sábado, março 22, 2008

Dos leitores

Blog Na'in deixou um novo comentário na sua mensagem "Timor Leste its own worst enemy?":

The New Straits Times is a Malaysian government mouthpiece, what do you expect? In November 2003, the same John Teo said that he could "empathise [!]" with his Indonesian friend, who said that Indonesia "probably saved the abandoned territory from communist-inspired mayhem".

Empathise? I don't recall Malaysia ever having to invade a smaller neighbour - in fact, it happily expelled Singapore from its federation in 1965.

Thankfully, with the demise of Mahathir and the recent poor showing of UMNO at the recent election, another nail has been hammered in the coffin of so-called "Asian Values".

What Teo forgets to tell us is that Suharto refused to countenance any form of autonomy for East Timor, which Alatas said made his job far harder. And NGOs campaigning on East Timor made it harder still.

It wasn't Portugal's intransigence that was to blame, but Indonesia's.

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Alatas on E. Timor: RI Underestimated Power of NGOs The Jakarta Post Thursday, August 10, 2006

Alatas' Book Teaches RI Not to Repeat Timor Leste Tragedy
Abdul Khalik, The Jakarta Post, Jakarta
photo: In His Own Write: Former foreign minister Ali Alatas (left) autographs a copy of his memoirs Wednesday for the chairwoman of the Duta Bangsa Education Institute Mien R. Uno (center), while The Jakarta Post's Senior Editor Sabam Siagian looks on. Alatas launched The Pebble in the Shoe: The Diplomatic Struggle for East Timor at the National Archive building in Central Jakarta. (JP/R. Berto Wedhatama)

Ali Alatas learned how to navigate his way around the corridors of power as a highly respected diplomat, including serving as foreign minister in the Soeharto and Habibie administrations.
Those diplomatic skills were put to the test in the thorny problem of the then East Timor, with Alatas detailing his struggle in the aptly titled The Pebble in the Shoe -- The Diplomatic Struggle for East Timor.

It was officially launched at the National Archives building in West Jakarta on Wednesday, with remarks by noted journalist Aristides Katoppo, Indonesia's former permanent representative to the UN Nugroho Wisnumurti and former ambassador to Australia and director of The Jakarta Post Sabam Siagian.

Katoppo is also a representative of both Aksara Kurnia and United in Diversity that published the book.

Foreign Minister Hassan Wirayuda, prominent figures and several foreign ambassadors attended the Wednesday's launching ceremony.

Indonesia's former foreign minister "said the case of Timor Leste showed that Indonesia should never underestimate the power of non-governmental organizations when they united behind a particular cause. They could influence their respective governments, he added, and had showed that Timor Leste was not 'a mere pebble anymore but became something that burdened Indonesia.'"

Nugroho praised the factual strength of the 330-page book, with more new details than previous books on Timor Leste, including on why Indonesia decided to enter East Timor, the series of diplomatic meetings and negotiations between Indonesia, Portugal and the UN, and the how decision was made to give Timor Leste what a popular consultation that led to its independence from Indonesia and establishment as Timor Leste.

Sabam said the book was part of the effort to give a complete account of Timor Leste, with a vivid description of how the Foreign Ministry and then foreign minister were bypassed by Habibie and his advisers on the East Timor referendum.

Despite Alatas' assertion that the book was not intended to refute misrepresentations about Timor Leste in many previous books, he wrote in the foreword: " ... Here and there in my reading (of many other books) I have come across a few versions and details that do not correspond to what I believe actually transpired."

With almost all of the other East Timor works authored by foreign observers, Alatas believed it was time for a book based on the perspective of an Indonesian citizen intimately involved in the Timor Leste question for all of the 25 years of his experience.

Alatas said the Indonesian public needed to know what happened during Indonesia's struggle to retain Timor Leste, especially the closed-door negotiations from 1983 to 1999, to avoid false myths and accusations that it was a struggle between good -- meaning East Timor -- on the one side, and bad -- Indonesia -- on the other.

"It is to be hoped that valuable lesson will be learned and to be used to develop our nation," he told the audience.

Alatas underlined that the most important aspect that Indonesian political leaders can learn from Timor Leste for the future was how to treat areas vulnerable to secession, such as Papua and Nanggroe Aceh Darussalam.

He also said the case of Timor Leste showed that Indonesia should never underestimate the power of non-governmental organizations when they united behind a particular cause. They could influence their respective governments, he added, and had showed that Timor Leste was not "a mere pebble anymore but became something that burdened Indonesia".

Presidential spokesman Dino Patti Djalal, who was also an Alatas aide for Timor Leste, said the book taught many valuable lessons.

This included, he added, that Indonesia failed to win the hearts and minds of the Timor Leste people by simply pouring money into the province, and letting the military and intelligence play a greater role in the area.

Indonesia occupied the former Portuguese colony in 1975. In a UN-sponsored referendum in 1999, the people overwhelmingly voted for separation from Indonesia. In May 2002, it became an independent state.

Tradução:

O New Straits Times é um megafone do governo Malásio, o que é que esperava? Em Novembro de 2003, o mesmo John Teo disse que podia "ter empatia [!]" com o seu amigo Indonésio, que disse que a Indonésia "provavelmente salvou o território abandonado de confusão inspirado por comunistas".

Ter empatia? Não me lembro de a Malásia ter alguma vez de invadir um vizinho mais pequeno – de facto, expulsou satisfeita a Singapura da sua federação em 1965.

Felizmente, com a saída de Mahathir e a recente má prestação do UMNO nas eleições recentes, um outro prego foi pregado no caixão dos chamados "Valores Asiáticos".

O que Teo se esquece de nos dizer é que Suharto recusou contemplar qualquer forma de autonomia para Timor-Leste, o que Alatas disse tornou mais difícil o seu trabalho. E as campanhas das ONG's sobre Timor-Leste tornaram ainda mais difícil.

Não era a intransigência de Portugal que se devia acusar, mas a da Indonésia.

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Alatas sobre Timor-Leste: RI subestimou o poder das ONG's
The Jakarta Post Quinta-feira, Agosto 10, 2006

Livro de Alatas ensina a RI a não repetir a tragédia de Timor-Leste
Abdul Khalik, The Jakarta Post, Jakarta
foto: Pela sua própria escrita: O antigo ministro dos estrangeiros Ali Alatas (esquerda) autografou uma cópia das suas memórias na Quarta-feira para a presidente do Instituto de Educação Duta Bangsa Mien R. Uno (centro), while O Editor Senior do The Jakarta Post Sabam Siagian olha. Alatas lançou A Pedra no Sapato: A Luta Diplomática por Timor-Leste no edifício do Arquivo Nacional em Central Jacarta. (JP/R. Berto Wedhatama)

Ali Alatas aprendeu a navegar à sua maneira nos corredores do poder como um diplomata altamente respeitado, incluindo servir como ministro dos estrangeiros nas administrações de Soeharto e Habibie.
Essas capacidades diplomáticas foram postas à prova no problema espinhoso do então Leste de Timor, com Alatas a dar detalhes no seu livro intitulado correctamente A Pedra no Sapato – A Luta Diplomática por Timor-Leste.

Foi lançado oficialmente no edifício do Arquivo Nacional no Oeste de Jacarta na Quarta-feira, com comentários pelo famoso jornalista Aristides Katoppo, o antigo representante permanente da Indonésia na ONU Nugroho Wisnumurti e o antigo embaixador na Austrália e director do The Jakarta Post Sabam Siagian.

Katoppo é também representante de ambos Aksara Kurnia e United in Diversity que publicou o livro.

O Ministro dos Estrangeiros Hassan Wirayuda, figuras proeminentes e vários embaixadores estrangeiros estiveram presentes na cerimónia de lançamento na Quarta-feira.

O antigo ministro dos estrangeiros da Indonésia "disse qu o caso de Timor-Leste mostrou que a Indonésia nunca devia subestimar o poder das organizações não-governamentais quando se unem por detrás duma causa particular. Elas podem influenciar os governos respectivos, acrescentou, e isso mostrou que Timor-Leste não era 'já uma mera pedra mas que se tornou em algo que pesou na Indonésia.'"

Nugroho louvou o tamanho factual do livro com 330 páginas, com mais detalhes novos do que livros anteriores sobre Timor Leste, incluindo sobre as razões porque a Indonésia decidiu entrar em Timor-Leste, as séries de encontros diplomáticos e negociações entre a Indonésia, Portugal e a ONU e como foi tomada a decisão para dar uma consulta popular a Timor-Leste que levou à sua independência da Indonésia e à criação de Timor-Leste.

Sabam disse que o livro era parte do esforço de dar um relato completo de Timor-Leste, com uma descrição viva sobre como o Ministério dos Estrangeiros e o então ministro dos estrangeiros foram ultrapassados por Habibie e seus conselheiros sobre o referendo em Timor-Leste.

Apesar da afirmação de Alatas que o livro não tinha a intenção de refutar deturpações sobre Timor-Leste em muitos livros anteriores, ele escreveu no prefácio: " ... Aqui e ali nas leituras (de muitos outros livros) encontrei algumas versões e detalhes que não correspondem ao que acredito de facto transpirou."

Com quase todos os outros trabalhos sob Timor-Leste da autoria de observadores estrangeiros, Alatas acreditava que estava na hora para um livro baseado na perspectiva dum cidadão Indonésio intimamente envolvido na questão de Timor-Leste durante a sua experiência de 25 anos.

Alatas disse que a população Indonésia precisava de saber o que acontecera durante a luta da Indonésia para reter Timor-Leste, especialmente as negociações à porta fachada de 1983 até 1999, para evitar falsos mitos e acusações que essa foi uma luta entre os bons -- significando Timor-Leste – num lado e os maus -- Indonésia – no outro.

"Espera-se que lições valiosas sejam aprendidas e que sejam usadas para desenvolver a nossa nação," disse à audiência.

Alatas sublinhou que o aspecto mais importante que os líderes políticos Indonésios podem aprender de Timor-Leste para o futuro era como tratar áreas vulneráveis à sucessão, tais como a Papua e Nanggroe Aceh Darussalam.

Disse também que o caso de Timor-Leste mostrava que a Indonésia nunca devia subestimar o pode de organizações não-governamentais quando se unem por detrás duna causa particular. Podem influenciar os governos respectivos, acrescentou, e isso mostrava que Timor-Leste já não era mais "uma mera pedra mas que se tornou algo que pesou na Indonésia".

O porta-voz Presidencial Dino Patti Djalal, que era também um ajudante de Alatas para Timor Leste, disse que o livro ensinava muitas lições valiosas.

Isto incluiu, acrescentou, que a Indonésia falhou em ganhar os corações e as mentes do povo de Timor-Leste canalizando simplesmente dinheiro para a província, e deixando os militares e os serviços de informações terem um maior papel na área.

A Indonésia ocupou a antiga colónia Portuguesa em 1975. Num referendo patrocinado pela ONU em 1999, as pessoas votaram predominantemente pela separação da Indonésia. Em Maio de 2002, tornou-se um Estado independente.

Alatas não pode ter razão...

Comentário na sua mensagem "Timor Leste its own worst enemy?":

Está nas mãos dos Timorenses, saliento o T em letra grande, demonstrar que não são os próprios o problema, mas parte activa e interessada em ultrapassar as suas divergências e construir um ambiente onde cresça e floresça um verdadeiro Estado.

Mas que são indomáveis, bem...lá isso é verdade, para além de uma filosofia de resolução das questões muito própria ... direi para um ocidental incompreensível.

Como exemplo é a ideia de Estado, com leis,regras e justiça verso a atitudes da tribo, do clã, da família ...quem conhece Timor Leste no duro sabe que é assim mesmo ... a mudança é por isso imprescindível, por isso todos esperamos, pelo desejado País da Esperança, que tarda, por uma mudança efectiva, atrevo-me a dizer, esperamos uma revolução das mentalidades e do comportamento.

A ONU tem-se empenhado e muitas ONGs, mas sinceramente é urgente que façam uma reflexão séria e um balanço da sua performance, verão quanto ineficaz é a sua organização e ineficiente a suas políticas, em nome de um mundo melhor, também é urgente que mudem as mentalidades e o modo de agir.

Quanto à geoestratégia da Austrália, não haja nenhuma ilusão, é também evidente que desde muito antes de 1975, em 1999 e agora prossegue a defesa dos seus interesses de defesa territorial e económica.

Distante, mas no coração um Portugal sentimentalão, neste mundo de interesses, mas mesmo o sentimento terá que ser claro, transparente e eficiente dentro de um quadro de desenvolvimento económico, educativo, militar como só os Portugueses, que respeitam os outros povos sabem fazer e bem mas só quando se organizam.

Portugal também terá que apreender com a difícil situação de Timor Leste e ajudar ao entendimento e à pacificação ... sem o paternalismo do passado, mas ao contrário deverão com o seu comportamento prespectivar e evidenciar uma visão de longo prazo.

Alatas não pode ter razão...

Malai X

A quem servem os argumentos do autor?...

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Timor Leste its own worst enemy?":

O que este autor descreve como "a surgical operation against the Timorese rebels" foi, na realidade, uma invasão de um país estrangeiro. Se nesse país existiam "rebeldes" ou não, isso não dizia respeito à Indonésia.

A "integração" de Timor-Leste na Indonésia só foi reconhecida por um país - A Austrália. E no entanto, Portugal é que é qualificado de "intransigente" neste artigo, que volta a desenterrar os mitos de que os timorenses são impossíveis de "pacificar" e que a Indonésia até trouxe "melhoramentos" económicos, sociais e físicos (!) aos timorenses. E mais não foi por causa das "intermináveis atrocidades" da "guerrilha".

Quanto à pacificação, não ouvi nunca nenhum timorense dizer que queria ser "pacificado" pela Indonésia. Mesmo que fosse impossível "pacificar" os timorenses, isso é um assunto que só a eles diz respeito.

Quanto aos "melhoramentos", onde estão eels? São as novas "urbanizações" de Comoro, sem saneamento básico e em cujas "ruas" não passa um carro dos bombeiros? O corte indiscriminado das acácias? A constituição de inúmeras empresas de generais indonésios que sugaram os recursos naturais de Timor durante 24 anos? As máquinas novinhas em folha da Moniz da Maia Serra & Fortunato roubadas? O "controlo de natalidade" que fez a população diminuir de 600.000, no último censo da administração portuguesa, para 500.000 no primeiro feito pelos indonésios? O antigo hospital de Dili e as melhores escolas de Timor transformadas em quartéis? O petróleo do Mar de Timor oferecido de mão beijada à Austrália? O aniquilamento cultural e etnológico do povo timorense? A "inovação" de se comer com a mão, em vez de usar talheres? O tabaco kretek?

Quanto às "intermináveis atrocidades", elas não foram da guerrilha, mas do Estado javanês, ao longo de 24 anos: Choques eléctricos nos órgãos genitais, decapitações, queimaduras de cigarro, arranque de unhas, violações, morte de bebés nas barrigas das mães, abertas à catanada, etc.

Será que o Sr. Alatas se esqueceu de referir isso, ou tem alguma "pedra no sapato"?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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