segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Timor-Leste: Sócrates elogia GNR e elementos do INEM na resposta aos atentados de Díli

Lisboa, 11 Fev (Lusa) - O primeiro-ministro, José Sócrates, elogiou hoje a actuação profissional dos militares da GNR e dos elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) na resposta aos atentados contra os chefes de Estado e de Governo timorenses.

As palavras do primeiro-ministro português foram proferidas em conferência de imprensa, depois de receber na residência oficial de São Bento o presidente do Parlamento Nacional de Timor-Leste, Fernando "La Sama" Araújo.

"Como todos os portugueses, fiquei chocado com os acontecimentos em Timor-Leste. Quero por isso, em nome pessoal e do Governo português, repudiar com veemência os atentados" contra o Presidente da República timorense, Ramos Horta, e contra o seu primeiro-ministro, Xanana Gusmão, declarou o chefe do Governo português.

Perante estes acontecimentos ocorridos em Díli, José Sócrates transmitiu "a completa solidariedade do Governo português com as instituições democráticas de Timor-Leste".

Depois, o primeiro-ministro português referiu-se ao estado de saúde crítico em que se encontra o chefe de Estado timorense, que foi alvejado com dois tiros.

"Acompanho com preocupação o estado de saúde do Presidente da República de Timor-Leste, Ramos Horta. Em meu nome pessoal e do Governo português, quero desejar-lhe um rápido restabelecimento", disse.

José Sócrates referiu então que o presidente timorense "é prémio Nobel da Paz, sendo uma das personalidades que mais se bateu pela independência de Timor-Leste e pela estabilidade das instituições democráticas" deste país.

Já numa alusão à actual situação política em Timor-leste, o primeiro-ministro português frisou que acompanha as decisões tomadas pelo chefe do Governo timorense, Xanana Gusmão, "para garantir a estabilidade política e social do país".

"Quero também deixar uma palavra de elogio à GNR e aos elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) pelo trabalho que realizaram e pelo profissionalismo da sua actuação", declarou o primeiro-ministro.

Neste contexto, o primeiro-ministro reiterou a "disponibilidade e empenho de Portugal no apoio às instituições democráticas de Timor-leste em tudo o que for necessário".

"O bem-estar do povo timorense exige estabilidade política e respeito pelas instituições democráticas. Este é também o interesse de todo o povo português, que está solidário com o povo timorense", salientou.

Interrogado sobre uma eventual decisão de Portugal no sentido de reforçar o seu contingente militar da GNR em Timor-Leste, José Sócrates considerou "prematuro" colocar já esse cenário.

"É prematuro falar-se em novos apoios em concreto. Hoje, como no passado, Portugal sempre esteve disponível para apoiar Timor-Leste", respondeu.

De acordo com o chefe do Governo português, neste momento, a preocupação de Lisboa é prestar "total" solidariedade política a Timor-leste.

"Estamos numa hora difícil, em que o presidente timorense sofreu um atentado que ameaçou - e ameaça - a sua vida. É por isso natural que as autoridades em Timor-Leste estejam preocupadas com alguma possibilidade de desestabilização social, mas espero que isso não ocorra", observou o primeiro-ministro português.

Na perspectiva do primeiro-ministro, "há por vezes apoios políticos que são mais importantes que outros apoios concretos".

"Em matéria de segurança, os militares portugueses que se encontram em Timor-Leste estão integrados numa força das Nações Unidas. E qualquer alteração terá de ser equacionada em função da avaliação que as próprias Nações Unidas fizerem", justificou.

Homens armados tentaram hoje matar José Ramos-Horta e Xanana Gusmão, em dois ataques concertados.

O ataque contra Ramos-Horta foi liderado pelo major Alfredo Reinado, que foi morto no incidente.

Ramos-Horta foi ferido a tiro e teve de ser submetido a uma intervenção cirúrgica no hospital militar australiano em Díli, de onde seguirá ainda hoje para um hospital na cidade australiana de Darwin.

De acordo com um elemento da segurança do primeiro-ministro, o tenente Gastão Salsinha, um dos peticionários que abandonaram as forças armadas em 2006, comandou o ataque contra Xanana Gusmão, que saiu ileso.

PMF.

Lusa/fim

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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