sexta-feira, julho 06, 2007

Monthly UNDP Justice System Programme Newsletter.

Highlights of this Edition:

Swearing-in Ceremony of the first National Magistrates and Public Defenders of Timor-LesteOn 21 June, Timor-Leste witnessed the swearing-in of the first group of twenty seven national Judges, Prosecutors and Public Defenders, graduated from the Legal Training Centre in Cai-Coli, Dili, Timor-Leste.

Brazil and UNDP sign extension of agreement A protocol extending the Cooperation Agreement in support of the Justice Sector between the Government of Brazil and UNDP was signed on 22 June.

Portugal and UNDP also sign extension agreementThe justice sector in Timor-Leste will benefit from the services of seven new legal clerks from Portugal provided as part of a renewed six-month technical assistance under the UNDP’s Justice System Programme.

UNMIT – MEDIA MONITORING - Friday, 06 July 2007

National Media Reports

Fretilin-PD negotiating a coalition
The counting of votes for the parliamentary election ended on Thursday (5/7); however there is no party with a majority of votes.

Even if ruling party Fretilin received the most votes, this historical party has not yet managed to form a coalition which could then form a government.

Their result of 29% forces them to negotiate with opposition parties such as the Democratic Party (PD). Fretilin’s leaders, namely Arsenio Bano, Aniceto Guterres, Elizario Ferreira and Filomeno Aleixo met PD’s leaders, Mariano Sabino, Jose Nominando Buras and Marcelino Magno, on Thursday (5/7) at Hotel Timor to negotiate a possible coalition. (TP)

Child dies in IDP camp
Due to the crisis last year, Tasya da Costa, an 8 month-baby, moved with her Mother and Father to the IDP camp in Becora Church, Dili. She passed away on Wednesday (4/7) at 4:30hrs.

Her Mum, Afina, reportedly said that Tasya got a cough for two days due to the storms and heavy rains of the last few days. (TP)

CNRT’s charisma loses out to Fretilin’s history
The counting of the votes for the parliamentary election concluded on Thursday (5/7). The result shows that CNRT under Xanana Gusmão could not beat the historic party of Fretilin led by Mr. Francisco Guterres Lu-Olo.

Before the election, national and international analysts said that CNRT will win thanks to Mr. Xanana’s charisma.

In response to this analysis, the Secretary General of the ruling party Fretilin reportedly said that it is a major message for all Timorese people and people worldwide: namely that the tiny nation does not belong to one person but to all the people of Timor-Leste.(TP)

Alfredo requests more clarity on the dialogue with the state
Benevides Correia, the lawyer of former military police commander, Alfredo Reinado, on Thursday (4/7) in Dili said that that Alfredo needs to know the details of the proposed dialogue with the state, such as talking points and objectives of the dialogue, and how long it will be conducted.

Mr. Benevides also said Alfredo will be contacted when his proposed clarifications are accepted by the state. (TP)



PDHJ recommends 12 cases to police
The Human Rights and Justice Provedor (PDHJ) will present its reports and recommendations related to allegations of power abuses by the police to the general commander of PNTL and UNPol.

“Tomorrow is the important day for PDHJ to recommend 12 cases to the police,” said acting coordinator of PDHJ, Amandio de Sá Benevides on Thursday (4/7) through a press release.

He also explained that the presented recommendations are based on law No. 7/2004 article 3, 5, 27 and 28 about the status of Human Rights and Justice Provedor (PDHJ). He added that the allegations have been made by members of the community from March 2006 – March 2007. (TP)

PD wants Xanana and Alkatiri to embrace one another other
The vice president of Democratic Party (PD), Jose Nominando Buras said on Thursday (4/7) in national parliament, that it is time for former President of Republic, Xanana Gusmão, and former east Timor Prime Minister, Mari Alkatiri, to put their differences behind them.

He said that Xanana and Alkatiri are the representatives of both the victorious party CNRT and the historical party Fretilin, so they should take the lead in encouraging all political parties to form a National Unity Government for all Timorese. (STL and DN)

Lu-Olo: Fretilin can form government
The President of ruling party Fretilin, Francisco Guterres Lu-Olo affirmed that Fretilin can form a solid coalition government.

“The way is open for all parties to set a coalition and form the new government, we have not known yet which party we should have a coalition with,” said Mr. Lu-Olo on Thursday (5/7) after meeting with President of Republic, Jose Ramos Horta in Palasiu das Cinzas Caicoli in Dili. (STL)

Two chairs left in the parliament
Based on the preliminary result of parliamentary election, there are five parties and two coalitions who get seats in parliament, namely Fretilin (20 seats), CNRT (17 seats), coalition ASDT/PSD (11 seats), PD (8 seats), PUN (3 seats), Democratic Alliance KOTA/PPT (2 seats) and UNDERTIM (2 seats). That covers 63 of the 65 seats, so there still two seats left. Which party will get them? (STL)

The law of clemency is unconditional
After visiting to Timor Telecom Company on Thursday (5/7), the President of Republic, Jose Ramos Horta said that the clemency law sent by the national parliament confuses him, so he has sent a letter to the court of appeal. The court can then give him an idea of its constitutionality.

“I have sent the letter to the court of appeal, and I will wait for the response from the court of appeal. If the court of appeal says that clemency law is unconstitutional, I will not promulgate or veto such law. I will listen to civil society and seek another clemency law which can be adopted.

Mr. Horta also revealed that the clemency law passed by national parliament is not constitutionally sound, since the law only applies to authors of the crisis raised last year, excluding the incidents of 1974, 1975 and 1999.

The vice-President of National Parliament, Jacob Fernandes, disagreed, saying that the clemency law approved by national parliament is not unconstitutional, and that is why it was sent to the President for promulgation.

According to Mr. Jacob, clemency laws are either constitutional or unconstitutional, and that decision rests with the court of appeal. (STL and DN)

"Não vamos tolerar não ir para o governo"

Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin
Entrevista de Micael Pereira, enviado especial a Timor-Leste

São dias quentes em Díli. Correndo sérios riscos de ser afastada do poder por uma aliança maioritária de Xanana com os outros partidos, a Fretilin coloca os pontos nos ii, exibindo uma posição extrema de força.

Expresso
23:35 quinta-feira, 05 JUL 07

Numa entrevista muito frontal, Mari Alkatiri diz que o seu partido recusa ir para a oposição e exige liderar o governo, mesmo que não esteja coligado com ninguém e fique em minoria. A alternativa é clara e está cada vez mais próxima: a crise em Timor vai agravar-se.

Já há fumo branco em relação ao governo que vai sair destas eleições?
Não. Da nossa parte sabemos que recebemos um mandato para liderar o governo. Naturalmente, não tendo tido maioria absoluta, temos de saber ir buscar alianças para formar o governo.

Falou-se nos últimos dias de um possível acordo entre a Fretilin e o Partido Democrático (PD) de Fernando Lassama. Esse acordo não existe?
Ainda não há acordo nenhum. Há contactos a vários níveis com esse partido, mas naturalmente que todos sabem que, para formar governo, o CNRT precisa de todos os partidos. Também o CNRT deve andar a fazer uma certa pressão sobre eles. Nós queremos falar de igual para igual com eles e tentar demonstrar as vantagens de uma aliança connosco, enquanto o CNRT usa pressão.

Conversou directamente com Lassama?
Não conversei ainda. O assunto está a ser tratado a nível de membros da comissão política nacional. Ainda não chegou ao secretário-geral e ao presidente dos partidos.

O que é que a Fretilin tem para oferecer ao PD?
Num governo de coligação tem de haver distribuição de pastas. E neste caso, qualquer coligação tem de ter uma incidência parlamentar e outra governamental. É isso que estamos a negociar. Está tudo em aberto.

Veria Lassama como o braço direito de um primeiro-ministro da Fretilin?
A Fretilin deve liderar o governo. O primeiro-ministro tem de ser do partido. Tudo o resto é negociável.

De qualquer forma, mesmo com a ajuda do partido Kota e uma eventual coligação com o PD, isso não é suficiente para garantir a maioria dos lugares no parlamento.

Nós precisamos do PD e mais dos dois partidos pequenos, Kota/PPT e Undertim.
A Undertim, tal como o PD, faz parte de um cenário de aliança com o CNRT.
Não creio. É exactamente o oposto. Estão mais connosco.

Confia numa aliança com Cornélio Gama (Undertim)? Ele tem sido volátil ao longo dos anos.
Vamos confiar no colectivo e não só numa pessoa.

A Undertim tem dois deputados que farão também a diferença no parlamento, sobretudo em dossiês difíceis. Esse partido pode decidir a maioria nas votações.

Sim.

Ramos-Horta disse, em entrevista ao Expresso, que estava a tentar uma solução que satisfaça todas as partes, o que significaria um governo que juntaria CNRT e Fretilin.

Do meu ponto de vista, o CNRT nasceu para fazer oposição à Fretilin. E qualquer democracia precisa de uma oposição forte. Uma eventual coligação que junte CNRT e Fretilin vai trazer essa oposição para dentro do próprio governo. E isso não é saudável. É preferível que o CNRT se afirme como uma oposição forte no parlamento.

Quer dizer que tem a porta fechada para um acordo com o CNRT?
Com o que Xanana fez ao longo da campanha, o que é que ele pretendia ao criar o CNRT? Era a destruição da Fretilin. Não conseguiu. Não conseguiu sequer ser o partido mais votado. Mas continua a ser um partido forte, que pode perfeitamente fazer um bom papel como oposição.

O que é que distingue o CNRT e o PD? Com o PD, não corre o risco de ter oposição interna no governo?
Não, porque o PD, que existe há cinco ou seis anos, nasceu para concorrer a alguns lugares no parlamento. Nunca nasceu com o objectivo de destruir a Fretilin. Nasceu como um partido para enriquecer a democracia. Agora o CNRT, não. Nasceu para destruir a Fretilin.

Quando acha que vai ser possível anunciar uma solução?
É muito cedo. No fundo, só hoje é que obtivemos os resultados mais ou menos finais.

Pode demorar dias?
Talvez semanas.

Como correu hoje a conversa que teve com o presidente da República?
Foi uma conversa a pedido do dr. Ramos Horta para ouvir as nossas opiniões. Nós tornámos claro que a nossa interpretação dos resultados eleitorais é de que a Fretilin tem um mandato para liderar o governo, mas que ao mesmo tempo o povo fez-nos chegar uma mensagem clara de que a Fretilin não vai governar sozinha.

Ramos-Horta insistiu consigo para um compromisso com o CNRT?
A maior preocupação do dr. Ramos-Horta é ter uma estabilidade governativa.

Qualquer que ela seja?
Sim.

Tinha na sua cabeça há muito tempo que ia necessitar de outros partidos para viabilizar o governo?
Mesmo em 2001 e 2002, fizemos um governo de inclusão. Naquela altura fizemos também uma aproximação aos partidos para fazerem parte do governo, apesar de a Fretilin ter uma maioria absoluta. Só que com um princípio: se são do governo, então as bancadas do parlamento também se aliam. Não podiam ser do governo e fazer oposição no parlamento.
Isso aconteceu com Lassama, mas por muito pouco tempo.

Foi durante o governo de transição. Quando se passou à restauração da independência, a questão pôs-se claramente: estávamos a discutir ainda a constituição e fazia sentido que todos os partidos a enriquecessem.

A Fretilin foi sendo acusada ao longo dos anos por todos os partidos da oposição de tentar ter uma exposição hegemónica em relação à governação do país e de ter vincado a vontade de governar sozinha. Um governo de coligação da Fretilin será tão eficaz como o que liderou até ao ano passado?
Um governo de coligação é sempre diferente. Hegemonia ou não, as eleições (de 2001) foram livres e democráticas. Houve um partido que venceu com maioria, que governou de forma inclusiva, com independentes, e depois a oposição pretendia que qualquer decisão se fizesse em consenso. O consenso, nesse caso específico, seria antidemocrático. Seriam as minorias a impor as regras sobre a maioria. Imagine a hipótese de todos os outros partidos agora se juntarem e decidirem formar governo. A Fretilin haveria de dizer: «não, tem de haver consenso»? O partido com maior representatividade no parlamento impõe as regras do jogo. Essa é a questão que nunca foi compreendida.

Se a aliança entre o CNRT, o ASDT/PSD e PD for para a frente, a Fretilin considera essa situação como ilegítima?
Não estou a colocar a questão da ilegitimidade. Mas até seria menos legítima, porque nem sequer foram votados como aliança.

É verdade que é uma aliança pós-eleitoral…
Às vezes as alianças perdem votos (quando se coligam antes das eleições). Uma coligação pós-eleitoral não pode achar-se no direito de ser ela a formar governo.
Independentemente de qualquer aliança, a Fretilin tem de estar no governo?
Sim.

Está a dizer que a Fretilin pode avançar para um governo minoritário? Irá propor isso a Ramos-Horta caso não chegue a acordo com nenhum partido?
Claro. Se não for possível fazer alianças, temos de tomar uma decisão. Para não frustrar a expectativa do eleitorado, devemos avançar, mesmo que seja para um governo minoritário.

Não há o risco de ver chumbado de imediato o programa de governo?
Se os outros partidos entenderem chumbá-lo uma primeira e uma segunda vez, os procedimentos são claros: novas eleições.

Está disposto a ir para novas eleições?
Eu estou disposto.

De qualquer forma, mediante uma proposta sua para um governo minoritário e uma proposta alternativa feita pela aliança liderada pelo CNRT, o presidente tem nas mãos dele a possibilidade de convidar essa aliança para formar governo.
Não tem, não.

A constituição não diz que sim?
Não diz. A interpretação da constituição é clara. A Fretilin recebeu um mandato para liderar o governo.

Essa é a interpretação que faz?
É preciso convidar o partido mais votado.

Discutiu esse assunto hoje com o presidente?
Já não é para a primeira vez.

E Ramos-Horta está de acordo com a sua interpretação da constituição?
O dr. Ramos-Horta vai pedir a opinião de constitucionalistas e juristas. Está no direito de o fazer.

O facto de partir para um governo minoritário, sabendo à partida que terá o seu programa de governo chumbado, significa que nos próximos dez meses a governação de Timor ficará em suspenso.
Não podemos também exigir sempre sacrifícios da Fretilin. Já foi sacrificada durante um ano. A Fretilin só quer respeitar a vontade expressa pelo povo.

Como é que acha que essa decisão vai mexer com a crise actual em Timor?
É bom que todos pensem nisso.

Mas vai agravar a crise.
Eu espero que não. Mas penso que a Fretilin está no seu direito de dizer que recebeu o seu mandato e quer liderar o governo.

Tem consciência de que a crise não está resolvida? Problemas graves, como a situação dos peticionários, a responsabilidade criminal dos acontecimentos do ano passado e a questão humanitária, para os quais o povo espera uma resposta rápida, continuam em aberto.
Então, os que tiveram menos votos que a Fretilin devem assumir essa responsabilidade. Não deve ser só a Fretilin a assumi-la.

Está a dizer que se propõe a passar essa responsabilidade para o lado deles?
Devem assumi-la porque o povo não lhes conferiu um mandato para governar.
Este é um recado que quer dar aos outros partidos, sobretudo ao Partido Democrático, que está a tentar decidir para que lado se vira?
Não há segunda volta nas eleições parlamentares. Eu julgo que estão a querer fazer um outro tipo de segunda volta.

Como assim?
Coligarem-se todos e dizerem: nós fomos os mais votados. Isso não é nada.

É esse o recado que tem passado ao Partido Democrático, para eles terem consciência do cenário?
Nós não estamos a fazer pressão sobre o Partido Democrático. Eu estou a falar publicamente.
Mas cabe neste momento a Fernando Lassama, provavelmente mais do que a Xanana, decidir se quer estar envolvido num cenário em que a crise se pode arrastar por dez meses.
Não quero estar dizer que Fernando Lassama será o maior responsável.
Parece que ele é o eixo da equação.
Mas, de modo algum, quero deixar as culpas a Fernando Lassama. (Deixo-as) a alguém que ambiciona ser primeiro-ministro deste país a todo custo.

Xanana?
Claro.

E ele quer ser primeiro-ministro a todo o custo?
Ou ele ou alguém. Há duas pessoas que estão obsessivas em querer ser primeiro-ministro: Xanana e Mário Carrascalão.

E se o presidente decidir, no fim, que é constitucional convidar a aliança de Xanana Gusmão? Qual será a atitude da Fretilin?
Vamos ter de encontrar um caminho no sentido de mostrar claramente que nós existimos e que não vamos tolerar não ser governo.
Na semana passada, antes das eleições, mostrava-se disponível para ir para a oposição. Hoje a sua atitude é diferente.
Por causa do mandato que recebemos.

Iria para a oposição apenas se fosse o segundo partido mais votado?
Se fosse o segundo partido mais votado, mesmo que tivesse possibilidade de alianças para ter a maioria, eu preferiria estar na oposição. Iria respeitar a vontade do povo. Não iria frustrar a expectativa popular. A aliança que Xanana quer fazer é mesmo para desrespeitar a vontade do povo. Isto é inadmissível em democracia.

Tem recebido telefonemas ou visitas de observadores ou analistas internacionais a aconselhá-lo sobre o que deve fazer?
Têm-me perguntado qual será a posição da Fretilin perante vários cenários. Continuo a dizer que a maior preocupação da Fretilin é respeitar a vontade expressa do povo.

Não recebeu pressão da comunidade internacional?
Que não se atrevam.
Digo isso porque a comunidade internacional está muito atenta ao que se está a passar em Timor.
Sabem perfeitamente que reajo mal às pressões.

Nem da parte da ONU tem recebido pressão?
Eles já me conhecem. Sabem que reajo mal.

Estava preparado para um resultado pior?
Naturalmente que quem avança para uma situação destas está sempre preparado para um resultado pior. Mas tinha também a esperança de ter um resultado um bocadinho melhor.

Sente-se mais vitorioso do que derrotado?
Muito mais vitorioso do que derrotado.
Há muitas análises sobre o assunto.
Se há um partido que se bateu sozinho contra tudo e todos foi a Fretilin. Mesmo assim, conseguimos ser os mais votados. E com uma representatividade nacional, que nem todos têm. Estas eleições demonstraram que a Fretilin não é só a zona leste. É o país.

Tem ideia de quem poderá vir a ser o primeiro-ministro proposto pela Fretilin?
Não, porque será decidido no sábado.

Pela sua hesitação, desconfio que o nome proposto pode vir a ser o próprio Mari Alkatiri.
Eu já disse várias vezes: estar um ano fora do governo deu-me uma melhor perspectiva de fazer política em Timor-Leste. A política não se faz só estando no governo. Pode-se fazer, se calhar, melhor fora do governo. Sabendo que estando fora do governo posso contribuir melhor para o país, então é preferível estar fora. Vou defender isso na reunião do comité central.

Mas não afasta a possibilidade de vir a ser primeiro-ministro?
No nosso partido há a chamada decisão do colectivo. Eu vou tentar defender a minha posição até à última.

Que outros nomes é que estão em perspectiva?
Nenhum. A haver um nome, estatutariamente é o meu. O estatuto diz claramente que é o secretário-geral. Só na impossibilidade de ser o secretário-geral é que haverá outro.

E não recusa, à partida, essa hipótese?
Eu respeito sempre a decisão colegial. Se essa for a decisão, não vou colocar condições. Vou exigir maior solidariedade.

Por parte dos seus colegas de partido?
Sim.

Acham que eles foram pouco solidários consigo durante a crise?
Eles sabem disso, que eu sou crítico.

Se seguir em frente com um governo minoritário, debaixo do boicote do parlamento, que soluções terá para não agravar a crise social de Timor? Como enfrentará esse problema?
Terá de se fazer um governo mais aberto, em que a sociedade participe mais nas decisões, e criar mecanismos de consulta pública em relação às decisões que serão posteriormente tomadas pelo parlamento. Há-de se encontrar um caminho.

É possível gerir o país sem um programa de governo?
O próprio programa deve ser discutido publicamente antes de se levar ao parlamento.

Acha que isso aumentará a pressão sobre a oposição para o aprovar?
Se a Fretilin recebe um mandato popular para liderar o governo e não consegue cumpri-lo dentro das instituições, deve prestar contas ao público.
Mas não deixará de ter de passar pelo parlamento.
Naturalmente, a questão formal terá de ser cumprida.

A Fretilin terá vantagem em ir novamente a eleições? Parece-lhe que irá ter mais votos?
Aumentar ou diminuir, depende da percepção do povo.

A quem irá atribuir a culpa da crise, nessa altura?
A haver crise, deve ser atribuída aos que não deixam aprovar o programa de governo.

Voltando atrás: falou-me do ponto da situação hoje (quinta-feira, 5 de Julho). Vou insistir: tendo em conta que em Timor não há impossíveis políticos, haverá alguma possibilidade de a Fretilin vir a alinhar no consenso traçado por Ramos-Horta, num governo de unidade nacional com o CNRT?
A questão que se põe é esta: queremos realmente consolidar a democracia ou só queremos fingir que estamos em democracia?

O plano de Ramos-Horta é esse?
Não é essa a sua intenção. A preocupação do dr. Ramos-Horta é estabilizar o país. Mas se pensamos que com todos no governo estabilizamos o país, eu pergunto se não estaremos a criar uma oposição nas ruas. Porque haverá frustração. Todos terão de acordo, todos votarão por unanimidade.
A crise no ano passado não aconteceu por haver unanimidade.
Teve outra base. Era porque se queria impedir que a Fretilin ganhasse com maioria absoluta este ano.

E não tem medo que a violência volte?
Será que eu devo ser o único a ter medo? Eu já fui vítima durante um ano.

Agradecimentos a Polícia em Todo Timor-Leste

UNMIT
DÍILI, 6 de Julho de 2007 – O Chefe da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT) agradeceu aos comandantes distritais da Polícia da ONU (UNPol) e da Força de Intervenção para eleições pelo papel desempenhado em ajudar meio milhão de pessoas, aproximadamente, a eleger pacíficamente um novo Presidente e Parlamento.

O Sr. Atul Khare teve encontro, ontem na Sede da UNMIT na Capital, Dili, com os comandantes que representam 1.627 oficiais policiais da UNMIT vindos de 39 nações.

Ao falar para 16 comandantes, o Sr. Khare disse que cada um deles faz parte dum processo histórico e ímpar ao ajudar uma transição pacífica entre um presidente a um outro numa nação tão nova.

“Vós ajudastes o Povo de Timor-Leste a escolher um novo presidente durante a primeira e a segunda volta das eleições presidenciais.

E, no dia 30 de Junho, ajudastes em facilitar a vontade do Povo a escolher o que virá a ser um governo multi-partidário com uma oposição forte,” disse o Sr. Khare.

Os comandantes da UNPol trabalharam lado á lado com contrapartes das Forcas da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) e, ajudados pelas Forças Internacionais de Estabilização na protecção de 520 centros de votação em toda a Nação durante as três eleições.

O Sr. Khare foi adiante dizendo que as Nações Unidas continuarão a ajudar o Governo de Timor-Leste na segurança em todo o País. A ajuda será através de restruturar e mentorizar a PNTL e, manutenção de actual núúmero de oficiais da polícia internacional mandatados pelo Conselho de Segurança até o início de 2008.

A UNMIT e mandatada atravês da Resolução 1704 do conselho de Segurança para “apoiar Timor-Leste em todos os aspectos do processo das eleições presidenciais e parlamentares incluindo, atravês de apoio técnico e logístico, conselho das políticas eleitorais e verificação ou outros meios.”

UNMIT – MEDIA MONITORING - Thursday, 05 July 2007

National Media Reports

Mari and Xanana should embrace one another
The president of Democratic Alliance (AD) from KOTA and PPT, Mr. Manuel Tilman reportedly declared that Mari Alkatiri and former President of Republic Xanana Gusmão should be embracing and tolerating each other to enable them to form National Unity government.

He added that, based on the preliminary results, it will probably be very difficult for a one party to run the government, so it needs the nation to adopt a mature approach. (DN)

Horta explains how the new government will be formed
The President of the Republic, Jose Ramos Horta met Bishop of Diocese Dili, Mgr. Alberto Ricardo da Silva on Wednesday (4/7) in Lecidere, Dili.

After the meeting, Mr. Horta told journalists that the objective of the meeting was to inform the Bishop about the counting developments across the country, and also about how to form the new government and parliament.

“I also informed the Bishop about my consultations with all political parties to get their ideas of how best to transition to the new government and national parliament,” said Mr. Horta. (DN)


Mario: “ASDT/PSD is not seeking a coalition with CNRT”
The president of the Social Democratic Party (PSD), Mario Viegas Carrascalão, reportedly stated that the coalition of ASDT/PSD does not see any possibility to make a coalition with CNRT, since they do not known the ideology of CNRT.

He also revealed that the door has closed on the possibility of making a coalition with Fretilin. (DN)

Deonisio: “impossible that CNRT could make people slaves”
In response to the statement from Feliciano Alves who said that CNRT will turn people into slaves if it wins the election, the Secretary General of the National Congress for the Reconstruction of Timor-Leste (CNRT), Deonisio Babo, revealed that such a statement is false and has no basis.

He said if CNRT were not led by Mr. Xanana, it could be true. However, since CNRT is led by Xanana Gusmão, it could not possibly turn people into slaves should they win the parliamentary election. (DN)



Democratic Alliance (AD) supports Fretilin
The president of Democratic Alliance (AD) composed of KOTA and PPT, Mr. Manuel Tilman, declared on Wednesday (4/7) in national parliament that AD totally supports for the victory of ruling party Fretilin and will make a coalition with them to form the new government.

He revealed that AD has signed an accord with the historic party to prepare for a coalition. (DN)

The timing of the new Govt is determined by President of Republic
At a press conference held by CNE on Wednesday (4/7) in Election Media Center Caicoli, Dili, the CNE spokesperson, Maria Angelina Sarmento stated the timing for the formation of a new government and national parliament is decided by the President of Republic.

She mentioned that it is not CNE’s responsibility if parties fail to form coalitions and the new government, it is the responsibility of sovereignty organs to solve the issue. (DN)

Major security for the vote-counting
PNTL and UNPol are providing major security to the vote counting process taking place in GMT, Dili. The supervisors, brigadas and journalists are checked twice by police before entering into GMT, and they are not allowed to smoke or bring in any items that could be a risk to the ballots. Their phones must also be switched off. (DN)

PDHJ calls on the president of the republic to take measures concerning clemency law
According the letter to the press from Human Rights and Justice Provedor (PDHJ) received by DN on Wednesday (4/7), PDHJ called on the president of republic Jose Ramos Horta to veto the clemency law.

“Based on constitutional article 151 and PDHJ’s statute articles 25 and 28, PDHJ has the right to call on the president of the republic to veto such a law. It is not the appropriate time to create the clemency law,” said acting coordinator of PDHJ Amandio de Sá Benevides. (DN)

Lu-Olo: Fretilin will form government or opposition
The ruling party Fretilin has not taken any decision as to whether it will form a government, even thought it leads the preliminary result of parliamentary election.

The president of the ruling party Fretilin, Francisco Guterres Lu-Olo, stated that if Fretilin gets a majority number of votes with the final results, it wants to form a solid, inclusive government to implement its programme.

“We want a solid, inclusive government. Fretilin will become the opposition or form a coalition with another party if t doesn’t get the majority it needs,” said Mr. Lu-Olo on Wednesday (4/7) in national parliament. (STL)

Politically PD will have coalition with Fretilin
There are two options for Democratic Party (PD) after the results of the parliamentary election: it can either become the strongest opposition in national parliament, or form a coalition with another party to form the government. And there is still a chance for coalitions with Fretilin or CNRT.

“Politically PD can have a coalition with ruling party Fretilin,” said Rui Menezes on Wednesday (4/7) in the PD office Colmera, Dili. (STL)

Coalition-post election: Xanana and CNRT has the right conditions to form the government
According the the preliminary results of the parliamentary election held on 30 June 2007 two parties, Fretilin and CNRT are leading, nevertheless, neither party has the majority required to form a government.

The National Congress Reconstruction of Timor-Leste (CNRT) led by former president of republic, Xanana Gusmão, is best positioned to form a government in coalition with opposition parties such as PSD, ASDT, PD and UNDERTIM. (STL)

Political party rejects the model of national unity government
The president of Democratic Party (PD), Fernando de Araujo Lasama, reportedly declared that PD rejects to the creation of a National Unity government.

According to Mr. Lasama, a national unity cabinet should be formed, not national unity government.

He revealed that a national unity cabinet could solve the problems faced by the nation right now. (TP)

UNMIT prediction: displaced people may suffer until 2008
At an UNMIT press conference held on Tuesday (3/7) in Dili, DSRSG Finn Reske-Nielsen stated that UNMIT and the East Timor government predict that IDPs will continue to face difficult conditions until 2008.

He said that it is very difficult for IDPs to return home, because many of them have lost their homes. (TP)

SOMET congratulates STAE and CNE
The International Solidarity Observer Mission for East Timor (SOMET) reportedly congratulated CNE, STAE and all Timorese people for the last Saturday's parliamentary election in Timor-Leste which was largely free, fair and peaceful.

”Despite some minor problems, our observers report that East Timorese voters went to the polls in large numbers to peacefully exercise their right to vote,- said Jill Sternberg, the Dili based co-coordinator of SOMET. (TP)

Xanana vai anunciar coligação contra a Fretilin

Expresso
Cândida Pinto
00:40 sexta-feira, 06 JUL 07

Nuno Veiga/Lusa
Xanana quer formar um Governo de coligação
O presidente do CNRT, Xanana Gusmão, agendou para esta sexta-feira uma conferência de imprensa onde anunciará uma nova coligação de maioria parlamentar formada pelos partidos vencidos nas recentes eleições de 30 de Junho, em Timor.

De acordo com a Visão online, a decisão decorre de um encontro que teve lugar esta quinta-feira em casa de Xanana Gusmão. O antigo presidente timorense obteve o apoio da aliança ASDT/PSD de Xavir do Amaral e de Mário Carrascalão, do Partido Democrático de Fernando La Sama e também da Unidertim de Cornélio da Gama.

Estes partidos conseguem uma maioria parlamentar, mas ficará nas mãos do Presidente Ramos Horta considerar esta hipótese.

Dos Leitores

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Timor-Leste/Eleições: A II República da Fretilin e...":

Gostei desta análise honesta sobre o resultado eleitoral.

A grande derrota é sem dúvida de Xanana, que não conseguiu superar a Fretilin.

Foi a derrota da retórica barata que se desdobrou em artigos no jornal e em golpes baixos como o recurso à sigla CNRT, à bandeira da Fretilin e aos seus militantes rebeldes - os mudansas - para tentar atrair a simpatia do eleitorado.

Foi a derrota de oportunistas como os mudansas e outros que se apressaram a mudar de partido, perante a possibilidade do "CNRT" poder ganhar e distribuir tachos a todos. Apostaram no cavalo errado e verificaram que o povo não lhes dá crédito nenhum.

Foi a derrota de marginais usados e protegidos pelo grupo de Balibar, como Rai Los, Reinado, etc.

Como dizia Xanana, "Ganhámos esta guerra!"...

Xanana Gusmão - Recebeu Ordem Para Se Dedicar Às Abóboras

Blog Página Um – Quarta-feira, Julho 04, 2007 - 15:11
António Veríssimo

Não se trata de cantar inusitadas vitórias mas é facto que a Fretilin continua a ser o partido mais representativo de Timor-Leste e não será o seu principal adversário, Xanana Gusmão, que poderá desmentir – a não ser que insista em subverter novamente as regras democráticas.

Em contrapartida assistiu-se à desmistificação do tão esforçado culto da personalidade apostado num Xanana que deveria de dar contas pelas mortes causadas com a implementação e todo o apoio do incompleto golpe de estado ocorrido nos primeiros meses de 2006. Como reza a história, o ídolo tinha pés de barro e passou de “pai da nação” a “filho querido da frustração”, o que acontece a todos que têm mais olhos que barriga.

Independentemente de Xanana concorrer ao poder a coberto da sua invenção CNRT, será a ele e só a ele que a derrota infligida pertence. É que dos oitenta e tal por cento de votação que Xanana conseguiu nas eleições presidenciais que lhe permitiram ser o primeiro presidente da república de Timor-Leste, temos por resultado, actualmente, uns singelos vinte e três por cento, que é quanto os timorenses acham que ele vale. Grande queda.

Esta leitura vem mostrar que se Xanana Gusmão se dispusesse a competir com Lu-Olo iria perder as recentes passadas eleições presidenciais, devendo estar muito grato a Ramos Horta por ter salvo a “honra do convento” e livrá-lo de uma vergonha pior que aquela que está a sofrer neste momento. Democraticamente, os timorenses mandam Xanana dedicar-se às abóboras e declaram que também a eles não conseguem enganá-los todo o tempo!

Fica também um sério aviso para todos os outros partidos políticos e respectivos líderes. Agora, espera-se deles, principalmente de Xanana, que não recomecem a desestabilizar em vez de construírem e proporcionarem melhor vida aos timorenses, que teimam em dar lições aos pseudo democratas que se esfolam para possuírem o Poder, indiferentes a causarem destruição e mortes.

Confiança Em Xanana Gusmão Sai Abalada

Blog Timor Loro Sae Nação - 4 Julho 2007 – 20:00

por: Gonçalo Tilman Gusmão

Resultados eleitorais praticamente inalterados, quando faltam contabilizar poucos milhares de votos. Mantendo-se a tendência para que a Fretilin saia vitoriosa desta contenda eleitoral que perspectivava uma espectacular vitória do partido xananista.

Xanana Gusmão disso estava convencido tendo declarado em entrevista recente que esperava não conseguir maioria absoluta mas antes somente 40% dos votos expressos, apesar de em declarações posteriores ter manifestado o desejo de obter 51%. nem uma coisa nem outra aconteceu ao CNRT, prevendo-se que nem chegará aos 23%.

Também Mari Alkatiri chegou a declarar a possibilidade de a Fretilin obter maioria absoluta nestas legislativas, mas parece ser certo que nem os 30% atingirá, o que mesmo assim não deixa de representar uma boa vitória se quisermos considerar todo o desgaste sofrido por ser o partido que governou durante estes últimos anos. a isso há a somar o agravante de o seu governo ter sofrido um frustrado golpe de estado, em 2006, perpetrado por forças afectas a Xanana Gusmão e uma posterior oposição feroz por parte do então presidente da república, que acabaria por formar um partido político com o intuito de consumar os propósitos iniciados nos primeiros meses de 2006: derrubar o governo legítimo da Fretilin.

Está provado que os timorenses não confiam tanto em Xanana quanto ele se arrogava e que apesar de desta vez não terem votado tão massivamente na Fretilin não deixaram de a eleger como o maior partido timorense, preferindo seguidamente a coligação ASDT/PSD e o PD de Fernando Lasama.

Isto não significa que em consideração às primeiras e anteriores eleições a Fretilin não tenha perdido a confiança dos eleitores, mas será indesmentível que Xanana Gusmão não beneficia da credibilidade que alguns julgavam nem mais se poderá arrogar o “pai da nação” timorense, antes pelo contrário, se quisermos adicionar ás suas práticas algumas habilidades que usou e poderão ter confundido eleitores timorenses como foi o caso de integrar no seu partido dissidentes da Fretilin que se intitulavam “Fretilin-Mudança” bem como usurpar para o partido uma sigla que é uma referência para os timorenses e que nada tem a ver com o seu CNRT mas sim com a resistência timorense.

A Fretilin Comemora Vitória

Blog Timor Liberdade – 4 de Julho 2007

Tomás Pires, Caicoli

Os dirigentes da FRETILIN têm razão para comemorar a sua última vitória eleitoral. Quando todos os observadores apontavam para uma vitória "indiscutível" e "grandiosa" do CNRT, de Xanana Gusmão, chegando-se a falar mesmo em vitória com mais de 50 por cento dos votos, eis que o resultado demonstra o contrário, pesando na balança o estatuto de partido histórico com 32 anos de existência.

Muitos rios de tinta já correram pelas páginas dos jornais, dos blogues, das rádios e das televisões acerca do papel político da FRETILIN, antes e depois da independência de 2002. Não nos compete a NÓS, aqui e agora, estabelecer qualquer comentário ou crítica que eleve os ânimos da discórdia. Para tumultos psicológicos e físicos já tivémos quanto baste. Mas, há que salientar que a FRETILIN mudou, mudou muito. Bateu-se com a única arma que tinha - a implantação do passado no seio do povo. Democraticamente. Não intimidou. Não batotou. Não foi arrogante ou antecipadamente vitoriosa. Só por isso, mudou. Os seus actuais dirigentes anunciaram que aceitariam qualquer que fosse o resultado. E aí estão Lu Olo e Mari Alkatiri a brindar de novo uma vitória saborosa, apesar do amargo que representa perder a maioria no Parlamento.

Quanto ao CNRT o povo concedeu-lhe o que merecia, ou seja, uma derrota. Não se pode criar um partido político à beira de eleições fundamentais. Um partido não pode servir para agoiro de vingança ou de despotismo político. Xanana Gusmão, o resistente, o combatente, o libertador, não merecia um vexame destes. Os bons conselheiros disseram-lhe que o seu lugar era na reserva da Nação. O seu exemplo estava dado. Depois da presidência da República teria a auréola do homem bom que ajudou, como ninguém, à libertação da Pátria. O seu lugar na História estava reservado, sem derrotas.

Não quis ouvir os conselheiros bons. Perdeu, e com ele, perderam quantos amam Timor sem violência, confrontos e instabilidade. Se Xanana afirmou que o CNRT apenas poderia ter cinco anos de vida, então, que medite nesta derrota e encerre as portas do CNRT, já! O prestígio de Xanana ainda ficaria intacto e a tempo de ser salvo.

Uma palavra para a grande surpresa destas eleições: o grande apoio popular de que ainda gozam os políticos Mário Carrascalão e Xavier do Amaral, notando-se obviamente, que o prato da balança de Carrascalão é muito mais pesado e que este homem, apesar da sua idade, ainda está pronto para servir o seu país, e que, o povo não esqueceu o bem que lhe fez ao longo dos anos em que foi governador sob a soberania indonésia.

De registar que o Partido Democrático ainda não tem implantação suficiente para que seja considerado um grande partido timorense, e que, por vezes, em política, paga-se caro um certo exagero de arrogância.

Por fim, a grande desilusão para quantos acompanham os problemas timorenses ao longo das últimas décadas: o resultado obtido pela UDT, o primeiro partido timorense, mostra bem a todos que o empenho e a renovação são dois factores de primordial importância no espectro político de qualquer país. De contrário, o comodismo e a abstenção redunda em descalabro e em encerramento. E hoje, a UDT, é um partido encerrado.

Agora esperemos que na etapa seguinte de se formar um novo Governo impere o bom senso de todos quantos dizem pretender o melhor para este país e para este povo.

Reinado: not wanted

Blog Expresso - Hotel Timor - Quinta-feira, 5 de Julho de 2007 - 13:07


No tribunal de Díli, o placar de informações está desactualizado. Ainda hoje passei por lá e vi o cartaz com a lista de homens procurados. O Major Reinado e os seus militares têm as caras afixadas. «Ligue para a polícia». A ironia é que os procuradores e os juízes vão deixar o cartaz cair de velho, porque no seu entender ele continua válido, apesar do procurador-geral da República timorense, Longuinhos Monteiro, ter emitido um salvo-conduto para o líder rebelde e alguns dos seus homens poderem circular à vontade. Segundo o presidente Ramos-Horta, o antigo chefe da polícia militar de Timor até está em Díli. Na cidade já se conta a piada: "Será que veio votar?"
Timor é ainda um estado sem lei, para o bem e para o mal. Vive, antes, num estado prolongado de gestão de crise, em que a única lei fielmente cumprida parece cada vez mais clara e consensual: a estabilidade política prevalece sobre o código penal. Falei com procuradores e juízes e a surpresa foi indisfarçável: um salvo-conduto? «Mas isso não existe. Não há nada na lei sobre salvo-condutos, sobretudo se houver um mandado de captura válido emitido por um juiz». E, no entanto, o procurador-geral enviou uma carta a dar conta dos salvo-condutos passados em nome de Reinado para a UNPOLICE (a polícia da ONU), a polícia local, o Ministério do Interior e as F-FDTL (o exército timorense), esquecendo-se de informar sequer o juiz e o procurador que estão com o caso Reinado e que souberam da notícia pela agência Lusa.

Desde que fugiu da prisão de Bécora no verão do ano passado, depois de ter sido apanhado com armas numa casa em Díli e de haver fortes indícios de que esteve envolvido na morte de alguns elementos do exército em Maio de 2006, o major tem sido teoricamente perseguido pelas forças lideradas pela Austrália.

O exército australiano e a polícia da ONU têm recebido periodicamente renovações do mandado de captura, mas as dificuldades no terreno parecem ter servido de argumento para uma manobra de diversão. Quem quer, de facto, apanhar o Reinado a não ser os juízes e procuradores internacionais que foram contratados para impor o estado de direito em Timor?

E o que fazer agora com os dois rapazes do grupo de Reinado que estão em prisão preventiva em Bécora? Devem eles também receber um salvo-conduto?

Ramos-Horta diz, na entrevista concedida ontem ao Expresso, o que muitos pensam em Díli mas não têm provavelmente coragem de declarar: a paz, neste momento, é mais importante do que a justiça. Mas será a paz possível quando ainda há medo e sendo o medo o melhor combustível para a desconfiança?

Em Timor, já se sabe: as perguntas são sempre maiores do que as respostas.

NOTA DE RODAPÉ:

Haverá alguma vez paz sem justiça, senhor Presidente?!

Mário Carrascalão, presidente do PSD em Timor: "A crise será reacendida se a Fretilin for para o poder"

Expresso- Hotel Timor - Quinta-feira, 5 de Julho de 2007 - 8:03

Numa altura em que o presidente Ramos-Horta tenta um compromisso de consenso entre todas as partes para a formação do novo governo em Timor, o líder do terceiro partido mais votado diz que não deve haver contemplações com a Fretilin.

Entrevista de Micael Pereira, enviado especial a Timor-Leste

Aceitaria participar num governo em que a Fretilin decide quem será o primeiro-ministro?

Nós temos acordos assinados dentro da nossa coligação e vamos tentar implementá-los.

Mas sabe que o presidente da República está a tentar um acordo a contento de todas as partes. Teríamos de ter Xanana Gusmão como primeiro-ministro. Gostaria de ver essa solução. Por que é que quando Ramos-Horta era primeiro-ministro ele não arranjou um compromisso com Alkatiri para poder governar?

Em vez disso, transformou-se num boneco de Alkatiri durante um ano. Ele próprio reconhece isso. Quem mandava era Alkatiri. Mas nós não somos como Ramos-Horta. Ele tem um título de Prémio Nobel a defender. Nós não. Temos de travar a caminhada para o buraco.

Imagine que é primeiro-ministro uma figura mais independente mas ligada à Fretilin.

Não. Um primeiro-ministro tem de ter mão pesada e conhecer os problemas. Tem de ter competência.

Não estão abertos a qualquer tipo de compromisso com a Fretilin?

A porta para uma coligação com a Fretilin está fechada. Está fechada para nós e está fechada para o PD (Partido Democrático). Não sei se está aberta para o CNRT. O que está aberto é a possibilidade de todos os timorenses com capacidade poderem colaborar com um governo imposto pela maioria. E criado pela maioria. Não nos vamos sujeitar ao que o dr. Ramos-Horta quer. É um direito dele, mas nós sabemos o que queremos. Não queremos cá paninhos quentes. Em Timor, estamos à beira do abismo. Não queremos continuar nesse caminho devido a indefinições e indecisões. Chegou este período do ano passado até aqui, com Xanana indeciso e indefinido, com receio de tomar decisões. Não vamos por esse caminho. Xanana não é mais o presidente nem o comandante. É o presidente de um partido, como qualquer outro. E Ramos-Horta é presidente da República porque teve o apoio da oposição. Ele sabe disso. Por si só, ficaria pela primeira volta. Não seria presidente da República.

Então, que lugar é que vê para si, com o número de votos que obteve (15,8% ainda sem a contagem estar encerrada)?

O meu partido tem um acordo assinado com a ASDT e um outro acordo assinado entre o PSD/ASDT e o PD. Portanto, vamos obedecer aos termos de referência que foram acordados. Nem será uma decisão minha.

O plano é o partido mais votado de entre o vosso acordo decidir o primeiro-ministro e o segundo mais votado decidir o presidente do parlamento?

Exactamente. No cenário de Xanana Gusmão ser primeiro-ministro eu não colocarei qualquer obstáculo.

E se houver elementos da Fretilin nesse governo?

Não dou hipótese de haver quaisquer elementos da Fretilin no governo.

Ana Pessoa e Estanislau da Silva, por exemplo?

Não. Só as pessoas que não são de Timor ou que não saem das tertúlias de Díli pensam que isso é possível. Seríamos enforcados. Se eu fizesse isso teria de pintar a minha cara de preto para as pessoas não me reconhecerem na rua. Este é um período negro da nossa história, que já passou e que não queremos reabrir. E eu não quero dar o mínimo contributo para que essa reabertura se faça. Se há indivíduos da Fretilin que queiram trabalhar para o governo em moldes diferentes, nós estaremos abertos, desde que não sejam indivíduos agarrados aos princípios radicais de Alkatiri e companhia. Alkatiri pode moldar-se à situação hoje, mas terá sempre um objectivo, que é tentar depois fazer mudar as coisas. Timor teve uma experiência muito má nos últimos cincos, que levou a este país a um estatuto de estado quase falhado. Não podemos ter contemplações, sejam eles amigos, irmãos ou pais.

Não acha que há um risco de a base de apoio da Fretilin achar ilegítima uma governação que exclua o partido mais votado?

Qual partido mais votado? Um partido mais votado com uma minoria, que ganha com 30 por cento? Toda a gente sabe que mesmo esses 30 por cento são conseguidos através de ameaças e situações de estado quase de emergência que foram criadas em distritos como Viqueque, Baucau e Lautem, onde outros partidos não tiveram possibilidade de fazer campanha. Puderam manipular tudo como quiseram e amedrontar as pessoas. Não são 30 por cento genuínos. Fui a Viqueque ver. Não pudemos fazer campanha porque as pessoas tiveram medo de sair de casa, porque foram ameaçadas pelos 43 polícias que estão em Viqueque e que são activistas da Fretilin. Acha que isso é um resultado normal? A Fretilin deve ir para a oposição, deve ir para o parlamento ajudar a construir o país como oposição. A Fretilin deve ser oposição e ao fim de cinco anos voltar com a lição aprendida e saber como é que os da oposição se sentem quando são reduzidos a um estatuto pior do que cães. Têm de aprender que não é fácil e que ser da oposição não significa ser inimigo do país, como eles pensavam. Eles estavam no caminho certo e todos os outros eram traidores e golpistas. Vão aprender ou então ficam calados e aí passarão a ser carneirinhos. É altura de pôr as coisas nos seus lugares e não há melhor momento do que este. Venha Ramos-Horta, venha quem quiser. Não conseguem levar-nos a uma coligação com a Fretilin. Com alguns elementos que trabalharam para o país sim, nunca com o partido.

Essa postura não pode fazer reacender a crise?

É exactamente a situação contrária. A crise será reacendida se a Fretilin for para o poder. Veja-se o caso de Covalima. Estavam taco a taco e a electricidade apaga-se durante mais de uma hora. Quando foi das eleições presidenciais foram relatados 152 casos com chefes de suco, mas o Tribunal de Recurso tomou decisões políticas em vez de decisões judiciais. Nós vamos acabar com isso. Não podemos seguir o que os forasteiros pensam que deve ser feito em Timor. Temos de ser realistas. O que se diz na RTP Internacional tem de cair por terra. Não são os outros que vão endireitar o país, somos nós. Só assim vamos evitar que haja aqui uma guerra civil.

East Timor: A Minority Can Govern Says Fretilin Leader

AKI – 5 July 2007

Dili - Commenting parliamentary election results showing the ruling Fretilin party ahead but with just 29 percent of the vote, its secretary-general Mari Alkatiri told Adnkronos International (AKI): "We are trying to make a coalition but the law allows us to form a government even if we are a minority in government." With 99 percent of votes counted, Fretilin has 29 percent, ahead of the CNRT party of former president Xanana Gusmao which won 24 percent. A handful of smaller parties share the remainder of the vote.

Alkatiri stressed in the interview with AKI that, contrary to what has been reported, the Constitution does not state that the government party or coalition must command 50 plus 1 percent of the vote, or 33 of parliament's 65 seats. "The Constitution says a party or a coalition with the majority in parliament and that is Fretilin," he said.

Some analysts however point out that should Fretilin take a hardline stance and try to govern without the backing of a coalition, new elections will be called in just a few months.

"The truth is that the Constitution is far from clear [on the majority needed to govern] though it is obvious that Fretilin has the numbers to govern," said a local attorney who asked not be named. "The government needs to have its budget approved," he went on. "And if this is rejected twice, then the president should dissolve parliament and call new elections."

Alkatiri did not specify whether he intends to pursue a minority government if he fails to obtain the necessary support to form a coalition, which appears highly likely.

Alkatiri was deposed as prime minister in the wake of violence last year. His Fretilin party, which led the 24-year struggle against Indonesia, remains popular but fared poorly in the April and May presidential election won by Jose Ramos Horta. The elections come after a year of political tension and violence, sparked by the Fretilin government's sacking of 600 rebellious soldiers, in which at least 37 people were killed and 150,000 displaced.

Declaração da Presidência, em nome da União Europeia, sobre as eleições legislativas em Timor Leste

Conselho Da União Europeia - Bruxelas, 5 de Julho de 2007 05 Julho 2007
11556/07 (Presse 163) - P/07/53

As eleições legislativas de 30 de Junho em Timor-Leste constituem um importante marco na via da construção nacional e da criação de estruturas e instituições democráticas estáveis e responsáveis. A UE saúda o povo de Timor-Leste por esta nova manifestação do seu empenhamento na democracia e na paz, como demonstra a sua elevada participação, de forma pacífica, nas eleições parlamentares.

A UE rende homenagem às autoridades timorenses, principalmente ao Secretariado Técnico da Administração Eleitoral e à Comissão Nacional de Eleições, pela organização do escrutínio de forma normal e eficaz, apesar da adversidade das circunstâncias e da logística envolvida.

A UE reconhece igualmente que os esforços colectivos internacionais desenvolvidos em Timor-Leste, em especial pela Missão local da ONU (UNMIT), contribuíram de forma decisiva para amenizar o clima eleitoral que conduziu ao êxito das eleições. A importância que a UE atribui ao processo democrático em Timor-Leste é realçada pelo facto de ter novamente destacado uma Missão de Observação Eleitoral, composta por 36 observadores de 19 Estados-Membros da UE.

Os Estados-Membros da UE e a Comissão Europeia continuam plenamente empenhados em ajudar Timor-Leste a enfrentar os sérios desafios que se avizinham, reconstruir o sector da segurança, restabelecer o Estado de direito e garantir o desenvolvimento sócio-económico do povo de Timor-Leste num clima de paz e estabilidade.

"A Turquia, a Croácia* e a Antiga República Jugoslava da Macedónia* – países candidatos –, a Albânia, a Bósnia e Herzegovina, o Montenegro e a Sérvia – países do Processo de Estabilização e de Associação e potenciais candidatos –, e a Islândia, o Listenstaine e a Noruega – países da EFTA membros do Espaço Económico Europeu –, bem como a Ucrânia, a República da Moldávia, a Arménia e a Geórgia subscrevem a presente declaração."

* A Croácia e a Antiga República Jugoslava da Macedónia continuam a fazer parte do Processo de Estabilização e de Associação.

Mari Alkatiri sugere que Xanana seja oposição

Rádio Renascença - 05-07-2007 11:41

A Fretilin já reagiu aos resultados eleitorais das últimas legislativas. O seu secretário-geral diz ser necessária uma maioria estável para Governar e dá a entender que preferia ver o CNRT na oposição.

Mari Alkatiri falou esta manhã aos jornalistas, depois de um encontro com o Presidente timorense, e mostrou-se disposto a conseguir acordos para que o novo Executivo governe com estabilidade. Ramos Horta já tinha dito que dificilmente aceitaria um Governo minoritário e o líder do partido mais votado nas legislativas concorda.

“Um Governo, para ser estável, tem que ter maioria, mas há duas formas de a conseguir – ou através de um acordo de incidência parlamentar, em que há partidos que não querem estar no Governo, mas fazem um acordo com a Fretilin para deixar passar o programa e aquilo que for necessário para se governar, ou um acordo de incidência governamental, que significa mais partidos no Governo”, afirmou Alkatiri.

O secretário-geral da Fretilin não recusou a possibilidade de um acordo com o CNRT de Xanana Gusmão, mas deu a entender que preferia vê-lo na oposição, pois, “qualquer democracia, para poder consolidar-se, precisa também de um oposição forte”.

No caso de não conseguir a estabilidade necessária para constituir uma equipa executiva, Mari Alkatiri admite passar à oposição. Quanto à possibilidade de vir a assumir a chefia do Executivo, caso consiga formar Governo, nada quis avançar, prometendo o anúncio dessa decisão para o próximo sábado, dia 7.

Som:
O jornalista Sérgio Tavares com Mari Alkatiri:
http://www.rr.pt/PopUpMedia.Aspx?&FileTypeId=1&FileId=337509&contentid=212388

Fretilin vence sem maioria, recusa coligação com CNRT

TSF – 05 de Julho 07 - 13:09

A Fretilin venceu as eleições legislativas em Timor-Leste, mas sem a maioria absoluta, ao alcançar apenas 29 por cento dos votos. O secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, já disse que não se vai coligar com o CNRT, de Xanana Gusmão, que ficou com 24 por cento dos votos.

A Fretilin venceu as eleições legislativas de sábado em Timor-Leste, mas ficou longe da maioria absoluta que pretendia, ao conseguir apenas 29 por cento dos votos, contra 24 por cento do CNRT, de Xanana Gusmão.

Segundo os resultados finais oficiais anunciados esta quinta-feira pela Comissão Nacional de Eleições do país, a Fretilin venceu em Baucau, Covalima, Lautém e Viqueque, mas perdeu para o CNRT, nomeadamente, na capital Díli.
Entretanto, em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da Fretilin já excluiu qualquer coligação com o CNRT, afirmando que fazer isso seria «matar a democracia».

«Visto em termos aritméticos, é um mau resultado. Visto em termos políticos, é um óptimo resultado», comentou Mari Alkatiri, que diz preferir que o CNRT seja uma «oposição forte» no parlamento. Para Alkatiri, que diz não abdicar do triunfo da Fretilin, a «democracia faz-se com uma boa oposição no parlamento». «Se não houver, o que pode acontecer é a oposição nas ruas», concluiu. O secretário-geral da Fretilin desejou ainda que o seu partido seja «mais aberto» e «mais acessível aos outros», bem como «mais adaptado às realidades do país e do mundo, capaz de saber tolerar, mas também de saber incluir».

«Houve falta de diálogo da Fretilin e isso empurrou outros para fazer a oposição nas ruas, em vez de no Parlamento», admitiu Alkatiri, que entende que deveriam ter sido usados outros «mecanismos de inclusão fora do Governo e do Parlamento».

A terceira força mais votada nestas eleições foi a Coligação Aliança Democrática, que juntou a ASDT e o PSD, e que reuniu 15,7 por cento e que triunfou em quatro distritos de Timor-Leste.

Com 11,3 por cento, o Partido Democrático, liderado por Fernando "La Sama" de Araújo, obteve apenas o triunfo no distrito de Ermera, onde alcançou 22 por cento dos votos.
Os restantes dez partidos, que se apresentaram a este acto eleitoral dividiram os restantes cerca de vinte por cento dos pouco mais de 400 mil votos considerados válidos pela CNE.

Timor-Leste: Coligação contra Fretilin

Visão Online – 5 Jul. 2007 – 15:55

O anúncio de uma coligação de maioria parlamentar, agendado pelo CNRT de Xanana Gusmão, será feito amanhã, sexta-feira, numa conferência de imprensa. Saiba todos os pormenores, através do nosso Enviado Especial, aqui na VISÃO.pt

Henrique Botequilha

O CNRT de Xanana Gusmão agendou para amanhã, sexta-feira, uma conferência de imprensa onde será anunciada uma coligação de maioria parlamentar, composta por partidos vencidos nas legislativas de 30 de Junho para formar governo.
Esta decisão resulta de uma reunião decorrida durante o dia de hoje na residência de Xanana Gusmão, em Balibar, nos arredores de Díli, com dirigentes da aliança ASDT/PSD, de Xávir do Amaral e de Mário Carrascalão, e do Partido Democrático, de Fernando La Sama e ainda da Undertim, do ex-guerrilheiro Cornélio da Gama (Lsete). O PUN de Fernanda Borges e o Kota, de Manuel Tilman ficam de fora.

Este acordo permitirá a este conjunto de partidos alcançar a maioria dos 65 lugares do Parlamentro Timorense.
Ainda não se conhece uma reacção do Partido vencedor das eleições, a Fretilin.
A pressão está agora nas mãos do presidente da República Ramos Horta, que tem poderes constitucionais para considerar esta proposta.

Xanana Gusmão ainda não assumiu derrota nas legislativas

Notícias Lusófonas - 05 Julho 2007 – 14:30
O líder do CNRT, partido que obteve o segundo lugar nas legislativas de sábado em Timor-Leste, está remetido ao silêncio, não tendo ainda feito qualquer declaração política ou comentário sobre os resultados da votação.

Fonte do Congresso Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT) indicou que Xanana Gusmão, ex-Presidente do país (2002/07), tem estado em sucessivas reuniões com a direcção do partido, "não se prevendo que possa falar aos jornalistas ou fazer uma declaração política" nem hoje nem sexta-feira.
Ao contrário dos outros líderes partidários, que já comentaram os resultados, Xanana Gusmão é o único que ainda não o fez.

O CNRT, partido formado em Abril deste ano, visando sobretudo as legislativas, obteve 24 por cento dos votos nas eleições de 30 de Junho, atrás da Fretilin, que recolheu 29 por cento.

Coligação da Fretilin com CNRT seria matar a democracia, diz Alkatiri

Notícias Lusófonas - 05 Julho 2007 – 14:30

O secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, declarou hoje que o partido vencedor das legislativas "não quer matar a democracia" coligando-se com o CNRT, preferindo que os seus principais adversários sejam uma "oposição forte" no Parlamento.

"O primeiro princípio é que não queremos matar a democracia", afirmou o ex-primeiro-ministro em entrevista à Agência Lusa, à hora a que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) anunciava os resultados nacionais provisórios que deram a vitória à Fretilin com 29 por cento dos votos.

"Visto em termos aritméticos, é um mau resultado. Visto em termos políticos, é um óptimo resultado", analisou Mari Alkatiri no escritório da sua residência, onde estavam reunidas algumas das principais figuras do partido, incluindo o presidente, Francisco Guterres "Lu Olo".

"Um cenário de coligação com o CNRT (Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste) seria matar a democracia", insistiu Mari Alkatiri, quando questionado sobre a hipótese de uma convergência de posições com o partido do ex-Presidente da República Xanana Gusmão, que obteve 24 por cento dos votos.

"Não abdicamos da vitória, em qualquer cenário", considerou também Mari Alkatiri.

"O CNRT apareceu com uma força terrível no sentido de tudo dominar e tudo conseguir. O povo travou onde devia travar. Para 'Kay Rala' Xanana Gusmão não deve ser fácil", afirmou o ex-primeiro-ministro. O secretário-geral da Fretilin remete para um "lugar na oposição" Xanana Gusmão mas também Mário Viegas Carrascalão, presidente do Partido Social-Democrata (PSD) e líder da aliança com a Associação Social Democrática Timorense (ASDT), que obteve o terceiro lugar com 15,7 por cento dos votos.
"A democracia faz-se com uma boa oposição no parlamento. Se não houver, o que pode acontecer é a oposição nas ruas", explicou Mari Alkatiri.
"A crise de 2006 veio de uma forma de abordagem diferente da liderança sobre questões concretas, mas também da fraqueza da oposição", acrescentou Mari Alkatiri.
"Foi por isso que o Presidente da República se desviou das suas competências e assumiu-se como oposição", disse.
Sobre as "semanas de negociações" para a formação do IV Governo Constitucional, Mari Alkatiri ressalvou que "dos adversários, alguns talvez venham a ser aliados".
"Não tenho a certeza de que Fernando 'La Sama' de Araújo tenha dito 'não' a uma coligação com a Fretilin", comentou Mari Alkatiri, admitindo que o presidente do Partido Democrático "foi o maior sacrificado destas eleições" com a fuga de votos para o CNRT.
Para a próxima legislatura, Mari Alkatiri quer "uma Fretilin mais aberta, mais acessível para os outros". "Quando a lição vem do povo, somos os primeiros a aceitar", declarou o secretário-geral do partido maioritário.
"O povo quer uma Fretilin mais adaptada às novas realidades do país e do mundo, capaz de saber tolerar mas também de saber incluir".
"Reconhecemos que fizemos a inclusão formal em 2002 dentro do próprio Governo, mas devíamos ter usado outros mecanismos de inclusão fora do Governo e do Parlamento, que é o que quer a geração mais jovem", acrescentou Mari Alkatiri.
"Houve falta de diálogo da Fretilin e isso empurrou outros para fazer a oposição nas ruas, em vez de no Parlamento. Não discuto este veredicto popular", concluiu Mari Alkatiri.
A Fretilin aguarda que "os outros partidos menos votados" façam a sua declaração de derrota.
"Nós queremos ser os últimos a falar. Estou à espera a todo o momento", disse o secretário-geral da Fretilin.

Timor-Leste/Eleições: Xanana, Carrascalão e "La Sama" formam aliança contra Fretilin

Lusa - 5 de Julho de 2007 - 16:45

Díli - Cinco partidos da oposição de Timor-Leste formaram hoje "uma aliança parlamentar com vista à formação de um governo" alternativo à Fretilin, partido que venceu as legislativas sem maioria absoluta, anunciou Mário Carrascalão à agência Lusa.

Contra a formação de um governo da Fretilin, que venceu as eleições de 30 de Junho com 29 por cento dos votos, juntaram-se o Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), do ex-Presidente da República Xanana Gusmão, a coligação ASDT/PSD, o Partido Democrático (PD), de Fernando "La Sama" de Araújo, e a UNDERTIM, do veterano Cornélio Gama "L7".
No conjunto, estes partidos obtiveram 54,1 por cento dos votos válidos nas legislativas.

"A Fretilin pode ir para a oposição", declarou à Lusa o presidente do Partido Social Democrata (PSD) e líder da coligação com a Associação Social Democrática Timorense (ASDT).
A aliança contra a Fretilin, será anunciada numa conferência de imprensa marcada para sexta-feira

Segundo Mário Carrascalão, a aliança anti-Fretilin conta também com "o apoio não escrito" do Partido de Unidade Nacional (PUN), liderado por Fernanda Borges, que obteve 4,5 por cento dos votos.
"Podemos garantir estabilidade que a Fretilin não pode", declarou o presidente do PSD sobre as razões que levaram à constituição desta plataforma parlamentar.

"Nós não participamos em coligações com a Fretilin e o CNRT é da mesma opinião", acrescentou o ex-governador de Timor sob a ocupação indonésia.
"A Fretilin tem menos de um terço dos eleitores", considerou ainda Mário Viegas Carrascalão.
O líder da ASDT/PSD afirmou ainda que "não está escolhido" o primeiro-ministro se a aliança for convidada a formar governo.

"Estamos abertos a discussões sempre no interesse nacional", concluiu.
Mari Alkatiri, ex-primeiro-ministro e secretário-geral da Fretilin, afirmou hoje à Lusa que o seu partido "não abdica da vitória (obtida), em qualquer cenário".
PRM/JSD-Lusa/fim

Fretilin virtual vencedora das eleições

TVI – 04/07/2007 - 16:58
A contagem dos votos ainda não terminou, mas nenhuma força política conseguirá formar sozinha um Governo estável.

A Fretilin é a virtual vencedora das eleições legislativas em Timor-Leste. A contagem de votos em Díli ainda não terminou mas é praticamente impossível o CNRT conseguir ultrapassar a margem que o separa do partido de Mari Alkatiri.
As estimativas apontam que o partido de Alkatiri chegue aos 29% dos votos e que o CNRT se fique pelos 24,25%. A ASDT-PSD de Mário Carrascalão deve ficar pelos 16% e o Partido Democrático (PD) de Fernando Lasama nos 12%.
O candidato do PD lançou mesmo um desafio para que todos os partidos se unam para formar executivo. «Proponho que todos os partidos políticos em Timor-leste se unam para formar um gabinete de unidade nacional», declarou o Fernando Lasama.
A Fretilin falhou o objectivo de renovar a maioria absoluta e pondera agora hipóteses para uma coligação, mesmo com o CNRT de Xanana Gusmão, apesar de todas as críticas. Todas as hipóteses estão em aberto em Timor, mesmo a de um Governo de Unidade Nacional, como tem pedido o Presidente Ramos-Horta.

Invitation to Press Conference

Solidarity Observer Mission for East Timor (SOMET)

Friday July 6th , 9:00 amHak-Association OfficeRua Gov. Serpa Rosa, Farol, DiliSOMET invites all media and other stakeholders involved in the East Timorese 2007 Parliamentary Elections to our Press Conference at the Hak Association Office in Farol, Dili. Representatives of SOMET and our international partner organization the World Forum for Democratization in Asia (WFDA) will deliver our preliminary analysis of the Parliamentary Elections conducted last Saturday, June 30.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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