sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Dos leitores

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Timor-Leste: "É TUDO MENTIRA!"":

"Entretanto, o Horta ouviu disparos e regressou a casa."

Esta teoria deixa algumas dúvidas no ar:

O "entretanto" durou cerca de meia-hora. O que se passou nesse período de tempo? Os 4 homens de Reinado e os seguranças do PR ficaram a olhar uns para os outros?

O segurança que supostamente matou Reinado diz que os bandidos começaram a disparar contra a casa e foi então que ele apontou à cabeça de Reinado e o matou.

No entanto, concordo que não tem lógica nenhuma Reinado matar Ramos Horta. E note-se que não matou, nem tentou. Já estava morto quando o Presidente apareceu. E Salsinha sempre tem dito que havia um plano, mas este não incluía matar nem o PR nem o PM.

Talvez houvesse alguém interessado em matar Reinado e não este em matar Ramos Horta.

É uma grande verdade que, quando recuperar, Ramos Horta será decisivo no esclarecimento dos factos. Ele tem a chave do enigma.

Talvez fosse mais prudente colocar vigilância policial no hospital?...

Pudera... já calaram o outro.

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Sucessor de Reinado afirma que não se rende sem lu...":

"Continuam válidos, ainda segundo a mesma fonte, os mandados de captura dos co-arguidos no processo em que o major Alfredo Reinado era acusado de homicídio, rebelião contra o Estado e posse ilegal de material de guerra."

É no mínimo anedótico que esses mesmos mandados durante ano e meio não eram para cumprir, mas agora já são - segundo disse Xanana em conferência de imprensa.

Aliás Xanana até vai mais longe: fala em matar e ferir. Que é feito do "diálogo"? Passou do oito para o oitenta.

Isto mostra bem porque é que numa democracia o poder não pode estar todo nas mãos de uma só pessoa, seja ela Xanana ou o Santo António.

Juiz considera "urgente" forças internacionais cumprirem mandados de captura

Díli, 15 Fev (Lusa) - O juiz do processo de Alfredo Reinado escreveu hoje aos comandantes das forças de segurança internacionais em Timor-Leste afirmando que é "urgente" que façam cumprir os mandados de captura do grupo do major Alfredo Reinado.

O despacho, a que a Agência Lusa teve acesso, é dirigido aos comandantes das Forças de Estabilização Internacionais (ISF), brigadeiro James Baker, e da Polícia das Nações Unidas (UNPol), comissário Rodolfo Tor.

"É urgente que a UNPOL e as ISF diligenciem pelo cumprimento dos mandados de detenção em relação aos arguidos em fuga", escreve o juiz português Ivo Rosa no despacho, com data de hoje.

O juiz do processo de Alfredo Reinado recorda aos dois comandantes a longa cronologia do caso judicial e a insistência do magistrado para o cumprimento dos mandados de captura, que eram inicialmente 17.

Cinco novos mandados de captura foram emitidos quinta-feira em relação aos suspeitos do duplo ataque de segunda-feira contra o presidente e o primeiro-ministro timorenses, incluindo um em nome do antigo tenente Gastão Salsinha, líder dos peticionários das Forças Armadas em 2006.

Alfredo Reinado, ex-comandante da Polícia Militar, desencadeou segunda-feira um ataque contra a residência do Presidente da República, José Ramos-Horta, que ficou ferido no tiroteio, e, com um grupo comandado por Gastão Salsinha, contra a coluna em que seguia o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que escapou ileso.

No ataque foram mortos Alfredo Reinado e um dos elementos do seu grupo, Leopoldino Mendonça Exposto.

Com dois dos arguidos no processo em prisão preventiva, falta cumprir 13 mandados de captura.

O juiz Ivo Rosa recorda no despacho as muitas diligências que efectuou junto das ISF e da UNPol, por vezes deixadas "sem resposta" pelos respectivos comandantes.

"As forças australianas, por força dos acordos celebrados com Timor-Leste, não estão ao serviço do governo ou de quem quer que seja, mas sim do Estado de Timor-Leste", declara o juiz internacional.

O juiz cita, a propósito, o acordo trilateral celebrado a 26 de Janeiro de 2007, entre o governo de Timor-Leste, o governo da Austrália e a Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT).

Nesse acordo "ficou consagrado que as ISF deverão cooperar com a UNMIT no sentido da manutenção da estabilidade e segurança prestando assistência técnica e militar", refere o magistrado.

"Neste país, as decisões judiciais são de cumprimento obrigatório e vinculam todas as entidades", escreve também o juiz português.

"Ao longo de mais de um ano, o Tribunal (de Díli) insistiu de forma continuada, junto da UNPOL e das ISF, pelo cumprimento da decisão judicial, informou de forma pormenorizada do carácter obrigatório das decisões judiciais e alertou para as consequências do não cumprimento", nota o juiz Ivo Rosa.

O magistrado fala "em particular no perigo que os arguidos representavam e representam para a estabilidade do país e segurança das pessoas".

Com o duplo ataque de segunda-feira, "mostra-se reforçado o perigo de continuação da actividade criminosa e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas, estando, deste modo, reforçados os perigos enunciados" em relação ao antigo grupo de Alfredo Reinado.

Dos muitos despachos pedindo o cumprimento dos mandados de captura, o juiz Ivo Rosa cita algumas respostas, como a carta remetida pela missão internacional na qual afirma que o comissário-chefe da UNPol é membro da UNMIT "e, por esse motivo, goza de imunidade".

"A imunidade conferida aos funcionários da ONU, não significa impunidade, irresponsabilidade, nem confere aos mesmos o poder de deixar de cumprir as suas funções nem as ordens provenientes dos órgãos de soberania de Timor-Leste", emendou o magistrado.


PRM/JCS
Lusa/Fim

NOTA DE RODAPÉ:

Mais palavras para quê?

Comité Permanente da CPLP analisa situação timorense na terça-feira

Lisboa, 15 Fev (Lusa) - O Comité de Concertação Permanente da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai reunir-se terça-feira, 19 de Fevereiro, para analisar a situação em Timor-Leste, anunciou hoje o Secretariado Executivo do organismo.

A situação em Timor-Leste, após os atentados de segunda-feira contra o Presidente da República, José Ramos-Horta, gravemente ferido, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que escapou ileso, será o único ponto na agenda da 58ª Reunião Extraordinária do Comité, adianta em comunicado o secretariado executivo, órgão liderado pelo embaixador cabo-verdiano Luís Fonseca.

A reunião está marcada para as 10:00, na sede da CPLP em Lisboa.

O Comité de Concertação Permanente integra um representante de cada um dos oito estados-membros, e é coordenado pelo representante do país que detém a presidência, actualmente a Guiné-Bissau.

Tem como principal atribuição coordenar as actividades da CPLP e supervisionar o funcionamento e desenvolvimento da organização, sendo as decisões tomadas por consenso.

Na sequência dos atentados, Luís Fonseca enviou mensagens de solidariedade aos gabinetes do Presidente timorense e do primeiro-ministro timorenses, repudiando os ataques de que foram alvo.

"O atentado é tanto mais condenável quanto é sabido que a não violência, o diálogo e o respeito pelos direitos do homem têm sempre norteado a vida e a acção política do dr. Ramos-Horta", afirmou então o secretário executivo da CPLP.

Além de Timor-Leste, a CPLP integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.

Esta semana, a presidência guineense da CPLP afirmou estar a acompanhar o evoluir da situação em Timor-Leste, admitindo o envio de uma missão diplomática aquele país.

O primeiro-ministro guineense, Martinho N'Dafa Cabi, disse ter falado com o Presidente guineense, João Bernardo "Nino" Vieira, também ele em tratamento médico no exterior, de quem recebeu indicações no sentido de apelar, em nome da CPLP, para o diálogo como única forma para a resolução de quaisquer conflitos entre os "irmãos timorenses".

José Ramos-Horta, na altura ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, foi o enviado especial da CPLP para a mediação de uma crise político-militar que assolou a Guiné-Bissau, em Setembro de 2003, com o golpe de Estado que derrubou Kumba Ialá da presidência guineense.

PDF/JSD/MB
Lusa/Fim

East Timor trying to close refugee camps

Herald Tribune
By Donald Greenlees

Friday, February 15, 2008

DILI, East Timor: When the rain-laden clouds open up, as they frequently do this time of year, the tarpaulin over Alicia Pinto's bed leaks and the pathway outside her tent home becomes a quagmire.

Still, a crowded tent in a camp for internally displaced people on the eastern fringes of Dili is better than going back to where she came from.

The house where Pinto lived with her family in Baucau, 120 kilometers, about 75 miles, to the east of the capital, was burned down in riots in April 2006, which forced a large part of the population to flee.

"We are afraid to go back," Pinto, 21, said Friday, as a wood fire filled the entrance to her tent with acrid smoke. "The neighbors won't accept us."

Pinto's family is among an estimated 100,000 East Timorese - about a tenth of the population - to have been ejected from their homes and communities by violence in recent years.

The camps are dotted around Dili, sitting alongside the city's best hotels where in the afternoon foreign workers and better-off East Timorese sip coffee and eat cake. The United Nations integrated mission in East Timor, brought in to help restore order in 2006, counts 58 camps in Dili, occupied by about 35,000 people.

But two years after the camps were set up, the UN mission and the East Timorese government are anxious to see them closed before they become a permanent fixture. Officials express concern over signs of growing aid dependency among some displaced people and the role the camps have played as focal points of unrest in the past.

This month, under instructions from the government of Prime Minister Xanana Gusmão, the monthly food ration supplied by the World Food Program to camp residents has been cut in half. In the latest food deliveries each individual has been allocated 4 kilograms, or 8.8 pounds, of rice and three-quarters of a liter, or 1.6 pints, of cooking oil. Starting next month, food deliveries by the Rome-based World Food Program will cease altogether.

The United Nations and the government hope that the cuts to food supplies will provide incentives for many displaced people either to return home or to settle elsewhere. The decision to reduce and then end food aid to camps is in part driven by a World Food Program survey last year that concluded that half the occupants of the camps did not need assistance and might have been encouraged to stay on in the camps to receive free food.

"If we do not discontinue this we basically support a policy of creating a nation of beggars and people who live on handouts," said Finn Reske-Nielsen, who coordinates all the United Nations' humanitarian operations in East Timor.

The United Nations and the government aim to replace general food aid with a distribution program that focuses on the most vulnerable people in and outside the camps, including the elderly, the sick and those widowed or orphaned in conflict.

But the goal of some in the United Nations and government to close the camps by the end of the year could prove difficult to achieve.

The World Food Program reported in September that almost 87 percent of people in the camps were there because their homes had been destroyed or damaged.

Most of that destruction took place in 2006, when a confrontation between the government and elements of the army spilled over into wider unrest in Dili and various parts of the countryside. During the violence tens of thousands of people were forced from their homes and 37 people were killed.

At the heart of the dispute was a complaint by soldiers from the western districts of the country that they were discriminated against in promotions and conditions. Many communities across the country divided along regional lines, neighbor suddenly pitted against neighbor.

The events of that year also gave rise to the rebellion of Alfredo Reinado, a former military police officer who led the shooting attacks this week on Gusmão, who was unharmed, and President José Ramos-Horta, who is being treated for his wounds in Australia. Reinado was killed.

In returning home, camp inhabitants face not only the problems of rebuilding but of settling a complex array of communal issues. In about 6 percent of cases, according to the World Food Program, the homes of displaced are occupied illegally by others.

The East Timorese have in the past shown a considerable ability to reconcile conflicts and rebuild communities.

They have no shortage of experience after the country was torn by civil war in 1975 following the abrupt end of colonial rule by Portugal and virtually razed in 1999, when the people voted in a UN-sponsored referendum to end 24 years of occupation by Indonesia, prompting an angry backlash from the losers. East Timor gained formal independence in 2002.

But many of the victims of the most recent troubles say that even after two years the wounds are still raw. They complain that progress toward reconciliation has been slow.

In the Becora camp in the eastern outskirts of Dili - home to about 362 displaced people - Annabella Fatima da Cruz occupies a tent only a short walk from her old home. Eight months pregnant with her first child, da Cruz says she would like to have a permanent home in time for the birth.

She said she would like to go back to her old neighborhood, but that is not an option.

"The situation is not safe," she said. "There was a dialogue, but it has not produced anything yet." She added: "I have no idea how long I will live here. It depends on the government."

The UN mission, which oversees policing in East Timor, and the government say there has been a steady decline in security problems across the country. UN officials are nonetheless sympathetic to the concerns.

"The security situation is improving going by crime statistics," said Atul Khare, the chief of the UN mission, in an interview. "But the actual security situation and fear of insecurity are two different concepts. You can have a great fear of insecurity without any crime at all."

Finn, the UN humanitarian coordinator, is concerned that the camps themselves will serve to perpetuate security problems if they are not shut soon.

"Clearly if we are not careful and we don't solve this problem as soon as possible we run the risk of creating a whole generation of traumatized youngsters who can become a source of societal instability in the longer run," he said.

Indeed, the camps are not necessarily a haven. Humanitarian workers say there are reports that in some camps residents are preyed upon by organized gangs.

Last week, the leaders of a large camp near Dili airport ordered residents to reject food deliveries as a protest against the decision to cut the ration in half.

Luiz Vieira, the head of the International Office of Migration in East Timor, said there was also evidence of aid being diverted and sold.

"Many people who want to accept the half ration have not because they have been threatened either implicitly or explicitly," he said.

A wounded country investigates its tragedy

15 Feb 2008 13:34:18 GMT 15 Feb 2008 13:34:18 GMT
Source: IRIN

Reuters and AlertNet are not responsible for the content of this article or for any external internet sites. The views expressed are the author's alonE.

DILI, 15 February 2008 (IRIN) - Timor-Leste's prosecutor- general, Longuinhos Montiero, has now issued 12 arrest warrants for suspects in the 11 February assassination attempts against President Jose Ramos-Horta and Prime Minister Xanana Gusmao.

Montiero expects to issue five more in the immediate future, and one other warrant is pending, awaiting further investigation.

One of those already issued is for renegade army commander Alfredo' Reinado's ally, former Lieutenant Gastao Salshina, who is suspected of leading the attack against Xanana Gusmao's convoy.

Hermanprit Singh, deputy UNPol (UN Police) commissioner, said security forces were in the process of hunting down the suspects.

"We don't need to wait. We, the international security forces, are actually in hot pursuit."

Singh said it was unclear whether the 11 February attacks were an assassination attempt or an attempted kidnapping gone wrong.

"What was the group motivated by… it's a matter of investigation," Singh said.
Revenge attacks

The situation in Dili has remained calm since the attacks with a state of emergency declared for another eight days and an overnight curfew. Nonetheless, local Timorese are beginning to fear Reinado's supporters may retaliate against the Timor-Leste Defence Force (FFDTL) and the International Stabilisation Forces (ISF).

IRIN talked to one of the "petitioners" dismissed from the defence force in 2006, and a strong supporter of Reinado. Only using the name Jose, the former defence force soldier vowed to continue to fight for justice against what he perceived as discrimination in the military against those from the western part of the country.

"Since the attack on Monday [11 February], I've been very sad," Jose said. "I feel very sorry… one of our best commanders died in the attack."

He said he has not heard of any plans from his group's leaders to launch reprisal attacks.
Split

Jose confirmed one rumour that had been making the rounds that there had, indeed, been a split, prior to the 11 February attacks, amongst the petitioning soldiers who supported Reinado. Last week, he said, around 90 of the "petitioners" came to Dili to begin dialogue with the prime minister, against the will of Reinado and the other 500 "petitioners".

Speculation

Meanwhile, speculation continues as to the possible motives for the attacks.

Media reports have suggested that the attackers were not trying to kill the president and prime minister but take them alive as part of an attempted coup.

There have also been allegations that opposition party Fretilin, paid Reinado and his followers millions of dollars to kill the country's leaders. Fretilin has denied the allegations and said they are defamatory.

Dialogue

What is clear is that Reinado had been engaged in peaceful talks with both Timor-Leste's president and prime minister as recently as December 2007, and last met government officials on 6 February.

Joaquim Fornseca, the prime minister's civil society adviser, and leader of the government-appointed Task Force established to resolve the issues raised by Reinado and the petitioning soldiers, told IRIN, that in recent weeks, many of the petitioning soldiers had been approaching the Task Force to engage in dialogue with them after realising that Reinado was not genuinely interested in helping them resolve their problems.

"In December - when both Alfredo and Salshina did not show up to the meeting we organised between them, the prime minister and the commander of FFDTL - some of them ["petitioners"] started to wonder if Reinado was really serious in fighting for their cause." He said the government's attempts to entice his supporters away from him might have sparked Reinado's anger.

Fornseka also said that in a meeting between Ramos-Horta and Reinado in December 2007, the president had made a promise to Reinado that he and his supporters would be automatically reinstated in the military.

"I don't blame the president," Fonseca told IRIN, but there were some concessions that could not be delivered, and I think Reinado felt betrayed in a way."

He said the Task Force had come a long way in getting the FFDTL to allow the petitioning soldiers to re-apply to join the army, but that FFDTL would never agree to simply reinstate them without application or screening process.

While there was some concern that the burial services for Reinaldo on 14 February might spark violence, thousands of his supporters gathered peacefully at a service at his home. They chanted "Viva Alfredo" as his coffin, draped with a Timor-Leste flag, was buried in his front garden.
sm/bj/cb


Tradução:

Um país ferido investiga a sua tragédia

15 Fev 2008 13:34:18 GMT 15 Fev 2008 13:34:18 GMT
Fonte: IRIN

Reuters e AlertNet não são responsáveis pelo conteúdo deste artigo ou por quaisquer sítios externos de internet. São apenas do autor as opiniões expressas.

DILI, 15 Fevereiro 2008 (IRIN) – o Procurador-Geral de Timor-Leste, Longuinhos Montiero, emitiu agora 12 mandatos de captura contra suspeitos nas tentativas de assassínio de 11 de Fevereiro contra o Presidente José Ramos-Horta e Primeiro-Ministro Xanana Gusmão.

Montiero espera emitir cinco mais no futuro imediato, e um outro está pendente esperando mais investigações.

Um dos já emitidos é para o comandante desertor das forças armadas e aliado de Alfredo Reinado, o antigo Tenente Gastão Salshina, que é suspeito de ter lidrado o ataque contra a caravana de Xanana Gusmão.

Hermanprit Singh, Vive-Comissário da UNPol, disse que as forças de segurança estavam no processo de perseguir os suspeitos.

"Não precisamos de esperar. Nós, as forças internacionais de segurança, estamos actualmente em grande perseguição."

Singh disse que não é claro se as tentativas de ataques de 11 de Fevereiro foram uma tentativa de assassínio ou uma tentativa de rapto que correu mal.

"O que motivava o grupo… é uma matéria de investigação," disse Singh.

Ataques de vingança

A situação em Dili tem-se mantido calma desde os ataques, com um estado de sítio declarado por mais dez dias e recolher obrigatório. Contudo os Timorenses locais estão a começar a recear que os apoiantes de Reinado possam retaliaar contra as Forças de Defesa de Timor-Leste (FFDTL) e as Forças Internacionais de Estabilização (ISF).

IRIN falou com um dos "peticionários" demitidos da força da defesa em 2006, e um forte apoiante de Reinado. Usando apenas o nome José, o antigo soldado da força de defesa promete continuar a lutar por justiça contra o que percepcionou como discriminação nos militares contra os da parte oeste do país.

"Desde o ataque na segunda-feira [11 Fevereiro], tenho estado muito triste," disse José. "Tenho muita pena… um dos nossos melhores comandantes morreu no ataque."

Disse que não ouviu falar de nenhuns planos dos líderes do seu grupo para lançar ataques de vingança.

Divisão

José confirmou um rumor que se tem espalhado de ter havido uma divisão, antes dos ataques de 11 de Fevereiro, entre os soldados peticionários que apoiavam Reinado. Na semana passada, disse, cerca de 90 dos "peticionários" vieram para Dili para começar diálogo com o primeiro-ministro, contra a vontade de Reinado e de outros 500 "peticionários".

Especulação

Entretanto, continua a especulação sobre os motivos possíveis dos ataques.

Relatos dos media têm sugerido que os atacantes não estavam a tentar matar o presidente e primeiro-ministro mas apanhá-los vivos como parte duma tentativa de golpe.

Houve também alegações que a Fretilin, partido da oposição, pagou a Reinado e aos seus seguidores milhões de dólares para matar os líderes do país. A Fretilin negou as alegações e disse que são difamações.

Diálogo

O que é claro é que Reinado tinha estado engajado em conversas pacíficas com ambos o presidente e o primeiro-ministro de Timor-Leste tão recentemente quanto em Dezembro de 2007, e o último encontro com entidades oficiais do governo foi em 6 de Fevereiro.

Joaquim Fonseca, o conselheiro do primeiro-ministro para a sociedade civil e líder da Task Force nomeada pelo governo estabelecida para resolver as questões levantadas por Reinado e os soldados peticionários, disse ao IRIN, que em semanas recentes, muitos dos soldados peticionários se tinham estado a aproximar da Task Force para se engajarem no diálogo com eles depois de perceberem que Reinado não estava genuinamente interessado em ajudá-los a resolver os seus problemas.

"Em Dezembro – quando ambos Alfredo e Salshina não apareceram no encontro que organizámos entre eles, o primeiro-ministro e o comandante das f FFDTL – alguns deles ["peticionários"] começaram a interrogar-se se Reinado estava realmente a lutar pela sua causa seriamente." Disse que as tentativas do governo para atrair os seus apoiantes podem ter desencadeado a raiva de Reinado.

Fonseca disse também que num encontro entre Ramos-Horta e Reinado em Dezembro de 2007, o presidente tinha feito uma promessa a Reinado que ele e os seus apoiantes seriam automaticamente reinstalados nas forças militares.

"Não acuso o presidente," disse Fonseca ao IRIN, mas houve algumas concessões que não podiam ser feitas e penso que Reinado se sentiu traído de certo modo."

Disse que a Task Force tinha percorrido um longo caminho em conseguir que as FFDTL autorizassem os soldados peticionários a re-candidatarem-se para se juntarem às forças armadas, mas que as FFDTL nunca concordariam em simplesmente os reinstalar se candidatura ou processo de escrutínio.

Apesar de haver alguma preocupação que o funeral de Reinaldo em 14 de Fevereiro pudesse desencadear violência, milhares dos seus apoiantes juntaram-se pacificamente numa cerimónia na sua casa. Cantaram "Viva Alfredo" quando o seu caixão, embrulhado numa bandeira de Timor-Leste, foi enterrado no jardim da sua casa.
sm/bj/cb

Médicos optimistas com evolução Ramos-Horta após nova operação

Lisboa, 15 Fev (Lusa) - José Ramos-Horta voltou aos cuidados intensivos do Hospital de Darwin, após nova operação cirúrgica, bem sucedida, que leva a equipa médica a um prognóstico "optimista", disse hoje à Lusa a irmã do chefe de Estado timorense.

A intervenção cirúrgica "correu bem e os médicos estão optimistas em relação à evolução da situação", disse Romana Horta, contactada telefonicamente pela Lusa em Darwin, norte da Austrália.

Esta foi a quarta intervenção cirúrgica a que Ramos-Horta foi submetido, a terceira em Darwin, desde que foi gravemente ferido a tiro na sua residência em Díli segunda-feira, durante um ataque em que foi morto o major Alfredo Reinado.

A operação terminou ao início da tarde (hora local) e a família de Ramos-Horta aguarda agora por uma reunião com a equipa médica, em que será informada detalhadamente sobre a intervenção a que foi sujeito o chefe de Estado timorense.

Len Notaras, director do Royal Darwin Hospital, afirmou entretanto que o estado de Ramos-Horta, 58 anos, permanece "grave, mas estável", após a operação de hoje.

"Ele está ainda fortemente sedado, para permitir que descanse e recupere", disse Notaras, citado pela televisão australiana.

Romana Horta adiantou que na última visita ao irmão o encontrou em "estado de dormência", mas que "deu sinais de sentir" a presença dos familiares, e chegou mesmo a apertar a mão da irmã.

O pior, acredita, será quando José Ramos-Horta recuperar os sentidos.

"Acordar vai ser o pior. Não só a dor física, mas também a moral, o choque de saber que tudo isto lhe aconteceu, a ele que nunca fez mal a ninguém", disse à Lusa a irmã do chefe de Estadado timorense.

"Vê-lo assim, com todas aquelas máquinas, é um choque muito grande", afirmou Romana Horta.

A irmã de José Ramos-Horta encontra-se acompanhada da mãe e de outros familiares, e na quinta-feira recebeu outra má notícia: a da morte de uma tia de 101 anos de idade, residente nos arredores de Darwin.

"O José era o sobrinho predilecto dela", acrescentou Romana Horta.

O primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, visitou hoje José Ramos-Horta no hospital de Darwin, onde parou no regresso a Camberra após a visita que efectuou a Díli.

"Eu conheço o velho José, ele é um lutador. Ele ainda uma luta pela frente, mas ele é um lutador", referiu Kevin Rudd, citado pela ABC da Austrália.

Quarta-feira, o chefe da equipa de cirurgiões do hospital, Phil Carson, disse que a recuperação total de José Ramos-Horta deverá demorar seis meses.

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Lusa/Fim

Salsinha não diz o tal plano era raptar Ramos-Horta

"Sobre os ataques de segunda-feira - em que o presidente Ramos-Horta ficou gravemente ferido e o primeiro-ministro Xanana Gusmão escapou ileso a uma emboscada - Salsinha disse que eram parte de um plano "muito complicado", mas escusou-se a dar pormenores ou a dizer se pretendiam matar os dois dirigentes.

"Não vos direi qual era o plano desse ataque, só o farei quando for a tribunal", afirmou, mas acrescentou: "se quiséssemos tínhamos matado (Ramos-Horta) directamente".

Gastão Salsinha referiu ainda que Reinado concebeu o plano porque "alguma coisa não estava a correr bem", mas não elaborou."

Sucessor de Reinado afirma que não se rende sem luta

Lisboa, 15 Fev (Lusa) - O antigo tenente das forças armadas de Timor-Leste Gastão Salsinha, autoproclamado novo líder dos rebeldes timorenses, afirma numa entrevista hoje divulgada que está fortemente armado numa casa em Díli e que não se renderá sem luta.

Em declarações à estação de televisão australiana Channel Nine, Salsinha diz também que Alfredo Reinado foi abatido cerca de 25 minutos antes do presidente José Ramos-Horta ter sido ferido a tiro no ataque à sua residência, na segunda-feira.

"O meu comandante Alfredo Reinado foi a Metiaut (onde se situa a casa de Ramos-Horta). Foi primeiro morto pelas F-FDTL (Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste) e cerca de 25 minutos depois o presidente foi baleado", afirmou.

O tenente Salsinha afirma ter assumido o comando dos rebeldes depois da morte de Alfredo Reinado.

"Ele (Alfredo) era o meu comandante e eu era o seu adjunto. Como foi morto, claro que o substituirei", declarou.

"O meu objectivo é lutar por justiça", frisou.

"Se o exército timorense quiser capturar-me, defender-me-ei", disse ao Channel Nine, citado pela agência noticiosa australiana AAP.

"Também sou um soldado e por isso tenho dignidade como soldado, se um soldado me atacar, ripostarei", referiu.

Admitiu no entanto que se renderia se os seus adeptos lho pedissem.

"Se os meus adeptos quiserem que eu me entregue ao governo, estarei pronto a fazê-lo" - declarou.

Disse ainda que não é "inimigo da Austrália" e que apoia a presença de forças estrangeiras no país, afirmando: "eles estão aqui para ajudar o povo de Timor".

Sobre os ataques de segunda-feira - em que o presidente Ramos-Horta ficou gravemente ferido e o primeiro-ministro Xanana Gusmão escapou ileso a uma emboscada - Salsinha disse que eram parte de um plano "muito complicado", mas escusou-se a dar pormenores ou a dizer se pretendiam matar os dois dirigentes.

"Não vos direi qual era o plano desse ataque, só o farei quando for a tribunal", afirmou, mas acrescentou: "se quiséssemos tínhamos matado (Ramos-Horta) directamente".

Gastão Salsinha referiu ainda que Reinado concebeu o plano porque "alguma coisa não estava a correr bem", mas não elaborou.

"Queremos que toda a gente em Timor-Leste viva pacificamente sem medo, com justiça. É isso que esperamos", salientou.

Gastão Salsinha é um dos nomes que constam na lista de cinco novos mandados de captura assinados na noite de quinta-feira pelo juiz do processo, disse hoje à Lusa fonte ligada à investigação.

"Sim, Gastão Salsinha é um dos nomes que consta da lista de cinco novos mandados", disse a fonte escusando-se, contudo, a dar mais pormenores sobre o caso.

Os outros quatro mandados emitidos pelo juiz na sequência dos ataques a Ramos-Horta e Xanana Gusmão referem-se a membros das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste e da Polícia Nacional.

Três dos mandados de captura estão relacionados com o ataque à residência de José Ramos-Horta e os outros dois são para suspeitos de envolvimento no ataque à caravana de Xanana Gusmão, como explicou à Lusa uma fonte judicial.

Continuam válidos, ainda segundo a mesma fonte, os mandados de captura dos co-arguidos no processo em que o major Alfredo Reinado era acusado de homicídio, rebelião contra o Estado e posse ilegal de material de guerra.

Trata-se de 13 mandados de captura emitidos em 2007, de um conjunto de 17 suspeitos iniciais, entre os quais o próprio Alfredo Reinado.

Gastão Salsinha fazia para dos cerca de 600 peticionários das forças armadas que se amotinaram e foram despedidos pelo governo em 2006, num acto que desencadeou uma onda de violência que provocou pelo menos 37 mortos e mais de 150.000 desalojados, além de ter levado à queda do governo liderado por Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin.


CM/JCS/PRM
Lusa/fim

Timor-Leste: "É TUDO MENTIRA!"

Blog Pau Para Toda a Obra

Uma fonte muito credível em Díli afirmou ao PPTAO que "tudo o que se está a dizer sobre o atentado ao Zé Horta é mentira. Não houve atentado nenhum.

O que se passou é que o Horta tinha combinado um encontro secreto em sua casa com o Reinado para resolver de uma vez por todas o problema.

O Reinado foi para casa do Horta com dois homens e deixou outros quatro à distância a controlar a estrada. Ainda antes do nascer do Sol quando lá chegou foi-lhe dito por um dos seguranças que o Presidente tinha ido correr e que não estava.

O Reinado forçou a entrada e o segurança não gostou. Troca de palavras, ânimos exaltados e o segurança matou o Reinado e outro homem dele.

Entretanto, o Horta ouviu disparos e regressou a casa. Como os homens do Reinado que ficaram escondidos no exterior se aperceberam de coisa grave dispararam para o Horta quando ele passou.

É mentira que tenha sido um golpe de Estado. Era uma reunião combinada entre o Reinado e o Presidente. Pode-se dizer que era um pequeno-almoço que acabou em tragédia.

O Presidente depois de ficar bom pode dizer a verdade se quiser", estas as palavras importantíssimas e que vêm, de algum modo, provocar um volte-face sobre os acontecimentos, da nossa fonte credível a parir de Díli.

Esta nova versão tem algo de lógico e vejamos:

Foi sempre Ramos Horta que defendeu Alfredo Reinado;
Foi Ramos Horta que manteve encontros secretos com Alfredo Reinado para se negociar a situação do próprio major e dos outros peticionários;
Foi Ramos Horta que deu indicações "presidenciais" às Forças Armadas australianas para cessarem a perseguição a Alfredo Reinado;
Foi Ramos Horta que permitiu o regresso de Alfredo Reinado a Díli;
Foi Ramos Horta que não permitiu o cumprimento da decisão do tribunal no sentido de Alfredo Reinado ser detido e presente a julgamento e foi ainda Ramos Horta que entrou em litígio pessoal com os juízes portugueses em comissão de serviço em Timor-Leste, em grande parte devido à situação de Alfredo Reinado.

Na verdade, o major não tinha qualquer justificação para tomar uma posição de força contra o seu maior defensor.

Entretanto, o líder da Fretilin, Mari Alkatiri, em declarações à Lusa, manifestou uma posição de certo modo similar com a descrita pela nossa fonte de Díli. Num despacho da Lusa lê-se: Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin e ex-primeiro-ministrou, condenou os ataques mas lançou a sua dúvida metódica: "Que alguém explique por que razão queriam matar José Ramos-Horta, que foi quem mais 'protegeu', entre aspas, Alfredo Reinado".

Mourato Nunes em entrevista

Rádio Renascença
14-02-2008 23:25


O Comandante Geral da GNR refuta qualquer responsabilidade em eventuais quebras de segurança das mais altas figuras políticas timorenses.

Em entrevista à Renascença, o Tenente-General Mourato Nunes garante que o subagrupamento Bravo não teve conhecimento prévio de qualquer ameaça credível a Ramos Horta ou Xanana Gusmão.

O responsável lembra que a segurança daquelas entidades é da responsabilidade das forças timorenses e também diz que lhes cabia ter tomado medidas preventivas caso suspeitassem de um atentado.

Nesta conversa com o jornalista Celso Paiva, o responsável máximo da GNR afirma ainda que está pronto para reforçar o contingente em Timor, desde que seja tomada essa decisão política.

ML/Celso Paiva

A INDEPENDÊNCIA DE TIMOR-LESTE

Blog Quinto poder
Sexta-feira, Fevereiro 15, 2008

A pergunta e a reflexão poderão ser crueis e politicamente incorrectas.
Será Timor Leste um Estado independente?

Não é. E não por causa de ameaças externas.

O Estado de Timor Leste para existir, para se manter, para não implodir e para não se desagregar, depende da presença da GNR portuguesa e, sobretudo, da presença de um largo contingente de tropas australianas.

Ou seja : estamos de novo a assistir a um regime de protectorado, tal como os que existiam antes dos processos de descolonização terem tido início.

// posted by mss

A caminho do Protectorado

Blog Pau para toda a obra

A caminho do Protectorado

Um contingente de 120 militares e 70 agentes policiais australianos deverá chegar a Díli na tarde terça-feira, estando já a ser ultimados os preparativos para a sua viagem, confirmou à Lusa fonte do Ministério da Defesa australiano.

O reforço de militares e polícias foi anunciado hoje pelo primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, em resposta a um pedido nesse sentido do seu homólogo timorense.

O grupo que parte para Díli é formado por uma companhia de infantaria, do 3º batalhão do Royal Australian Regiment, sedeado em Sydney, que será apoiado pela fragata HMAS Perth, que ficará no porto de Díli em apoio.

Seguem também para Díli 70 agentes da Polícia Federal Austrália, corpo que já tem uma presença em Timor-Leste onde estão actualmente 780 efectivos das forças de segurança australiana.

"Para já não há calendário para a permanência destes elementos. Isso ainda não está planeado", disse a fonte do Ministério da Defesa em Camberra, contactada telefonicamente pela Lusa.
"Trata-se de uma companhia de infantaria. Foi escolhida porque, rotativamente, era a que estava preparada para reagir em qualquer momento", afirmou.

O primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, anunciou hoje o reforço "imediato e forte" das forças militares e policiais da Austrália em Timor-Leste.

Em conferência de imprensa, Kevin Rudd anunciou que o reforço surge em resposta a um pedido do governo timorense que pediu um reforço "substancial e significativo" ao que a Australia vai responder "rápida e positivamente".

"Vamos responder de forma imediata com o envio de uma companhia (das forças de Defesa) e o destacamento de entre 50 a 70 agentes policiais", disse em Camberra.

O chefe do governo australiano classificou os incidentes de hoje em Timor-Leste como "uma tentativa coordenada de assassinar toda a liderança" timorense, o que classificou como "um desenvolvimento preocupante".

"Quando se tem algo tão grave como a tentativa de assassinato de toda a liderança democraticamente eleita de um dos nossos vizinhos, é um momento desestabilizador que requer a resposta de uma força apropriada e necessária", afirmou.

"Essa é a decisão dos timorenses e nós respondemos de acordo com esse pedido", afirmou.
Rudd confirmou ainda que vai visitar Díli ainda esta semana, na sequência do ataque que feriu o presidente timorense, José Ramos-Horta.

Em conferência de imprensa Rudd explicou que decidiu aceitar um convite para visitar homólogo timorense, Xanana Gusmão, com quem conversou hoje ao telefone na sequência dos ataques de que o Presidente e o primeiro-ministro foram alvos em Díli.

"O primeiro-ministro Xanana Gusmão pediu-me para visitar Timor-Leste e eu decidi responder a esse convite", afirmou.

Publicada por joão severino

Em Timor...

Blog Janela Indiscreta
Quinta-feira, 14 de Fevereiro de 2008

A situação em Timor não entusiasma Portugal como noutros tempos, os tempos dos panos brancos e das velas acesas. Ainda assim, mexe com os nosso valores e sentimentos, e por isso estes dias têm sido de apreensão. Mas também de reflexão.

José António Barreiros, no blog Revolta das Palavras, escreve: “No dia dos atentados, às primeiras horas não havia policiamento, os «internacionais» pairavam expectantes. Nota-se que não há Estado quando a segurança falha; mas o Estado já falhou quando se criaram as condições para que a segurança não seja possível”.

No Corta-fitas, Pedro Correia afirma que estes atentados “não são actos isolados: são as mais recentes manobras para pôr fim a uma certa visão de Timor como membro do espaço lusófono. Não entender isto é não entender nada. (...) A hora não é de falar - é de agir, nomeadamente com o reforço dos efectivos policiais que nos foram já solicitados.”

Rui Costa Pinto, no blog Mais Actual concorda e escreve: “O apoio é desejado pelos portugueses. José Sócrates esteve bem na declaração oficial após os atentados. Apesar de ainda não se saber exactamente o que se passou, uma coisa é certa: a força da ONU falhou”.

Sobre apoios, nomeadamente o reforço da presença portuguesa, com algum pragmatismo, pergunta Medeiros Ferreira no Bichos Carpinteiros: “No estado actual da compressão de despesas em Portugal é conveniente explicar muito bem quem pagará um reforço das forças da GNR em Timor. Se não for no quadro da ONU será vantajoso perceber a natureza do mandato dessas forças antes de as enviar”.

Perguntas é também o que deixa Nancy B no blog Geração rasca. Eis duas delas:”- Qual a razão do comando das forças internacionais pertencer à Austrália?- Que tipo de ligações existem entre os membros das Falintil e os grandes grupos económicos interessados na exploração do petróleo em Timor?”.

Perguntas que ficam bem ao lado deste post curto de Rodrigo Moita de Deus no 31 da Armada:“Em Timor continua a balbúrdia. Enfiados nos quartéis para evitar balas perdidas, os australianos fazem a figura que os portugueses fizeram no princípio da década de setenta. Talvez os indonésios se lembrem de enviar outra "força de manutenção da paz".

Humor negro que dá que pensar.

Paulo Gorjão acrescenta este ponto conspirativo e desconfiado no blog Cachimbo de Magritte: “começou o jogo do gato e rato com o intuito de encontrar um bode expiatório para o sucedido. Como de costume, os timorenses apontam o dedo para o exterior. Não é por nada, mas eu começava por olhar para o interior para se perceber como é que aqui se chegou”.

Liliana Fernandes, no blog Gosto e Contragosto, prefere lembrar o que muitas vezes esquecemos:“Timor-Leste é quase virgem no que diz respeito aos sistemas judicial e policial e, por isso, quando existe algo para resolver, a primeira coisa a ser premida é o gatilho de uma qualquer arma”.

Remato com Ângela Carrascalão, no blog Timor Lorosae Nação, que escreve apenas:
“Não acredito que haja um timorense que se preze que esteja interessado em subir ao Poder espezinhando, esmagando, matando outro timorense...”

Da desconfiança à ingenuidade, da conspiração ao crédito, há de tudo, como se vê. Só não há um território em paz lá para os lados de Timor.

publicado por PRD às 22:59

Uma bala pode "ferir um presidente mas não os valores da democracia" - Xanana Gusmão

Díli, 15 Fev (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, disse hoje, a propósito do ataque que feriu José Ramos-Horta, que uma bala pode ferir um presidente mas não os valores da democracia.

"Uma bala pode ferir um presidente mas nunca pode penetrar nos valores da democracia", afirmou Xanana Gusmão.

O primeiro-ministro falava no final de um encontro com o seu homólogo australiano, Kevin Rudd, que se deslocou hoje a Díli para manifestar solidariedade e apoio ao Estado e ao povo timorense em virtude dos ataques de segunda-feira por parte do grupo liderado por Alfredo Reinado a duas instituições do Estado.

Kevin Rudd, que hoje efectuou uma visita de poucas horas a Díli, reafirmou a amizade australiana nos bons, maus e difíceis momentos de desenvolvimento do país.

O líder do Governo australiano manteve encontros com Xanana Gusmão, com o presidente interino Fernando "La Sama" de Araújo e com o secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri.

Kevi Rudd deixou Díli ao início da tarde, seguindo para Darwin onde esteve no Royal Hospital em contacto com a equipa que tem tratado Ramos-Horta e com o próprio presidente timorense.

JCS/PRM.
Lusa/Fim

NOTA DE RODAPÉ:

Mas Xanana esqueceu-se de acrescentar que além de ferir um presidente, também pode calar quem o acusava de traidor... Mandados de captura?! Pfff...

Forças de segurança continuam operação capturar rebeldes

Diário Digital
15-02-2008 10:43:30

As forças de segurança timorenses e internacionais continuam hoje a operação militar para capturar cerca de 30 soldados rebeldes que na segunda-feira passada tentaram assassinar o presidente de Timor-Leste, José Ramos Horta, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

O chefe do exército australiano, Angus Houston, que hoje foi a Díli junto com o primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, disse que há suspeitas de que os rebeldes estejam escondidos nas montanhas, após fugir da capital.

«Correm pelo país e estão a criar problemas para o Governo de Timor-Leste. Ajudaremos as autoridades a levá-los à Justiça», disse Houston à imprensa australiana.

Em declarações à televisão australiana Canal Nine, o ex-tenente Gastão Salsinha disse que está no comando dos fugitivos e que não tem intenção de se render.

«Se o exército do Timor-Leste me vier capturar, vou-me defender», disse o oficial rebelde.

Salsinha, que disse apoiar a presença de tropas estrangeiras no território, acrescentou: «se os meus seguidores pedirem que me entregue ao Governo, então farei isso».

O militar rebelde descreveu os ataques a Ramos Horta, atingido com três tiros e que permanece hospitalizado na Austrália, e a Gusmão, que saiu ileso, como parte de um «complicado plano» traçado com dias de antecedência.

O procurador-geral do Timor-Leste, Longuinhos Monteiro, confirmou que emitiu 18 mandados de captura e que está a preparar mais cinco, admitindo que este número aumente nos próximos dias.

Segundo Monteiro, o respectivo gabinete recebeu três dias antes dos atentados informações sobre os planos do ex-comandante Alfredo Reinado para atacar Ramos Horta.

Reinado e outro rebelde morreram no tiroteio com os seguranças do presidente timorense.

«Sim, tínhamos a informação três dias antes, mas não tínhamos recursos para analisá-la», afirmou Monteiro, acrescentando que os dados que tinham não sugeriam que os rebeldes estivessem a ponto de lançar um ataque.

Terça-feira, a Austrália reforçou a presença militar em Timor-Leste com o envio de 350 soldados e policiais, que se uniram ao contingente da ONU, formado por cerca de 1.700 efectivos.

O Parlamento timorense prorrogou quarta-feira passada e até 23 de Fevereiro o estado de exceção declarado no mesmo dia dos ataques.

«Queremos que os nossos parceiros estejam em paz e tenham segurança a longo prazo, por isso, estaremos sempre abertos aos nossos amigos, aqui em Díli, em tudo o necessário no futuro», disse hoje o primeiro-ministro australiano, na sua visita a Timor-Leste.

Após a visita a Timor-Leste, Rudd visitou Ramos Horta no Hospital Real de Darwin, onde permanece internado desde segunda-feira passada e onde já foi submetido a duas cirurgias.

PM australiano visitou Ramos-Horta no hospital de Darwin

Darwin, Austrália, 15 Fev (Lusa) - O primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, visitou hoje o presidente timorense, José Ramos-Horta, no hospital de Darwin, Norte da Austrália, onde se encontra a recuperar dos ferimentos sofridos no ataque de segunda-feira contra a sua residência.

"Visitei-o simplesmente e dirigi-lhe algumas palavras", disse Rudd, que parou em Darwin no regresso a Camberra após a visita que efectuou hoje a Díli.

"Eu conheço o velho José, ele é um lutador. Ele ainda uma luta pela frente, mas ele é um lutador", referiu o primeiro-ministro australiano, citado pela ABC da Austrália.

José Ramos-Horta, 58 anos, foi ferido a tiro com gravidade num ataque contra a sua residência em Díli, em que o militar rebelde Alfredo Reinado foi morto, e encontra-se em coma induzido.

O presidente timorense e prémio Nobel da Paz será hoje submetido a uma quarta intervenção cirúrgica, segundo o último boletim médico divulgado pelo Royal Darwin Hospital.

O boletim médico indica também que Ramos-Horta continuará em coma induzido até pelos menos à próxima semana.

"O presidente precisa de continuar a descansar e a recuperar, e os médicos estão satisfeitos com os seus progressos", segundo o comunicado do hospital.

Trata-se da quarta intervenção cirúrgica a que o presidente timorense é submetido, na sequência do atentado de segunda-feira.

Quarta-feira, o chefe da equipa de cirurgiões do hospital, Phil Carson, disse que a recuperação total de José Ramos-Horta deverá demorar seis meses.

"Se tudo correr bem, em duas semanas começará a poder movimentar-se e antecipamos seis semanas para se sentir melhor e seis meses para ter ultrapassado totalmente o seu ferimento", afirmou então Phil Carson.

PNG/CM.
Lusa/Fim

The Australian Prime Minister meets UN Special Representative in Dili

UNMIT

Dili – 15 February, 2008 During a quick visit to Dili today, Australian Prime Minister Kevin Rudd met briefly with Special Representative of the Secretary-General Atul Khare.

Mr. Khare thanked the Australian Prime Minister for the additional contribution of security personnel after the shooting incidents earlier this week and told Mr. Rudd that the addition deployment of 210 military and police personnel would be of great assistance in apprehending the perpetrators of the attacks.

Mr. Rudd thanked the UN for its support and for the recent statement of the Secretary-General, and told the Special Representative that he was confident Australia and the UN would together help Timor-Leste succeed.

The two men also spoke about the ongoing training and mentoring of the National Police of Timor-Leste, and Mr. Khare expressed appreciation for Australia’s willingness to assist with significant long-term bilateral training assistance.

For more information, please call Allison Cooper on +670 7230453


Tradução:

Primeiro-Ministro Australiano encontra-se com Representante Especial da ONU em Dili
UNMIT


Dili – 15 Fevereiro, 2008 Durante uma rápida visita hoje a Dili, o Primeiro-Ministro Australiano Kevin Rudd encontrou-se brevemente com o Representante Especial do Secretário-Geral Atul Khare.

O Sr. Khare agradeceu ao Primeiro-Minisro Australiano pela contribuição adicional de pessoal da segurança depois dos incidentes de tiros no princípio desta semana e disse ao Sr. Rudd que o envio de mais 210 militares e polícias darão uma grande assistência na captura dos perpetradores dos ataques.

O Sr. Rudd agradeceu à ONU o seu apoio e pela recente declaração do Secretário-Geral e disse ao Representante Especial que estava confiante que a Austrália e a ONU juntas ajudariam Timor-Leste a ter sucesso.

Os dois homens falaram também acerca da formação e acompanhamento em curso da Polícia Nacional de Timor-Leste, e o Sr. Khare expressou agrado pela disponibilidade da Austrália a assistir com significativa assistência de formação bilateral de longo-prazo.

Para mais informação, por favor ligue Allison Cooper em +670 7230453

NOTA DE RODAPÉ:

Atul Khare acaba de passar um atestado de incompetência à UNPOL, que já inclui muitos polícias australianos.


Estes novos polícias que acabam de chegar não vão estar sob o comando da UN. Porquê?

Gastão Salsinha com mandado de captura

Díli, 15 Fev (Lusa) - Gastão Salsinha, tenente das forças armadas timorenses, é um dos nomes que constam na lista de cinco novos mandados de captura assinados na noite de quinta-feira pelo juiz do processo, disse hoje à Lusa fonte ligada à investigação.

"Sim, Gastão Salsinha é um dos nomes que consta da lista de cinco novos mandados", disse a fonte ao escusar-se, contudo, a dar mais pormenores sobre o caso.

Gastão Salsinha liderou o ataque na segunda-feira à caravana do primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, de acordo com testemunhas ouvidas pela Lusa, pouco depois do ataque em que o Presidente da República, José Ramos-Horta, foi gravemente ferido e em que foi morto o major Alfredo Reinado.

Em declarações divulgadas pela BBC, o tenente Gastão Salsinha assumiu-se como o novo líder dos rebeldes e disse que a intenção do ataque que liderou era raptar Xanana Gusmão e não assassinar o primeiro-ministro.

Referiu também que, no ataque à residência de Ramos-Horta, foi a segurança presidencial que iniciou os disparos, abatendo Alfredo Reinado.

Os outros quatro mandados emitidos pelo juiz na sequência dos ataques a Ramos-Horta e Xanana Gusmão, referem-se a membros das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste e da Polícia Nacional.

Três dos mandados de captura estão relacionados com o ataque à residência do Presidente José Ramos-Horta e os outros dois são para suspeitos de envolvimento no ataque à caravana de Xanana Gusmão, como explicou à Lusa uma fonte judicial.

Continuam válidos, ainda segundo a mesma fonte, os mandados de captura dos co-arguidos no processo em que o major Alfredo Reinado era acusado de homicídio, rebelião contra o Estado e posse ilegal de material de guerra.

Trata-se de 13 mandados de captura emitidos em 2007, de um conjunto de 17 suspeitos iniciais, entre os quais o próprio Alfredo Reinado.

Desses 17, dois suspeitos estão em prisão preventiva e começaram a ser julgados em Dezembro de 2007.

Alfredo Reinado e Leopoldino Mendonça Exposto, que integravam a lista de 17 suspeitos, foram mortos durante o ataque à residência do Presidente da República.

Ambos foram enterrados quinta-feira, no quintal da casa de Alfredo Reinado, no Bairro Marconi, em Díli.

JCS/PRM.
Lusa/Fim


NOTA DE RODAPÉ:

E onde está dito que "a intenção do ataque que liderou era raptar Xanana Gusmão e não assassinar o primeiro-ministro"?

A notícia da BBC:

http://news.bbc.co.uk/2/hi/asia-pacific/7245454.stm

E Timorese rebels deny murder bid

One of the rebels involved in the twin attacks on the East Timorese president and prime minister has denied attempting to assassinate them.

Gastao Salsinha told the BBC that security personnel for President Jose Ramos-Horta started the fire fight that killed rebel chief Alfredo Reinado.

Speaking from hiding, Mr Salsinha said he had now taken over as rebel leader.

The president was seriously hurt in Monday's attack, but PM Xanana Gusmao escaped practically unscathed.

Mr Ramos-Horta is still being treated for bullet wounds in Darwin, Australia, after Monday's attack at his residence.

Mr Salsinha, who is believed to have played a central role in the attack on Mr Gusmao's convoy, told the BBC: "If our intention was to ambush the PM, he wouldn't have escaped."

In regard to the shooting of Mr Ramos-Horta, he said: "It wasn't Major Alfredo who started the attack, it was the presidential security."

About 1,000 people attended the funeral of Alfredo Reinado, a former military officer, in the capital Dili on Thursday.

A procession of family and followers wove through the streets, applauding and chanting Roman Catholic prayers.

Manhunt

The attacks were widely assumed to have been assassination attempts although there has also been speculation of a botched abduction bid.

A state of emergency remains in place in the country and UN peacekeepers are out in force.
UN troops have been in East Timor since a wave of street violence in mid-2006.

A group of rebel soldiers with grievances dating back to that unrest is thought to have carried out Monday's attacks.

Australian-led international forces are conducting a manhunt for the remaining rebels out in the hills behind Dili. On Friday, Australian Prime Minister Kevin Rudd is to hold talks with Mr Gusmao during a visit to East Timor, which won independence in 2002 after decades under Indonesian rule.

Ramos Horta submetido hoje a nova intervenção cirúrgica - boletim médico

Darwin, Austrália - O presidente timorense, José Ramos Horta, vai ser hoje submetido a nova intervenção cirúrgica e continuará em coma induzido até pelos menos a próxima semana, anunciou hoje o Royal Hospital de Darwin num novo boletim clínico.

"O presidente precisa de continuar a descansar e a recuperar, e os médicos estão satisfeitos com os seus progressos", refere o comunicado do hospital.

Trata-se da quarta intervenção cirúrgica a que o presidente timorense é submetido, na sequência do atentado de segunda-feira.

José Ramos Horta foi gravemente ferido a tiro segunda-feira, na sua residência em Díli, num ataque em que foi morto o major Alfredo Reinado, que estava fugido à justiça.

Depois de assistido no hospital de campanha australiano em Díli, onde foi operado, José Ramos-Horta foi transferido ainda segunda-feira para Darwin, Norte da Austrália, onde até hoje tinha sido submetido a duas intervenções cirúrgicas.

No mesmo incidente ficou ferido o tenente Celestino Gomes, da guarda presidencial, que foi transferido para o mesmo hospital australiano e onde, segundo o boletim médico de hoje, foi novamente operado.

Está a ser continuamente observado por uma equipa de neuro-cirurgiões e o seu estado foi descrito como "estável".

Quarta-feira, o chefe da equipa de cirurgiões do hospital, Phil Carson, disse que a recuperação total do presidente José Ramos Horta deverá demorar seis meses.

"Se tudo correr bem, em duas semanas começará a poder movimentar-se e antecipamos seis semanas para se sentir melhor e seis meses para ter ultrapassado totalmente o seu ferimento", afirmou Phil Carson.
CM/PNG-Lusa/Fim

Dois tiroteios no ataque a Ramos Horta, conta vizinho de presidente

Díli, 15 Fev (Lusa) - Tiros contínuos e um tiro isolado são sons de que um vizinho de Ramos Horta se recorda dos acontecimentos de segunda-feira, em que o presidente timorense foi gravemente ferido num ataque dirigido pelo ex-major Alfredo Reinado.

"Por duas vezes tiros contínuos e um tiro isolado" é a descrição feita por Fernando Encarnação, que mora junto da residência de Ramos Horta.

Fernando Encarnação estava deitado quando, contou à agência Lusa, foi "acordado por um barulho" que lhe pareceu "uma série de tiros".

"Não sei precisar quantos mas fui acordado pelo barulho entre as 06:30 e as 06:40", contou à agência Lusa em Timor-Leste.

"Levantei-me e ainda chamei por um rapaz que trabalha comigo e vive na minha casa mas ele não respondeu e cinco ou dez minutos depois voltei para a cama", explicou.

Entre as 06:45 e as 06:50 "uma nova vaga de tiros contínuos" do que a Fernando Encarnação "pareceu metralhadora".

"Vesti-me e vim para a porta e quando chego à rua ouvi o último disparo que terá sido um tiro isolado", contou.

Entre a primeira e segunda vagas de tiros, Fernando Encarnação ligou para a segurança das Nações Unidas por quem foi informado já terem conhecimento do caso e a quem prometeram ligar mais tarde, um telefonema que "nunca chegou" talvez porque as linhas telefónicas terão ficado rapidamente congestionadas.

Fernando Encarnação viu entre as 07:00 e as 07:05 chegar o primeiro carro da UNPOL que ficou estacionado a impedir a passagem de quaisquer veículos a cerca de 500 metros da casa de Ramos Horta e pouco tempo depois passou uma ambulância que rapidamente fez o percurso inverso e que deveria transportar o presidente.

"Depois foi a confusão. Quis aproximar-me da casa de Ramos Horta mas fui impedido e mais do que isto não vi", acrescentou para concluir que as pessoas da zona falam na presença de "dois jipes com gente armada" e que a troca de fogo ocorreu entre os grupos armados e as Forças de Defesa de Timor-Leste.

JCS/PRM
Lusa/Fim

Kevin Rudd em Díli para salientar apoio e solidariedade em todos os momentos

Díli, 15 Fev (Lusa) - O primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, reafirmou hoje em Díli a amizade australiana nos “bons, maus e difíceis momentos” de desenvolvimento do país.

"Estando lado a lado, e numa altura em que a democracia de Timor-Leste sofreu um ataque, a Austrália sublinha a sua amizade com Timor-Leste nos bons momentos, nos maus momentos e nos momentos difíceis. E este é um momento difícil", afirmou Kevin Rudd numa curta declaração aos jornalistas à saída de um encontro com o Presidente em exercício, Fernando "La Sama" de Araújo.

Kevin Rudd disse também que a Austrália "é um parceiro" das autoridades de Timor-Leste na área da segurança e do desenvolvimento económico.

O mesmo responsável destacou também a antiga amizade pessoal que mantém com Ramos Horta e destacou a solidariedade sempre demonstrada pelo Governo e povo australianos para com Timor-Leste e a sua população.

O chefe do Governo de Camberra acrescentou também que a Austrália fez tudo desde o primeiro momento para prestar a melhor assistência médica a Ramos Horta que foi alvo de uma tentativa de homicídio e disse que no seu regresso ao país vai passar em Darwin para agradecer à equipa médica que tem tratado o líder timorense.

Na sequência dos ataques e a pedido das autoridades timorenses, a Austrália reforçou a sua presença militar em Timor-Leste dispondo agora de mais de mil efectivos, após a chegada de um navio de guerra e de mais 300 polícias e soldados.

No programa da curta visita de Kevin Rudd a Díli, o chefe do Governo australiano foi recebido em audiências separadas pelo primeiro-ministro, Xanana Gusmão, e pelo presidente interino, Fernando "La Sama" de Araújo.

Fernando "La Sama" de Araújo disse, por sua vez, que Kevin Rudd tinha "mostrado e reafirmado" a amizade do povo da Austrália com o povo de Timor-Leste, e manifestado a disponibilidade de ajudar em todas as áreas que forem necessárias, uma solidariedade que sentiu também na sua recente visita a Portugal, interrompida devido aos ataques que Ramos Horta e Xanana Gusmão foram alvo na segunda-feira.

O chefe de Estado em exercício salientou ainda que ordens de captura serão emitidas na sequência dos ataques segunda-feira a Ramos Horta e Xanana Gusmão, mas não especificou sobre quem recaíam as ordens de detenção.

Entretanto a agência Lusa apurou em Díli que foram emitidos na noite de quinta-feira cinco novos mandados de captura relacionados com os ataques e que nenhuma das ordens de captura se destina a elementos civis.

Além destes cinco novos mandados, continuam válidos 13 de 17 outros emitidos em 2007 sobre o grupo de Alfredo Reinado.

Do grupo de 17, dois referem-se a dois co-arguidos no processo de Alfredo Reinado, cujo julgamento se iniciou em Dezembro de 2007, e que se encontram em prisão preventiva e outros dois ao próprio Alfredo Reinado e a Leopoldino Mendonça Exposto, que foram mortos no ataque à casa de Ramos Horta.

JCS/PRM
Lusa/Fim

"O dia mais perigoso da minha vida", diz Kirsty Sword-Gusmão

Díli, 15 Fev (Lusa) - Kirsty Sword-Gusmão, mulher do primeiro-ministro de Timor-Leste, afirmou hoje à Agência Lusa que viveu na manhã do ataque à caravana de Xanana Gusmão "o dia mais perigoso" da sua vida.

Kirsty Sword-Gusmão declarou que o tenente Gastão Salsinha, um dos militares rebeldes alvo de um mandado de caputra, liderou o ataque de segunda-feira e tentou levar armas dos seus seguranças.

"Acho que posso dizer que foi o dia mais perigoso da minha vida e foi, certamente, uma experiência que não gostaria de voltar a repetir", declarou Kirsty Sword-Gusmão à Lusa.

A ex-primeira dama de Timor-Leste e os três filhos do casal Gusmão foram retirados da sua residência em Balíbar num blindado do subagrupamento Bravo da GNR, após o ataque à caravana em que seguia, na direcção de Díli, o primeiro-ministro.

As três viaturas em que seguiam Xanana Gusmão e a sua escolta foram emboscadas na estrada sinuosa que desce para Díli a partir de Balíbar, a cerca de 30 minutos da capital.

Um primeiro ataque aconteceu em Díli, contra a residência do Presidente da República, em que José Ramos-Horta ficou ferido com gravidade e que em que foi morto o major Alfredo Reinado e um dos seus homens.

A notícia do ataque contra o Presidente foi dado ao casal Gusmão por um condutor do primeiro-ministro, "cerca das 07:30 da manhã", segundo Kirsty Sword-Gusmão, que "estava a vestir as crianças para a escola, como todas as segundas de manhã".

"O conselho do secretário de Estado da Segurança (Francisco Guterres) era que permanecêssemos em casa", contou a mulher do primeiro-ministro à Lusa.

"Claro que, quando ouviu do ataque e dos rumores de que o Presidente estava ferido, o meu marido vestiu-se muito à pressa, para sair. Não é preciso dizer que não fiquei surpreendida", recordou Kirsty Sword-Gusmão.

"Minutos depois da saída do Xanana, os meus guardas vieram dizer-me que a casa estava cercada por homens armados. As crianças estavam a sair do banho, mas ainda não estavam vestidas e eu apressei-as".

"Tinha as mãos a tremer, porque não sabia o que fazer", recordou a mulher de Xanana Gusmão, de origem australiana, referindo que colocou os filhos debaixo da cama e tentou acalmá-los.

Quando ligou a Xanana Gusmão e obteve finalmente resposta pelo telemóvel, Kirsty Sword-Gusmão percebeu que o marido estava a ser atacado.

"Só ouvi o Xanana a gritar e disparos", contou.

"Queria contar-lhe que estávamos cercados, mas percebi de imediato que ele tinha os seus próprios problemas e que tinha coisas mais importantes a resolver", disse.

Na casa dos Gusmão, "a situação era muito vulnerável, porque não se sabia quantos homens estavam na montanha por cima". A segurança reduzia-se aos três guarda-costas de Kirsty Sword-Gusmão.

Essa situação demorou "cerca de hora e meia", até a mulher e os filhos de Xanana Gusmão serem transportados para Díli numa operação da GNR.

Os militares do subagrupamento Bravo da GNR chegaram à residência de Xanana Gusmão cerca das 09:15.

"Sei também que as Forças de Estabilização Internacionais (ISF) estavam na área desde as 08:30", acrescentou Kirsty Sword-Gusmão.

O tenente Gastão Salsinha liderou o ataque contra a caravana do primeiro-ministro, disse Kirsty Sword-Gusmão, porque depois da emboscada falou com os guardas da casa, "pedindo armas".

"Gastão Salsinha e os meus guardas trocaram algumas palavras. Não penso que quisesse fazer-nos mal, porque ele sabia que o primeiro-ministro já não estava em casa", afirmou.

De todo o incidente, Kirsty Sword-Gusmão recorda os momentos de medo, sobretudo pelos três filhos.

"Queriam saber o que se passava. E eu queria que eles me obedecessem. Dei-lhes brinquedos e livros para se entreterem.

PRM/JCS.
Lusa/Fim

NOTA DE RODAPÉ:

Os miltares australianos estavam por perto e não foram a correr quando ouviram os tiros??? Talvez não tenha havido tiros, não é?

Pelo menos a GNR não ouviu...


Aldrabona, vigarista, mentirosa...

Gastão Salsinha assume-se como o novo líder dos rebeldes

Público, 15.02.2008
Isabel Gorjão Santos

O primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, vai hoje a Díli manifestar o seu apoio ao
Governo de Timor-Leste

Centenas de pessoas acompanharam ontem o funeral do ex-major Alfredo Reinado, que foi morto na noite de domingo (manhã de segunda-feira em Díli) durante um ataque à residência do Presidente timorense, José Ramos Horta. A cerimónia foi acompanhada pelas forças policiais e decorreu sem incidentes.

Em declarações à BBC, o tenente Gastão Salsinha, apontado como comandante da emboscada a Xanana Gusmão, disse que era ele, agora, o líder dos rebeldes.

Reinado, que liderou o atentado contra Ramos-Horta, mas acabou por ser morto antes de o Presidente timorense ter sido baleado, foi enterrado em casa do seu pai adoptivo, Vítor Alves, juntamente com um dos seus homens, Leonardo, que também morreu no ataque à residência presidencial.

À frente dos caixões, cobertos com a bandeira de Timor-Leste, foi colocada uma faixa onde se lia: "Adeus herói, talvez tenhas partido mas o teu espírito continua connosco." Reinado contava com o apoio de determinados grupos de jovens que o encaravam como um líder. Acusado de vários crimes, liderava desde 2006 uma revolta impulsionada pela expulsão de 600 soldados do Exército pelo então primeiro-ministro Mari Alkatiri. Até então tinha chefiado a polícia militar timorense.

Um dos homens que colaborava com Reinado era Gastão Salsinha, que terá liderado o segundo ataque, contra o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, logo após aquele em que Ramos-Horta ficou ferido. Salsinha continua escondido, mas disse ontem à BBC que foi a segurança pessoal de Ramos-Horta que começou os disparos. "Não foi o major Alfredo que começou o ataque, foi a segurança presidencial."

Disse também que, se a intenção fosse fazer uma emboscada ao primeiro-ministro, "ele não teria escapado". E que agora assumia o comando dos rebeldes.

O estado de saúde de Ramos-Horta, que ficou gravemente ferido na sequência do ataque e já foi sujeito a três intervenções cirúrgicas, continua a evoluir favoravelmente. O Presidente permanece em coma induzido e só deverá acordar "nos próximos dias", adiantou a directora da unidade de cuidados intensivos do Royal Hospital Darwin, Dianne Stephens. "Não houve complicações e estamos muito satisfeitos com o progresso registado até agora", disse à Lusa.

Os líderes dos vários partidos políticos timorenses, que ontem se reuniram nas instalações da missão das Nações Unidas em Timor-Leste, UNMIT, condenaram energicamente os ataques ao Presidente e primeiro-ministro e salientaram que devem ser tomadas fortes medidas no sentido de deter e julgar os autores.

A crise em Timor-Leste foi também abordada no Parlamento australiano. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Stephen Smith, disse que a situação no país, em estado de sítio até dia 23, é "tensa mas calma". Camberra já enviou para Timor-Leste um reforço de 350 militares e hoje o primeiro-ministro, Kevin Rudd, viajará para Díli. "Nesta altura difícil é importante que a Austrália envie uma mensagem clara de que estamos absolutamente determinados a responder ao pedido de apoio feito pelo Governo de Timor-Leste", disse à AFP.

Leandro Isaac chegou a unir-se brevemente a Alfredo Reinado e aos seus homens; agora diz que a sua rebelião acabou a Alfredo Reinado poderia querer raptar o Presidente e matar o primeiro-ministro timorenses, num plano para expulsar as forças estrangeiras e obrigar à realização de eleições, disse ontem à Reuters um antigo confidente do major rebelde enterrado em Díli. "Se o primeiro-ministro estivesse morto, haveria eleições imediatas. Está na Constituição", afirmou o ex-deputado Leandro Isaac, que chegou a juntar-se a Reinado, mas se afastou por se opor à sua revolução armada.

Isaac acredita que Reinado planeava manter Ramos-Horta em seu poder e usar isso para obrigar as forças estrangeiras a saírem do país, assim como os juízes e os procuradores estrangeiros. "Ele acreditava que a presença destas pessoas é uma fonte de injustiça em Timor", afirmou Isaac.

Reinado desertou em Maio de 2006 para se juntar a 600 ex-oficiais que se queixavam de discriminação. Seguiu-se uma vaga de violência em que morreram pelo menos 37 pessoas e 150 mil fugiram das suas casas. Acusado de assassínio, esteve fugido e negociou depois uma rendição pacífica.

"O Presidente não era o inimigo "número um" do Reinado porque concordou com quase todas as suas exigências. É incompreensível que Reinado tenha tentado matá-lo", disse Isaac. Horta aceitara que Reinado seria julgado num tribunal militar e permitira que formasse um batalhão com tropas da zona ocidental de Timor, de onde o major era natural.

Reinado gozava de amplo apoio entre a juventude, mas Isaac diz que tinha poucos seguidores armados e que estes ficaram enfraquecidos com a sua morte. Ao mesmo tempo, os ataques a Xanana e Horta, os líderes mais populares do país, significam o fim da sua causa. "Por isso é que não tem havido reacção nos últimos dias. Os jovens estão tristes e confusos. Apoiavam o Alfredo, mas ele tentou matar os líderes que eles adoram." Reuters

A comunidade internacional não é directamente responsável pela situação em Timor-Leste, mas deve "assumir as suas responsabilidades", nomeadamente as que decorrem de "um ponto de vista economicista", afirmou ontem, aos jornalistas, em Lisboa, o embaixador António Monteiro.
À margem de um seminário sobre o serviço diplomático português, na Assembleia da República, António Monteiro deixou um "apelo para que o processo de entendimento entre os timorenses continue" e sublinhou que a situação não se resolverá com "modelos impostos" de fora.

O ex-Presidente da República Mário Soares destacou o "papel singular e extraordinário" da GNR para controlar a situação no território, mas realçou que um reforço do contingente passa por um pedido da ONU.

S.B.

UNMIT – MEDIA MONITORING - Friday, 15 February 2008

"UNMIT assumes no responsibility for the accuracy of the articles or for the accuracy of their translations. The selection of the articles and their content do not indicate support or endorsement by UNMIT express or implied whatsoever. UNMIT shall not be responsible for any conseque6nce resulting from the publication of, or from the reliance on, such articles and translations."

National Media Reports

TVTL News Coverage


President’s condition improving: Through an official statement, the Minister of Health Nelson Martins has confirmed that the condition of President José Ramos-Horta’s health is improving. Minister Martins said that the President could now breathe normally without the help of a ventilator. The President suffered no infections, and his body has responded well to the medications.

Fretilin rejects email accusations: The Secretary-General of Fretilin Mari Alkatiri has totally rejected claims that Fretilin had backed Alfredo Reinado and was planning to assassinate President Ramos-Horta and Prime Minister Xanana Gusmão.

After the attacks on the President and Prime Minister, an anonymous email was circulated accusing Fretilin of being behind the assassination attempts.

“I am always blamed when something wrong happens in this country,” said Mr Alkatiri. “But I do not let this worry me. I know the people who are doing this- they are people who used to support Alfredo. Because he has died, they are now trying to lay the blame on others.”

Fretilin is also demanding that the State Secretary of Security, Francisco Guterres, and the State Secretary of Defense, Julio Thomas Pinto, take responsibility for the attacks. Furthermore, Fretilin wants UNMIT, UNPol and ISF to provide an explanation as to why they were unable to detect and prevent the attempts.

RTL News Coverage

President’s condition improving: The Minister of Health Nelson Martins has confirmed that the condition of President José Ramos-Horta’s health is improving. Minister Martins said that the President could now breathe normally without the help of a ventilator.

PGR issued arrest warrants: The General Prosecutor of the Republic, Longuinhos Monteiro, has issued arrest warrants for six suspects involved in the attack on the residence of President José Ramos-Horta on Monday (11/2) in Metiaut, Dili. Mr. Longuinhos said that the Public Ministry still needs 21 more days to complete the investigation and to identify other suspects.

Stage of Emergency may combat disturbances: The Director of the National Forum of NGOs (FONGTIL), Angelina Sarmento, commended the decision of the state to implement the ‘Stage of Emergency’, claiming that it would help to combat violence and crimes. “It is good that the state implements a ‘Stage of Emergency’ as this will help to maintain security and stability,” said Ms. Sarmento. Ms. Sarmento has also appealed to the public to respect the ‘Stage of Emergency.’


* * *

Print coverage

PGR/Lasama discuss arrest warrants: The General Prosecutor of the Republic, Longuinhos Monteiro, has authorized the United Nation Police (UNPol) and the National Police of Timor-Leste (PNTL) to arrest eighteen suspects for the attacks of the PR Ramos-Horta and PM Xanana Gusmão on Monday (11/2). “I have met with the Acting President to update him on the criminal process from the Public Ministry,” said Mr. Monteiro on Thursday (14/2). (STL)

Australian PM visits TL: Australian Prime Minister Kevin Rudd has come to Timor-Leste today in the wake of attacks on PR Ramos-Horta and PM Xanana Gusmão. PM Rudd will meet with PM Xanana Gusmão, Acting President Fernando Lasama and the Opposition Leader, Mari Alkatiri. “He has come to Timor-Leste in solidarity with the Government and the people of Timor-Leste,” said the Foreign Minister of Timor-Leste, Zacarias da Costa. (STL)

Fretilin rejects pamphlet accusation in internet: The President of Fretilin, Francisco Guterres Lu-Olo, has rejected accusations circulated by an anonymous email claiming that Fretilin was behind the assassination attempts on President Ramos-Horta and Prime Minister Xanana Gusmão.

“We were also blamed for the 2006 crisis, but there has never been any evidence to corroborate this. I know the people who are behind this- they are taking the opportunity to throw the country into more confusion,” said Mr Alkatiri. (DN)

Lasama appeals for calm: The Acting President of the Republic, Fernando Lasama, has made an appeal to the criminals involved in the attacks on PR Ramos-Horta and PM Xanana Gusmão to immediately submit themselves to justice. “I appeal to my civilian East Timorese colleagues who are carrying weapons to voluntarily submit their weapons and themselves to the state and to justice,” said Mr. Lasama

Mr. Lasama also agreed to an international commission of investigation on the attacks. “I want a deep investigation into the attempted assassinations. Timor-Leste will invite international experts to provide support and to investigate these matters,” said Mr Lasama. (DN)

‘Stage of Emergency’ declared to normalize situation: Members of the National Parliament, Gertrudes Caetano Moniz and Ilda Maria, said that the ‘Stage of emergency’ has been declared to normalize stability in the nation. PM Gusmão has extended the State of Emergency for a further ten days. In his national message, the PM appealed to all people, especially those who in Dili, to contribute to the security and stability of the country. (DN)

Mateus: arrest to Alfredo’s men is under coordination: The PNTL Operational Commander, Mateus Fernandes, said that arrest warrants for Alfredo’s men who were involved in the attacks against President Ramos-Horta and Prime Minister Xanana Gusmão are still under process.

“PNTL, UNPol and ISF are still coordinating to take this responsibility … we are still in discussions. We hope that in four or five days, a decision will be taken about the arrest warrants to capture Alfredo’s men,” said Commander Fernandes. (DN)

Rudd issues warning to Timor rebels

15 February 2008 - 8:19PM
By Karen Michelmore & Stephanie March



Australia will keep its troops in East Timor for as long as they are needed and will do whatever it takes to defend the young democracy, Prime Minister Kevin Rudd says.

Mr Rudd flew into the capital, Dili, amid tight security on Friday to deliver a strong message to rebels who seriously wounded the nation's president and ambushed the prime minister on Monday.

"It's by the ballot box, and not by the barrel of a gun, that the decisions for our countries will be made," Mr Rudd said,after meeting with Prime Minister Xanana Gusmao.

But rebels sought over this week's attacks have put security forces on notice that they are heavily armed and won't give up without a fight.

Former Army Lieutenant Gastao Salsinha says he has assumed command of the rebels, after leader Alfredo Reinado was killed in the attack on President Jose Ramos-Horta.

"If the East Timorese army comes to capture me, I will defend myself. I am also a soldier so I have dignity as a soldier, if a soldier comes to attack me I will fight back," he has told Channel Nine.

"He (Alfredo) is my chief commander and I am the deputy - he got killed already, of course I will replace him. My objective is to fight for justice."

East Timor's prosecutor general has issued 12 arrest warrants over Monday's violence, including one for Salsinha for allegedly leading the ambush targeting Gusmao. Another five warrants are expected to be issued later Friday.

Mr Rudd promised that Australian troops would "remain in East Timor so long as we are invited to do so" by East Timor's government.

"Australia will stand shoulder-to-shoulder with East Timor into the future in defence of its democratic system of government," he said.

In addition to security assistance, Mr Rudd also foreshadowed further help to develop East Timor's economy, such as programs to address soaring youth unemployment.

Mr Gusmao, who escaped Monday's ambush unharmed, thanked Mr Rudd for sending in additional troops, boosting Australia's troop and police presence beyond 1,000.

"An immediate response to Timor Leste (East Timor) during this time of insecurity is a sign that our neighbour has a great faith in democracy," Mr Gusmao said.

"Our nation is a proud nation. We are ready to progress from volatility to stability, and from fear to confidence.

"Yes, it is achievable, because a bullet can wound a president but it never can penetrate the values of democracy."

Mr Rudd spent just four hours in Dili, also meeting with Australian troops, acting president Fernando de Araujo, the head of the opposition Fretilin party Mari Alkatiri, and the head of the United Nations mission Atul Khare.

The prime minister visited Royal Darwin Hospital on Friday afternoon to visit President Ramos-Horta as he recovers from surgery for bullet wounds.

Australian Defence Force chief Angus Houston - who travelled to Dili with Mr Rudd and Australian Federal Police Commissioner Mick Keelty - said Australian troops were hunting down rebel suspects.

They are helping East Timor security forces and UN police search for about 30 armed rebels believed to be hiding in mountainous country.

"We are concerned about these 30 or so people that are running around the countryside creating a problem for the government of East Timor," said Air Chief Marshal Houston.

"We will assist the authorities here in bringing these people to justice," he said, describing their actions as a "terrible outrage".

East Timor's prosecutor general Longuinhos Montiero said his office had received intelligence about the movements of Reinado three days before Monday's attacks.

But he insisted there was nothing to suggest the rebels were about to launch an assault against the leaders.

"Yes, we got the information three days before, but we had a lack of resources to analyse that information," he said.

The UN has also said that no intelligence was passed on about a planned attack.

Mr Araujo, the acting president, said Dr Ramos-Horta had spoken a few words as he recovered in Darwin.

"This is a very encouraging sign ... hopefully, in one or two months he can return and resume his role as president of the republic," he said.

He also thanked East Timorese youths for remaining calm in the aftermath of the attacks, amid fears the death of Reinado would stoke unrest.

Dili's streets remained calm on Friday, after Reinado's burial on Thursday.

Brought to you by AAP

NOTA DE RODAPÉ:

Pois, pois. Aquilo que era tão difícil, capturar Reinado e o seu grupo, agora tornou-se fácil.

Sempre aqui dissemos que Xanana e os militares australianos nunca deixariam Reinado falar. O mesmo vai acontecer a Salsinha.

UNMIT - Security Situation 9 – 15 February 2008

This is a broadcast of the UN Police in Timor-Leste to provide you with information about the security situation around the country.

This week was defined by the two attacks occurring on Monday 11 February against the residence of President Jose Ramos-Horta and the convoy of Prime Minister Xanana Gusmao.

The President is recovering in Darwin following the severe injuries he received during the attacks. Doctors have confirmed that he is responding well to the medical treatment and that his vital signs are improving. He is currently in a serious, but stable condition.

The curfew imposed as part of the State of Emergency has been extended to 23 February, 2008.

UNPOL in coordination with PNTL and ISF, have implemented a robust security blanket throughout Dili, and reinforced their presence in Suai and Ermera districts.

Since Monday, there has been no increase in security incidents in the capital. Only 28 incidents were reported, four less than during the previous week. This remains well below the 2007 average of 54 incidents. Most of the incidents reported were minor assaults and public disturbances, promptly attended to by the police. Only one case of group fighting was reported. The security situation in Dili and in the rest of the country has remained calm.

Investigations into the attacks are currently underway. The police (UNPol and PNTL) have given their first progress report to the Prosecutor General and have recommended a number of arrest warrants be issued based on the evidence collected to date. All arrest warrants will be issued by the Prosecutor General. The police are continuing their investigations.

At the request of the Government of Timor-Leste, an additional 140 military officers have arrived in Dili to join the International Stabilization Forces (ISF). An extra 70 police officers have also arrived to assist the ISF.

An estimated 2000 people attended the funerals of Alfredo Reinado and Leopoldinho Exposto who were buried in a peaceful ceremony held in Marconi on Thursday afternoon (14/02). No security incidents occurred around or during the funeral procession or burial. The large crowd dispersed quietly.

Food distributions to Dili IDP camps were suspended on Monday. The distributions resumed on Tuesday and have continued for the rest of the week with no security incidents occurring.

There have been no security incidents at the gathering of the petitioners in Aitarak Laran Dili.

*****
The police advise to avoid travelling during the night to the most affected areas. Please report any suspicious activities. You can call 112 or 7230365 to contact the police 24 hours a day, seven days a week.

TRADUÇÃO:

UNMIT – Situação da Segurança 9 – 15 Fevereiro 2008

Esta é uma emissão da Polícia da ONU em Timor-Leste para lhe dar informação acerca da situação de segurança neste país.

Esta semana foi definida pelos dois ataques ocorridos na Segunda-feira contra a residência do Presidente José Ramos-Horta e a caravana do Primeiro-Ministro Xanana Gusmão.

O Presidente está a recuperar em Darwin depois dos ferimentos graves que recebeu durante os ataques. Os médicos confirmaram que está a responder bem ao tratamento médico e que os sinais vitais estão a melhorar. Correntemente está numa condição séria mas estável.

O recolher obrigatório imposto como parte do estado de sítio foi prolongado até 23 Fevereiro, 2008.

A UNPOL em coordenação com a PNTL e ISF, implementou segurança de massa através de Dili, e reforçou a presença nos distritos de Suai e Ermera.

Desde Segunda-feira, não houve aumento nos incidentes de segurança na capital. Foram relatados apenas 28 incidentes, quarto menos que durante a semana anterior. Isto mantém-se bastante abaixo da média de 2007 de 54 incidentes. A maioria dos incidentes relatados foram assaltos menores e distúrbios públicos, rapidamente respondidos pela polícia. Houve apenas um caso duma luta de grupos relatado. A situação da segurança em Dili e no resto do país mantém-se calma.

Investigações aos ataques estão em curso correntemente. A polícia (UNPol e PNTL) entregaram o seu primeiro relatório ao Procurador-Geral e recomendou a emissão duma série de mandatos de captura com base na evidência recolhida até à data. Todos os mandatos de captura serão emitidos pelo Procurador-Geral. A polícia continua as investigações.

A pedido do Governo de Timor-Leste, chegaram mais 140 oficiais militares a Dili para se juntarem à ISF. Um 70 polícias extras chegaram também para assistir a ISF.

Uma estimativa de 2000 pessoas atenderam os funerais de Alfredo Reinado e Leopoldinho Exposto que foram enterrados numa cerimónia pacífica realizada na Marconi na Quinta-feira à tarde (14/02). Não ocorreram nenhuns incidentes de segurança durante a cerimónia funerária e enterro. A grande multidão dispersou calmamente.

Na Segunda-feira foram suspensas as distribuições de alimentos nos campos de deslocados em Dili. As distribuições recomeçaram na Terça-feira e continuaram durante o resto da semana sem ocorrerem incidentes de segurança.

Não houve incidentes de segurança no local de encontro dos peticionários em Aitarak Laran Dili.

*****A polícia aconselha a evitarem viajar durante a noite para as áreas mais afectadas. Por favor relate qualquer actividade suspeita. Pode ligar 112 ou 7230365 para contactar a polícia 24 horas por dia, sete dias por semana.

East Timor issues arrest warrants for suspects in leadership attack

February 15, 2008
AP

DILI, East Timor (AP) - East Timor issued arrest warrants for 12 suspects in the attacks on the country's top two leaders, the attorney general said Friday as Australia's prime minister visited the tiny nation to show support.

Longuinhos Monteiro told reporters in the capital, Dili, that 12 warrants were handed over to police on Thursday and five more would likely follow soon. The names of the suspects were not immediately released.

TRADUÇÃO:

Timor-Leste emite mandatos de captura para suspeitos de ataque à liderança

Fevereiro 15, 2008

AP

DILI, Timor-Leste (AP) – Timor-Leste emitiu mandates de captura para 12 suspeitos nos ataques aos dois líderes de topo, disse na Sexta-feira o procurador-geral quando o primeiro-ministro da Austrália visitou a pequena nação para mostrar apoio.

Longuinhos Monteiro disse aos repórteres na capital, Dili, que 12 mandatos foram entregues à polícia na Quinta-feira e que se seguirão mais cinco em breve. Os nomes dos suspeitos não foram imediatamente divulgados.

Uma história mal contada

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "East Timor: Reinado Buried Amidst Flurry of Questi...":

Há aqui muita coisa mal contada:

1 - Há pouco tempo, Reinado tinha dito que Xanana é que tinha estado por trás da "crise" e da "petição", devendo ser julgado por isso. Acrescentou que tinha muito que contar sobre isso

2 - O tio de Reinado diz que estava maracada uma reunião entre Ramos Horta e Reinado para esta semana

3 - Recentemente os dois tinham-se encontrado e ambos fizeram um pacto de silêncio sobre o que foi dito nessa reunião.

4 - Ramos Horta tinha estabelecido contactos com vários partidos no sentido de formar uma ampla convergência nacional

5 - Um desses partidos era a Fretilin

6 - Como diz Riedmatten, um dos "dialogantes" está morto e outro gravemente ferido. A quem interessaria isto? Certamente que não aos próprios.

7 - Xanana deu ordens para matar, ferir ou capturar os restantes elementos do grupo de Reinado. Acabou-se o diálogo, diz ele. Porquê a mudança de política?

8 - O PM tem poderes para mandar matar ou ferir um cidadão só porque lhe apetece, sem julgamento nem direito a defesa?

9 - Porquê essa ordem, sabendo que nada prova até agora que Reinado ou os seus apoiantes tenham tentado matar o PR e o PM? Houve flagrante delito? Quem disparou? Porquê a pressa, após ano e meio de "relax"?

10 - Atul Khare diz agora que os "rebeldes continuarão a ser uma grande ameaça até serem capturados". E durante quase dois anos não eram ameaça? Só passaram a ser agora? Os desgraçados que foram mortos em Fatuahi não justificavam uma captura e agora já é preciso capturar os "rebeldes"?

Tirai as vossas conclusões, que eu não percebo nada.

Kevin Rudd em Díli para salientar apoio e solidariedade em todos os momentos

Díli, 15 Fev (Lusa) - O primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, reafirmou hoje em Díli a amizade australiana nos “bons, maus e difíceis momentos” de desenvolvimento do país.

"Estando lado a lado, e numa altura em que a democracia de Timor-Leste sofreu um ataque, a Austrália sublinha a sua amizade com Timor-Leste nos bons momentos, nos maus momentos e nos momentos difíceis. E este é um momento difícil", afirmou Kevin Rudd numa curta declaração aos jornalistas à saída de um encontro com o Presidente em exercício, Fernando "La Sama" de Araújo.

Kevin Rudd disse também que a Austrália "é um parceiro" das autoridades de Timor-Leste na área da segurança e do desenvolvimento económico.

O mesmo responsável destacou também a antiga amizade pessoal que mantém com Ramos Horta e destacou a solidariedade sempre demonstrada pelo Governo e povo australianos para com Timor-Leste e a sua população.

O chefe do Governo de Camberra acrescentou também que a Austrália fez tudo desde o primeiro momento para prestar a melhor assistência médica a Ramos Horta que foi alvo de uma tentativa de homicídio e disse que no seu regresso ao país vai passar em Darwin para agradecer à equipa médica que tem tratado o líder timorense.

Na sequência dos ataques e a pedido das autoridades timorenses, a Austrália reforçou a sua presença militar em Timor-Leste dispondo agora de mais de mil efectivos, após a chegada de um navio de guerra e de mais 300 polícias e soldados.

No programa da curta visita de Kevin Rudd a Díli, o chefe do Governo australiano foi recebido em audiências separadas pelo primeiro-ministro, Xanana Gusmão, e pelo presidente interino, Fernando "La Sama" de Araújo.

Fernando "La Sama" de Araújo disse, por sua vez, que Kevin Rudd tinha "mostrado e reafirmado" a amizade do povo da Austrália com o povo de Timor-Leste, e manifestado a disponibilidade de ajudar em todas as áreas que forem necessárias, uma solidariedade que sentiu também na sua recente visita a Portugal, interrompida devido aos ataques que Ramos Horta e Xanana Gusmão foram alvo na segunda-feira.

O chefe de Estado em exercício salientou ainda que ordens de captura serão emitidas na sequência dos ataques segunda-feira a Ramos Horta e Xanana Gusmão, mas não especificou sobre quem recaíam as ordens de detenção.

Entretanto a agência Lusa apurou em Díli que foram emitidos na noite de quinta-feira cinco novos mandados de captura relacionados com os ataques e que nenhuma das ordens de captura se destina a elementos civis.

Além destes cinco novos mandados, continuam válidos 13 de 17 outros emitidos em 2007 sobre o grupo de Alfredo Reinado.

Do grupo de 17, dois referem-se a dois co-arguidos no processo de Alfredo Reinado, cujo julgamento se iniciou em Dezembro de 2007, e que se encontram em prisão preventiva e outros dois ao próprio Alfredo Reinado e a Leopoldino Mendonça Exposto, que foram mortos no ataque à casa de Ramos Horta.



JCS/PRM

Lusa/Fim

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.