governo? Se não: quem convidará?

R: Mari Alkatiri já declarou publicamente que não pretende ser Primeiro Ministro. A FRETILIN tem uma nova geração, uma geração jovem, que tem emergido nos últimos cinco anos, e que está pronta para liderar. Com isto em mente, o Comité Central da FRETILIN decidirá quem será o candidato à Primeiro-Ministro, e não o Presidente que tem o direito constitucional de nomear o Primeiro-Ministro.

P: Se vencer esta eleição, quem gostaria de ver suceder-lhe, como presidente da Fretilin?

R: Continuarei como Presidente da FRETILIN porque já provei saber separar o meu papel como Presidente do Parlamento, e o meu papel como Presidente da FRETILIN. Serei Presidente de todos e para todos.

R: O que vai fazer, em concreto, se perder esta eleição?

R: Continuarei nas minhas funções como Presidente do Parlamento Nacional e como Presidente da FRETILIN. Irei, claro, trabalhar arduamente para que a FRETILIN vença as eleições legislativas, com uma maioria absoluta. Eu resisti à ocupação estrangeira durante 24 anos, mas estou ainda longe de me reformar do serviço ao meu povo e ao meu país.

Entrevista a Ramos-Horta: “Se perder, ajudarei o meu eleitorado a aceitar a vitória do nosso irmão Lu-Olo”

Publico.pt
Eleições presidenciais em Timor-Leste

01.05.2007 - 22h14 Adelino Gomes

PÚBLICO: Como se compreende que seja aceite como elemento destacado da sua candidatura presidencial alguém [como Vicente da Conceição “Railós”] que confessadamente aceitou armas para perseguir opositores políticos da Fretilin?

José Ramos-Horta:O senhor Vicente Railós é visto por muitos como “herói”, porque foi quem teve a coragem de denunciar toda a sórdida história da distribuição de armas a civis. Ele foi delegado ao Congresso da Fretilin, em Maio, foi sempre um elementos destacado deste partido. Agora é “criminoso” por ter denunciado a distribuição de armas a civis? Fez a entrega de todas as armas em sua posse e dos seus homens numa cerimónia pública na sua terra natal, Liquiçá, em Julho passado. Quanto ao aspecto jurídico da questão, não me cabe a mim pronunciar. Julgo que o caso está ainda com o Procurador-Geral da República.

P: Proclamou, há dois meses, que tinha chegado o tempo de Alfredo Reinado ser capturado, uma vez que ninguém podia estar acima da lei, em Timor-Leste. Agora, defendeu que as forças internacionais deviam suspender as operações de captura. Dias depois recebeu o apoio de Lasama, cujo partido apoia Reinado nos distritos do Oeste. Os seus interesses de candidato podem sobrepor-se aos interesses da Justiça timorense?

R: Há mais de um mês houve uma reunião do Comité de Alto Nível que se debruçou sobre uma carta do advogado do major Reinado em que este propõe entregar-se à Justiça mediante condições. Algumas são totalmente aceitáveis e correspondem às obrigações do Estado, que são assegurar a sua integridade física e tratá-lo com dignidade. Ele queria a mediação da Igreja. Falei com o sr. bispo D. Ricardo, que respondeu que sim, que a Igreja está sempre pronta a ajudar a encontrar soluções pacíficas. Informei disso o Fórum Trilateral. Há um fugido à Justiça que se quer entregar. Que pede que as operações contra ele sejam suspensas para que o diálogo para a sua entrega à Justiça seja feito. Por isso, só por isso, defendi uma suspensão das acções militares. É assim tão difícil de compreender esta minha postura?

P: Por que é que se recusa a fazer a declaração de rendimentos? Mesmo não sendo obrigatória por lei, não acha que seria mais transparente fazê-lo?

R: Não recusei. Dei uma conferência de imprensa em que disse que já o tinha feito em 2001. Fui o único membro do Governo de Transição a fazê-lo, na altura. Falei das minhas duas casas, como as obtive, com que com que dinheiros, etc. O meu adversário tem uma casa, uma enorme vivenda, mas não explicou como conseguiu em cinco anos de deputado construir tal casa.

P: Tem criticado a gestão dos dinheiros do petróleo pelo seu antecessor. Os seus adversários insinuam que protege interesses estrangeiros. Que alterações pretende introduzir nos princípios aprovados por unanimidade no Parlamento Nacional, sobre o Fundo do Petróleo?

R: Não pretendo fazer quaisquer alterações. É pura patetice da administração anterior falar em preservar os dinheiros do petróleo para futuras gerações, investindo em títulos do Tesouro, em Nova Iorque. O que eu digo é que Timor-Leste(TL) não pode esperar. Temos que investir agora, de imediato, para resolver os problemas gritantes de hoje e assim preparar também o futuro. A Fretilin fala sempre em conspirações… É o discurso de uma esquerda radical que vÊ sempre conspirações contra ela e não tem a coragem de admitir os seus erros. O problema de certa liderança da Fretilin é que continua a viver dos slogans dos anos 70. Tendo vivido em Moçambique durante 30 anos, não tiveram sensibilidade para perceber que TL mudou muito em 24 anos, que a esmagadora maioria do povo, e sobretudo os jovens, já não são convencidos por slogans de “Abaixo o Imperialismo! Viva o Grande Líder!”. Temos uma geração muito mais sofisticada, um povo muito astuto. Daí que, mesmo em 2001, a Fretilin só tenha obtido 57 por cento dos votos.[Agora] 70 por cento do eleitorado votou contra o candidato da Fretilin. Será que a Fretilin não entende esta mensagem e vai continuar a dizer que é a Indonésia, a Austrália, os EUA, etc., que são contra a Fretilin? Quem ouve os discursos dos “camaradas” da Fretilin, até parece que a Fretilin só tem amigos em Moçambique e em Portugal, e mesmo em Portugal só do lado do PCP.

P: Que balanço faz da sua acção como primeiro-ministro, tendo em conta que se mantêm três das mais críticas situações relacionadas com a crise de há um ano: ex-peticionários, ameaças armadas do major Reinado e deslocados?

R: Um balanço positivo no que toca à minha acção em reconciliar a Polícia e as Forças Armadas, os gangs rivais, em restabelecer a confiança das populações. Do lado económico, basta ver que apesar da crise, mais de 30 novos grupos de investidores se registaram em TL; que três novos hotéis, que começaram comigo, estão já em fase de acabamento. Um novo investimento de mais de 30 milhões de dólares num centro comercial, apartamentos, escritórios, de 10 andares, vai já arrancar. O próprio Banco de Desenvolvimento Asiático prevê um crescimento económico da ordem de 30 por cento, o mais elevado de toda a Ásia! Quanto à questão dos peticionários e do major Reinado: eles não têm causado quaisquer distúrbios. Tenho mantido diálogo salutarcom os peticionários e esse diálogo vai recomeçar logo a seguir às eleições.

P: Quais as três medidas concretas mais importantes que se propõe aplicar se for Presidente da República?

R: Quero liderar a reforma do sector de Defesa e Segurança para modernizar e profissionalizar as duas instituições que velam pela defesa e segurança do país. Na área da Defesa, quero a contínua cooperação com Portugal, Austrália e EUA. A Polícia está muito enferma no plano institucional. É uma herança muito negativa do Governo de Mari Alkatiri. Tem que ser completamente reorganizada. Algumas unidades devem desaparecer, fundir-se em outras. Mas tudo isto vai levar cinco anos. Por isso quero a presença da ONU em TL por uns cinco anos. Vou propor a criação de um Alto-Comissário para a luta contra a corrupção, com nível de Ministro de Estado, para fazer uma limpeza geral à corrupção. Vou propor uma task-force contra a pobreza, em sintonia com o Parlamento Nacional (PN), o Governo, a sociedade civil e a comunidade internacional, para que possamos dar um a respostas mais rápida e justa às expectativas dos mais pobres. Uma das minhas propostas seria um simples “cash transfer” para os agregados mais pobres, da ordem de uns 40 milhões de dólares por ano. Isto não veio apenas da minha cabeça. Consultei, entre outros, alguns dos maiores economistas do mundo, incluindo o professor Yunus (meu amigo, fui eu que o propus para Prémio Nobel da Paz, em 2005) e o dr. Michael Moore, ex-director-geral da OMC. Há ainda uma outra prioridade: reforçar o sector da Justiça dentro do que me compete. Mas é necessário que o escândalo das distribuição de armas a civis seja melhor investigado. O ex-ministro Rogério Lobato vai ser o único culpado? Bode expiatório?

P: O actual presidente queixa-se dos diminutos poderes presidenciais que a Constituição lhe concede. Se vencer, proporá uma revisão constitucional no sentido da presidencialização do regime?

R: É uma possibilidade. O Mari Alkatiri orgulha-se de ter sido o autor principal da actual Constituição, que cerceou à partida os poderes do Presidente. A raiz do conflito entre Alkatiri e Xanana Gusmão está na forma como Alkatiri conjurou uma Constituição precisamente para tirar poderes ao Presidente para poder governar sem empecilhos. Mas isso criou, à partida, um fosso entre ele e Xanana. Ora, sem Xanana não teríamos chegado à vitória em 1999. Negar-lhe um papel central nos primeiros cinco anos foi um erro grave. Alkatiri devia ter sido mais sensível e optado por uma verdadeira colegialidade com o PR e com outros partidos, com a Igreja. Os primeiros anos de um país são como um parto difícil. Mas não darei nenhum passo sem consultar os partidos com assento no PN, Governo, sociedade civil, etc. Aliás, tenho a intenção de criar uma Comissão de Reforma para rever e uniformizar todas as nossas leis, torná-las mais coerentes, etc..

P: O que fará, se vencer as eleições e a Fretilin ganhar as próximas legislativas?

R: Como chefe do Estado trabalharei com qualquer Parlamento e Governo eleitos. E sei que a Fretilin fará o mesmo.

P: É-lhe atribuída a autoria do seguinte comentário, durante esta campanha: "Essa coisa da separação de poderes é muito moderna para Timor-Leste". Qual é o conceito de democracia que acha dever aplicar-se a Timor-Leste?

R: Nunca fiz tal comentário. Falei sim das minhas reservas em relação ao dito secularismo europeu que não nada tem a ver com a história e os valores de TL. Há certos dirigentes da Fretilin que não entendem a espiritualidade timorense, que copiam modelos ou slogans europeus. No tocante às relações Igreja-Estado, em TL, temos a nossa realidade, a nossa própria história, a nossa espiritualidade, e acredito que os dois poderes, o temporal e o espiritual, aqui e noutros países recém-saídos de longos conflitos, tem que viver em quase simbiose, cooperar no dia-a-dia, partilhar responsabilidades, manter um diálogo permanente.

P: O que vai fazer, em concreto, se perder esta eleição?

R: Primeiro, ajudo o Governo a chegar até ao fim do seu mandato e ajudo o meu eleitorado a aceitar a vitória do nosso irmão Lu-Olo – ele vai necessitar de muita ajuda. Depois, descanso uma boa temporada. Tenho projectos de livros, conferências. Tinha planos para passar uns dois a três anos entre França e os EUA. Mas estarei eternamente ligado ao meu povo, este povo tão bom, simples, humilde, sofredor, perdoador, que merece tanto e a quem temos dado tão pouco…

Timor-Leste: Assembleia de voto abriram

Dili, 08 Mai (Lusa) - As assembleias de voto em Timor-Leste abriram às 7:00 de quarta-feira (23:00 de terça-feira, em Lisboa).

Não há registo de incidentes na abertura, nem na noite anterior, na capital, segundo fonte oficial da Polícia das Nações Unidas.

Um dos comandantes operacionais da UNPOL que, a esta hora, visita várias estações de voto (designação local das assembleias de voto) na cidade, referiu que "se nota muito menos gente nas filas para votar".

A votação termina as 16:00 (08:00 de quarta-feira em Lisboa).

Prn/jcs Lusa/Fim

Portugal com "falta de tempo" para Timor em 1975 – políticos

Pedro Rosa Mendes e José Costa Santos da Agência Lusa Díli, 08 Mai (Lusa) - Lisboa não tinha tempo em 1975 para ligar à situação em Timor, a viver uma guerra civil e sob ameaça de invasão indonésia, consideraram hoje veteranos da política timorense, estranhando declarações atribuídas a Almeida Santos naquele período.

Em declarações à Lusa, Domingos Oliveira, líder da UDT em 1975, disse hoje que "tudo podia ter acontecido entre Almeida Santos e Jacarta", admitindo não ter ouvido nunca ao então ministro da Coordenação Interterritorial português que era a favor da integração de Timor na Indonésia.
"Não tenho informação sobre isso mas o que posso dizer-lhe é que tudo podia ter acontecido entre Almeida Santos e Jacarta", afirmou o antigo secretário-geral UDT, contactado pela Lusa num telefonema para Perth, Austrália.

O antigo ministro da Defesa australiano Bill Morrison disse hoje que, em 1975, Portugal queria abandonar Timor-Leste "o mais rápido possível" e que Lisboa pretendia a invasão indonésia para se fazer de "vítima".

Nas suas declarações a um tribunal australiano por causa da morte de cinco jornalistas em Timor-Leste em Outubro de 1975, Morrison citou um ministro português, "Minister Santos", que lhe disse que Portugal "queria sair o mais rápido possível" do território, numa altura em que se preparava a invasão indonésia da, na altura, ainda Província Portuguesa de Timor.

Em declarações à Lusa, Almeida Santos reagiu com veemência ao que disse ser uma "miserável mentira" do ex- ministro da Defesa australiano.

Domingos Oliveira disse à Lusa que "a vontade de Portugal era livrar-se o mais rapidamente de Timor".

"É preciso lembrar que o próprio Mário Soares, do mesmo Partido Socialista e futuro Presidente da República, afirmou no seu livro de 1972 e 1974 que Timor era uma parte que não dizia muito respeito a Portugal", acrescentou o antigo líder da UDT a partir de Perth, onde reside.

Almeida Santos, acrescenta Domingos Oliveira, visitou o Timor português por duas vezes, em Outubro de 1974 e Outubro de 1975, antes e depois da eclosão do conflito entre partidos que degenerou na guerra civil.

Na visita de 1974, Almeida Santos deslocou-se a várias algumas localidades do interior, no distrito de Maubisse, onde demonstrou posições favoráveis à autodeterminação do território.
"O que ele dizia por trás, não sei", concluiu o líder da UDT, o primeiro partido político timorense.

O líder da UDT reuniu-se com Almeida Santos em 1975 em Díli, à semelhança de outros dirigentes timorenses da Fretilin e da APODETI que tiveram audiências com o ministro português.

"A impressão que tive foi a de que Almeida Santos regressou a Portugal com a vontade firme de informar o governo da vontade da maioria dos timorenses de que Portugal ficasse mais algum tempo em Timor", afirmou Domingos Oliveira.

Mário Carrascalão, fundador e ideólogo da UDT, governador do território durante a ocupação indonésia nos anos 80, recordou a importância da visita a Maubisse em 1974 como tendo contribuído para alterar a opinião de Almeida Santos sobre Timor.

"Ele ficou altamente impressionado com o 'portuguesismo' da população e isso alterou a sua posição na questão timorense", declarou o actual presidente do PSD à Lusa.

"Nunca me constou que Almeida Santos tivesse dito que apoiava a invasão de Timor", frisou Mário Carrascalão.

Entre 19 de Outubro de 1974 e 11 de Setembro de 1975, António Almeida Santos, então ministro da Coordenação Interterritorial do governo português, com o pelouro das colónias, efectuou pelo menos três visitas a Jacarta para contactos com as autoridades indonésias e numa delas deslocou-se igualmente a Camberra onde contactou com o governo australiano.

"A situação que favorecia a integração na indonésia era a do primeiro-ministro Vasco Gonçalves em Portugal, que chegou a ter negociações em Lisboa, em 1974, com o general Ali Moertopo", vice-chefe do BAKIN, a central indonésia de serviços secretos.

Uma foto desse encontro está reproduzida na biografia política de Mário Carrascalão, "Timor Antes do Futuro", lançada este ano em Díli.

No capítulo dedicado à política portuguesa em Timor em 1975 aparece a figura do major Arnão Metelo, representante do Movimento das Forças Armadas em Díli, que Mário Carrascalão relaciona com a opção integracionista de Lisboa e do governo de Vasco Gonçalves.

A páginas 31 do seu livro, Mário Carrascalão afirma que o major "se disponibilizou para, juntamente com os líderes das facções favoráveis à integração, preparar o que fosse necessário para a fundação da APODETI", o partido que mais serviu os objectivos de Jacarta.

"As primeiras reuniões, para esse efeito, realizaram-se na sua residência", escreve o ex-governador de Timor-Leste.

"O Ideário/Manifesto político da APODETI foi ele quem o concebeu e redigiu. Essa atitude grangeou-lhe em Timor muitas inimizades", acrescenta Mário Carrascalão sobre o major Metelo.
"Porém, Arnão Metelo defendia-se dizendo que conhecia a existência dessa corrente de opinião e interveio para que ela agisse à luz do dia e não na clandestinidade".

Mário Carrascalão acrescenta nas linhas seguintes que "a oposição muito firme da UDT" provocou "a anulação da possível nomeação" de Arnão Metelo para comandante militar de Timor, após a visita de Almeida Santos ao território.

Actualmente a residir em Macau, Arnão Metelo, recusa as duas primeiras frases do livro do que considera seu "amigo" Mário Carrascalão e subscreve apenas a última em que o antigo governador diz que ganhou "muitas inimizades" para que a APODETI "agisse à luz do dia".

"É falso, não é verdade", afirmou categoricamente sobre a sua intervenção na criação da APODETI e na redacção da sua linha orientadora política.

"O meu amigo Mário Carrascalão tem razão quando diz que eu quis que a APODETI agisse à luz do dia porque eu tinha indicações claras do governador coronel Alves Aldeia para os pressionar porque a APODETI estava a conspirar com o cônsul indonésio em Díli contra Portugal", garantiu.

Arnão Metelo disse também que em sua casa "não houve reuniões para criação da APODETI" mas "houve reuniões com todas as forças que tinham surgido no território após o 25 de Abril".
Engenheiro de profissão, Arnão Metelo esteva em Timor-Leste entre 1974 e mais tarde integrou o Governo de Vasco Gonçalves como ministro da Administração Interna e vice-primeiro-ministro.

Arnão Metelo também se recorda da visita a Timor de "emissários de António Spínola e Almeida Santos".

"A primeira visita do meu amigo Almeida Santos quando eu não estava em Timor-Leste e não podendo dizer o que ele pensava, posso dizer que nunca o ouvi declarar a defesa da anexação", sublinhou.

Admite também que "algumas declarações" do homem do PS ao jornal Expresso nesses tempos "poderiam ser mal interpretadas" pelo que, tendo em consideração que o ministro australiano "é uma pessoa de boa fé, se as declarações em português podiam dar azo a má interpretação, a tradução para inglês pode ter sido feita nessa má interpretação".

Arnão Metelo acrescentou ainda no contacto telefónico com a Lusa que, durante o governo de Vasco Gonçalves, "nunca foi discutida a possibilidade de Timor- Leste ser anexado pela Indonésia".

"Sei do que falo porque estava lá e, para além de nunca ter sido discutido, sei também que Vasco Gonçalves era contrário a essa situação apesar de em Portugal nessa altura não haver muito tempo para dedicar atenção a Timor-Leste devido aos problemas do país".

Esta pouca atenção portuguesa à situação de Timor-Leste é também referida por Franciscio Xavier do Amaral, Presidente da República de Timor-Leste por nove dias antes da invasão indonésia.

"Eu fui Presidente porque tínhamos de tomar uma decisão já que Portugal não tomava decisões face aos problemas que estavam a acontecer em Timor-Leste. Mas a invasão indonésia foi facilitada porque Portugal nos deixou sozinhos", disse.

"Estava combinado que o Governador Lemos Pires ficava na casa do Governador em Lahane e nós ficávamos no Farol mas um dia soubemos que Lemos Pires tinha abandonado a sua casa e partido de madrugada para Ataúro, deixando-nos sozinhos".

"Foi aí que a Indonésia teve mais coragem porque sabia que o Governador português já tinha abandonado a capital", concluiu.

Lusa/Fim

UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA – Terça-feira, 8 Maio 2007

(Tradução da Margarida)

Relatos dos Media Nacionais

UNMIT leva 30 caixas de votos sem confirmação do STAE
Na Sexta-feira (4/5), dois carros da ONU alegadamente levaram 30 caixas de votos sem darem qualquer conhecimento ao STAE.

O Director do STAE, Thomas do Rosário Cabral, disse que os motoristas de ambos os carros levaram 30 caixas para o Hotel Timor sem darem qualquer conhecimento ao STAE e que não estavam acompanhados nem pela PNTL ou UNPol.

“Tais atitudes comprometem a transparência e a tranquilidade do processo eleitoral e o STAE apresentou queixa à CNE e à UNMIT de modo a que tais atitudes não se repitam,” disse o Sr Cabral numa conferência de imprensa na Segunda-feira (7/5). (TP)

STAE deve ser imparcial na segunda volta eleitoral
O deputado do KOTA, Clementino Amaral, disse ao na Segunda-feira (7/5) que o STAE, e em particular o director do STAE, deve demonstrar imparcialidade na segunda volta da eleição presidencial.

“A partir de agora o STAE tem de evitar as coisas más e deve mostrar a sua imparcialidade a toda a gente através do próprio director do STAE, de modo a que não haja manipulações como na primeira volta,” disse Clementino. (TP)

Segunda volta das eleições, Chefe da PNTL Viqueque suspendido
De acordo com uma queixa recebida pela CNE, o chefe da PNTL do distrito de Viqueque, Gaspar da Costa, está por detrás das acções violentas e foi acusado de atacar apoiantes de alguns candidatos na primeira volta das eleições presidenciais do mês passado. Como tal, foi suspenso durante a segunda volta das eleições presidenciais.

O comandante geral da PNTL, Afonso de Jesus, afirmou na Segunda-feira (7/5) in no quartel-general da PNTL, Caicoli, Dili que desde que recebeu a queixa tinha suspendido directamente Gaspar da Costa pelo período de um mês enquanto aguarda as conclusões da investigação internacional. (TP)


3100 PNTL prestam segurança às eleições
O comandante geral da PNTL, Afonso de Jesus, informou os jornalistas na Segunda-feira (7/4) no Quartel-general da PNTL Caicoli, Dili, que há 3100 membros da PNTL em todos os distritos que estão preparados para fazer a segurança à segunda volta das eleições presidenciais.

Afirmou que a PNTL está mandatada para garantir a segurança com base no artigo 147, por isso têm de prestar a segurança máxima. (TP)


Tribunal de Recurso, julgamento do caso de Rogério está a caminho
A Secretária da Administração Interna do Tribunal de Recurso, Maria de Fátima, disse aos jornalistas na Segunda-feira (7/5) que o Tribunal de Recurso anunciará em breve a data do julgamento do ex-Ministro do Interior Rogério Tiago Lobato.

Hoje o Estado declara caminhos para resolver o caso de Alfredo
O encontro de alto-nível realizado na Segunda-feira (7/5) levantou publicamente demasiadas questões acerca do caso do foragido Alfredo Reinado. Hoje contudo, (8/4) o Presidente da República, Kayrala Xanana Gusmão, declarará o caminho para resolver o caso de Alfredo.

No encontro esteve o Presidente da República Kayrala Xanana Gusmão, Primeiro-Ministro José Ramos Horta com os seus dois vices, Comandante da ISF Brigadeiro Mal Rerden, Comandante das F-FDTL Brigadeiro General Taur Matan Ruak, Procurador-Geral Longuinhos Monteiro, vice-presidente do Parlamento Nacional Jacob Fernandes, SRSG Atul Khare e Vice-SRSG Fin Rieske Nielsen. (TP)

Atul Khare destacou equipa móvel
Para instilar confiança nas pessoas acerca da boa condução da segurança na segunda volta das eleições presidenciais, o SRSG Atul Khare foi acompanhado pelo Comissário da Polícia da UNMIT, Sr. Rodolfo Tor, e outros oficiais de topo da UNMIT, monitorizar a segurança. Realizou-se também um encontro com autoridades locais destacando uma equipa móvel que é composto por três membros da PNTL e dois membros da UNPol.

O Sr. Khare explicou o novo plano de segurança para os distritos, que envolve equipas móveis por sectores compreendendo a UNPol e oficiais da polícia Timorense da PNTL. Cada equipa, que monitoriza entre quatro e cinco Sucos providenciará segurança, apoio e encorajará os residentes a votar no dia das eleições. (TP)

Comissão de Alto Nível decide parar a operação contra Alfredo
No seu sétimo encontro realizado na Segunda-feira (7/5), a comissão de alto nível decidiu oficialmente pedir que a ISF pare a operação para capturar o foragido Alfredo Reinado Alves, preferindo concentrar-se ba abertura do diálogo.

A decisão será anunciada pelo Presidente da República, Kayrala Xanana Gusmão, hoje no Palácio das Cinzas, Caicoli, Dili.

A comissão de alto nível discutiu as condições e a situação do foragido Reinado com os seus homens a quem foi dado o sinal para se processar o diálogo. A Igreja Católica concordou em ser mediadora para tal diálogo de modo a ultrapassar e encontrar a solução para esta crise.

No encontro esteve o Presidente da República, Kayrala Xanana Gusmão, Primeiro-Ministro José Ramos Horta com os seus dois vices, Comandante da ISF Brigadeiro Mal Rerden, comandante das F-FDTL Brigadeiro General Taur Matan Ruak, Procurador-Geral Longuinhos Monteiro, vice-presidente do Parlamento Nacional Jacob Fernandes, SRSG Atul Khare e Vice-SRSG Fin Rieske Nielsen. (STL)

População de Comoro antecipa manipulação
Para antecipar a manipulação na segunda volta das eleições presidenciais, a população de Comoro apelou uns aos outros para terem atenção e para o processo de modo a assegurar que as eleições se realizem de modo livre, transparente e democrático.

“Ao entrarmos na segunda volta das eleições presidenciais, nós, a população de Comoro, lembramos para antecipar algumas manobras similares às usadas para manipular os Centros de Votação durante a primeira volta no mês passado,” disse o membro representante do Suku Comoro Lino Pereira. (STL)

Ramos Horta promete aumentar os salários às F-FDTL
Ramos Horta, na sua campanha no Domingo (6/5) em Baucau, prometeu tentar aumentar os salários dos membros das F-FDTL e da PNTL dado que estão sempre longe das suas famílias.

“As F-FDTL e a PNTL têm de ter salários mais altos do que os funcionários civis,” disse Horta.

Disse que construirá quartéis para essas duas instituições ficarem perto das suas famílias.

Ramos Horta disse ainda que as F-FDTL são as forças nacionais do país e que não dispersará as F-FDTL quando eleito presidente da República como tem sido indicado por rumores recentes espalhados pelo país.

...

Começou votação para a sucessão de Xanana Gusmão

Notícias Lusófonas
9.05.07
Timor Lorosae

As mesas de voto para a segunda volta das eleições presidenciais em Timor-Leste abriram hoje às 23:00 de Lisboa (07:00 de quarta-feira em Díli), para que cerca de meio milhão de eleitores escolha o sucessor de Xanana Gusmão.

À segunda volta apresentam-se os candidatos José Ramos-Horta, independente e primeiro-ministro, e Francisco "Lu Olo" Guterres, apoiado pela Fretilin e presidente do Parlamento, que foram os mais votados na primeira votação, a 09 de Abril último.

A votação presidencial vai decorrer entre as 07:00 (23:00 de terça-feira em Lisboa) e as 16:00 (08:00 em Lisboa) com cada um dos 524.073 eleitores - mais 1.140 do que na primeira volta - a poderem votar em qualquer ponto do país.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) já garantiu que a distribuição de todo o material necessário à realização das eleições foi concluída e que estão garantidas as condições de segurança graças à "cooperação" entre as forças internacionais e a polícia timorense.

Segundo a CNE, foram impressos mais 20 por cento de boletins de voto do que o número total de eleitores, divididos por 504 centros de votação.

O processo de transporte e distribuição distrital de todo o material eleitoral foi acompanhado pelas forças internacionais de segurança estacionadas em Timor-Leste, incluindo o sub-agrupamento Bravo da GNR, português, encarregues de garantir a segurança de todo o processo numa acção concertada com a Polícia Nacional de Timor-Leste.

Uma equipa de cerca de 4.000 pessoas vai trabalhar directamente nos 504 centros de votação, com 705 estações de voto, e serão apoiados por um total de 224 viaturas para deslocações nos distritos.

Na primeira volta das presidenciais, com um total de oito candidatos, votaram 427.198 pessoas, 81,69 por cento do total dos eleitores.

Segundo os resultados oficiais, "Lu Olo" foi o mais votado, ao recolher 112.666 votos (27,89 por cento), contra Ramos Horta, escolhido por 88.102 eleitores (21,81 por cento).

"Lu Olo", além da Fretilin, conta com o apoio de Manuel Tilman (Partido Kota - 16.534 votos - 4,09 por cento), o único dos seis candidatos que não passaram à segunda volta a apoiá-lo.

Ramos Horta, por seu lado, conta com o apoio dos restantes cinco candidatos, entre eles o de Fernando "Lasama" Araújo, líder do Partido Democrático (PD), que ficou no terceiro posto na votação de 09 de Abril, recolhendo 77.459 votos (19,18 por cento).

Os restantes candidatos perdedores que apoiam Ramos-Horta são Francisco Xavier do Amaral (apoiado pela ADST - 58.125 votos - 14,39 pc), Lúcia Lobato (PSD - 35.789 votos - 8,86 pc), Avelino Coelho ("Shalar Kosi F. F." - 8.338 votos - 2,06 pc) e João Carrascalão (ÚDT - 6.928 votos - 1,72 pc).

Almeida Santos desmente ex-ministro da Defesa australiano

Notícias Lusófonas8.05.07

O ex-ministro António Almeida Santos negou hoje "com veemência" que tenha defendido, em 1975, a invasão de Timor-Leste pelas tropas indonésias, considerando uma "miserável mentira" as declarações nesse sentido feitas em Sidney pelo antigo ministro da Defesa australiano.


O na altura ministro da Coordenação Interterritorial, e mais tarde presidente do Partido Socialista e do Parlamento português, lembrou ter feito "dezenas de declarações em sentido contrário" e que sempre condenou a invasão indonésia de Timor-Leste.

"É miseravelmente mentira. Não tem ponta de verdade. Já passaram mais de 30 anos e porque é que só agora é que (Bill Morrison) afirma isso? E eu que fiz dezenas e dezenas de declarações em sentido contrário (de condenação à invasão indonésia, iniciada em Outubro de 1975)", afirmou Almeida Santos, visivelmente irritado, escusando-se a adiantar pormenores.

Hoje, em Sidney, o antigo ministro da Defesa australiano Bill Morrison disse que, em 1975, antes da invasão indonésia de Timor- Leste, Portugal queria abandonar o território "o mais rápido possível".

Bill Morrison, ao depor no inquérito do tribunal de Sidney que investiga a morte do jornalista britânico Brian Peters, residente na época no estado de Nova Gales do Sul (Austrália), e que morreu em Balibó (oeste de Timor-Leste) a 16 de Outubro de 1975, juntamente com quatro outros jornalistas baseados na Austrália, acrescentou que Lisboa pretendia a invasão indonésia para se fazer de "vítima".

Nas suas declarações, Morrison citou um ministro português, "minister Santos", que lhe disse que Portugal "queria sair o mais rápido possível" do território, numa altura em que se preparava a invasão indonésia da, na altura, ainda Província Portuguesa de Timor.

Entre 19 de Outubro de 1974 e 11 de Setembro de 1975, Almeida Santos, então ministro da Coordenação Interterritorial do governo português, com o pelouro das colónias, efectuou pelo menos três visitas a Jacarta para contactos com as autoridades indonésias e, numa delas, deslocou-se igualmente a Camberra, onde contactou com o governo australiano.

"Ambos os lados, os portugueses e os indonésios, queriam o mesmo: o ministro português Santos tinha-me dito que Portugal queria sair o mais rápido possível de Timor, e que a melhor maneira era a Indonésia invadir Timor, e Portugal sair como a pobre vítima", afirmou Bill Morrison.

O ex-ministro foi interrogado por Mark Tedeschi, conselheiro assistente da juíza Dorelle Pinch, que lidera as investigações, após o depoimento de mais de três horas do antigo primeiro-ministro Gough Whitlam (1972/75).

No seu depoimento, mas noutro contexto, Morrison referiu-se ao ministro português, o qual, disse, queria que as forças australianas fossem para Timor.

No entanto, após o regresso das suas tropas do Vietname, o então titular da pasta da Defesa de Camberra não tinha nenhum interesse em enviar soldados australianos para o exterior.

O ex-ministro, que esteve no cargo até Dezembro de 1975, confirmou no tribunal que nunca relatou ao então primeiro-ministro Gough Whitlam as mortes dos cinco jornalistas, em Balibó, Timor-Leste.

No mesmo tribunal, mas momentos antes, Whitlam, actualmente com 90 anos, afirmou não ter tido conhecimento prévio da invasão indonésia de Timor-Leste e que só soube da morte dos cinco jornalistas cinco dias após terem sido abatidos a tiro.

«Portugal quis sair como pobre vítima», diz ex-ministro australiano

Notícias Lusófonas8.05.07

Timor Lorosae

O antigo ministro da Defesa australiano Bill Morrison disse hoje que, em 1975, Portugal queria abandonar Timor-Leste "o mais rápido possível" e que Lisboa pretendia a invasão indonésia para se fazer de "vítima".

As declarações de Bill Morrison foram feitas ao depor no inquérito do tribunal de Sidney que investiga a morte do jornalista britânico Brian Peters, residente na época no estado de Nova Gales do Sul (Austrália), e que morreu em Balibó (oeste de Timor-Leste) a 16 de Outubro de 1975, juntamente com quatro outros jornalistas baseados na Austrália.

Nas suas declarações, Morrison citou um ministro português, "Mr. Santos", que lhe disse que Portugal "queria sair o mais rápido possível" do território, numa altura em que se preparava a invasão indonésia da, na altura, ainda Província Portuguesa de Timor.

Entre 19 de Outubro de 1974 e 11 de Setembro de 1975, António Almeida Santos, então ministro da Coordenação Interterritorial do governo português, com o pelouro das colónias, efectuou pelo menos três visitas a Jacarta para contactos com as autoridades indonésias e numa delas deslocou-se igualmente a Camberra onde contactou com o governo australiano.

"Ambos os lados, os portugueses e os indonésios, queriam o mesmo: o ministro português Santos tinha-me dito que Portugal queria sair o mais rápido possível de Timor, e que a melhor maneira era a Indonésia invadir Timor, e Portugal sair como a pobre vítima", afirmou Bill Morrison.

O ex-ministro foi interrogado por Mark Tedeschi, conselheiro assistente da juíza Dorelle Pinch, que lidera as investigações, após o depoimento de mais de três horas do antigo primeiro-ministro Gough Whitlam (1972/75).

Marc Tedeschi perguntou especificamente sobre uma mensagem enviada a Camberra pelo embaixador da Austrália em Jacarta, Richard Woolcott, datada de 13 de Outubro de 1975, à qual o tribunal teve acesso.

Nessa mensagem, o embaixador informava que a parte principal das operações militares indonésias em Timor-Leste começaria a 15 de Outubro (de 1975) em Balibó e Maliana, que nenhuma bandeira indonésia seria usada e que a operação se destinava a evitar que a Fretilin consolidasse ainda mais a sua posição no território.

Bill Morrison disse que teve conhecimento desta mensagem ainda no dia 13 desse mês e que sabia da invasão indonésia a Balibó, com os soldados indonésios disfarçados de timorenses, sublinhando, porém, que seria melhor dar, primeiro, o "quadro geral" da situação naquele momento.

Foi nessa altura que Morrison recorreu às palavras de Almeida Santos, que foi mais vezes ministro em vários governos, presidente do Partido Socialista (PS) e do Parlamento português.

No seu depoimento, mas noutro contexto, Morrison referiu-se ao ministro português, o qual, disse, queria que as forças australianas fossem para Timor.

No entanto, após o regresso das suas tropas do Vietname, o então titular da pasta da Defesa de Camberra não tinha nenhum interesse em enviar soldados australianos para o exterior.

O ex-ministro, que esteve no cargo até Dezembro de 1975, confirmou no tribunal que nunca relatou ao então primeiro-ministro Gough Whitlam as mortes dos cinco jornalistas, em Balibó, Timor-Leste.

No mesmo tribunal, mas momentos antes, Whitlam, actualmente com 90 anos, afirmou não ter tido conhecimento prévio da invasão indonésia de Timor-Leste e que só soube da morte dos cinco jornalistas cinco dias após terem sido abatidos a tiro.

STAE finaliza preparativos para as Eleições Presidenciais

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR LESTE
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL
SECRETARIADO TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO ELEITORAL (STAE)
Rua de Caicoli, Dili, Tel. 3317445 / 3317446

Comunicado de Imprensa

Dili, 8 de Maio de 2007

A menos de 24 horas do regresso dos timorenses às urnas, para a eleição do segundo Presidente da História de Timor-Leste Independente, funcionários do STAE trabalham em contra-relógio para assegurar que o material eleitoral, enviado para os 504 centros de votação e 705 estações de voto, estará a postos para o exercício democrático que se realiza amanhã em todo o país.

O material é transportado de diferentes formas. Pelo ar – 39 vôos de helicóptero, cedido pela Missão das Nações Unidas em Timor Leste (UNMIT) para o efeito, e 15 vôos da Força Internacional de Estabilização - e por terra – com cerca de 80 veículos do Governo, 68 cedidos pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), 8 cedidos pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) e mais de 80 pela UNMIT. Nas zonas onde o acesso por automóvel é impossível, equipas a pé e a cavalo vão fazer chegar o material indispensável para a realização das eleições a 38 centros de votação, considerados mais remotos, enquanto outros 45 serão abastecidos por helicóptero.

Neste momento um total de 4029 funcionarios estão prontos, muitos pernoitam nos centros de votação onde estão destacados, para receberem boletins de voto, quadros de votação, tinta permanente, carimbos e outro material eleitoral. Tudo está a ser preparado para que não haja contratempos depois da abertura das estações de voto às 7 horas da manhã do dia 9 de Maio.

O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), sob a tutela do Ministério da Administração Estatal, é a entidade responsável pelo planeamento e execução de todos os aspectos técnicos e logísticos relacionados com as eleições em Timor-Leste, com o apoio da Divisão Eleitoral da UNMIT e do Projecto Eleitoral da UNDP com o financiamento de doadores como a Austrália, Irlanda, Japão, Portugal e União Europeia.

O STAE é também responsável pelas operações nas estações de voto entre as 07:00h e as 16:00h, no dia 9 de Maio, e pelas operações de contagem nas estações de voto e centros de votação. Depois, de acordo com um plano de seguranca definido, e com escolta policial, o material será transportado para as Assembleias de Apuramento Distrital, localizadas nas capitais de Distrito, onde a Comissão Nacional de Eleições (CNE), preside à contagem. Depois do apuramento distrital, o STAE coordena o transporte do material para a sede da CNE, em Dili, onde mais uma vez a CNE vai ser responsável pelo processo de Apuramento Nacional e posterior anúncio dos resultados provisórios.

1140 cidadãos timorenses atingiram 17 anos desde o último acto eleitoral. Um acréscimo, que não se deve a qualquer extensão do período de recenseamento que se realizou entre 29 de Janeiro e 21 de Marco de 2007, mas estes eleitores foram incluídos nas listas por terem atingido a idade mínima para votar.
O número total de eleitores é agora de 524, 073 que espalhados pelos 13 Distritos, 65 Sub-Distritos e 442 sucos vão escolher amanhã o futuro Presidente da República Democrática de Timor-Leste.

Para as duas votações da Eleição Presidencial, 56 grupos diferentes de observadores pediram acreditações nos serviços do STAE, 383 observadores internacionais (de 38 diferentes missões)e 1936 observadores nacionais vão acompanhar de perto todo o processo. Também a imprensa vai estar presente. Um total de 427 jornalistas (230 nacionais e 197 da imprensa internacional) pediram credenciais no STAE.


Para mais informação por favor contacte: Julio da Silva: 7250761 julio.dasilva@undp.org .

Almeida Santos desmente ex-ministro da Defesa australiano

Lisboa, 08 Mai (Lusa) - O ex-ministro António Almeida Santos negou hoje "com veemência" que tenha defendido, em 1975, a invasão de Timor-Leste pelas tropas indonésias, considerando uma "miserável mentira" as declarações nesse sentido feitas em Sidney pelo antigo ministro da Defesa australiano.

"Portugal quis sair como pobre vítima" - ex-ministro australiano

Sidney, 08 Mai (Lusa) - O antigo ministro da Defesa australiano Bill Morrison disse hoje que, em 1975, Portugal queria abandonar Timor-Leste "o mais rápido possível" e que Lisboa pretendia a invasão indonésia para se fazer de "vítima".

UNMIT – MEDIA MONITORING - Tuesday, 8 May 2007

National Media Reports

UNMIT takes 30 ballot boxes without confirmation from STAE
On Friday (4/5), two UN cars have allegedly taken 30 ballot boxes out without any knowledge from STAE.

The Director of STEA, Thomas do Rosario Cabral, said that the conductor of both cars brought the 30 boxes to Hotel Timor without any knowledge from STAE and that they were not accompanied by either PNTL or UNPol.

“Such attitudes compromise the transparency and tranquility of the electoral process and STAE has presented it to CNE and UNMIT in order that such attitudes should not happen again,” said Mr Cabral at a press conference on Monday (7/5). (TP)

STAE should be impartial in run-off Election
The member of national parliament from KOTA, Clementino Amaral, told TP on Monday (7/5) that STAE, and in particular the director of STAE, should demonstrate impartiality in the second round of the presidential election.

“From now on STAE has to avoid the bad things and should show its impartiality to all people through the director of STAE itself, in order that there will be no manipulations as in first round,” said Clementino. (TP)

Second round election, Chief of PNTL Viqueque suspended
According to a complaint received by CNE, the chief PNTL of Viqueque district, Gaspar da Costa, is behind violent actions and has been accused of attacking the supporters of some candidates in the first round of the presidential elections last month. As such, he is being suspended during the second round of the presidential elections.

The general commander of PNTL, Afonso de Jesus, stated on Monday (7/5) in PNTL HQ Caicoli Dili that since the case was received, he had directly suspended Gaspar da Costa for a one month period pending findings of the international investigation. (TP)


3100 PNTL are providing security for the election
The general commander of PNTL, Afonso de Jesus, informed journalists on Monday (7/4) at PNTL HQ Caicoli Dili that there are 3100 members of PNTL in all districts who are prepared to secure the run-off presidential election.

He stated that as PNTL is mandated to guarantee security based on article 147, they had to provide the maximum security. (TP)

Court of Appeal, Judgment on Rogerio’s case is on the way
The Secretary Intern Administration of the Court of Appeal, Maria de Fatima, told journalists on Monday (7/5) that the Court of Appeal will soon announce the date of judgment on ex-interior minister Rogerio Tiago Lobato.

Today State declares ways of solving Alfredo’s case
The high-level meeting held on Monday (7/5) publicly raised too many questions about the case of fugitive Alfredo Reinado. Today however, (8/4) the President of the Republic, Kayrala Xanana Gusmão, will declare the way in resolving Alfredo’s Case.

The meeting was composed of the President of Republic Kayrala Xanana Gusmão, Prime Minister Jose Ramos Horta with his two vices, Commander of ISF Brigadier Mal Rerden, Commander of F-FDTL Brigadier General Taur Matan Ruak, Prosecutor general Longuinhos Monteiro, vice president of national parliament Jacob Fernandes, SRSG Atul Khare and DSRSG Fin Rieske Nielsen. (TP)

Atul Khare deployed Mobile Team
To instill confidence in the people about the good security conduct during the second round of presidential elections, SRSG Atul Khare was accompanied by the UNMIT Police Commissioner, Mr. Rodolfo Tor, and other senior UNMIT officials, while monitoring the security. A meeting was also held with local authorities in deploying the Mobile Team which is composed by three members of PNTL and two members of UNPol.

Mr. Khare explained the new security plan for the districts, which involves Sector Mobile Teams comprising of United Nations Police (UNPol) and the Timorese police officers from the PNTL. Each team, which monitors between four and five Sucos will provide security, support and will encourage the residents to vote on Election Day. (TP)

High Level commission decide to halt the Alfredo operation
In its seventh meeting held on Monday (7/5), the high level commission officially decided to demand that the ISF halt the operation to capture the fugitive Alfredo Reinado Alves, preferring to concentrate instead on opening dialogue.

The decision will be announced by the President of the Republic, Kayrala Xanana Gusmão, today in Palacio das Cinzas Caicoli Dili.

The high level commission discussed the condition and situation of the fugitive Reinado with his men who had been given the sign to proceed with a dialogue. The Catholic Church agreed to be the mediator for such dialogue in order to overcome and find the solution for this crisis.

The meeting was composed of the President of Republic, Kayrala Xanana Gusmão, Prime Minister Jose Ramos Horta with his two vices, Commander of ISF Brigadier Mal Rerden, commander of F-FDTL Brigadier General Taur Matan Ruak, Prosecutor general Longuinhos Monteiro, vice president of national parliament Jacob Fernandes, SRSG Atul Khare and DSRSG Fin Rieske Nielsen. (STL)

Population of Comoro anticipating manipulation
To anticipate manipulation in the run-off presidential elections, the population of Comoro have called on each other to pay attention and to the process in order to ensure the elections would be held in a free, transparent and democratic manner.

“In entering the second round of presidential elections, we, the population of Comoro, remind each other to anticipate some maneuvers similar to those used to manipulate the polling centers during the first round of elections last month,” said the member of representative Suku Comoro Lino Pereira. (STL)

Ramos Horta promises to raise F-FDTL salary
Ramos Horta, in his campaign on Sunday (6/5) in Baucau, promised to try to increase the salary of F-FDTL and PNTL members as they are always away from their families and relatives.

“F-FDTL and PNTL have to get higher salaries then public servants,” said Horta.

He said that he will build barracks for these two institutions to be close with their families and relatives.

Ramos Horta also said that F-FDTL are the national forces of the country and that he would not disperse F-FDTL when elected as the president of republic as has been indicated by recent rumors spread throughout the country.

...

Igrejas do Brasil vão realizar colecta de donativos para Timor

Notícias Lusófonas
8.05.07

As igrejas católicas em todo o Brasil vão realizar uma colecta especial de donativos, no dia 20 de Maio, para as missões em Timor-Leste, informaram hoje fontes religiosas.

A decisão de realizar a colecta foi anunciada pelo Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e tem a finalidade de manter as missionárias em Timor- Leste.

Desde 1999, a Igreja Católica do Brasil, através da CNBB, desenvolve um projecto de colaboração com as dioceses de Díli e Baucau, que já inclui o envio de 16 missionárias.

"A presença missionária brasileira está a contribuir para a paz naquele país", afirmou o presidente da Comissão Episcopal para a Acção Missionária da CNBB, Sérgio Castriani, num comunicado.

"Esse fundo está exaurido e a comunidade da missão depende de uma nova acção de solidariedade missionária da Igreja no Brasil", salientou.

A colecta especial de donativos foi inspirada na mensagem do papa Bento XVI por ocasião do Dia Mundial das Missões, motivando a realização de gestos de solidariedade.

Sérgio Castriani sublinhou que a colecta será feita durante a realização da Quinta Conferência Episcopal da América Latina e das Caraíbas (CELAM), que decorrerá no Santuário de Aparecida, a partir deste domingo.

O encontro, um dos principais compromissos da visita de Bento XVI ao Brasil, reunirá 176 bispos de 35 países, nos próximos 19 dias.

"A data (da colecta) é significativa, pois coincide com o envio missionário dos apóstolos e da Igreja por Jesus e será durante a Conferência de Aparecida que trata do tema da Igreja discípula e missionária de Jesus Cristo", afirmou o bispo.

Ex-PM australiano nega conhecimento prévio da invasão indonésia

Notícias Lusófonas
8.05.07

Um antigo primeiro-ministro australiano negou hoje que tivesse tido conhecimento prévio dos planos da invasão indonésia de Timor-Leste, em 1975, reiterando que só soube da morte de cinco jornalistas dias depois dos incidentes em Balibó.

Gough Whitlam, primeiro-ministro entre 1972 e 1975, falava no Tribunal de Glebe, em Sidney, no âmbito das investigações sobre a morte de Brian Peters, um dos cinco jornalistas abatidos a tiro em Balibó (oeste de Timor-Leste e próximo da fronteira com a parte indonésia da ilha) no início da invasão das tropas de Jacarta.

O antigo primeiro-ministro trabalhista indicou, porém, que não se recordava se viu ou não as informações da embaixada australiana em Jacarta, que advertiam para o início iminente da operação militar indonésia em Timor-Leste, que envolviam mais de 4.000 soldados.

Whitlam, hoje com 90 anos, insistiu que só teve conhecimento da morte dos cinco jornalistas - dois australianos, dois britânicos e um neo-zelandês - a 21 de Outubro de 1975, cinco dias após os incidentes de Balibó.

A informação, acrescentou, foi-lhe transmitida numa reunião com representantes dos ministérios da Defesa e dos Negócios Estrangeiros australianos, depois de os serviços secretos terem interceptado uma mensagem rádio indonésia em que era mencionada a existência de "quatro corpos de brancos" em Balibó.

"Lembro-me perfeitamente do relatório oral que me foi transmitido porque era muito raro conseguirmos interceptar mensagens rádio indonésias em Timor-Leste, e isso foi considerado quase um feito", afirmou Whitlam.

A Indonésia tem apresentado como versão oficial o facto de os jornalistas terem estado no local errado à hora errada e que foram atingidos por fogo cruzado, responsabilizando os independentistas timorenses pelos tiros disparados em Balibó.

Um relatório independente das Nações Unidas, elaborado em 2006, concluiu que, "provavelmente", os cinco jornalistas foram mortos pelos soldados indonésios, o mesmo defendendo o único jornalista português que com eles privou antes de morrerem, Adelino Gomes.

O antigo chefe de governo australiano, que de vez em quando afirmava que não se recordava de nomes e de datas e recorria com frequência a apontamentos escritos, adiantou que, um mês antes da morte dos cinco jornalistas, advertiu pessoalmente um deles, lembrando-lhe que, uma vez em Timor-Leste, o executivo de Camberra não os poderia proteger.

Os australianos Greg Shackleton e Tony Stewart, os britânicos Brian Peters e Malcolm Rennie e o neo-zelandês Gary Cunningham foram, além do português Adelino Gomes, os únicos jornalistas que permaneceram em Timor-Leste após a invasão indonésia.

Num pequeno sumário das declarações de Whitlam feitas numa sessão à porta fechada, o magistrado provincial do tribunal Dorelle Pinch, indicou que o antigo primeiro-ministro foi informado pelos seus departamentos que a mensagem só foi interceptada porque os acontecimentos se precipitaram.

"Assumimos que só interceptámos a mensagem porque um militar indonésio entrou em pânico e quebrou o silêncio rádio para a enviar", afirmou Whitlam, citado por Pinch, sublinhando não ter visto qualquer sinal dos serviços secretos que apontasse para que os indonésios estariam no trilho dos cinco jornalistas.

Fora do tribunal, Shirley Shackleton, viúva de Greg Shackleton, considerou "bizarras" as declarações de Whitlam, sublinhando que não poderão ser tomadas em conta nas investigações uma vez que o antigo primeiro-ministro repetiu frequentemente não se lembrar de pormenores vitais.

"Penso que é desprezível. Totalmente desprezível. Os mortos não têm histórias para contar, por isso, cabe às pobres viúvas contá- las", afirmou Shirley, que disse também não acreditar que Whitlam só tivesse sabido da morte dos jornalistas cinco dias depois e que tivesse advertido um deles para os perigos de se deslocarem a Timor- Leste.

"Não faz qualquer sentido. Se fosse ele, teria demitido todos os responsáveis (de então) pelos Serviços Secretos", acrescentou, numa alusão ao afastamento, no mesmo dia em que Whitlam disse ter tido conhecimento da morte dos jornalistas, do então chefe deste departamento, Bill Morrison.

No entanto, Whitlam negou também que Robertson tivesse sido afastado devido aos acontecimentos em Timor-Leste, sublinhando que a exoneração se deveu ao facto de o então chefe dos Serviços Secretos australianos ter "dado informações erradas" sobre o que então se passou no Chile.

"Robertson foi afastado por me ter dado informações erradas sobre o Chile. Não me disse que havia gente nossa na embaixada em Santiago", disse Whitlam, aludindo ao papel desempenhado pela secreta australiana no processo que levou ao derrube do regime de Salvador Allende, em 1973.
FIM


Vigaristas do costume...

Apenas oito casos investigados um ano depois da crise 2006

Notícias Lusófonas
8.05.07

Apenas oito casos relacionados com a crise política e militar de 2006 foram julgados ou investigados, incluindo os processos contra o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri e o ex-ministro do Interior Rogério Lobato, afirmaram à Lusa fontes judiciais em Díli.


Por Pedro Rosa Mendes
da Agência Lusa

O relatório final da Comissão Especial Independente de Inquérito para Timor-Leste (CEII), apresentado em Genebra a 02 de Outubro de 2006, refere cerca de vinte incidentes durante a crise de Abril e Maio e recomenda um número coincidente de pessoas a investigar e a processar: 87.

Os graves confrontos de Abril e Maio incluíram tiroteios entre as Falintil-Forças de Defesa de Timor- Leste (F-FDTL) e a Polícia Nacional (PNTL) que provocaram vários mortos.

A crise culminou com a queda do governo chefiado por Mari Alkatiri, em Junho de 2006.

A maior parte das recomendações da CEII estão por aplicar, em primeiro lugar por escassez de recursos da máquina judicial, afirmaram à Lusa as fontes judiciais envolvidas na investigação dos incidentes de há um ano.

à fragilidade de recursos junta-se a lentidão e a hesitação política de um ano de eleições presidenciais e legislativas e a tentativa de influência de agendas políticas divergentes sobre o andamento de casos politicamente sensíveis, notam as mesmas fontes.

O caso mais claro é o do major Alfredo Reinado, ex-comandante da Polícia Militar, evadido da prisão de Becora em Díli a 30 de Agosto e perseguido há nove semanas pelas Forças de Estabilização Internacionais (ISF).

O processo de Alfredo Reinado "está em investigação e não tem data prevista para "terminus", segundo fonte do Ministério Público.

"Reinado é um criminoso e um fugitivo e qualquer passo no seu processo não resultará em nada se não se começar por prendê-lo", notou um jurista internacional ouvido pela Lusa.


A mesma fonte concorda que na campanha eleitoral para as presidenciais timorenses o "valor político" do major rebelde se aproximou bastante do seu "valor penal".

"Na campanha para a primeira volta houve claramente uma prevalência do discurso que exigia a captura de Reinado, enquanto na campanha da segunda volta o que sobressaiu foi a opção de dar nova oportunidade à negociação", notou o mesmo jurista.

As duas tendências foram representadas, respectivamente, por Francisco Guterres "Lu Olo", presidente do Parlamento e candidato da Fretilin, e José Ramos-Horta, primeiro-ministro e candidato independente com o apoio de forças, à semelhança do Partido Democrático, que têm um discurso brando ou mesmo favorável em relação a Alfredo Reinado e aos peticionários das forças armadas.

Outros processos, entre os de maior peso político, resultantes da crise de 2006 foram os de Mari Alkatiri, arquivado no início de Fevereiro, e o de Rogério Lobato, com uma pena de sete anos e meio de prisão que ainda não transitou em julgado.

A decisão do recurso de Rogério Lobato será conhecida nos próximos dias, segundo fonte do Ministério Público.

Entre os oito casos apreciados está o confronto entre elementos da PNTL e das F-FDTL, a 25 de Maio, em Díli, que resultou em nove mortos. Quatro elementos das forças armadas estão em prisão preventiva e a acusação deverá sair em breve.

Pelo ataque à casa do chefe do Estado-Maior das F- FDTL, brigadeiro-general Taur Matan Ruak, a 24 de Maio de 2006, foi acusado Abílio Mesquita. O julgamento será em Junho.

O caso de Frederico de Jesus "Kiak", envolvido num tiroteio no Mercado Lama e outros incidentes, continua em investigação, que o Ministério Público não prevê finalizar em breve.

Vicente da Conceição "Rai Lós", que recebeu armas do ministro do Interior Rogério Lobato e que liderou um grupo envolvido em ataques e confrontos durante a crise, está sob investigação.

A acusação de "Rai Lós" "sairá em breve", ainda segundo fonte do Ministério Público.

O processo de "Rai Lós", uma figura que marcou presença na campanha eleitoral de José Ramos-Horta, foi autonomizado do de Rogério Lobato, onde era arguido e passou a ser apenas testemunha.

Existe ainda uma investigação contra Agostinho Soares.

A CEII recomenda que a investigação dos crimes cometidos em Abril e Maio de 2006 seja executada pelas instâncias normais do aparelho judicial, sem criar painéis ou magistraturas especiais.

É, no entanto, necessário criar uma equipa de magistrados, oficiais e intérpretes com dedicação exclusiva aos casos da CEII, uma ideia que "surgiu em Outubro de 2006 mas que ainda não conseguimos concretizar", afirmou à Lusa um dos responsáveis do Programa de Fortalecimento do Sistema de Justiça (PFSJ), implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

A constituição desta equipa, para as fases de investigação e julgamento e por um período de dois anos, poderá custar nove milhões de dólares, valor para o qual os doadores do PFSJ estão a ser "sensibilizados" com o empenhamento directo da Missão Integrada da ONU em Timor- Leste (UNMIT).

O chefe da UNMIT, Atul Khare, declarou à Lusa que as recomendações da CEII "têm que ser implementadas" e que "a impunidade não pode prevalecer neste país".

"A justiça é essencial para a reconciliação. Sem justiça não se pode ter um país estável", acrescentou Atul Khare.

Margarida deixou um novo comentário na sua mensagem "Timor: Fretilin Mudança afasta hipótese de criar p...":

Em 29 de Abril do ano passado, ao DN, Ramos-Horta sobre os graves incidentes que tinham acabado de deflagrar explicava textualmente que "Os incidentes não foram provocados pelos ex-militares mas sim por um grupo de jovens extremistas, que se apropriaram da manifestação há vários dias já. Os ex-militares perderam o controlo do protesto. Alguns pertencem a grupos políticos mas outros pertencem a uma organização, Colimau 2000, que desde 1999 tem praticado actos de vandalismo, arvoram-se em dissidentes políticos, mas são líderes de gangues.

O Governo tem sido demasiadamente tolerante com eles" e continuava a notícia “O ministro timorense diz saber de vários testemunhos que Colimau, o líder do grupo que tem o seu nome, "estava ao microfone da manifestação, incitando os jovens a atacar o palácio, propondo aos ex-militares o derrube do Governo" (…).

http://dn.sapo.pt/2006/04/29/internacional/ha_interesses_estranhos_a_timor_tras.html

Passado um ano, tal como o seu Chefe (de então e de agora), o José Luís Guterres mudou de ideias e esteve no comício de Dili como um dos donos do microfone ao lado precisamente do presidente do Colimau 2000, Gabriel Fernandes.

E nem faltou ninguém dos tais grupos políticos a quem então o Horta culpava também da violência, nem Francisco Xavier do Amaral, Avelino Coelho, João Carrascalão, Fernando «Lassama» de Araújo, Lúcia Lobato, Mário Carrascalão. Nem sequer o inspirador de toda aquela barbaridade, o Xanana.

E este José Luís Guterres que passou todos esses quatro anos do Governo de Alkatiri, longe da luta pela criação de instituições democráticas em Timor-Leste, longe das tremendas dificuldades que foi a partir do zero criar um Estado, formar os seus funcionários, instituir as suas leis e que em vez disso esteve no bem-bom nas salas com ar condicionado de Nova Iorque, vem agora armado em carapau de corrida “«vá às montanhas e veja que a população vive hoje talvez pior do que no tempo da Indonésia”!

Será que ele nem ainda percebeu que em Dili, precisamente na capital de Timor-Leste o povo vive bem pior do que vivia há um ano, quando ele entrou para o Governo do Horta? Será que não percebeu ainda que desde há um ano todos os seus camaradas da Fretilin e até os seus simples simpatizantes e restantes Timorenses da Administração civil vivem perseguidos, aterrorizados, com as barbaridades cometidas pelos seus colegas de conspiração e comício, precisamente desde que os seus guarda-costas Australianos entraram no país, e será que ainda não meteu na cabeça que as milhares de casas, negócios e edifícios estatais queimados, pilhados o foram a mando precisamente dos seus novos amigos? E pior, será que as milhares, muitos milhares de crianças sem aulas, professores sem escolas, tanta situação por resolver não se deve á total incompetência do seu amigo Horta? Bem como os investimentos que não se fizeram tem a ver com a completa inoperância do mesmo Horta que em dez meses agravou todos, todos os problemas e não resolveu nenhum?

Esta gente, este José Luís Guterres, Horta, Xanana e restante cambada vive obsecada pelo poder, só pelo poder, está-se marimbando para a segurança básica e pelo bem-estar dos seus co-cidadãos e merece ser arredada pelo mal e sofrimento que durante um ano infligiram aos seus co-cidadãos.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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