domingo, maio 27, 2007

Amotinado: Líderes de Timor-Leste querem montar uma junta militar comunista

Tradução da Margarida:

Christine T. Tjandraningsih

Jacarta, Maio 25 (Kyodo News) – O desertor das Forças Armadas Maj. Alfredo Reinado, correntemente a ser procurado por tropas internacionais lideradas pela Austrália, acusou líderes de Timor-Leste de tentarem abusar dos militares para montar uma junta militar e impor a ideologia comunista no pequeno país.

Reinado, um líder dos 600 soldados que saíram da principal força armada Timorense em Março de 2006, queixando-se de discriminação, fez as acusações num programa de entrevista da rede te televisão privada com base em Jacarta Metro TV na última Quinta-feira.

'Tenho sido visto como um empecilho para mudarem o sistema no governo para uma junta militar e imporem a ideologia do comunismo. Tenho sido visto como o pesadelo deles,'' disse na televisão.

De acordo com ele, o recém-eleito Presidente José Ramos-Horta, o seu predecessor Xanana Gusmão e o antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri montaram uma conspiração para atingir o objectivo.

''Eles são comunistas. Eles são criminosos,'' disse.

Ramos-Horta, que recebeu um Nobel da Paz em 1996, partilhando-o com o seu co-cidadão Bispo Belo, fundou a Frente Revolucionária para um Timor-Leste Independente em 1974 como sendo um grupo pró-independência mas deixou-o em 1988 para se tornar um político independente.

Mas as relações entre Ramos-Horta e a Fretilin não têm sido boas em tempos recentes, particularmente desde que substituiu Alkatiri, Secretário-Geral da Fretilin, como primeiro-ministro em Junho do ano passado.

Alkatiri foi forçado a resignar após a violência que irrompeu quando a sua administração despediu 600 soldados amotinados e o caos que se seguiu deixou pelo menos 37 pessoas mortas.

A ordem foi restaurada apenas depois de as tropas e as polícias internacionais serem despachadas para o país da meia ilha que partilha uma fronteira terrestre com o Oeste de Timor da Indonésia.

Reinado disse, contudo, que a relação entre Ramos-Horta e Alkatiri não é como as pessoas a vêem à superfície.

''Mesmo depois de Alkatiri ter resignado, quase todas as noites, depois da meia-noite, Ramos-Horta tinha encontros com Alkatiri,'' disse Reinado, acrescentando que tinha provas para apoiar as acusações.

Disse que tinha enviado várias cartas de resignação das forças armadas tanto para o presidente como para o parlamento, mas que a sua resignação tinha sido rejeitada.

''Quis despedir-me porque sabia o que vai acontecer em Timor-Leste, que os militares serão usados como um veículo político da Fretilin. Sei isso porque estive em encontros (deles) várias vezes,'' disse Reinado. Reinado escapou de uma prisão de Dili em Setembro passado depois de ter estado preso no mês anterior com acusações de posse de armas.

Foi acusado de ter um papel no desencadear da violência entre forças de segurança rivais e gangs de rua com base étnica em Dili e à sua volta em Abril e Maio do ano passado.

Em Fevereiro deste ano, o então Presidente Gusmão autorizou as forças internacionais a perseguirem Reinado e o seu grupo de amotinados.

Na entrevista na televisão, onde não foram mencionados nem o local nem a data, Reinado disse que se quer render.

'Não é problema, mas deve ser feito sob a lei actual,'' disse, apelando à paragem permanente da operação militar contra ele e os seus apoiantes e a haver um diálogo.

''E depois, estou pronto para enfrentar a justiça,'' acrescentou.

A Indonésia invadiu Timor-Leste em 1974 e anexou-o no ano a seguir depois de ter estado sob domínio colonial Português durante quase 400 anos. Ganhou oficialmente a independência em 2002 depois de dois anos e meio de administração da ONU após ter votado pela independência em 1999.

Timor-Leste: Reinado lança acusações em canal TV indonésio

Diário Digital / Lusa
24-05-2007 19:00:00

O major fugitivo Alfredo Reinado declarou esta quinta-feira num canal de televisão indonésio que Xanana Gusmão e José Ramos-Horta se «afastaram do sonho de um Timor independente» e que «o Xanana de ontem não é o Xanana de hoje».

Alfredo Reinado, que se evadiu de uma prisão em Díli a 30 de Agosto, foi entrevistado para o programa «Kick Andy» da estação indonésia MetroTV, ocupando quase uma hora de emissão entre as 23:05 e as 00:00 em Jacarta (16:05 e 17:00 em Lisboa).

Em nenhum momento do programa foi dito em que local foi gravada a entrevista, mas Alfredo Reinado usou algumas vezes a expressão «denegara ini», que quer dizer «neste país» em bahasa indonésia - língua que o major «fala mesmo muito bem», segundo jovens timorenses que assistiram à emissão em Díli via satélite.

Desde 3 de Março que as Forças de Estabilização Internacionais têm em curso uma operação de captura de Alfredo Reinado no sudoeste do país, depois de um ataque falhado ao grupo do major timorense na vila de Same.

A longa entrevista decorreu num cenário montado num espaço fechado, com o fundo, a mesa e os bancos do entrevistador e do entrevistado em pano negro, sem qualquer outro adereço para além de dois copos.

Alfredo Reinado, ex-comandante da Polícia Militar, com o cabelo cortado e tingido de ruivo, envergou nesta entrevista o seu uniforme das FALINTIL-Forças de Defesa de Timor-Leste, embora sem nenhum distintivo ou patente.

Na entrevista, que a MetroTV promoveu com o título de «Confissão do Major Reinado», o militar timorense repetiu a sua versão dos acontecimentos de Abril e Maio de 2006, de que foi um dos principais protagonistas, e lançou acusações directas a Xanana Gusmão, José Ramos-Horta e Mari Alkatiri.

«A crise que causou 21 mortos e 130 mil deslocados começou como uma luta entre soldados e polícias que tentaram impedir a entrada deles na cidade», explicou o apresentador do programa.
«Seiscentos soldados furiosos revoltaram-se por se sentirem discriminados por serem do lado ocidental de Timor», acrescentou a MetroTV na introdução à entrevista.

«Alfredo tentou ultrapassar o problema mas veio mais tarde a ser acusado de ser o cérebro da rebelião».

«Eu nasci por causa deste problema», declarou Alfredo Reinado na entrevista à MetroTV.
«Eu tentei impedir que o problema militar interno se tornasse mais tarde numa guerra étnica».
O major fugitivo justificou a fuga da prisão de Becorá porque «todos os meios legais que tentei não resultaram em nada. E eu ouvi que eu e os meus homens seríamos mortos».

«Nós tornámo-nos no pesadelo de Xanana e de Ramos-Horta e dos outros políticos medrosos», acrescentou Alfredo Reinado, acusando o antigo e o actual chefes de Estado de «tentarem reintroduzir o comunismo».

«Por que me chamam um fugitivo, quais são os meus erros?», perguntou na entrevista à MetroTV.

«Até hoje, não houve nenhuma carta que me exonerasse. Continuo a ser um soldado e continuo a ser o comandante da Polícia Militar. Os meus homens continuam a ser-me leais», declarou Alfredo Reinado.

Dos Leitores

Bom Dia

Sou policial brasileiro e gostaria de concorrer a uma vaga na ONU no Timor Leste
Gostaria de me corresponder com Timorenses para sanar algumas dúvidas
Um abraço e obrigado

Max Dourado
maxdourado@uol.com.br

E. Timor leaders want to set up communist military junta: rebel

Christine T. Tjandraningsih
Jakarta, May 25 (Kyodo News) - Renegade Army Maj. Alfredo Reinado, currently being hunted by Australia-led international troops, has accused East Timor's leaders of trying to misuse the military to set up a military junta and impose the communism ideology in the tiny country.

Reinado, a leader of 600 soldiers who broke away from the main East Timorese army in March 2006, claiming discrimination, made the accusations during an interview program of the Jakarta-based private television network Metro TV late Thursday.

''I have been seen as a stumbling block for them to change the system in the government to be a military junta and to impose the ideology of communism. I have been seen as their nightmare,'' he told the television.

According to him, newly-elected President Jose Ramos-Horta, his predecessor Xanana Gusmao and former Prime Minister Mari Alkatiri have set up a conspiracy to reach the goal.

''They are communists. They are criminals,'' he said.

Ramos-Horta, who received a Nobel Peace Prize in 1996, sharing it with fellow countryman Bishop Belo, founded the Revolutionary Front for an Independent East Timor or Fretilin in 1974 as a pro-independence group but left it in 1988 to become an independent politician.

But the relationship between Ramos-Horta and Fretilin has not been good in recent times, particularly since he replaced Alkatiri, Fretilin secretary general, as prime minister in June last year.

Alkatiri was forced to resign following violence that erupted when his administration sacked 600 rebellious soldiers and the ensuing chaos left at least 37 people dead.

Order was restored only after international troops and police were redeployed to the half-island country that shares a land border with Indonesia's West Timor.

Reinado said, however, the relationship between Ramos-Horta and Alkatiri is not like what the public has seen on the surface.

''Even after Alkatiri resigned, almost every night, after midnight, Ramos-Horta had meetings with Alkatiri,'' Reinado said, adding he had evidence to support his accusations.

He said he had delivered several letters of resignation from the army either to the president or the parliament, but his resignation was rejected.

''I wanted to quit because I had known what would happen in East Timor that the military would be used as a political vehicle of Fretilin. I know that because I had attended (their) meetings several times,'' Reinado said. Reinado escaped from a Dili prison last September after having been jailed the previous month on charges of possessing weapons.

He was accused of having a role in sparking the violence among rival security forces and ethnic-based street gangs in and around Dili in April and May last year.

In February this year, then President Gusmao authorized the international forces to hunt down Reinado and his group of rebels.

In the television interview, where the location and date were not mentioned, Reinado said he is willing to surrender.

''It's not a problem, but it must be done under the existing law,'' he said, calling for the permanent halt of the military operation against him and his supporters and the holding of a dialogue.

''And then, I'm ready to face justice,'' he added.

Indonesia invaded East Timor in 1974 and annexed it the following year after it had been under Portuguese colonial rule for about 400 years. It officially gained independence in 2002 after two-and-a-half years under U.N. administration following a vote for independence in 1999.

Ramos Horta e Xanana Gusmão defendem união nacional timorense

EFE - 25 Maio 2007 - 03:33

Díli - O presidente do Timor-Leste, José Ramos Horta, e seu antecessor no cargo, o candidato a primeiro-ministro Xanana Gusmão, pediram hoje ao povo timorense que restabeleça a união nacional, um ano depois da morte de 11 policiais num combate com tropas do Exército, um momento crítico da crise que ainda afeta o país.

"A união nacional se rompeu no ano passado e agora nós, timorenses, temos a obrigação de curar as feridas e de nos unir a nossos irmãos e irmãs para voltarmos a ser o povo que éramos antes da crise", disse Ramos Horta.

"Não devemos culpar uns aos outros. Devemos reconhecer o erro de todos nós e aprender a lição desta crise, para que ela não se repita no futuro", acrescentou o prêmio Nobel da Paz de 1996.

Uma cerimônia oficial em Díli recordou o confronto entre membros do Exército e da Polícia.

Daqui a quatro dias começa a campanha para as eleições parlamentares de 30 de junho.
Autoridades e observadores internacionais temem que a violência possa se agravar devido à disputa eleitoral.

"A situação é de estabilidade na maior parte do país, mas temos que dizer de maneira honesta que há algumas áreas do território onde temos problemas", admitiu ontem o primeiro-ministro interino, Estanislau da Silva.

Mari Alkatiri recebe a mais alta condecoração de Timor-Leste

FRETILIN - Comunicado de Imprensa - 23 de Maio de 2007

Dr Mari Alkatiri, Secretário-geral da FRETILIN, recebeu a mais alta condecoração, Medalha Dom Boaventura, como reconhecimento da sua contribuição à luta para a independência da nação.

A medalha é um tributo ao papel de Dr Alkatiri como fundador de um movimento de libertação, o actual partido político FRETILIN, e o seu trabalho na frente diplomática timorense, de 1975 a 1979.

A medalha Dom Boaventura é a mais elevada condecoração de Timor-Leste. Foi concedida pelo Presidente cessante, Kay Rala Xanana Gusmão, numa cerimónia no Palácio Presidencial, em Dili, no dia 19 de Maio passado.

A cerimónia contou com a presença de membros do governo, deputados parlamentares, representantes dos partidos políticos e das confissões religiosas.

"Lutei e trabalhei sempre por Timor-Leste, meu país, e continuarei a fazê-lo." disse Dr Alkatiri aos jornalistas, após a cerimónia de condecoração.

Na mesma cerimónia, foram também condecorados com a medalha Dom Boaventura, o falecido Presidente Nicolau Lobato, legendário líder da FRETILIN que foi morto em combate a 31 de Dezembro de 1978, e o novo Presidente eleito, José Ramos-Horta.

Outros militantes da FRETILIN, que contribuíram para a luta pela independência, de 1975 a 1979, haviam já sido condecorados com a medalha Dom Boaventura em cerimónia anteriores.
No dia 20 de Maio de 1974, Dr Mari Alkatiri foi um dos fundadores da Associação Social-democrata Timorense (ASDT), que mais tarde tornou-se na FRETILIN. Dr Alkatiri fez parte da declaração da Independência, no dia 28 de Novembro de 1975, foi também Ministro de Estado para os Assuntos Políticos no primeiro governo de Timor-Leste, estabelecido em 1975.

Sabendo que a invasão indonésia iria realizar-se, o Comité Central da FRETILIN decidiu enviar Mari Alkatiri, Ramos-Horta e Rogério Lobato, para fora do país, para estabelecerem a frente diplomática. Mari Alkatiri, como Chefe da Frente Diplomática, deixou Timor-Leste a 4 de Dezembro de 1975.

"Eu não queria deixar Timor-Leste dias antes da invasão, mas tinha que cumprir a decisão do Comité Central da FRETILIN, e na altura o Vice Presidente Nicolau pediu-me especificamente para fazê-lo," disse Dr Alkatiri.

Dr Alkatiri foi eleito como Vice-Presidente da FRETILIN, na Conferência da FRETILIN realizada em Sydney, em 1998.

Mari Alkatiri regressou a Timor-Leste, depois do referendo, em Setembro de 1999, e trabalhou desde então para reestruturar a FRETILIN, para permitir que os militantes do partido pudessem trabalhar em conjunto pelo país recentemente libertado.

Em 2001, Mari Alkatiri foi eleito como Secretário-geral da FRETILIN, no primeiro Congresso Nacional, e re-eleito em 2006, no Segundo Congresso Nacional.

Alkatiri fez parte do primeiro Governo de Transição das Nações Unidas, como Ministro para os Assuntos Económicos, e dos Segundo Governo de Transição das Nações Unidas como Ministro Chefe. Em Maio de 2002, a FRETILIN, como partido político com maioria absoluta no Parlamento Nacional, nomeou Mari Alkatiri para ser o Primeiro-Ministro de Primeiro Governo Constitucional de Timor-Leste. Dr Alkatiri tomou posse como Primeiro-Ministro a 20 de Maio de 2002, o dia da Restauração da Independência da República Democrática de Timor-Leste.

Durante os quatro anos de liderança do governo, Alkatiri foi elogiado, local e internacionalmente, pelo desenvolvimento de grandes políticas, incluindo as negociações com a Austrália sobre o petróleo do Mar de Timor, a criação do Fundo do Petróleo e o estabelecimento de acesso grátis à educação e à saúde.

No dia 26 de Junho e 206, Mari Alkatiri foi forçado a resignar da sua posição de Primeiro-Ministro, após forças anti-governo e anti-FRETILIN terem desestabilizado o governo democraticamente eleito, como forma de mudarem o regime governamental.

Para mais informações, contacte: José Teixeira (+670) 728 7080 (Dili, Timor-Leste)

Timor-Leste: Inaugurado memorial a polícias mortos em 2006

LUSA - 25/05/2007 07:14

Díli - Um memorial aos oito polícias timorenses mortos há um ano junto ao complexo da Polícia Nacional (PNTL) foi hoje inaugurado em Díli pelo Presidente da República, José Ramos Horta.

Na cerimónia de homenagem, que participaram as famílias das vítimas de um dos incidentes mais graves da crise de 2006, a filha de um dos polícias mortos entregou uma carta "exigindo justiça e paz" ao representante do procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro.

Os oito elementos da PNTL foram mortos a 25 de Maio de 2006 por militares das FALINTIL-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) quando se encontravam desarmados e sob escolta das Nações Unidas. O memorial e a lápide que recordam os oito polícias mortos situa-se no cruzamento onde ocorreu o tiroteio com as F-FDTL, diante do Ministério da Justiça, num troço de avenida que, até há poucas semanas, estava vedado ao trânsito com velas e ramos de flores colocados no sítio onde os membros da PNTl caíram.

O incidente marcou um dos momentos mais críticos da crise política e militar de Abril e Maio de 2006, que viria a causar a queda do I Governo Constitucional chefiado por Mari Alkatiri. À cerimónia de homenagem aos elementos da PNTL assistiu um oficial das F-FDTL, em representação do brigadeiro-general Taur Matan Ruak, chefe do Estado-Maior das forças armadas. PRM-Lusa

EFE – 26 Maio 2007

Díli - O ex-presidente do Timor-Leste Xanana Gusmão declarou hoje à Efe que espera vencer as eleições legislativas com 40% dos votos, o suficiente para que seu partido, o recém-criado Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), governe o país.

"Nosso objetivo é obter 40% dos votos dos mais de 500 mil eleitores timorenses", disse Gusmão no escritório do CNRT em Díli, a capital do país.

Na sua opinião, "será ruim para a democracia do Timor se o partido receber uma votação maior".

Gusmão, que fundou o partido no mês passado, insistiu que não quer uma vitória "por goleada".

"Mas estamos preparados para 40%, que nos permitiriam fazer uma mudança no país", previu.


Gusmão explicou que criou o CNRT porque o Timor pede uma mudança após cinco anos de Governo do Fretilin, ao qual pertenceu durante os anos da luta armada contra a ocupação indonésia.

O governamental Fretilin, de orientação marxista, controla atualmente o Parlamento e disputará com Gusmão e outros 12 partidos as eleições legislativas.

Nas eleições presidenciais, o independente José Ramos Horta venceu o candidato do Fretilin, Francisco Guterres.

Ramos Horta também se desvinculou do Fretilin, que responsabiliza pela onda de violência que há um ano mergulhou o país numa crise.

Timor-Leste: Organizações pedem fim de comissão da verdade

Lusa - 25-05-2007 17:00

Um grupo alargado de organizações de direitos humanos pediu aos chefes de Estado de Timor-Leste e da Indonésia que encerrem a Comissão de Verdade e Amizade (KKP), que acusam de não ter nem credibilidade nem legitimidade.

“É óbvio pelo seu mandato e pelo seu desempenho que a KKP não é um mecanismo credível para a procura de justiça nem sequer da verdade sobre os acontecimentos em Timor-Leste em 1999, muito menos entre 1975 e 1999”, acusa um grupo de organizações timorenses, indonésias e internacionais.

“Desde a sua criação, a KKP tem muitos problemas, incluindo falta de legitimidade, ausência de qualquer método claro para análise de provas existentes sobre a violência de 1999, sérias deficiências nas audiências públicas, falta de transparência e clareza”, refere a carta aberta agora divulgada.

Yasinta Lujina, da organização timorense La'o Hamutuk, uma das signatárias da carta, explicou hoje à Lusa que “até agora a KKP não produziu nenhum resultado”.

“Os timorenses não foram envolvidos no processo de constituição da comissão e nenhuma proposta da sociedade civil foi considerada na sua formação”, declarou Yasinta Lujina. “A KKP não responde às necessidades das vítimas, das famílias das vítimas e toda a população de Timor-Leste por justiça e compensação”, acrescentou. “Sem justiça, as feridas do passado não podem sarar e a falta de respeito pelo primado da lei vai continuar a desestabilizar Timor-Leste”, defendeu Yasinta Lujina.

A KKP foi criada pela Indonésia e por Timor-Leste para investigar a violência que rodeou o referendo pela independência em Setembro de 1999.

A Comissão, que tem membros dos dois países, realiza desde quinta-feira, em Jacarta, a terceira ronda de audiências públicas, onde já participaram figuras conhecidas como o general Wiranto, o ex-Presidente indonésio Habibie, o bispo timorense D. Ximenes Belo e o ex-líder das milícias integracionistas timorenses Eurico Guterres.

“A criação da KPP foi um expediente político que estava condenado desde o início”, considerou Mark Byrne, da Coligação Australiana para a Justiça Transitória em Timor-Leste, recordando que “a comissão pode propor amnistias para os culpados das violações mais brutais de direitos humanos”.

Na carta aberta ao Presidente Yudhoyono e ao Presidente José Ramos-Horta, a coligação internacional de trinta organizações de direitos humanos oferece em alternativa à extinção da KPP a criação de um tribunal penal internacional.

Os signatários recomendam o apoio à reconstituição no Tribunal Distrital de Díli dos Painéis Especiais para Crimes Graves, “com poderes efectivos para prender e julgar responsáveis por crimes cometidos em Timor-Leste durante a ocupação indonésia, independentemente de onde residam hoje”.

A carta aberta exige também que os parlamentos dos dois países discutam formas de aplicar as recomendações do relatório final da Comissão de Recepção, Verdade e Reconciliação timorense, “Chega!”. “A KKP começou em 2005 como uma tentativa de neutralizar um relatório das Nações Unidas que concedia à Indonésia seis meses para acusar os responsáveis, que estavam sob sua jurisdição, pela violência em Timor-Leste em 1999”, acusam os signatários da carta aberta.

Timor-Leste: Grupo Mudança recusa sair da FRETILIN e alia-se a CNRT

Lusa - 26-05-2007 13:36


Díli - O Grupo Mudança da FRETILIN, que escolhe hoje em Díli os órgãos formais do movimento, recusou a saída do partido maioritário e escolheu aliar-se ao Congresso Nacional de Reconstrução de Timor (CNRT) nas próximas eleições legislativas.

"A resolução e o sentimento desta convenção é que não vamos sair da FRETILIN e continuamos a pedir à liderança actual do partido para que, juntos, realizemos um congresso extraordinário onde todas as sensibilidades da FRETILIN possam estar representadas, para debater todas as questões políticas que dividem a família da FRETILIN", afirmou à Lusa o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros José Luís Guterres.

O Grupo Mudança realiza desde manhã a sua convenção para a escolha formal da direcção do movimento e, às 21:00 locais (13:00 em Lisboa), os trabalhos decorriam ainda no ginásio da Universidade Nacional, em Díli.

"O grupo cresceu imenso e temos que formalizar a estrutura", explicou José Luís Guterres, acrescentando: "Foi um momento histórico para nós".

"O Grupo Mudança reclama-se de vertente democrática e queremos ser ouvidos pela direcção nacional da FRETILIN", acrescentou José Luís Guterres, um dos dirigentes do partido maioritário que entraram em confronto com a actual direcção da FRETILIN no congresso de 2006. Os princípios e os métodos de democracia utilizados pela FRETILIN desde 1975 não são usados hoje dentro da FRETILIN", acusou Vítor da Costa, coordenador do Grupo Mudança, no discurso de abertura da convenção.

"Fizeram da FRETILIN uma empresa privada que só lhes pertence, onde a direcção é individual e pessoal ou de grupo que manda e decide unilateralmente sem consultar ninguém, nem mesmo os órgãos competentes do partido", acrescentou Vítor da Costa.


O discurso do coordenador do Grupo Mudança fez um elenco de acusações contra o actual secretário-geral da FRETILIN, Mari Alkatiri, o presidente do partido, Francisco Guterres "Lu Olo" e outros elementos do chamado Grupo Maputo. "São autoritários, arrogantes, megalómanos e abusam excessivamente do poder", declarou Vítor da Costa.

A convenção do Grupo Mudança decidiu avançar para uma aliança formal com o CNRT do ex-Presidente da República Xanana Gusmão.

"Não rejeitamos o 'status quo', rejeitamos a instabilidade política e por isso defendemos uma aliança com alguém que já foi servidor desse país e o liderou por muitos anos, que é Xanana Gusmão", afirmou José Luís Guterres. "Se a FRETILIN nos tivesse ouvido no congresso nacional, a situação não teria estado como hoje e não teria havido necessidade de uma organização política como o CNRT, que abraçasse todos os sectores da sociedade timorense", acrescentou José Luís Guterres.

A Lusa procurou, em vão, ouvir o comentário de Mari Alkatiri e de membros do Comité Central e do III Governo Constitucional às posições do Grupo Mudança da FRETILIN.

PRM-Lusa/fim

Timor-Leste: Rogério Lobato pediu demissão da vice-presidência da FRETILIN – Alkatiri

Lusa - 26-05-2007 17:55

Díli - O ex-ministro do Interior de Timor-Leste Rogério Lobato pediu por carta a demissão da vice-presidência da FRETILIN, confirmou hoje à Lusa o secretário-geral do partido e ex-primeiro-ministro, Mari Alkatiri.


"A demissão foi apresentada por carta e apreciada no domingo passado" pelas estruturas dirigentes da FRETILIN, acrescentou Mari Alkatiri em declarações à Lusa, sábado à noite (início da tarde em Lisboa).

Sobre as razões da demissão do antigo ministro, Mari Alkatiri adiantou apenas que é uma consequência natural de Rogério Lobato estar na prisão, onde cumpre uma pena de sete anos e meio.

O Tribunal de Recurso confirmou a 10 de Maio - um dia após a segunda volta das eleições presidenciais - o acórdão de 7 de Março de um colectivo de juízes que condenou Rogério Lobato à prisão, num processo aberto por recomendação da Comissão Especial Independente de Inquérito aos eventos de Abril e Maio de 2006.

A justiça timorense condenou Rogério Lobato, fundador das FALINTIL em 1975, pela distribuição de armas a civis durante a crise de há um ano, que culminou na queda do I Governo Constitucional, dirigido por Mari Alkatiri.

No mesmo dia 10 de Maio, Rogério Lobato foi conduzido à prisão de Becora, em Díli.

Mari Alkatiri, que falou à Lusa já depois de terminar a convenção do Grupo Mudança da FRETILIN às 23:00 (15:00 em Lisboa), onde ele foi o principal alvo das críticas e da declaração política aprovada, afirmou que não acompanhou o encontro dos seus contestatários.

"Nem me preocupo com isso", declarou.

O ex-primeiro ministro confirmou que teve hoje uma "reunião de estratégia" com dirigentes da FRETILIN, no bairro central de Vila Verde, para definir as linhas da campanha para as legislativas de 30 de Junho.

A reunião estava marcada para a sede do Comité Central da FRETILIN mas "não pôde realizar-se lá porque já estava marcada uma reunião da OJETIL", a organização de juventude do partido.

Eládio Faculto, presidente da OJETIL, afirmou à Lusa que "a prioridade da reunião de hoje foi discutir como ganhar as legislativas e analisar qual é a desvantagem e a fraqueza da FRETILIN".


"O que debatemos foi como é que a FRETILIN teve uma derrota na primeira campanha das presidenciais", acrescentou o líder da OJETIL quando questionado sobre se a organização tem divergências políticas com a actual direcção da FRETILIN.

PRM-Lusa/Fim

Homenagem às vítimas

Diário de Notícias - Sábado, 26 de Maio de 2007

Elementos das forças de segurança e civis vítimas da crise registada em Abril e Maio do ano passado foram ontem recordados em Timor-Leste em duas cerimónias evocativas da morte de oito polícias, tendo o Presidente Ramos-Horta apelado a "um exame de consciência".

O dia 25 de Maio "é um dia triste" porque assinala "a fraqueza da Nação devido à falta de liderança que agravou a situação", frisou Ramos-Horta ao inaugurar o memorial que recorda os polícias mortos há um ano, junto ao Ministério da Justiça.

O Presidente timorense, que na altura era ministro dos Negócios Estrangeiros, pediu aos timorenses que se interrogassem sobre as suas próprias acções, sublinhando que as vítimas de há um ano não foram apenas militares ou polícias, "mas também civis, incluindo crianças".

Esta é uma história que Maria Ximenes de Jesus conhece: o seu marido, Adelino Soares, morreu em Outubro, atingido por um dardo de fabrico tradicional, no bairro de Mascarenhas, na periferia sul de Díli. "Não sei quem atacou e a polícia nunca prendeu ninguém. Perder uma pessoa não é como perder dinheiro. Se perdermos dinheiro em casa, ele vai aparecer nem que seja em três ou quatro meses. Se perdermos uma pessoa, ela não vai aparecer. Fica-se sozinha."

No caso de Maria Ximenes de Jesus, "estar sozinha" significa ter "seis filhos para sustentar, porque as viúvas civis não recebem a pensão de viúvas de PNTL [polícia] ou das F-FDTL [forças armadas]".

Muito perto do local onde o marido de Maria Ximenes de Jesus foi morto, outras viúvas participavam ontem numa cerimónia, organizada, desta vez, pela Fundação Alola.

Dirigida por Kirsty Sword, a mulher do ex-presidente Xanana Gusmão, a Fundação Alola assinalou a data com o lançamento de um Livro Memória, que reúne os testemunhos de 24 viúvas de elementos da PNTL, das F-FDTL e civis.

Elaborado pelo Fórum de Comunicação das Mulheres Timorenses, o Livro Memória contempla o relato de quem se reúne há um ano se reúne em conjunto, como forma de terapia para os rancores do passado.

Com Lusa

Anunciou o representante especial do secretário-geral da ONU: Timor: UE atribui 63 milhões de euros para projectos de desenvolvimento

Jornal Digital - 2007-05-25 18:43


Lisboa - O representante especial do secretário-geral da ONU para Timor-Leste, anunciou hoje em Lisboa que a União Europeia (UE), vai atribuir 63 milhões de euros para apoiar programas de desenvolvimento naquele país asiático.

No final de uma audiência com José Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia, Atul Khare, representante especial do secretário-geral da ONU para Timor-Leste, anunciou a contribuição de 63 milhões de euros da EU a Timor-Leste, salientando a importância que Timor-Leste tem para 27 Estados-membros.

“Fiquei muito pelo grande empenho da Comissão Europeia em relação ao Timor. Estou muito optimista quanto ao futuro do país”, destacou o representante das Nações Unidas.

Reafirmando a sua confiança na democracia timorense, o diplomata da ONU revelou que o presidente da Comissão Europeia afirmou que Timor Leste “está no bom caminho”, admitindo, porém, que o país ainda tem muitos desafios pela frente, “o desafio das eleições legislativas (30 de Junho), e o desafio de promover um governo inclusivo e um governo participativo, num clima que permita reconhecer o papel importante não só do Executivo, mas também da própria oposição e da sociedade civil” concluiu.

Em nome de José Ramos Horta, presidente de Timor-Leste, Atul Khare, convidou o presidente da CE a visitar Timor-Leste, tal como já tinha feito com o primeiro-ministro português José Sócrates.

"Quando a esmola é grande, o pobre desconfia!..."

in blog http://tatamailau.blogspot.com/

18 Maio 2007


Vem isto a propósito da última "Informação à comunicação social" emitida pelo gabinete do (ainda) Primeiro-Ministro Ramos Horta.

Nela se dá conta de um sem número de projectos que terão sido aprovados pelo PM ou por sua intervenção directa.

Ora, uma leitura mais atenta faz desconfiar de tanta fartura e, nalguns casos, do verdadeiro interesse dos projectos e da exactidão dos números apresentados.

Vejamos alguns casos:

1) "Um projecto emblemático é o Edifício Vision, um investimento do grupo Wideform no valor de 25 milhões de dólares norte-americanos, a localizar numa zona nobre da baixa de Díli (conhecida por Hello Mister). Será o primeiro edifício em altura da capital de Timor-Leste, com 10 andares, projectado para utilização mista, residencial e comercial e incluindo piso para estacionamento automóvel. A concessão do terreno foi assinada em Março e o projecto arquitectónico de pormenor deverá estar pronto em breve."

Um edifício de 10 andares em Dili, com aquela arquitectura e paisagem urbana? A mim soa-me a rotundo disparate, mais a uma saloíce de "pato bravo" do que a outra coisa... Deve ser para os habitantes poderem ver os jogos no Estádio Municipal sem pagarem bilhete... Não sei porquê mas palpita-me que qualquer arquitecto paisagista ou qualquer especialista em urbanismo deitaria o projecto para o caixote do lixo sem lhe dar hipótese de uma segunda leitura... Construção em altura numa cidade onde não falta o espaço?!... Huummmm!... Há aqui qualquer coisa que não bate certo. Serei eu?

2) "O facto de eu ser conhecido como um Primeiro-Ministro pró-desenvolvimento e de estar decidido a que o Governo tivesse uma acção facilitadora do investimento, em vez de só levantar dificuldades aos investidores, teve um efeito benéfico”, reconheceu o Primeiro-Ministro cessante".

Diz-me, espelho meu: há alguém mais belo do que eu?!...

3) "Quero garantir um ambiente que dê confiança aos operadores económicos, para que tragam o seu dinheiro e o seu know-how para Timor-Leste. O sector privado é fundamental para criar empregos e desenvolver o país”

E aí irrompeu uma grande salva de palmas do fundo da sala!

4) "Entre os sectores que atraíram mais investimento está o das Pescas, com 23 milhões de dólares norte-americanos em diferentes projectos de investidores da Coreia do Sul, da Malásia e da Austrália. Prevê-se que criem 2670 postos de trabalho em diversas zonas, como Lospalos, Com, Hera e Díli. Dois terços desse investimento foi já realizado. No sector da Agricultura e Florestas, foram aprovados quatro projectos que devem criar mais de 14 mil postos de trabalho em Baucau, Ermera, Loes, Liquiçá, e Suai"

Tantos postos de trabalho? Temporários ou permanentes? Com esta velocidade de criação de postos de trabalho qualquer dia o problema de Timor é a falta de mão de obra! E aí terá de importar (ainda) mais chineses, filipinos e, quiçá, mesmo uns australianos --- não! Não são os aborígenes! São dos outros... Têm de me fazer as contas na ponta do lápis para eu acreditar...

5) "Os dois maiores projectos aprovados, ambos para Díli, são de investidores de Singapura: (...); e outro na Hotelaria, no valor de 27,5 milhões de dólares norte-americanos, com criação de 750 novos postos de trabalho."

750 postos de trabalho permanente na hotelaria? O que será? O que farão tantas pessoas num investimento destes? Será um hotel de luxo com 500 quartos? Esquisito...

6) "O Arbiru Beach Resort é um hotel de 64 quartos que envolve um investimento de 530 mil dólares norte-americanos. O desenvolvimento do projecto, dirigido a visitantes estrangeiros e a residentes da capital, deverá criar centenas de postos de trabalho"

Rocha! Não estão a exagerar as suas contas? Além disso este hotel já estava em adiantada fase de construção no Verão passado. Será mesmo de o atribuir à intervenção do PM?

Enfim: 17300 postos de trabalho em três anos? Vamos todos pôr velinhas a Santo António de Manatuto e a Nossa Senhora de Fátima mas não se admirem que o pobre estranhe a grandeza da "esmola"! É que determinadas pessoas já nos habituaram a fazer um grande alarido sobre os "mundos e fundos" que fizeram, fazem ou estão mesmo, mesmo, quase a fazer e depois...
Enfim! Vamos esperar para ver mas...

Publicada por Manuel Leiria de Almeida

Timor: UE dá 63 M€ para projectos de desenvolvimento

Diário Digital / Lusa
25-05-2007 13:58:00

A União Europeia vai atribuir 63 milhões de euros a Timor-Leste para apoiar programas de desenvolvimento naquele país asiático, anunciou hoje o representante especial do secretário-geral da ONU para Timor-Leste em Lisboa.

O anúncio foi feito por Atul Khare no final de uma audiência com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, tendo o diplomata indiano sublinhado a importância que Timor-Leste tem para «os 27».

Atul Khare falando em nome do novo Presidente timorense, José Ramos-Horta, adiantou também ter convidado o presidente da CE a visitar Timor-Leste, à semelhança do que já fizera com o primeiro-ministro português, José Sócrates, cujas datas serão definidas através dos canais diplomáticos próprios.

Timor-Leste: Atul Khare convida José Sócrates a visitar Díli

Diário Digital / Lusa
23-05-2007 18:54:00

O representante especial do secretário-geral da ONU para Timor-Leste convidou esta quarta-feira o primeiro-ministro português a visitar Díli, de forma a encorajar os políticos timorenses e dar conta da sua experiência de governação em Portugal.

Falando aos jornalistas no final de uma audiência com José Sócrates, no Palácio de São Bento, em Lisboa, Atul Khare adiantou que o chefe do executivo de Lisboa respondeu que «irá tentar» combinar uma data para fazer a deslocação.

«Pedi ao primeiro-ministro para que, assim que tiver tempo, assim que lhe for possível, que faça uma visita a Timor-Leste, pois tal constituirá uma contribuição muito positiva para os líderes timorenses aprenderem com a sua experiência de governação», afirmou o diplomata indiano.

No encontro, de cerca de uma hora, Atul Khare deu conta dos últimos desenvolvimentos registados em Timor-Leste, nomeadamente em relação às duas voltas das eleições presidenciais (8 de Abril e 9 de Maio), e disse ter solicitado também a José Sócrates a manutenção da cooperação portuguesa na mais jovem Nação asiática.

O representante de Ban Ki-moon em Timor-Leste assegurou que o primeiro-ministro português lhe garantiu que o executivo de Lisboa está «totalmente disponível para apoiar e dar toda a assistência» que for solicitada.

Nesse sentido, Atul Khare pediu a Sócrates que Portugal invista mais na cooperação na Educação e na Justiça, bem como num envolvimento que, considerou, «permita uma ajuda a uma governação inclusiva», que não especificou.

O representante da ONU em Timor-Leste encontra-se desde terça-feira em Lisboa em visita oficial, que termina sexta-feira, tendo hoje já reunido com várias comissões no Parlamento, a quem deu conta da continuação do processo de normalização democrática naquele país.

Atul Khare tem hoje ainda um encontro com o ministro da Administração Interna portuguesa, Rui Pereira, e será recebido quinta-feira, entre outras audiências, pelo chefe de Estado português, Aníbal Cavaco Silva.

"Atuação da Austrália no Timor Leste preocupa governo brasileiro, diz embaixador"

Da Agência Brasil

-Brasília, DF – A atuação econômica e militar da Austrália em Timor Leste preocupa o governo brasileiro. Segundo o embaixador Antônio José Maria de Souza e Silva, representante do Itamaraty nesse pequeno país do extremo sudeste da Ásia, os australianos buscam “isoladamente” influenciar nas ações locais. Enquanto isso, os países lusófonos – incluindo o Brasil – tentam manter as raízes culturais portuguesas na região. Ou seja, há uma disputa velada pelo protagonismo no Timor Leste.

“A ação da Austrália preocupa. Gostaríamos de manter a lusofonia neste país, reintroduzindo a língua portuguesa e trazendo o Timor para o seio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)”, sublinha o embaixador, que enfatiza: “Nós gostaríamos que o país pudesse estabelecer sua própria forma de governo, suas alianças internacionais, sem interferência da Austrália. Essa é a nossa preocupação, de poder preservar a independência e a soberania do Timor”.

São oito os países lusófonos: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe e Timor Leste, que passou a integrar a CPLP em 2002.

Ex-colônia portuguesa e há sete anos independente da Indonésia, que invadira o território em 1975, o Timor tenta se reerguer após séculos de exploração internacional e violência interna. O português e o tétum têm status de línguas oficiais, mas a maioria dos timorenses fala apenas a segunda, que é o idioma nativo. Com uma economia frágil, o petróleo é visto como uma das soluções para o desenvolvimento local.

O mar é a fronteira entre o Timor e a Austrália. E nele está a esperança dos timorenses: o petróleo – explorado pelos australianos, inclusive em águas pertencentes ao país vizinho, segundo entidades internacionais. Como no Timor Leste não existe indústria ou turismo, as pessoas vivem da agricultura de subsistência e de uma “rala” exportação de café. O petróleo e o gás tornam-se, então, a principal fonte de rendimentos.

A Austrália, segundo o embaixador brasileiro, mantém uma tropa de 1.300 homens no país, sem estar diretamente subordinada ao comando militar dos Boinas Azuis da Organização das Nações Unidas (ONU), que atuam na região, e já firmou um acordo de exploração de petróleo com o governo local. Para tentar frear essa influência militar e econômica, Brasil e Portugal investem em educação, formação profissional e militar dos timorenses, e estreitam relações governamentais.

“É uma força desigual [dos australianos], mas a questão de reafirmação da língua [portuguesa] é muito importante para nós, além de apoiar os governos democraticamente eleitos”, pontua Souza e Silva.

A “tropa” luso-brasileira é mais burocrática. O Brasil, por exemplo, enviou 50 professores, que atuam nos níveis fundamental, médio e superior; cinco juízes que trabalham nas cortes locais; e um grupo de militares que ajudam na formação de soldados e policiais. Quatro técnicos parlamentares brasileiros também serão enviados para ajudar no funcionamento do Legislativo, além de introdução de um programa na área de agricultura.

Essa falta de pessoal leva o embaixador a uma conclusão: “O grande desafio do Timor é a falta de recursos humanos. Não há quadros capacitados em todos os níveis para gerir o país. E o Brasil está ajudando com grande empenho”.

Em relação à política interna, Souza e Silva assinala que “o grande temor é que não haja uma reconciliação nacional”. O país passará por uma nova eleição, no final de junho, para a escolha de novos parlamentares. Conseguir reunir uma maioria num processo de fragmentação partidária – são mais de dez partidos – é o desafio do novo presidente, José Ramos Horta, que tomou posse Domingo (20).

Ele não tem partido e buscará influenciar na escolha do primeiro-ministro. “Acredito que dá para construir uma maioria, que terá de acontecer para se poder governar. Acredito também num certo grau de estabilidade. É um processo longo, mas tende a se normalizar”, finalizou.

O Ex-Soldado Confessou: A Conspiração entre o Xanana Gusmão e o Mahidiin Simbolon

(Tradução:)

O Lado Escuro do Presidente de Timor-Leste

Jakarta, 6 Setembro 2004 14:45

O escritório da revista, Gatra, foi surpreendido pela presença de um homem com o inicial JM no escritório do editor desse jornal esta manhã. Aquele homem de cabelo curto, revelou a sua identidade como um ex-soldado na Divisão I do batalhão de Brawijaya, manifestou que não poderia já suprimir as suas frustração e stresses, que sofreu durante alguns anos passados, por causa da sua participação nas operações militares accionado pela ABRI/POLRI (TNI/POLRI - Editor), em Timor-Leste desde 1994 até ao fim de 1996.

A história dele gerou uma sensação de incredulidade entre os jornalistas presentes. Mas, minutos depois o ex-soldado começou a explicar ao correspondente da Gatra acerca das suas participações nas operações de matança lançadas em 1994 até 1996, como alvo principal, alguns líderes pró-independência Timorense.

Os jornalistas não ficaram espantados com a informação providenciada porque já era um segredo público do facto de que entre os anos noventa, as operações montadas pela ABRI/POLRI (TNI/POLRI) contra as bases dos guerrilheiros Timorenses ou para ABRI o nome mais conhecido era, o GPK (Movimento de Perturbadores da Ordem) – Fretilin.

Entretanto, a história tomou um momento decisivo no qual os jornalistas estiveram espantados quando o ex-soldado (ao exigir que a sua identidade seja mantida em sigilo pela segurança da sua família) mostrou os documentos relacionados com as operações das Forcas Armadas indonésias contra a Frente Clandestina e a Frente Armada de Timor-Leste.

O alvo principal daquelas operações era o líder da organização clandestina, na qual o Kery Laran Sabale era o então comandante. Não era só muito interessante mas também chocante por causa da natureza dilemática das operações sob o comando do coronel Mahidin Simbolon (o posto militar do Simbolon naquela altura) onde o Simbolon cooperou com o “líder da resistência” de Timor-Leste, Xanana Gusmão, que estava sendo preso na prisão de Cipinang, Jakarta.

O antigo Sargento-chefe, JM revelou que ele também estava presente na reunião entre o coronel M. Simbolon, que teve lugar numa sala dentro da prisão de Cipinang, Jakarta. O ponto principal da reunião era o desejo e a prontidão do Xanana Gusmão neutralizar os grupos radicais dentro do movimento de luta, onde de acordo com o Xanana, eles prejudicariam os esforços de “luta pacífica” e da reconciliação que ele próprio estava a lançar, com vários grupos políticos timorenses, com o objectivo de reunir o povo timorense.

Consequentemente, o Xanana manifestou a sua vontade de cooperar com o coronel M. Simbolon para suprimir as facções radicais dentro de GPK-Fretilin, constituído por diversos comandantes da Fretilin e os seus seguidores, entre outros, Rodak Timur, Keri Laran Sabalae, David Alex, Konis Santana e Eli Fohorai Boot.

Os nomes deles estiveram escritos visivelmente nos documentos das operações militares entre 1994 - 1996 citado pelo JM, antigo Sargento-chefe. O fundamento da “cooperação” entre o Xanana e o M. Simbolon foi baseado no princípio de benefício mútuo; o Simbolon saíra-se bem na sua carreira militar e o Xanana poderia conseguir, com mais flexibilidade, controlar o movimento dirigido por ele próprio dentro da Prisão Cipinang. Estava bem claro que o presidente do novo pais, Timor-leste, era o homem de engenho em manter o interesse dos seus grupos matando os próprios comandantes que ele considerava desleais ou mesmo de entre os leais, aqueles que o Xanana considerava terem optado mais “a luta armada” para conseguir a causa nacional.

Após o escrutínio dos documentos e várias fotografias obtidos por JM, era muito difícil duvidar a veracidade da sua história. Esta é a versão da história escondida e o lado escuro de um “carismático” Xanana, que é altamente elogiado pelo seu próprio povo, colaborando com o “inimigo” para aniquilar os seus próprios camaradas.

O JM, antigo Sargento-chefe confessou que, depois dessa denúncia, se sentiu o peso, que levava consigo durante esse tempo todo, foi tirado do seu corpo. Disse que lamentou por que motivo que o presidente de Timor-Leste sacrificou engenhosamente a parte do seu próprio povo por causa da sua estratégia política.

Em relação ao Major-General Simbolon, o Sargento-Chefe JM, rogou ao Quartel-general das Forcas Armadas indonésias para, de imediato, investigar o caso. Porque a natureza destas operações militar era um segredo da unidade dirigida pelo coronel M. Simbolon, o Quartel-general das Forças Armadas indonésias obteve somente cópias dos resultados das operações após a morte dos comandantes de GPK-Fretilin. Por causa disso, o Major-General reformado Mahidin Simbolon deveria ser sujeito imediatamente a uma investigação tendo em conta o posto militar que lhe atribuído foi o resultado da conspiração com o inimigo da República da Indonésia. O JM, antigo Sargento-chefe (IY, GAT).

Imung Yuniardi (Semarang)
Direito e Politica, Gatra Nr. 42, edição Sexta, 7 Setembro 2004.



Original:

Eks Tentara mengaku: Konspirasi Xanana Gusmao dan Mahidin Simbolon

Sisi Gelap Sang Presiden Timor Leste



Jakarta, 6 September 2004 14:45

Gatra dihebohkan dengan kehadiran seorang pria berinisial JM di kantor redaksi majalah pagi ini. Lelaki yang mengaku sebagai seorang eks tentara di Divisi Satu Kompi Brawijaya dan berpenampilan cepak tersebut mengaku sudah tidak dapat lagi meredam segala rasa frustrasi dan stress yang dideritanya beberapa tahun belakangan, berhubungan dengan keterlibatannya di operasi militer ABRI/POLRI (TNI/POLRI-red) di Timor-Timur pada tahun 1994 hingga akhir tahun 1996.

Para wartawan di majalah inipun binggung dibuat oleh lelaki tersebut. Akan tetapi menjelang beberapa menit kemudian sang eks anggota ABRI mulai memaparkan kepada koresponden GATRA mengenai berbagai kertelibatanya dalam operasi pembunuhan terhadap beberapa tokoh penting gerakan pro kemerdekaan Tim-Tim yang dilancarkan pada tahun 1994 hingga 1996.

Disini koresponden majalah ini tidak begitu kaget dengan informasi bersangkutan, karena memang sudah menjadi rahasia umum bahwasanya di pertengahan tahun 90an perang di Timor-Timur sedang hangat-hangatnya dilancarkan oleh pihak ABRI/POLRI ( TNI/POLRI-red) terhadap berbagai basis pertahanan kaum gerilya Timor-Timur atau yang lebih dikenal dengan istilah ABRInya sebagai kaum GPK-Fretilin.

Akan tetapi ceritapun menjadi lebih lain dan mengagetkan ketika eks Serka. JM (yang mengaku agar namanya tetap dirahasiakan-demi keselamatan keluarganya) membeberkan segala dokumen operasi ABRI ketika itu terhadap kaum Front Clandestin dan Armed Force Timor-Timur.

Sasaran utama dari operasi tersebut adalah pemimpin dari organisasi Front Clandestin yang waktu itu dipimpin oleh comandannya Keri Laran Sabalae. Suatu hal yang sangat menarik dan juga menhebohkan adalah sifat dilematis dari operasi militer itu sendiri yang dikomandai langsung oleh Kolonel Mahidin Simbolon (pangkat Simbolon pada waktu itu) dengan bekerja sama dengan “pemimpin perlawanan” Timor-Timur Xanana Gusmao yang sedang mendekam di LP Cipinang Jakarta.

Eks Serka. JM mengakui bahwa dirinya turut hadir dalam pertemuan antara Kolonel.M Simbolon yang dilaksanakan di suatu ruang di Lembaga Permasyarakatan Cipinang di Jakarta. Inti dari pertemuan tersebut adalah keinginan dan kesanggupan Xanana Gusmao untuk “menetralkan” kelompok-kelompok radikal dalam tubuh organisasi perlawanan Timor-Timur yang menurut Xanana dapat mengancam usaha “perlawanan damai” dan rekonsiliasi dengan berbagai kelompok politik Tim-Tim yang sedang dilancarkannya untuk mempersatukan rakyat Timor-Timur.
Oleh karena itu, Xanana Gusmao menyatakan bersedia bekerjasama dengan Kol.M Simbolon untuk membasmi kaum-kaum radikal di tubuh “GPK Fretilin" yang antara lain terdiri dari beberapa komandan gerakan Fretilin dan anak buahnya dengan nama Rodak Timur, Keri Laran Sabalae, David Alex, Konis Santana dan Eli Fohorai Boot.

Nama-nama tersebut tercantum dengan sangat jelas sekali di lampiran dokumen operasi militer tahun 1994-1996 yang dibeberkan oleh eks-Serka JM. Inti dari “kerjasama” antara kubu Xanana dan M Simbolon dalah prinsip mutualisme; Simbolon dapat sukses di karir militernya dan Xanana pun menjadi lebih fleksibel dalam mengontrol gerakan perlawanan yang dikomandai olehnya dari LP Cipinang. Terlihat jelas bahwsanya sang Presiden dari negara baru Timor Leste ini telah sangat lihai sekali untuk mempertahankan kepentingan kelompoknya dengan membasmi para komandanya sendiri yang dianggap tidak loyal kepadanya ataupun kalau loyal, menurut Xanana mereka lebih mengutamakan “jalan kekerasan” untuk mencapai tujuan nasional.

Melihat kepada dokumen-dokumen dan berbagai foto yang dimiliki oleh JM kiranya sulit sekali untuk meragukan keaslian dari versi cerita ini. Ini adalah versi tersembunyi dan sisi gelap “karisma” seorang Xanana yang begitu diagung-agungkan oleh rakyatnya sendiri. Bekerjasama dengan “musuh” untuk membasmi kaumnya sendiri.

Eks Serka. JM sendiri mengaku beban yang disandangnya selama ini menjadi lebih ringan dengan pengakuannya ini. Dia sangat menyayangkan mengapa Presiden Timor Leste ini begitu liciknya untuk mengorbankan sebagian dari anggota masyarakatnya hanya untuk kepentingan dari strategi politiknya. Mengenai Mayjen. Simbolon, Serka. JM memhimbau agar Mabes TNI/POLRI harus segera menyelidiki kasus ini. Karena sifat dari operasi militer pada waktu itu adalah rahasia dari unit yang dipimpin oleh Kol.M Simbolon.. Mabes ABRI hanya mendapatkan copy lampiran hasil operasi militer setelah tewasnya beberapa komandan “GPK Fretilin”. "Oleh karena itu, Mayjen Purnawirawan.Mahidin Simbolon harus segera diselidiki mengingat “bintang- bintang di bahu” sang jenderal adalah hasil konspirasi dengan musuh Republik Indonesia pada saat itu" demikian Eks Serka JM. [IY, GAT]

Imung Yuniardi (Semarang)
[Hukum dan Politik, Gatra Nomor 42, beredar Jumat, 7 September 2004

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.