terça-feira, maio 13, 2008

Governo distingue quinze "figuras proeminentes" da luta de libertação

Díli, 13 Mai (Lusa) - O Governo de Timor-Leste distinguiu hoje 15 "figuras proeminentes" da luta de libertação nacional, numa cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, Xanana Gusmão, em Díli.

O anúncio-surpresa da concessão de uma pensão superior foi feito pelo primeiro-ministro na cerimónia que assinalou no arranque do processo de pagamento das pensões pelo Estado aos combatentes e mártires da luta contra a ocupação indonésia.

O Governo fixou em 750 dólares norte-americanos (cerca de 480 euros), com efeitos retroactivos a 01 de Janeiro de 2008, o valor da pensão a quinze das figuras mais importantes da resistência timorense, ou aos seus herdeiros.

A lista é encabeçada por Francisco Xavier do Amaral, fundador da Associação Social Democrática Timorense (ASDT) e da Fretilin e efémero chefe de Estado antes da invasão indonésia, em Dezembro de 1975.

Francisco Xavier do Amaral receberá a pensão como "Proclamador da República e Primeiro Presidente da República".

Os nomes seguintes da lista lida hoje por Xanana Gusmão são dois dos heróis tombados da luta timorense: Nicolau Lobato, primeiro primeiro-ministro e segundo Presidente da República, e Domingos Ribeiro, chefe do Estado-Maior das Falintil.

Outros heróis da luta distinguidos na lista dos mais importantes pelo Governo são David Alex ("Dai Tula"), subchefe do Estado-Maior das Falintil, e Antonino Dias Santana (Nino "Konis" Santana), secretário da Região Fronteira e chefe do Conselho da Comissão Executiva da Luta, da Frente Armada/Frente Clandestina.

Outras quatro figuras já falecidas recordadas hoje pelo primeiro-ministro são Sebastião Maria Doutel Sarmento ("Kakoak"), primeiro comandante da Brigada de Choque Nacional, José da Costa ("Mau Hudo"), comissário político e vice-secretário do CDF, António Duarte Carvarino ("Mau Lear"), ministro da Justiça e segundo primeiro-ministro, e Vicente dos Reis ("Sahe"), ministro do Trabalho e Previdência Social e comissário político nacional.

A pensão superior distingue também José António da Costa Gomes ("Ma'Huno"), subchefe do Estado-Maior das Falintil, António Maria de Vasconcelos, nome original de Taur Matan Ruak, vice-comandante-em-chefe e depois chefe do Estado-Maior das Falintil, actual comandante das Forças Armadas timorenses, Tito da Costa, ou Lere Anan Timur, subchefe do Estado-Maior das Falintil, e Francisco Guterres "Lu Olo", secretário do Conselho Directivo da Fretilin e secretário da Frente Política Interna.

O processo de pagamento das pensões iniciou-se com a entrega formal aos administradores distritais dos editais com os nomes dos potenciais beneficiários.

O número de pensões a atribuir é de 12.538, dos quais 631 destinadas a combatentes vivos e 11.907 a combatentes tombados durante a resistência à ocupação indonésia (entre 1975 e 1999).

O valor mensal das pensões varia entre 85 e 550 dólares norte-americanos (54 e 354 euros), em função do tempo de militância e cargo ocupados na luta de libertação nacional.


PRM
Lusa/Fim

3 comentários:

Anónimo disse...

É sabido que a luta pela libertação é um dos pilares mais luminosos da identidade nacional e que é importante a preservá-la na construção da nação.

O esforço do governo de o reconhecer é louvável. Infelizmente é lamentável que se sirvam disso para conseguir mais "pontos" face a ameaça que são as eleições antecipadas.

Anónimo disse...

Sim, o governo tenta marcar 'pontos' com este merecido processo de atribuição de pensões. E fá-lo de uma forma muito pouco honesta,ou no minimo, muito pouco transparente... tipo publicidade enganosa.

O governo "esquece-se" de informar que todo este processo foi iniciado no decurso do governo liderado pelo PM Mari Alkatiri. O proprio Decreto-Lei que institui a pensões ora atribuidas foi redigido por um membro do I Governo Constitucional!

Esquece-se ainda de dizer que o processo nao avançou na altura porque o então Presidente da Republica, X. Gusmão, 'recusou-se' a fornecer os dados supostamente recolhidos pelas duas Comissões que tinham por objectivo fazer o levantamento de dados sobre o numero exacto de veteranos e ex-combatentes. Obviamente, estes dados eram fundamentais para orçamentar os custos do processo e identificar as pessoas correspondentes a cada grupo a quem seria atribuida uma pensão.

Apesar da satisfação em verificar que finalmente estas pessoas são reconhecidas pelo que fizeram e pela contribuição para a libertação do país, entristece-me verificar que seja possivel tentar capitalizar politicamente omitindo a verdade.

Porque não informam como é que o processo decorreu desde o início e que a iniciativa nem sequer foi deste governo? E que o proprio PM do actual governo reteve os dados das duas comissoes que funcionavam sob sua tutela, de modo a impedir que o I Gov Constitucional pudesse avançar com este processo?

É triste...tanta conversa sobre transparencia, etc ... e são os próprios que agem enganosamente.

Anónimo disse...

EsteS MacacoS de xananistas nem mencionaram outros nomes importantes da resitencia clandestina como o desaparecido secretario de CLFC Pedro Nunes Sabalae, o jovem heroi morto na igreja Motael Sebastiao Gomes, cuja morte deu origem ao massacre 12 de Novembro de 1991, Rodak, Olkasa (outro comandante da brigada choque) E MUITOS MAIS HEROIS MAUBERES QUE NAO FORAM MENCIONADOS PELO ESTE REGIME BANANEIRA DE XANANA.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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