quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Chefe de missão da ONU concorda com comissão internacional de inquérito

Díli, 13 Fev (Lusa) - O chefe da missão da ONU em Timor-Leste, Atul Khare, afirmou hoje em Díli que será a favor de uma comissão internacional de inquérito aos ataques de segunda-feira "se as autoridades timorenses fizerem esse pedido".

"Eu, como pessoa que sempre defendeu a transparência e a responsabilização, sempre fui, em todas as circunstâncias, a favor de uma comissão internacional independente de inquérito", declarou Atul Khare, na sua primeira conferência desde os atentados contra o presidente e primeiro-ministro timorenses, que ocorreram quando estava em Nova Iorque, Estados Unidos.

"No entanto, em vez de pedirmos uma comissão de inquérito nova aos incidentes de segunda-feira, que eu também apoio, podemos implementar até ao fim as recomendações da Comissão Independente Especial de Inquérito" aos acontecimentos de 2006, referiu.

"Embora tenha havido progresso, ainda há muitas recomendações que precisam de ser aplicadas e devia haver esforços renovados para a sua concretização completa", acrescentou o chefe da Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT).

"Penso que todos temos uma responsabilidade pela paz e pela estabilidade e prosperidade neste país", respondeu Atul Khare quando questionado sobre as acusações de que as forças internacionais presentes no país não impediram o duplo ataque contra titulares do Estado timorense.

O brigadeiro-general Taur Matan Ruak, chefe do Estado-Maior General das Forças de Defesa de Timor-Leste, afirmou terça-feira que tinha informações que apontavam para a realização do atentado e pediu a responsabilização das forças internacionais.

"Não comento as declarações de outras pessoas", disse, a esse propósito, Atul Khare.

O chefe da missão internacional afirmou que o esquema de segurança à residência do Presidente da República e a segurança pessoal durante o exercício matinal do chefe de Estado correspondem àquilo que foi pedido por José Ramos-Horta.

"O Presidente quis que a segurança nesses dois casos fosse feita por militares timorenses e nós respeitámos essa indicação porque Timor-Leste é um Estado soberano", explicou Atul Khare.

O representante especial do secretário-geral das Nações Unidas chegou a Nova Iorque sábado passado, para acompanhar a reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre Timor-Leste.

Atul Khare soube do duplo ataque contra o Presidente da República e o primeiro-ministro timorenses cerca das 18:00 de domingo (23:00 em Lisboa e 08:00 de segunda-feira em Díli).

"Um país não é definido pelo facto de haver ou não uma crise, mas pela resposta que dá perante uma crise", afirmou Atul Khare.

O chefe da UNMIT considerou os ataques contra José Ramos-Horta e Xanana Gusmão "um teste sério" para o país.

"No entanto, o primeiro relatório é muito bom. O povo manteve-se calmo. O Governo timorense reagiu de maneira sóbria", frisou.

O grupo que estava com Alfredo Reinado, o militar fugitivo que liderou e morreu no ataque à casa do Presidente da República, "é uma ameaça", disse ainda.

Atul Khare recordou as reacções do Conselho de Segurança e afirmou que o embaixador da África do Sul na ONU considerou "uma ironia" que o ataque de Alfredo Reinado tenha sido contra alguém que "procurou resolver o problema pela via do diálogo".



PRM/JCS

Lusa/Fim

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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